PROJETO NEGROS E NEGRAS EM MOVIMENTO

Objetivos: - A contribuição do negro na formação social brasileira - A discriminação racial no Brasil. Movimentos de resistência de negros pela cidadania e pela vida; - Políticas sociais e população negra: trabalho, saúde, educação e moradia; - Relações étnico-raciais, multiculturalismo e currículo; - Aspectos normativos da educação de afro-brasileiros. - EMAIL PARA CONTATO: negrosenegras@gmail.com

December 23, 2008

Mensagem de Boas Festas!!

Image and video hosting by TinyPic
Foto enviada por Sérgio Pytta


Um momento doce e cheio de significado para as nossas vidas.
É tempo de repensar valores, de ponderar sobre a vida e tudo que a cerca.
É momento de deixar nascer essa criança pura, inocente e cheia de esperança que mora dentro de nossos corações.
É sempre tempo de contemplar aquele menino pobre, que nasceu numa manjedoura, para nos fazer entender que o ser humano vale por aquilo que é e faz, e nunca por aquilo que possui.

Noite cristã, onde a alegria invade nossos corações trazendo a paz e a harmonia.

O Natal é um dia festivo e espero que o seu olhar possa estar voltado para uma festa maior, a festa do nascimento de Cristo dentro de seu coração.
Que neste Natal você e sua família sintam mais forte ainda o significado da palavra amor, que traga raios de luz que iluminem o seu caminho e transformem o seu coração a cada dia, fazendo que você viva sempre com muita felicidade.

Também é tempo de refazer planos, reconsiderar os equívocos e retomar o caminho para uma vida cada vez mais feliz.
Teremos outras 365 novas oportunidades de dizer à vida, que de fato queremos ser plenamente felizes.

Que queremos viver cada dia, cada hora e cada minuto em sua plenitude, como se fosse o último.
Que queremos renovação e buscaremos os grandes milagres da vida a cada instante.
Todo Ano Novo é hora de renascer, de florescer, de viver de novo.
Aproveite este ano que está chegando para realizar todos os seus sonhos!

FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO PARA TODOS!


Image and video hosting by TinyPic

Trabalhos realizados e trabalhos a realizar..

Ponto de Cultura Fala Negra encerra ano com oficina de operação e edição de vídeo

O Ponto de Cultura Fala Negra, localizado na cidade de Paracatu, em Minas Gerais, tem se destacado durante o todo o ano como um dos principais centros de difusão da cultura afro-brasileira. Apoiado diretamente pela Fundação Cultural Palmares, o Fala Negra realizou em 2008 mais de dez oficinas de capacitação voltadas para as comunidades quilombolas da região paracatuense, além de jovens e adultos negros residentes na cidade.

Image and video hosting by TinyPic

Para fechar o ano, fomos até Paracatu para conferir, mais uma vez, a última ação do primeiro ano do Ponto de Cultura. Agora, a Oficina de operação e edição de Vídeo.

Até janeiro, cerca de 10 alunos vão ter a oportunidade de aprender a manipular câmeras filmadoras e editar imagens em computador. Essa é mais uma maneira de se produzir novos profissionais para inserção no mercado de trabalho.

Image and video hosting by TinyPic


A idéia da oficina surgiu quando os coordenadores do Ponto de Cultura identificaram a falta de profissionais na área, como câmera-man e editores de vídeo. Por isso, o objetivo é criar no Ponto uma referência para se encontrar esses profissionais.

O professor da turma de vídeo, Deco, confirma: "Faremos um esforço para que o Ponto de Cultura Fala Negra se torne fonte de profissionais, seja para filmar casamentos, formaturas, aniversários, mas que todos saibam que aqui podem ser encontrados profissionais para essa área".

Deco pretende passar aos alunos o máximo do seu conhecimento de técnicas de captação de imagens e edição de vídeo, "para que no futuro eles possam usufruir no trabalho".

Mesmo iniciado há pouco mais de um mês, a oficina de vídeo já tem grande projetos. O professor explicou que ele já está desenvolvendo com a turma um projeto para a realização de um videodocumentário sobre a vida e o dia-a-dia dos quilombolas da região de Paracatu. "Queremos registrar as dificuldades, o sofrimento, o racismo, numa linguagem para que todos possam entender", relatou Deco.

Apesar de diferentes objetivos nortearem cada um dos alunos, o certo é que a vontade de aprender e levar adiante os ensinamentos apreendidos já valorizam todo o trabalho realizado pelo Ponto de Cultura e pela Fundação Palmares, que vê nesses projetos uma forma de dar oportunidades aos afro-descendentes que muitas vezes sequer têm acesso a qualquer tipo de formação técnica.

Irene dos Reis Oliveira, quilombola de São Domingos (Paracatu), deseja utilizar o curso para fazer registros de sua comunidade. "Quero desenvolver o trabalho dessa oficina para usar em minha comunidade, para guardar memória das festas e dos cursos que fazemos por lá. Quero servir à comunidade", falou.

Ceni Damasceno acredita que o curso será útil para registrar as viagens e as festas das comunidades. Já Mateus Arista Costa, pretende realizar documentários e curtas-metragens, enquanto Dario Daniel, da comunidade Buriti do Costa, disse que seu objetivo é realizar documentários para resgatar a memória dos seus antepassados.

Ano de muito trabalho

Dário Gouveia Damasceno, idealizador do Ponto de Cultura Fala Negra, fez um resumo sobre as atividades de 2008: "Este ano foi de muito trabalho, mas foi também muito compensador. Todos os cursos são oportunidades que se abrem para nosso pessoal, já que sempre é voltado para quilombolas e afro-descendentes em geral".

Para 2009, Dário já idealiza novos projetos e parcerias. Além do apoio da Fundação Cultural Palmares, o Fala Negra irá buscar auxílio no Ministério da Saúde para a realização de um seminário sobre anemia falciforme.

"Queremos fazer uma campanha para esclarecer o que é a doença, inclusive para os próprios portadores da anemia, que muitas vezes não sabem que a possuem. Precisamos de um socorro em Paracatu. A cidade possui mais de 70% de negros, por isso, o índice da doença aqui é grande. E quando precisamos de tratamento só podemos recorrer à cidade de Belo Horizonte, Patos de Minas ou Brasília, pois em outro lugar próximo não há pessoas informadas sobre o assunto. Muitas vezes, os próprios médicos desconhecem a doença. Por isso, queremos fazer uma divulgação geral", explicou.



E tem mais...



MinC abre inscrições para projetos audiovisuais no Nordeste


Os cineastas devem ficar atentos. O Ministério da Cultura prorrogou e abriu inscrições para projetos audiovisuais no Nordeste. Confira as informações do Boletim Audiovisual.


Audiovisual PE

Foram prorrogadas as incrições para o 2º Edital do Programa de Fomento à Produção Audiovisual de Pernambuco - lançado pela Fundarpe, que se enceram agora, no dia 5 de Janeiro de 2009. O valor do edital este ano é de R$ 4 milhões distribuídos para projetos de filmes em curta e longa-metragens, produtos para TV, projetos nas áres de Formação, Difusão e Desenvolvimeto de Cineclube.

Edital e outras informações: www.fudarpe.pe.gov.br


Cine PE 2009

Abertas as inscrições para as mostras competitivas da 13ª edição do Cine PE Festival do Audiovisual, que acontece de 27 de abril a 3 de maio de 2009, no Recife. A competição é dividida nas categorias longas-metragens, curtas-metragens em 35mm e curtas digitais. Os interessados devem inscrever seus trabalhos até o dia 31 de janeiro de 2009. Os resultados da seleção dos curtas-metragens inscritos serão divulgados até o dia 15 de março. Já os longas-metragens sairão até o dia 15 de abril.

Inscrições e outras informações: www.cine-pe.com.br/2009


Câmera Mundo

Estão abertas as inscrições para a 2ª edição do Festival de Filmes Independentes Camera Mundo, que se dedica a exibir produções audiovisuais independentes e de baixo orçamento. As inscrições seguem até 28 de fevereiro de 2009. Aproveitando a comemoração do Verão do Brasil em Roterdã, Holanda, o festival acontece de 26 a 28 de junho de 2009 e terá novamente como foco o Brasil.

Regulamento, inscrições e outras informações: www.caramundo.org


Diálogos culturais

Ao entrar no blog para a Reforma da lei Rouanet, o internauta tem agora acesso a trechos em vídeo da apresentação do Ministro da Cultura Juca Ferreira no projeto Diálogos Culturais - série de encontros com representantes do setor para discutir as estratégias e prioridades de gestão. Os vídeos completos têm duas horas de duração e serão posteriormente disponibilizados.

Os trechos podem ser acessados pelo endereço: http://blogs.cultura.gov.br/reformadaleirouanet

Outras informações: contate@cultura.gov.br



Fonte: Fundação Palmares

Obama é eleito 'Personalidade do Ano' pela revista 'Time'

Image and video hosting by TinyPic
Barack Obama foi capa da 'Time' 15 vezes nos últimos dois anos


A revista americana Time escolheu o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, como "Personalidade do Ano" de 2008.


Segundo a revista, Obama recebeu o título, concedido todos os anos a uma personalidade de destaque, por "ter a confiança de esboçar um futuro ambicioso em um momento sombrio e a competência que faz os americanos terem esperança de que ele talvez consigar realizá-lo".

"Em uma da eleições mais loucas da história americana, ele superou a falta de experiência, um nome esquisito, dois candidatos que são instituições políticas e a divisão racial para se tornar o 44º presidente dos Estados Unidos", diz o texto da revista.

"É pouco provável que você esteja surpreso ao ver o rosto de Obama na nossa capa", acrescenta a Time . "Ele dominou a esfera pública tão completamente que é inacreditável lembrar que metade dos americanos nunca havia ouvido falar dele dois anos atrás."

Capa

Obama foi capa da Time 15 vezes nos últimos dois anos. "Precisaríamos de algum motivo realmente forte para não escolher o presidente eleito Barack Obama", disse o editor de internacional da Time, Michael Elliot, à rede americana de televisão CNN.

Elliot afirmou que Obama tem uma história "extraordinária", que cativou pessoas "de Jacarta a Dublin, de Iowa a New Hampshire".

"Há um grau de empolgação cercando Obama que nós tentamos capturar em nossa escolha", disse o editor.

A Time escolhe o "Homem do Ano" desde 1927, e desde então elege um homem, mulher ou grupo de destaque. Em 1999, o título passou a ser chamado de "Personalidade do Ano".

Entre ganhadores recentes do título estão o atual primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, o público da internet e o soldado americano.

Destaques

Além da "Personalidade do Ano", a Time também elegeu quatro nomes para a segunda colocação: o secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, a candidata republicana a vice-presidente americana Sarah Palin e o cineasta chinês Zhang Yimou, que dirigiu a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim.

Outras 17 pessoas que se destacaram em 2008 também foram escolhidas, entre elas o presidente americano, George W. Bush, e a senadora Hillary Clinton, que disputou com Obama a indicação do Partido Democrata para concorrer à Presidência e será secretária de Estado no novo governo.

Também foram destacados o candidato republicano à Presidência, John McCain, que foi derrotado por Obama, e o secretário de Defesa americano, Robert Gates - que permanecerá no cargo no governo de Obama.

O presidente do Zimbábue, Roberto Mugabe, foi uma das pessoas destacadas pela revista. A Time disse que "é difícil acreditar que Mugabe um dia foi uma figura heróica na África" e que hoje ele "preside uma cleptocracia corrupta".

A franco-colombiana Ingrid Betancourt, ex-refém das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que foi resgatada em julho depois de seis anos de cativeiro na selva, foi outra personalidade destacada pela revista.

Parabéns!!

Por Fátima Rosa


A Escola Indígena Estadual Guarani Karai Kuery Renda, os Colégios Estaduais Dr. Artur Vargas e Honório Lima de Angra dos Reis, RJ, receberam certificados de iniciativas,onde efetivamente têm contribuído para a implemantação da Lei nº 11.645/08. A entrega foi realizada pela Coordenação de Diversidade e Inclusão Educacional, da Superintendência Pedagógica Estadual no auditório do Centro Administrativo do Governo do Rio de Janeiro, na Rua da Ajuda no dia 27/11/2008 em uma homenagem ao Dia Nacional da "Consciência Negra", dentro da "Agenda Cultural Zumbi dos Palmares"

Nesse evento estiveram presentes: Rosa, da Coordenadoria da Baía da Ilha Grande, os professores indígenas Waldir da Silva , Alessandro Mimbi e Fátima Rosa Professora de História e uma das fundadoras do movimento negro Ylá-Dudu.

Grupo de militares tenta dar golpe de estado na Guiné, no leste da África

Image and video hosting by TinyPic
Por Meire Gomes


Um grupo de militares tentou dar um golpe de estado, nesta terça-feira (23), na Guiné, país no leste da África.

Os golpistas chegaram a afirmar que tinham dissolvido o parlamento e derrubado o governo. A tentativa ocorreu um dia depois da morte do ditador, Lansa Conte - que governou a guiné por 24 anos e estava doente há vários meses.

Mas o primeiro-ministro afirmou a uma rádio francesa que continua no cargo e que prepara a transição política no país.

December 19, 2008

China garante que crise global não cessará ajuda à África

Image and video hosting by TinyPic
Por Meire Gomes

Embora a China comece a sentir os efeitos da crise financeira internacional, o país "não reduzirá sua assistência à África" no futuro, destacou o primeiro-ministro Wen Jiabao, citado pela agência de notícias oficial "Xinhua".

Wen frisou, durante sua reunião hoje na capital chinesa com o presidente angolano, José Eduardo dos Santos, que Pequim manterá os compromissos estabelecidos durante a cúpula entre China e África de 2006, realizada em Pequim com a presença de líderes de mais de 40 países da África.

Na reunião, o Governo chinês se comprometeu, por exemplo, a dobrar sua assistência à África em 2009, fornecer US$ 3 bilhões em empréstimos preferenciais e estabelecer um fundo de US$ 5 bilhões para estimular as empresas chinesas a investir nesse continente.

A China realiza aqui na África projetos de construção de açudes, estradas, refinarias e outras infra-estruturas, às que a maioria dos países do continente dão boas-vindas, embora com certas reservas em relação aos métodos chineses.



Fonte: Agência EFE

December 17, 2008

Evento no Rio: Amanhã, dia 18

Por Adel Gonzaga

Image and video hosting by TinyPic

NÃO SE PODE DESTRUIR UM PATRIMÔNIO COMO ESSE IMPUNEMENTE
O RIO DE JANEIRO EXIGE RESPEITO, COMPAREÇA!

December 16, 2008

2008, o ano de grandes reflexões para a população negra

Image and video hosting by TinyPic
Por Maria Bernadete L. da Silva
Diretora de Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro da Fundação Cultural Palmares



"(...) a condição inicialmente escrava dos primeiros (negros) e as conseqüências sócio-históricas a ela vinculadas contribuíram para acentuar a diferença que fundamenta a discriminação, mas o complexo processo de miscigenação aqui efetivado teceu o véu que pretende disfarçar o preconceito e que precisa ser permanentemente denunciado(...)
(Proença Filho, 1975)



Nesses 120 anos de abolição da escravatura, desejamos celebrar a liberdade conquistada pelos nossos antepassados, deixada a nós como herança. Celebramos, ainda, a dignidade e a coragem para continuar lutando por uma vida com cidadania plena. Segundo os dados do Atlas Racial Brasileiro, divulgados pelo PNUD, em 2004, 65% dos pobres e 70% dos indigentes brasileiros são negros. A pesquisa mostra ainda que, apesar de uma queda nos números de mortalidade infantil, as taxas entre os filhos de mulheres negras são 66% acima das registradas entre os de mulheres brancas. É inegável que a pobreza e a exclusão neste país que se orgulha de proclamar sua igualdade racial e a democracia multiétnica têm cor e raça. Somos nós, os negros e todos os afro-descendentes desse enorme país, que ainda nos constituímos na grande maioria oprimida, excluída e marginalizada.

A escravidão acabou. Faz 120 anos que foi assinada a Lei Áurea, mas as seqüelas das mentalidades senhoriais e escravistas em nossa sociedade ainda estão vivas, continuam pulsantes e adquiriram novos matizes e tonalidades. Da sujeição degradante de seres humanos, embarcados em navios negreiros sob correntes embarcados a ferro em brasa para a produção de riquezas que nunca lhes trouxeram prosperidade, aos indicadores sociais e econômicos atuais, podemos perceber uma sociedade insistentemente opressora e escravocrata, na qual os negros e sua descendência ainda são considerados cidadãos de segunda categoria e sujeitados a práticas indignas e aviltantes.

A escravidão foi a força nefasta que nutriu com o sangue dos africanos e de seus descendentes, na América em geral e no Brasil em específico, a economia senhorial por mais de 300 anos. Não existe explicação plausível que seja capaz de atenuar ou justificar a ignomínia da escravidão mercantilista, direcionada contra a população africana pelos europeus que colonizaram a América e o Brasil. O processo histórico conhecido como escravidão negra não encontra precedentes que possam explicar de forma convincente a total ausência de decência e dignidade dos cristãos e muçulmanos diante das populações negras escravizadas e vendidas para a América, para a Ásia e outras regiões. Nada há que se compare a essa tragédia em sua intensidade e duração.

Força e determinação - Mesmo assim, não se pode perder de vista a força e a determinação das populações negras transplantadas, à força para as pátrias da escravidão no Novo Mundo. É a sua força e o seu sangue que construíram essas terras e suas sociedades, sua riqueza, sua gente e suas culturas e valores. Como povo, somos muito mais negros do que atestam as cores de nossos corpos nas Américas. A enorme herança deixada pelos escravizados e seus descendentes se traduz em todas as expressões dos cotidianos de nossos povos, países e costumes, economias e culturas.

A força e a violência da escravidão não ocultam a grandeza dos homens e mulheres a ela submetidos e que contra ela se insurgiram em todos os momentos, evidenciando claramente que nunca se tratou de um "contrato" como postularam muitos historiadores, mas sim de uma violência contra a humanidade e numa deformação daquilo que os escravizadores chamaram de civilização. A história da escravidão africana pode e deve ser lida a partir da ótica da resistência dos escravizados. Essa resistência deu-se sob todas as formas e em todos os momentos e ainda hoje se expressa nas lutas dos afro-descendentes em busca da verdadeira democracia racial e da igualdade cidadã que embora seja tão louvada em nosso país, nunca foi realmente aplicada.

Africanos e seus descendentes no Brasil resistiram á dominação escravista de todas as formas possíveis, desde a composição de um universo social paralelo a dos brancos, magnificamente tecido nos contextos das religiões de matrizes africanas que deram aos escravizados novos horizontes e a possibilidade de se redignificarem adquirindo posições sociais, famílias e honras, até as fugas e a constituição de sociedades e de estados paralelos aos dos brancos, expressos pelos quilombos que colocaram o sistema escravista, permanentemente, em estado de alerta e de defesa. A escravização não foi aceita de forma passiva e mesmo supostos atos de submissão por parte dos escravos podem ser percebidos sob a ótica da resistência e da luta pela liberdade.

Novo confinamento - Sabemos que a abolição foi inconclusa, jamais foi completada, e tanto o Estado Nacional do Brasil, quanto a sua sociedade, jamais elaboraram qualquer projeto que tivesse por objetivo minimizar os males de mais de três séculos de escravidão infamante. Os procedimentos da abolição, levados a cabo quando em toda a América já se tinha consumado o fato, só vieram a se completar no Brasil, quando as pressões externas se tornaram insuportáveis e a economia escravista já não representava uma fonte de ganhos confiáveis, uma vez que o tráfico estava inviabilizado e os boicotes impostos por países, como a Inglaterra, impunham a adoção do trabalho livre. Entretanto, essa libertação trouxe poucas alterações para as populações negras do país. A libertação das senzalas significou um novo confinamento, dessa vez nas favelas, onde ainda hoje os negros morrem indistintamente, acusados de forma banal de liderarem o tráfico de drogas ou simplesmente alvos de balas perdidas, vítimas sociais de uma violência que pouca atenção recebe por parte dos poderes constituídos.

Durante décadas, após a abolição, as populações negras foram exploradas e aviltadas sob as mais diversas circunstâncias. Muito desse processo ainda não está devidamente estudado e podemos observar uma enorme lacuna nos estados sobre os cotidianos das populações negras urbanas e rurais do Brasil no período compreendido entre os anos 1890 a 1940. Meio século após a abolição, populações negras experimentavam o horror das perseguições policiais e religiosas, a intolerância social e a difamação cientifica ao expressarem suas crenças e convicções religiosas herdadas de seus ancestrais. Nesse mesmo período, observamos a favelização de enormes contingentes de populações negras, excluídas dos benefícios das revoluções sanitárias e urbanas por que passou o país na primeira metade do século 20. O que dizer então do acesso à terra e da legalização das posses e propriedades fundiárias das populações e comunidades de negros por parte do Estado Nacional? Basta nos lembrarmos de que a questão e o tema dos quilombos estiveram absolutamente ausentes de toda e qualquer discussão política no país desde a abolição até a promulgação da Constituição de 1988.

Em diversos momentos o Estado Nacional expressou sua vergonha pela presença maciça de negros em sua sociedade, esquecendo-se de que foram os negros e seus descendentes que construíram a grandeza e a civilização desse país.

Estatuto da Igualdade Racial - Em função de uma luta histórica, em que se percebe claramente o ativo papel das populações negras na busca por uma sociedade mais justa e democrática, o senador Paulo Paim, um representante negro, no legislativo que muito nos honra e dignifica, decidiu, neste ano de 2008, conclamar a sociedade para refletir sobre os 120 anos passados desde a assinatura da Lei Áurea e colaborar para que os projetos que possam pavimentar a via da igualdade etno-racial em nosso país e que se encontram em tramitação no Congresso Nacional possam ser aprovados, a exemplo do Estatuto da Igualdade Racial, que tramita no Congresso marcado pr uma clara ideologia branqueadora há dez intermináveis anos.

Ao examinarmos esses 120 anos passados desde a abolição da escravidão no Brasil, lançamos um olhar para o futuro, respeitando e honrando a luta dos homens e mulheres que aqui estiveram antes de nós e abriram caminhos, lutaram por ideais de igualdade e de justiça, enfrentaram o ódio, as perseguições e os preconceitos, viveram e morreram para que nós que aqui continuamos a jornada possamos ampliar e pavimentar os caminhos por eles traçados e abertos com suas lutas e seu sangue, a fim de que aqueles que nos sucederão nessa jornada interminável que é a vida possam encontrar dignidade, onde hoje ainda impera a injustiça e as desigualdades.

Mesmo sabendo que ainda há um longo caminho a percorrer, para garantir uma educação pública de boa qualidade, para que não tenhamos, mais adiante, que continuar a defender as cotas para a educação superior que poderão representar a diferença entre a inclusão ou a continuidade da exclusão, sabemos que a luta é boa e como tal deve ser encarada. Esse ideal de luta deve estar vivo em cada um de nós para garantir aos nossos irmãos o acesso e a permanência na terra conquistada e mantida por seus ancestrais ou, ainda, a dignidade de empregos bem remunerados e a garantia da boa formação de nossa mão-de-obra, aproveitada em trabalhos dignos e rentáveis, capazes de tirar nossos irmãos da miséria e da vergonha da pobreza humilhante. Só assim a abolição será uma realidade.

Este 2008 é realmente de grandes temas: 120 anos da abolição, 100 anos de nascimento de Solano Trindade; 100 anos de Umbanda, 40 anos do assassinato de Martin Luther King, 25 anos dos agentes pastorais negros, e 20 anos da publicação do artigo 68 da Constituição Federal. Que seja o ano em que o Estado Nacional e a sociedade brasileira possam, enfim, definir bases que viabilizem a inclusão dos afro-descendentes nos contextos das políticas públicas e que as reivindicações mais justas de acesso à terra por parte das populações de remanescentes dos quilombos, a garantia de igualdade de condições de acesso aos benefícios cidadãos e o respeito integral aos direitos individuais e coletivos das populações negras e seus descendentes sejam realmente assegurados.

Solano Trindade - Quero aqui abrir um parêntese e falar de um personagem singular no contexto das personalidades negras de nossa cultura nacional. Trata-se do ator, poeta e pintor Solano Trindade, que nasceu em Recife, em 1908. Era filho do sapateiro Manuel Abílio e da quituteira Merença (Emerenciana). A poética e o intenso labor artístico de Solano Trindade estão muito além do que se convencionou classificar, de forma pejorativa na maioria das vezes, de uma estética-poética "negra" ou "folclórica". O seu método era sintetizado na frase: "Pesquisar na fonte de origem e devolver ao povo em forma de arte". Ou seja, o papel do artista é o de defrontar o povo com aquilo que ele mesmo produz para que ele (o povo) se veja como sujeito criador de cultura e sentido para o mundo. Dessa maneira, o artista cumpre o seu papel criativo de intérprete/desconstrutor da realidade e, ao mesmo tempo, se liga historicamente às aspirações e dilemas dos homens e mulheres do povo.

Para Solano, a cultura negra traduz valores universais que, sem diluir-se no amálgama cultural brasileiro, refaz-se historicamente em forma de consciência crítica e transformadora da realidade social. Em resumo: escutar o povo e traduzir a sua consciência em forma de poesia. Neste trecho do poema "Conversa" (Cantares a Meu Povo, 1963) o poeta coloca-se como um crítico à realidade dos negros sem, com isso, se arrogar o papel de "observador neutro" ou de "eleito" que fala assepticamente para "os de baixo", pois conhece a "verdade". Ao contrário, Solano, ao identificar-se com os dramas do negro, o faz como um negro, como parte, e é dessa posição que lança o seu olhar crítico, em forma de poesia, às condições degradantes de trabalho e de vida do povo. Por isso, o poema é estruturado na forma de um diálogo e é por meio desse instrumento que se desmistifica a realidade presente, poesia nos faz sentir saudade, lamento, dor, paixão... ou realidade... Eita negro! Quem foi que disse que a gente não é gente? Quem foi esse demente, se tem olhos não vê... "Que foi que fizeste mano pra tanto falar assim".


Plantei os canaviais do Nordeste


E tu, mano, o que fizeste? Eu plantei algodão nos campos do sul
pros homens de sangue azul que pagavam o meu trabalho
com surra de cipó-pau.
Basta, mano, pra eu não chorar,
E tu, Ana, Conta-me tua vida,
Na senzala, no terreiro - Eu...cantei embolada,
pra sinhá dormir, fiz tranças nela,
pra sinhá sair ...



100 anos de Umbanda - Desejo também celebrar os 100 anos da Umbanda, a religião nacional, por excelência, síntese de tudo o que somos e de tudo aquilo em que cremos. Imagem clara e dinâmica de nossa cultura e de nossa sociedade, sempre em movimento, jamais acomodada, sempre aberta ao novo e às mudanças. Religião de matriz africana muito importante desempenhou um papel fundamental na resistência contra o preconceito e a perseguição, durante o Estado Novo e continua desempenhando contra a intolerância nos dias de hoje, foi fundada em 15/11/1908 no Estado do Rio de Janeiro. Enraizada na cultura brasileira, evoluiu muito durante esses cem anos de existência. Os rituais que antes aconteciam apenas de forma escondida pela perseguição que sofriam, hoje contam com grandes instituições e colégios que a fortalecem, até mesmo com uma Faculdade de Teologia Umbandista reconhecida pelo MEC. Presente atualmente em 12 países, a Umbanda possui milhares de adeptos em todo o mundo, principalmente no Brasil, onde surgiu.

Infelizmente o preconceito e a intolerância religiosa enfrentada por essas comunidades ainda é muito grande, o que faz com que esses números tão expressivos não sejam observados facilmente nas ruas. A grande maioria desses templos de Umbanda, cerca de 90%, não possui identificação em suas fachadas, e a grande maioria dos umbandistas, quando questionada sobre sua religião, não se identifica como tais. Tudo isso pelo temor à animosidade da sociedade, que de uma forma geral critica aquilo que desconhece. Esses dois procedimentos, tanto da sociedade umbandista como da não-umbandista, causam um ciclo vicioso, gerando assim mais preconceito e mais temor ao preconceito, conseqüentemente causando a exclusão social de uma grande parcela da comunidade.

Luther King - Homenageio também o grande líder e humanista Martin Luther King, cuja morte ocorreu há 40 anos, vítima de um assassinato que expressou todo o conteúdo da intolerância racial da civilização norte-americana. Ativista defensor dos direitos civis, nos Estados Unidos, morreu sem realizar o sonho de ver uma nação lá, ou aqui, onde as pessoas fossem julgadas pelo seu caráter e não pela cor de sua pele.

O ano de 2008 marca, também, os 25 anos dos agentes pastorais negros. O surgimento dos Agentes de Pastoral Negros (APNs) está relacionado a uma série de fatores que determinaram a sociedade brasileira e as igrejas na década de 1970 e no início da década de 1980, dentre eles: o fim da ditadura militar, a luta pela democracia, o fortalecimento da Teologia da Libertação etc. Os Agentes de Pastoral Negros pautam a sua ação na conscientização, na organização e na valorização da população afro-brasileira. Assim, um dos indicativos para os APNs foi a organização de trabalhos e ações junto às comunidades afro-brasileiras empobrecidas, o diálogo com as comunidades de matriz africana e com o movimento social e popular. A atuação dos APNs na defesa dos direitos e na promoção da comunidade negra constitui-se, desde o princípio, como uma ação conscientizadora e libertadora. Nesse contexto, a prática de fé constitui-se um dos elementos fundantes para a luta contra o racismo e a discriminação na sociedade e nas igrejas. Ao longo desses 25 anos dos APNs, não podemos deixar de considerar o que aconteceu ao longo desse processo no mundo, na sociedade brasileira e no movimento social, particularmente no movimento negro.
Considero que os agentes pastorais negros vêm ocupar o espaço deixado pelas antigas irmandades negras, de tão grande importância, durante o período da escravatura e no pós-abolição.
Divisor de águas - Neste ano ainda comemoramos os 20 anos do art 68 da Constituição Federal, seguramente umas das maiores conquistas sócias de nossa sociedade e, sem dúvida alguma, o grande divisor de águas na luta pelo acesso á terra de uma enorme parcela da população rural brasileira, constituída por negros afro-descendentes remanescentes dos quilombos.

No final da década de 1980, o Brasil viveu um momento especial. sob forte pressão, os parlamentares aprovaram uma nova Constituição para a nação brasileira. A nova Carta Magna trouxe uma novidade que modificou, parcialmente, a história de uma parcela do campesinato brasileiro. No art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias foi inserido um direito especial: ?Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras, é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes títulos respectivos? (TRECCANI, 2006: 83).

Racismo ambiental - Uma questão que tem alterado o ritmo de vida das populações negras e indígenas em todo o Brasil refere-se a uma nova especificidade do racismo, denominado, então como "racismo ambiental". Tal prática é uma flagrante evidência da hierarquização social estruturada a partir dos valores econômicos e políticos e das relações sócio-ambientais que se pautam a partir dessas hierarquizações que ignoram o verdadeiro valor de sociedades e populações e, em muitos casos, a humanidade de grupos sociais, que se tornam conjuntos indesejáveis diante de questões que apresentam um caráter ambiental que, pretensamente, seria de interesse de uma parcela mais relevante da sociedade.

Para que nosso pensamento possa ser melhor esclarecido, torna-se necessário, a princípio, conceituar o termo "racismo ambiental": "Pode-se definir como sendo a colocação intencional de lixeiras perigosas, aterros sanitários, incineradoras, indústrias poluidoras etc., em comunidades habitadas por minorias étnicas ou pelas camadas mais desfavorecidas economicamente da população. Essas comunidades são particularmente vulneráveis porque são vistas como não reivindicativas, sem poder de negociação e fracas politicamente devido à sua enorme dependência dos empregos e ao medo pela própria sobrevivência econômica".

Cotas para afro-descendentes - Depois de longa luta dos movimentos negros, as cotas estão em vigor, apesar da resistência de alguns, e para provar o contrário do discurso desses, está provado que o desempenho dos cotistas é de muito boa qualidade. Os quilombolas conseguiram garantir uma consulta pública respeitando a convenção 169 da OIT (organização Internacional do Trabalho), pela primeira vez na história do pais, para deliberar sobre a regulamentação fundiária dos seus territórios.

Talvez, o objeto de nossa luta: uma sociedade livre de preconceitos e de qualquer tipo de discriminação, onde haja oportunidades iguais, onde cada homem e mulher negra possa exercer cidadania plena ainda esteja longe de ser concretizada, mas já provamos que somos persistentes, que somos capazes de conviver e de mudar as adversidades. Não escolhemos, enquanto povo, vir para os campos e as lavouras do Brasil como escravizados. Nossos ancestrais foram seqüestrados e violentamente trazidos para esta terra. Gerações de negros africanos e seus descendentes aqui viveram e morreram, forjando uma identidade pluriétnica para esta Pátria que não é branca.

Somos todos brasileiros, independente da cor e da origem e a Constituição garante a todos os cidadãos a igualdade de direitos e de benefícios por parte do Estado. Nossa luta é para garantir essa igualdade, para fazer valer a Constituição e em respeito ao sofrimento e à determinação de todos aqueles que nos precederam nessa longa jornada que começou na escravidão de homens e mulheres que se mantiveram livres em seus espíritos ousados e insubmissos.

Não comemoramos hoje a mera assinatura de um documento tardio que legalizava uma situação que por si mesma se mostrava insustentável e vergonhosa para o próprio país. Após 120 anos da Lei Áurea, temos o que comemorar sim: nossa luta, nossa insatisfação com as desigualdades persistentes, nosso desejo de mudanças, de justiça e de reparação, nossa vontade de sermos brasileiros por completo, cidadãos plenos e dignos em uma sociedade sem racismo e sem distinções de raça, cor, gênero, credo, ou qualquer outro tipo de auto-definição.



Referências:

CONRAD, Robert. Os últimos anos da escravatura no Brasil. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1978.

MATTOS, Hebe Maria. Das cores do silêncio. Os significados da liberdade no sudeste escravista. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1998.

SANTOS, Ivair Augusto dos. O Movimento Negro e o Estado (1983-1987). São Paulo, Imprensa Oficial, S/D.

GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo e HUNTLEY, Lynn. Tirando a máscara. Ensaios sobre o racismo no Brasil. São Paulo, Paz e Terra, 2000.

CHIAVENATO, Julio J. O negro no Brasil. Da senzala à Guerra do Paraguai. São Paulo, Brasiliense, 1987.

SILVA, Nelson F. I. da. Consciência negra em cartaz. Brasília, UNB. 2001.

BARBOSA, Lúcia Maria de A., SILVA, Petronilha B. G. , SILVÉRIO, Valter r. (orgs). De preto a afro-descendente. Trajetos de pesquisa sobre relações étnico-raciais no Brasil. São Carlos, EDUFSCAR, 2004.

CADERNOS NEGROS VOLUME 31 - POEMAS AFRO-BRASILEIROS

VENHA PARTICIPAR DO LANÇAMENTO DO LIVRO


CADERNOS NEGROS VOLUME 31 - POEMAS AFRO-BRASILEIROS



DIA 18 DE DEZEMBRO DE 2008

ÀS 19H30

LOCAL: FACULDADE DAS AMÉRICAS

R. AUGUSTA, 973 (a três quadras do metrô Consolação)
São Paulo-SP


Autores:

Ademiro Alves (Sacolinha), Claudia Walleska, Cuti

Dirce Pereira do Prado, Edson Robson, Elio Ferreira

Esmeralda Ribeiro, Fausto Antônio, Jamu Minka

Luís Carlos de Oliveira, Márcio Barbosa, Mel Adún

Miriam Alves, Mooslim, Rubens Augusto, Ruimar Batista

Sergio Ballouk, Sidney de Paula Oliveira, Tico de Souza




Performance das atrizes Mafalda Pequenino e Luciana.

Participações especiais: Helton Fesan e Johnson Light.

December 12, 2008

Dicas de livros

Contos e Lendas da África
Yves Pinguilly


Image and video hosting by TinyPic

Sinopse: Na linguagem secreta dos homens-leões e das mulheres-elefantes, as antigas sabedorias dos povos africanos vêm sendo contadas de boca em boca através de sucessivas gerações, ensinadas como lições de vida ou cantadas em praça pública pelos griots (músico e poeta da África Ocidental, que conserva e transmite a memória oral). As histórias que constituem a literatura oral das diversas nações africanas, guardadas no imaginário dos homens e mulheres, percorrem as diferentes paisagens que formam o continente. São histórias de caçadores e agricultores, bruxas e feiticeiros, reis e princesas, de heróis que atravessam a mata para cumprir seus destinos, e de fundações míticas de cidades. São também histórias de pequenas ou grandes disputas entre marido e mulher, histórias de amor e de morte, lendas de comunhão com os segredos da natureza e da terra. "Contos e lendas da África" traz dezessete dessas histórias, acompanhadas de um mapa e um glossário de palavras africanas. Mais um volume da Coleção Contos e Lendas, da qual fazem parte, entre outros, os livros "Contos e lendas dos cavaleiros da Távola Redonda", "Contos e lendas da mitologia grega" e "Heróis e vilões da Roma Antiga".



Título: Contos e Lendas da África
Autor: Pinguilly, Yves
Editora: Companhia das Letras


Preço: Em torno de R$ 25,00 (OBS: Na Livraria Martins Fontes, em São Paulo, foi encontrado a R$ 23,60 - frete a contratar)*

Compras por telefone ou pela internet: (11) 2167-9900
* www.martinsfontespaulista.com.br

Curitiba, PR: Concurso Beleza Negra 2008

Nosso leitor Rafael Antônio, de Curitiba, nos enviou um vídeo referente ao Concurso Beleza Negra 2008, acontecido no último dia 22 de novembro nesta mesma cidade. Além da escolha do Rei e da Rainha dos Palmares, o evento contou com muita música e dança como o Grupo de Dança Ilê Aiyê, formado por ex-Deusas do Ébano, que se apresenta apenas uma vez a cada ano, e outras atrações, como a cantora paulista Paula Lima (ex-Funk Como Le Gusta), a mais destacada intérprete da black music no Brasil desde os anos 90, os colombianos do Grupo Kilombo, com sua mistura original de salsa, mambo, boogaloo, jazz, funk e ritmos folclóricos, além do trio vocal EME XXI, formado pelas cantoras Márcia Short, Cátia Guimma e Carla Visi, veteranas do circuito baiano que, com este novo projeto, exploram novas sonoridades da MPB contemporânea, sem deixar de lado a presença de palco que conquistaram em cima do trio elétrico*.

Para quem não pôde estar lá, é só conferir o vídeo sobre este evento logo abaixo..





* Agecom e Rafael Antônio

December 11, 2008

Eventos em Maceió AL e em Salvador BA

Maceió

Image and video hosting by TinyPic

Mais informações: (82) 8814-4366, 8808-9366, ou
pelo email tacmar_@hotmail.com
Acesse o site: http://www.muzenza.com.br


PROGRAMAÇÃO


DIA 12/12/2008 (sexta-feira)
MANHÃ:
10:00 recepção dos participantes.



TARDE:
15:00 distribuição dos alojamentos.
17:00 roda de abertura no centro da cidade, (calçadão do comércio);



NOITE: ( Centro de Treinamento Muzenza, Rua da Saudade, n° 60 Clima Bom I. Tabuleiro).
19:00 jantar
20:00h Palestra com Arisia Barros, (Gerente de Educação Étnico Racial)
(Tema: Preconceito Racial Femenino)



DIA 13/12/2008 (sábado)
Escola Dom Helder Câmara (Rua Acre, s/n° Feitosa, Prox. ao Hotel Pantanal).



MANHÃ:
08:00 café da manhã;
09:00 Aulão com Graduada Pequena,
(Grupo Muzenza, Maceió-AL)
10:00 Aulão com Graduada Coelhinha
(Grupo Oficina Capoeira, Salvador-BA)
11:00 Apresentação de Dança Afro
(Grupo Malungos do Ilê)
11:30 Roda aberta
12:00 Almoço



TARDE:
14:00 Aulão com Instrutora Fá Dias
(Grupo Globo Brasil Capoeira, Salvador-BA)
15:00 Aulão de maculelê com Graduada Nana, (Grupo Muzenza, Maceió-AL)
16:00 Roda aberta;

17:00 Apresentação das Orixás Iabás, (Ilê Axé Legionirê).



NOITE:
19:00 jantar
20:00 exibição da peça :
(A cor do pecado);
20:30 exibição da Peça a Revolta do Mangue e Poesia Musicada.
Após as programações, noite livre.

DIA 14/12/2008 (domingo)
Praça Corredor Vera Arruda/ Jatiúca

MANHÃ:
08:00 Café da manhã
Manhã livre.
12:00 Almoço

TARDE:
16:00 Aulão na Praia com convidadas.
17:00 Roda aberta
18:00 Encerramento, (apresentação da
Dança do Fogo)

NOITE:
Despedidas e comemorações





II Bahia Afro Film Festival

Imagine Todo o Povo Negro Juntos
De 16 a 21 de dezembro de 2008
Ilê Aiyê - Senzala do Barro Preto / Salvador / Bahia



Image and video hosting by TinyPic

Salvador, com sua diversidade étnica e marcante herança africana, é a cidade mais negra fora da África. A força das tradições de origem africana pode ser percebida no cotidiano dos moradores da cidade, com aspectos relevantes na religiosidade, festividade, musicalidade e demais expressões artísticas. Essa riqueza cultural e histórica desperta a atenção de pessoas dos quatro cantos do mundo, que voltam seus olhos para Salvador.

É nesta cidade tão vista, elogiada, cantada e registrada que acontecerá a segunda edição do Bahia Afro Film Festival, uma mostra internacional de produções cinematográficas que enfocam a cultura negra em seus diversos aspectos ou tenham como referenciais a contribuição dos povos afrodescendentes para o mundo. O evento acontecerá entre os dias 16 a 21 de dezembro, na Senzala do Barro Preto, espaço cultural e sede do mais antigo bloco afro da Bahia, o Ilê Aiyê, localizado na Ladeira do Curuzú, no Bairro da Liberdade.

O Festival promoverá um importante intercâmbio entre realizadores do campo áudio-visual da África e dos países da Diáspora africana, como Estados Unidos e Brasil, além de possibilitar ao público interessado em cinema o acesso a importantes obras da cinematografia mundial, tanto produções da indústria do cinema como produções independentes.

Através do slogan Imagine todo o povo Afro Juntos, durante os seis dias, o Festival priorizará em sua programação, mostras cinematográficas de curtas, média e longas metragens; de ficção, documentários e animação, além de oficinas, encontros com realizadores, homenagens a artistas, apresentações de outras linguagens artísticas, entre outras atividades.


Maiores informações:

Casa de Cinema da Bahia (71) 33221279 / 1728

Ataque a quilombolas no RS

Ontem (10/12), dia em que se comemora os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) ocupou a tribuna da Câmara para fazer um protesto. Ela denunciou o ataque a três membros da Comunidade Remanescente de Quilombo dos Alpes, em Porto Alegre (RS), que resultou na morte de duas pessoas na última quinta-feira (4). Segundo a deputada, o racismo motivou o crime. Foi solicitada uma Comissão Externa da Câmara para acompanhar o caso. Os parlamentares devem fazer uma diligência em Porto Alegre na próxima semana.

Ao reconhecer os avanços na consolidação dos Direitos Humanos no Brasil, em especial a partir da Constituição de 1988, Maria do Rosário manifestou inconformidade com o ataque aos membros da família Ellias. "É com tristeza que no aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos temos de fazer um protesto, um pronunciamento veemente de indignação pelo vil assassinato de duas lideranças quilombolas", acrescentou. A deputada informou que a comunidade está em luto pelo assassinato de Joelma da Silva Elias e Volmir da Silva Elias. A terceira vítima, Rosângela da Silva Ellias, liderança maior da comunidade, também foi baleada e continua recebendo ameaças.

Nota - Logo após o pronunciamento de Maria do Rosário, o deputado Vicentinho (PT-SP), presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Quilombos, divulgou nota de pesar pelos acontecimentos em Porto Alegre. "Expressamos nossa preocupação com o clima de hostilidades que está trazendo intranquilidade à comunidade. Da mesma forma, manifestamos nossa total solidariedade e apoio para com os moradores do Quilombo de Alpes, por entendermos que as comunidades remanescentes de quilombos são territórios ocupados há várias gerações, permitindo a reprodução física e cultural das comunidades", diz a nota.


Lideranças do Quilombo dos Alpes são assassinadas em Porto Alegre


No dia 4 de dezembro, por volta das 13h30, a Comunidade Remanescente de Quilombo dos Alpes foi brutalmente atacada. Dois líderes quilombolas foram assassinados: Joelma da Silva Ellias (Jô, 36 anos), diretora de eventos e membro do conselho fiscal da Associação do Quilombo dos Alpes, e Volmir da Silva Ellias (Guinho, 31 anos), vice-presidente da Associação do Quilombo dos Alpes. O assassino ainda deixou ferida Rosangela da Silva Ellias (Janja), presidente da associação. O ataque ocorreu dentro da comunidade. Volmir e Joelma foram alvejados pelas costas. Segundo a comunidade, o assassino é conhecido como Alemão, que morava na área do quilombo e há algum tempo vinha ameaçando as lideranças.

Na manhã desta segunda-feira (8), representantes das Comissões de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, da Câmara de Vereadores e diversas entidades ligadas ao movimento negro e aos quilombolas realizaram uma manifestação em frente ao Palácio da Polícia. Exigem que a Polícia determine a busca do assassino das duas lideranças. Além disso, pedirão à Polícia Federal para acompanhar o caso. Na quarta-feira, haverá uma missa, às 19 horas, no Quilombo dos Alpes. Na quinta, será realizada uma audiência pública na Câmara de Vereadores. Cerca de 70 famílias vivem no Quilombo dos Alpes Dona Edwiges, localizado no morro dos Alpes, na região da Grande Glória, zona sul de Porto Alegre.


Confira abaixo a íntegra da Nota de Pesar da Rede Quilombos do Sul:


"Estamos consternados com o acontecimento nefasto que levou a vida dos valorosos quilombolas Binho e Joelma, e colocou Janja no hospital baleada nas pernas.

O Quilombo dos Alpes vive talvez sua maior historia de violência e resistência. Assim os fatos se repetem, ainda neste ano assistimos pela imprensa, um caso de assassinato de um visitante em uma festa no Quilombo Silva.

Hoje vivemos a saga de um assassinato a sangue frio, de duas lideranças quilombolas e outra com graves ferimentos na cidade de POA. A Porto Alegre, não tão alegre, sobretudo para o Povo Negro, que resiste nos quilombos, nos terreiros, nas periferias da Cidade do Barra Shopping, do Pontal do Guaíba, dos Portais da Cidade.

A Porto Alegre das Leis Intolerantes que afrontam a Liberdade de Culto da Religiosidade de Matriz Africana, a Cidade que não pára de aumentar sua violência, contra os pobres, os negros, as mulheres, os moradores de rua e a juventude negra de periferia com a repressão ao crime. Quando este massacre vai terá um fim?

Quando veremos uma atitude dos poderes públicos, contra a violência nos territórios negros, que não avançam na garantia e proteção de seus direitos constituídos por leis nacionais e internacionais?

Não podemos mais aceitar que nossos líderes sejam mortos, por negligência do poder público.

Agradecemos ao acompanhamento do INCRA em processos como este por ex, mas depois que óbitos são constituídos pouco adiantam suas ações.

Assim entendemos que o processo de demarcação e regularização fundiária dos territórios quilombolas por parte do governo federal deve ser acelerado, bem como o aumento dos recursos públicos e o maior controle das comunidades sobre os mesmos deve ser marco de luta do movimento quilombola e meta dos governos em todas as suas esferas, bem como centro de debate da constituição de emendas orçamentárias de parlamentares sérios, mais que a garantia de recursos para seus currais eleitorais.

O Plano Diretor da Cidade e seu Conselho Gestor, muito vinculado às forças do poder econômico imobiliário de Porto Alegre, devem ser apropriados pelos setores populares e o Estatuto da Cidade deve ser um instrumento de luta pelo Direito a Cidade, com justiça social.

Estamos aqui para dizer aos Alpes e todos quilombolas que de alguma forma possuem seu direito à terra e aos territórios ultrajados, seja por um vizinho pobre branco como se caracterizou o autor deste assassinato ou pelo fazendeiro, empreeiteiro ou organizações transnacionais da indústria de celulose, ou seja, pelo Estado paralisado pelo racismo, intolerância e violência brutal institucionalizada, que avancemos em nossa organização e resistência.

Estamos aqui para dizer que a Mudança deve continuar SIM Prefeito Fogaça, mas somos nós que a faremos, quando convencermos nosso Povo que seu compromisso com os RICOS e POUCOS não poderá mais prevalecer sobre os interesses coletivos e de MUITOS".


Rede Quilombos do Sul



Fonte: Fundação Palmares

December 09, 2008

"Livreiro" leva literatura às crianças carentes do Rio

Conheça a história do educador e escritor Otávio Junior, que aos 25 anos já reuniu, por meio de doações, um acervo de três mil livros. De segunda a segunda, ele percorre as comunidades do mais temido complexo de favelas do Rio de Janeiro levando literatura e diversão às crianças.

Assista:






Fonte: UOL Notícias

Jovens sul-africanos 'usam anti-retrovirais como droga'

Image and video hosting by TinyPic
Por Meire Gomes

Documentarista falou com estudantes que usam remédio para obter efeito relaxante.



Medicamentos anti-retrovirais para tratamento da Aids estão sendo usados como drogas alucinógenas por jovens e adolescentes na África do Sul, segundo informações apuradas por uma documentarista do país.

De acordo com a documentarista Tooli Nhlapo, os remédios estariam sendo vendidos por pacientes em tratamento e até mesmo por funcionários da saúde.

Nhlapo viu estudantes fumando o medicamento, cujos comprimidos são triturados até virar pó e, algumas vezes, misturado com analgésicos ou maconha.

"Não conseguia acreditar, fiquei chocada, eram alunos de escolas ainda usando seus uniformes", disse Nhlapo ao programa Outlook do Serviço Mundial da BBC.

Os próprios pacientes que fazem tratamento para Aids já foram flagrados fumando os medicamentos em vez de tomar de acordo com a recomendação médica, disse a diretora.


Efeito relaxante


No início de sua investigação, a documentarista pensou que iria entrar em um bar e se encontrar com viciados em drogas mais velhos, mas foi surpreendida ao ver estudantes saindo da escola e usando o medicamento.

"Um deles, que falou comigo de uma forma muito sincera, tinha apenas 15 anos, e o mais velho com quem conversei tinha 21. Mas a maioria é de jovens e adolescentes", afirmou.

"Quando perguntei por que eles gostavam de fazer isso, eles responderam que (o medicamento) os ajudava a relaxar e esquecer seus problemas."

"Quando você olha para eles, apenas alguns segundos depois de consumir, eles já estão em outro mundo", acrescentou Nhlapo.

Os jovens usuários com quem a documentarista conversou conseguem a droga com pacientes e com funcionários da saúde.

"É bem organizado, não importa o quanto eles estejam drogados, eles não falam quem forneceu o remédio", afirmou a documentarista.

Os usuários sabem quando pacientes vão retirar os medicamentos e compram deles. Ou, caso não tenham dinheiro, roubam os comprimidos, disse Nhlapo.


Problema nacional


Quando a documentarista começou a pesquisar a história, pensou que o problema estivesse restrito a uma área, a um grupo pequeno.

"Voltei ao distrito e então descobri que todos sabiam (do consumo dos medicamentos como drogas)", afirmou.

Nhlapo afirmou que atualmente este é um problema nacional na África do Sul.

Kas Kasongo, médico integrante da diretoria de medicamentos anti-retrovirais na África do Sul, acredita que é necessária alguma prestação de contas ou um sistema que acompanhe o uso dos remédios.

"Precisamos de farmacêuticos e bons administradores, mas este é um problema social. Não acho que nosso papel como médicos seja apenas distribuir remédios, precisamos ter garantias de que estes remédios estão sendo consumidos como recomendado", afirmou.


Efeito colateral


Kasongo afirma que os medicamentos normalmente são dados para as pessoas infectadas com o HIV e que poderão desenvolver a Aids.

"Então, pessoas que são saudáveis, que estão tomando esta medicação, estão se expondo a possíveis efeitos colaterais destes remédios", afirmou.

"Não temos mais do que 20 medicamentos anti-retrovirais no mercado e eles precisam ser tomados em um coquetel de, pelo menos, três ou quatro", disse.

"Então, abusar de um remédio em particular (...) pode levar à resistência aos remédios dentro daquele mesmo grupo."

O médico destacou que será preciso um grande trabalho de equipe envolvendo governo, assistentes sociais e autoridades do setor de educação para combater o problema.



Fonte: BBC

December 06, 2008

Zimbábue declara emergência e pede ajuda internacional para combater cólera

Crise econômica isolou o país africano e agravou situação sanitária.
ONU estima que 565 pessoas morreram, principalmente na capital, Harare


Image and video hosting by TinyPic
Crianças passam por poça com água da chuva e de esgoto em Harare, capital de Zimbábue, em novembro. (Foto: AP)


O Zimbábue pediu ajuda internacional e declarou estado de emergência por causa de um surto de cólera que já matou mais de 560 pessoas.

A crise econômica no Zimbábue, cujo governo de Robert Mugabe está isolado pelo Ocidente, agravou os problemas do sistema de saúde, que se mostrou incapaz de lidar com uma epidemia que em outras condições seria evitável ou controlável.

"Nossos hospitais centrais estão literalmente sem funcionar. Nossos funcionários estão desmotivados, e precisamos do seu apoio para garantir que eles comecem a trabalhar e que o nosso sistema de saúde seja retomado", disse o ministro da Saúde, David Parirenyatwa, num apelo a doadores.

De acordo com o jornal "Herald", o ministro pediu remédios, equipamentos médicos e alimentos para atender aos doentes e aos programas de alimentação infantil. Tal ajuda "nos ajudará a reduzir a morbidade e a mortalidade associadas ao atual ambiente sócio-econômico até dezembro de 2009," disse Parirenyatwa.

O departamento humanitário da ONU estima que o surto de cólera já tenha matado 565 pessoas, principalmente em Harare, a capital.

O governo não tem condições de adquirir os insumos hospitalares básicos, e há freq¼entes greves do setor devido a atrasos nos pagamentos. O fornecimento de água é precário, obrigando a população a consumir água de córregos e poços contaminados.

Qualquer melhora econômica depende da resolução de um impasse político entre Mugabe e o líder oposicionista Morgan Tsvangirai para a formação de uma coalizão.

A África do Sul, que recebe refugiados zimbabuanos da epidemia, se disse extremamente preocupada e sugeriu uma ação regional para ajudar Harare.

Críticos atribuem a crise a políticas de Mugabe, como o confisco das terras de fazendeiros brancos para realizar uma reforma agrária. O presidente de 84 anos, no poder desde a independência, em 1980, atribui os problemas às sanções ocidentais.

O vice-ministro de Água e Desenvolvimento da Infra-Estrutura, Walter Mzembi, disse que o ministério só tem insumos para o tratamento de água para cerca de 12 semanas, e pediu doações urgentes, segundo o Herald.

"Estou fazendo um apelo por pelo menos 40 milhões de rands (US$ 3,9 milhões) para a compra de produtos químicos nos próximos dois meses, e o dinheiro será necessário entre agora e a segunda-feira que vem," disse ele ao jornal.



Fonte: GloboNews

Ritmos africanos se encontram em festival de dança de Salvador

Em Salvador, acontece até hoje, sábado, o primeiro encontro internacional dos ritmos vindos da África, uma troca de cultura entre vários países



Em Salvador, acontece até hoje o primeiro encontro internacional dos ritmos vindos da África, uma troca de cultura entre vários países.

O movimento que a professora ensina a meninos e meninas vem das folhas das árvores. Eles aprendem também o movimento dos animais, dos caçadores, da chuva que corre pelo chão e dos raios que caem do céu.

Pela dança e pelo domínio do corpo, as crianças aprendem a respeitar a natureza. Sem que elas se dêem conta, estão aprendendo também a dança dos orixás do candomblé.

Para entender melhor como a dança interfere na cultura baiana e de outros países, dançarinos, professores e coreógrafos participam em Salvador do primeiro Encontro Internacional de Dança Negra. As aulas são sempre lotadas, e o ritmo é marcado por tambores africanos e brasileiros, todos com inspiração no candomblé ou nos ritos tribais de países como o Senegal.

Depois dos ensaios, o destino são os palcos. No festival, a dança não fica restrita aos ambientes fechados. Os grupos se apresentam em palcos no centro histórico e em bairros da periferia de Salvador.

O ritmo que veio da África também é levado para as praças em aulas públicas, como as dadas pelo coreógrafo norte-americano Cleyde Morgan. Para o coreógrafo de 68 anos e corpo de adolescente, é na rua e na praça que a dança negra se mantém viva. “Cada um vai para seu canto repetir esse processo. A coreografia não é minha, é de muitos lugares. São sementes, apenas”, ele diz.


Assista a matéria:





* Sugestão de matéria enviada por nossa leitora Mariene de Angra dos Reis RJ

December 01, 2008

Curiosidades: Deise Nunes, a primeira Miss Brasil negra

Image and video hosting by TinyPic


Deise Nunes de Souza, conhecida pelo nome de Deise Nunes (Porto Alegre, 30 de março de 1968), foi a quarta representante do Rio Grande do Sul a ser coroada Miss Brasil, em concurso realizado na cidade de São Paulo, no dia 17 de maio de 1986.

Descoberta em 1984 pelo então diretor social do Sport Club Internacional, Paulo Franchini, representou o clube no concurso Rainha das Piscinas do mesmo ano, sagrando-se vencedora de um dos certames de beleza mais importantes do seu estado na época. Foi a primeira negra brasileira a disputar o Miss Universo, sendo uma das semifinalistas: sua classificação foi o sexto lugar. Ainda foi a segunda colocada no quesito traje típico.

Após fazer sua sucessora, Deise passou a ser destaque no Carnaval carioca, desfilando por alguns anos como rainha de bateria da escola de samba União da Ilha. onde deixou o posto após o carnaval de 2004.

Em 1988, Deise fez uma ponta num dos episódios do seriado Tarcísio e Glória (já extinto), na Rede Globo. Na mesma emissora, foi convidada do júri do Cassino do Chacrinha em algumas ocasiões. Na primeira aparição, exibida em 23 de março de 1987, ela ainda era Miss Brasil.

Atualmente, Deise comanda o programa de televisão Terceiro Setor, exibido em um dos canais da NET Porto Alegre. A experiência a estimulou na decisão de trocar as passarelas do carnaval gaúcho (a última escola em que desfilou foi a Unidos de Vila Isabel) pela vida acadêmica, no início de 2007. Agora, ela pretende fazer curso de jornalismo.

Em 2003, foi jurada do concurso de Miss Brasil no qual elegeu Gislaine Ferreira como a mais bela do país. No ano seguinte, ela e outras 31 ex-misses Brasil foram homenageadas na festa de 50 anos do Miss Brasil, realizada em São Paulo.

A nova provocação de Joelzito

Image and video hosting by TinyPic

A estréia do documentário Cinderela, Lobos e um Príncipe, de Joelzito Araújo no Festival de Cinema do Rio de Janeiro, faz uma ponte entre Roma, o Nordeste brasileiro e Berlim, mostrando o tráfico de pessoas, sejam elas baianas ou cearenses, fascinadas pela perspectiva de serem salvas da “vida sofrida”, nem que seja num casamento arranjado. O filme permeia a questão racial, os dilemas afetivos, comportamento e a dimensão política das relações internacionais, sobretudo com a Europa. Adolescentes, prostitutas e “apaixonados” pelas brasileiras se confundem em mais um drama brasileiro.




Fonte: Revista Raça Brasil

Negros em movimento

Image and video hosting by TinyPic

A Escola Olodum completou 25 anos, em outubro, e comemorou com uma grande festa pelas ruas do Pelourinho. Na ocasião, foi realizada a cerimônia votiva de “Balbúrdia”, em que sete crianças comem numa grande tina de barro, com as mãos, embaladas por cânticos específicos. O evento foi animado pelo balanço dos tambores do Olodum Mirim e das cores da sua ala de dança, e contou ainda com a participação das bandas mirins dos blocos afro de Salvador, como Banda Erê - do Ilê Ayê, Banda Malezinho, Banda Juvenil do Muzenza, Banda Axé - do Projeto Axé, Grupo Bagunçaço, Grupo Juvenil dos Filhos de Gandhi e o grupo de Bahianas da Terceira Idade.

A Escola Olodum é um espaço idealizado para explorar todo o potencial criativo e empreendedor dos jovens afro-descendentes, a partir de suas experiências de vida, ritmo e interesses próprios, implementando a formação de valores sociais, étnicos e culturais, que permitam a convivência qualitativa com todos os segmentos sociais.




Fonte: www.olodum.com.br/escolaolodum

Vila Isabel levará primeira bailarina negra do Municipal para a Sapucaí

Mercedes Baptista virá à frente de ala que homenageará seu trabalho.
Enredo da escola vai celebrar centenário do teatro, em 2009

Image and video hosting by TinyPic
Mercedes com o carnavalesco Alex de Souza (acima) e os coreógrafos Marcelo Sandryni e Roberta Nogueira: homenagem na Sapucaí (Foto: Divulgação/ Unidos de Vila Isabel)


No carnaval de 2009, a Unidos de Vila Isabel vai levar para a Sapucaí a primeira bailarina negra do Theatro Municipal, Mercedes Baptista, hoje com 87 anos. O convite foi feito pelo carnavalesco Alex de Souza, que foi até sua casa para apresentar o enredo “Neste palco da folia, é minha Vila que anuncia: Theatro Municipal - a Centenária Maravilha”, sobre os cem anos de uma das principais casas de espetáculos do Brasil.

“Ela faz parte da história do Municipal. A idéia é que cada personagem seja levado para o desfile, não sempre em pessoa, porque muitos já faleceram, mas com algo relacionado à obra que deixaram. E ela é uma figura muito importante, será uma honra”, conta Alex de Souza.

A passarela já foi palco de outra homenagem a Mercedes. No último carnaval, ela desfilou pela Acadêmicos do Cubango, escola do Grupo de Acesso A. Em 2009, Alex de Souza conta que ela virá no chão, de cadeira de rodas, à frente de uma ala em sua homenagem, com fantasias representando a união do balé clássico com a cultura negra, criando o balé afro.

“A ala fará alusão ao trabalho dela”, explica o carnavalesco.



Fonte: Portal G1

Coréia do Sul arrenda pedaço de Madagascar por 99 anos

Terra tem metade do tamanho da Bélgica e será usada para lavouras de milho


O conglomerado da Coréia do Sul Daewoo arrendou uma grande extensão de terra na ilha africana de Madagascar para ajudar a garantir o acesso do país a suprimentos de alimentos.

A Daewoo arrendou por 99 anos uma área correspondente à metade do território da Bélgica na qual vai cultivar alimentos usando mão de obra da África do Sul.

Segundo o editor da BBC para África Martin Plaut o conglomerado sul-coreano afirmou que vai plantar milho e palma, para extração de óleo.

O projeto ambicioso vai ocupar 1,3 milhão de hectares e faz parte do plano do governo da Coréia do Sul para garantir alimentos para o país nos próximos anos.

A previsão é de que o projeto esteja totalmente em funcionamento dentro de 15 anos, fornecendo mais da metade do milho importado pelo país.

Vários países asiáticos estão tentando garantir acesso a alimentos desde a crise alimentar mundial ocorrida no início do ano.

Alguns países africanos, segundo Plaut, estão dispostos a receberem investimentos. Angola, por exemplo, ofereceu terras para desenvolvimento deste tipo de projeto.

E o primeiro-ministro da Etiópia, Meles Zenawi, afirmou que quer ver companhias estrangeiras participando da agricultura de seu país.



Fonte: BBC