PROJETO NEGROS E NEGRAS EM MOVIMENTO

Objetivos: - A contribuição do negro na formação social brasileira - A discriminação racial no Brasil. Movimentos de resistência de negros pela cidadania e pela vida; - Políticas sociais e população negra: trabalho, saúde, educação e moradia; - Relações étnico-raciais, multiculturalismo e currículo; - Aspectos normativos da educação de afro-brasileiros. - EMAIL PARA CONTATO: negrosenegras@gmail.com

April 29, 2008

Comentários de pastor foram 'ultrajantes', diz Obama

Pré-candidato faz críticas veementes a comentários do reverendo Jeremiah Wright.


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O senador Barack Obama, pré-candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, disse nesta terça-feira que os mais recentes comentários do reverendo Jeremiah Wright, que foi pastor de Obama por mais de 20 anos, foram "ultrajantes".

Na segunda-feira, Wright voltou a defender o conteúdo de um de seus sermões, nos quais afirmou que os ataques de 11 de setembro de 2001 foram gerados pela suposta política externa belicosa do governo americano.

Em um evento realizado em Washington, Wright afirmou: "Não se pode fazer terrorismo a outras pessoas e esperar que isso nunca se volte contra você".

O pastor também voltou a afirmar que o governo dos Estados Unidos poderia ter criado o vírus da Aids como uma prática genocida.

"Baseado no que aconteceu com africanos neste país, eu acredito que nosso governo é capaz de qualquer coisa", disse Wright.

Elegibilidade

No início de março, assim que a mídia americana passou a veicular regularmente sermões realizados por Wright que supostamente incitariam as divisões raciais no país, Obama realizou um elogiado discurso sobre a questão racial nos Estados Unidos.

No entender de Wright, a tentativa do político de se distanciar dele se deu mais por oportunismo político do que por convicção.

"Nós sabemos que, se o senador Obama não tivesse dito o que disse, ele não seria eleito", afirmou Wright. "Políticos dizem o que dizem baseados em elegibilidade e em pesquisas."

Obama retrucou dizendo que os comentários de Wright sobre Aids foram "ridículos" e que a acusação de que ele agiu por astúcia política foi uma "amostra de desrespeito" e "um insulto" ao que ele tem procurado fazer na campanha.

"Quero deixar bem claro que o reverendo Wright não fala por mim, não fala por nossa campanha", disse o pré-candidato democrata. "Não posso impedi-lo de seguir fazendo estes comentários ultrajantes."

Estragos

O senador acrescentou que julga as afirmações do reverendo "aterradoras". "Elas contradizem tudo aquilo que eu sou", acrescentou.

Obama fez as críticas ao pastor nesta terça-feira, e as declarações do senador foram muito mais veementes do que a que a resposta inicial que ele deu às afirmações do reverendo na segunda-feira.

A reação mostra uma clara tentativa da campanha de Obama de tentar minimizar os estragos feitos por Wright à candidatura do senador.

Comitês estaduais republicanos em dois Estados, Mississippi e Carolina do Norte, que realizará suas primárias no próximo dia 6 de maio, já veicularam anúncios de televisão em que associam o discurso do reverendo à campanha de Obama.



Fonte: BBC Brasil

Agradecimentos

Em agradecimento ao apoio e pela sugestão de matérias... (já postas no Blog)..
Santiago Kinesouki - Campinas SP, Suzane - Salvador BA e Prof. Helena Silva - São Paulo SP..

A importância das linguagens oral e escrita

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O presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo, participa nesta quarta-feira, dia 30, de debate sobre a importância das linguagens oral e escrita no aprendizado de crianças e adolescentes que ocorre no auditório da Escola Americana, às 19h.



Também estarão presentes na palestra: o professor de sociologia da Universidade de São Paulo Reginaldo Prandi e, atuando como mediadora, a autora de livros infantis e professora da Universidade de Brasília, Margarida Patriota.



De acordo com o presidente da Fundação Cultural Palmares, nos últimos anos, o Brasil vem realizando um grande esforço para reconhecer-se enquanto plural e diverso nos mais variados campos do conhecimento. "Um deles foi a sanção por parte do Presidente Lula, da Lei 10.639/2003, que transformou em obrigatória no currículo fundamental do ensino no Brasil a temática História e Cultura Afro Brasileira. Portanto, o tema da oralidade e da literatura nas escolas brasileiras é mais do que um mergulho na rica e produtiva cultura africana e seus rebatimentos no fazer cultural brasileiro", afirma.



O tema na verdade, reafirma a diversidade brasileira e de acordo com Zulu, sem os preconceitos e as discriminações intrínsecas ao período colonial, mas que a democracia e a cidadania dispensam no momento atual. E conclui, "é a possibilidade da democratização plena do país dar-se a partir da informação, da educação e da sua rica e diversa formação cultural".



O evento é uma produção da Editora Companhia das Letras e Arco-íris Distribuidora de Livros.



As inscrições devem ser feitas até hoje, terça-feira (29), pelo telefone: (61) 3244-0940 ou pelo e-mail: arcoiris@arcoirisdf.com.br



Serviço:



Palestra sobre a importância das linguagens oral e escrita no aprendizado de crianças e adolescentes.


Local: Auditório da Escola Americana - L2 Sul, Qd. 605, Bl. C - ao lado do Colégio Imaculada Conceição.


Horário: 19h

Secretaria de Educação de Pernambuco realiza primeiro censo sobre Quilombolas do Estado

O questionário também busca informações sobre o nível educacional, número de escolas, qualificação dos professores e grade curricular

A secretaria de Educação (SE) vai realizar o Censo Sócio Educacional nas comunidades remanescentes de quilombolas de Pernambuco. Pela primeira vez, os descendentes dos escravos africanos terão um diagnóstico da realidade sócio-educacional e ambiental que servirá como base para a construção de uma política pedagógica focada no respeito às especificidades desses povos.

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A elaboração do formulário contou com a colaboração da Comissão Estadual de Educação Quilombola. A data de início da coleta dos dados será discutida nos dias 29 e 30 deste mês, no Hotel Casa Grande, em Gravatá, durante a formação dos profissionais que vão aplicar os questionários. Serão capacitados 160 profissionais das 17 Gerências Regionais de Educação (GREs), 100 lideranças ou representantes das comunidades quilombolas e 15 membros da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

Eles vão conhecer o formulário e as formas de preenchimento de todos os campos. O objetivo é coletar detalhes para compreender a educação relacionada ao ambiente/território, cultura e organização social, uma vez que, para os quilombolas a educação está intimamente ligada ao território/ambiente onde vivem, levando em consideração sua identidade, ancestralidade e seus aspectos culturais.

O questionário também busca informações sobre o nível educacional, número de escolas, qualificação dos professores e grade curricular. Os dados irão complementar as informações já existentes no censo escolar de 2007. "Identificar a quantidade de grupos, a organização, as influências e transformações que estas comunidades vêm sofrendo ao longo tempo é um passo importante para traçar estratégias e uma política pedagógica que respeite às especificidades dos quilombolas", explica Zélia Porto, gestora de Políticas Educacionais para o Ensino Fundamental da secretaria de Educação.

Educação


Em Pernambuco existem cerca de 112 comunidades Quilombolas identificadas pela Comissão Estadual das Comunidades Quilombolas e pela Fundação Cultural Palmares.

Apenas duas são reconhecidas pelo Governo Federal: Conceição das Crioulas, em Salgueiro e Castainho, em Garanhuns.

Os dados oficiais, dos Municípios e do Estado, revelam que muitas comunidades quilombolas não possuem escolas e as que existem não oferecem todas as modalidades de ensino ou tem um currículo apropriado. De acordo com o Censo 2006, existiam 46 escolas quilombolas em Pernambuco. Em 2007, o número subiu para 115. Destas, apenas 15 são atendidas pelo Programa Saberes da Terra, que respeita todas as especificidades da cultura, alimentação e hábitos dos remanescentes dos povos africanos.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Secretaria de Educação de Pernambuco

Encontros debatem ensino da cultura afro

Boas experiências de implementação da Lei nº 10.639 - que trata da inclusão da história e cultura afro-brasileiras aos conteúdos escolares - servirão de base para a elaboração de um Plano Nacional com estratégias para nortear a implementação da legislação em todas as escolas do país. A Lei nº 10.639 alterou a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e determinou que a temática afro-brasileira fosse obrigatoriamente incluída nos currículos das redes de ensino de escolas públicas e particulares de ensino médio e/ou fundamental.
Para discutir a elaboração do plano nacional, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC) organizará seis encontros - chamados Diálogos Regionais - A implementação das alterações da LDB - nas cinco regiões do país. O primeiro ocorrerá nos dias 9 e 10 de abril, em Belém.

Além das alterações da LDB, os encontros também discutirão a formação inicial e continuada de professores - qualificados para o ensino da temática étnico-racial - e a produção de material didático que trate do assunto. "O MEC já formou cerca de 10,5 mil professores e produziu 18 livros voltados para a temática étnico-racial", informou Leonor. Porém, segundo a coordenadora, há cerca de 2 milhões de professores na rede, muitos sem qualificação para incluir a temática afro-brasileira ao conteúdo das disciplinas.

A coordenadora explicou que estados e municípios que desejam receber apoio federal para formar professores e receber material didático referentes à temática étnico-racial podem incluir a demanda no Plano de Ações Articuladas (PAR). O PAR norteia as ações para melhorar a qualidade da educação básica dos entes que participam do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).

Lei - A Lei nº 10.639 estabelece o ensino de cultura e história afro-brasileiras e especifica que deve-se privilegiar o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional. Determina ainda que tais conteúdos devem ser ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística, literatura e história brasileiras.

A temática indígena foi incluída pela Lei nº 11.645/08 ao disposto pela Lei nº 10.639/03. Agora, as escolas de ensino fundamental e médio devem incluir nos seus currículos tanto a temática afro-brasileira quanto o ensino da história e cultura dos povos indígenas. Porém, os diálogos regionais buscam criar diretrizes de implementação da temática afro-brasileira.

Encontros:

Em Belém: reúnem-se representantes de Roraima, Rondônia, Acre, Amapá, Tocantins e Amazonas.

O 2º Diálogo (Centro-Oeste) ocorrerá em Cuiabá, nos dias 23 e 24 de abril, onde haverá representantes de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal.

O 3º Diálogo (Sudeste) será em Vitória, nos dias 7 e 8 de maio, com representantes de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

O 4º Diálogo (Sul) - representantes de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná debaterão em Curitiba, nos dias 14 e 15 de maio.

O 5º Diálogo (Nordeste) será em São Luis, em 28 e 29 de maio, reunirá representantes do Piauí, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte e Paraíba. 6º Diálogo (Nordeste) será em Aracaju, nos dias 4 e 5 de junho, haverá representantes da Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas.


Fonte: Ministério da Educação / SECAD - http://portal.mec.gov.br/

April 24, 2008

Projeto Afonjá Aragbogbo

O Projeto Afonjá Aragbogbô: O Corpo da Diversidade: "cantiga que menino canta, gente grande já cantou" surgiu da necessidade de homenagear os mestres populares da cultura do Ilê Axé Opô Afonjá, comunidade de terreiro baiana, quase centenária e com um grande histórico no âmbito social.

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Em 2006, o projeto desenvolveu oficinas de capacitação para jovens e adultos, do terreiro, bem como para a sociedade baiana, a fim de potencializar os conhecimentos adquiridos por aqueles griôs (detentores do conhecimento).

A prática da música, dança e conhecimentos em geral desses mestres receberam denominações específicas, como: funilaria (instrumentos com ferro), pano da costa (alaká), marcenaria (arte em madeira), artesanato (esculturas com palha de coqueiro e bonecas vestidas de orixá), canto ioruba e história, memória e documentação. As oficinas foram desenvolvidas na área interna do Axé Opô Afonjá, no período de três meses e tiveram resultados significativos.

No dia 3 de maio, a partir das 14h, será realizada a cerimônia de encerramento do projeto, no barracão de festas do Ilê Axé Opô Afonjá. Na ocasião, será feita exposição de fotografia intitulada "Cantiga que menino canta, gente grande já cantou." (exposição referente às etapas Jovens do Opô Afonjá), exposição das obras confeccionadas pelos alunos durante as oficinas, homenagem a Mãe Stella de Azevedo pelos seus 84 anos de vida, homenagem a Carlos Petrovitchi (in memorian) pela Curadoria na criação da Associação de Jovens Afonjá (AJA), exibição do documentário "O Protagonismo Jovem Afonjá.", apresentação dos alunos da Oficina de Canto Coral, entrega dos certificados de conclusão de curso de capacitação e shows artísticos.


Fonte: Fundação Palmares

Concurso Estátua Zumbi dos Palmares

Projetos serão julgados esta semana

O julgamento dos projetos enviados ao Concurso Estátua Zumbi dos Palmares será realizado esta semana. A comissão julgadora se reunirá em Salvador, na quinta (24) e na sexta-feira (25), para decidir qual projeto ganhará o prêmio de R$ 45 mil.


Dos 24 projetos enviados à Fundação Cultural Palmares, somente 18 foram habilitados para a fase de julgamento. Os membros da comissão julgadora avaliarão os projetos por um critério eliminatório e três classificatórios. O critério eliminatório está relacionado à adequação do projeto ao espaço público da Praça da Sé, onde será fixada a estátua vencedora. Os três critérios classificatórios são a viabilidade da tecnologia e materiais propostos, a qualidade estética e o apelo simbólico compatível com o vulto histórico de Zumbi dos Palmares.

Integram a comissão julgadora o artista plástico Nelson Inocêncio; a servidora do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Maria Paula Adinolfi; o cartunista Maurício Pestana; o diretor do Centro de Informação e Documentação do Artista Negro (CIDAN), Ademir Eustáquio Ferreira; e o integrante do Grêmio Comunitário, Cultural e Carnavalesco A Mulherada, Marcelo Duarte.

Haverá premiação também para o segundo colocado, de R$ 10 mil, e para o terceiro, de R$ 5 mil. O resultado do julgamento será publicado no Diário Oficial da União (DOU) e estará disponível no site da Fundação Cultural Palmares. Após a divulgação do resultado no DOU, haverá um prazo de cinco dias para a interposição de recursos.


Marília Matias de Oliveira

Governo prepara versão final de novas regras para demarcação de territórios quilombolas

As regras para regularização fundiária dos territórios remanescentes de quilombo estão em fase final de revisão. Um grupo de trabalho, coordenado pela Advocacia-Geral da União (AGU), deve apresentar à Presidência da República, em até 30 dias, uma instrução normativa que regulamenta o Decreto 4887, de 2003. Ele estabelece o procedimento para titulação das terras ocupadas por quilombolas, conforme previsto na Constituição.

"Queremos fortalecer o decreto, aprimorar a sua execução e os entendimentos que são necessários para acelerar o processo de regularização das comunidades quilombolas", diz o secretário de Comunidades Tradicionais da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Alexandro Reis.

"A instrução normativa busca afirmar o conceito de território quilombola a partir de pareceres já realizados pelo governo. Em conjunto com a comunidade quilombola, passará a ser feito um laudo antropológico durante o processo [até então, bastava o auto-reconhecimento]."

O Decreto 4887 é questionado pelo Democratas (DEM) por meio de uma ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 44, de 2007, em tramitação na Câmara. A contestação é feita sob o argumento de que qualquer regulamentação de norma constitucional deveria passar pelo Congresso.

Os quilombolas são contrários à suspensão do decreto e têm se reunido com representantes do governo para debater a instrução normativa. Na semana passada, 300 quilombolas estiveram em Brasília para uma consulta pública. No início de maio, eles devem avaliar em um encontro as propostas aceitas e rejeitadas pelo governo. Hoje (23), a questão será debatida na audiência pública da comissão especial que analisa o Estatuto da Igualdade Racial na Câmara.

"Entre as sugestões aceitas pelo governo está a participação dos quilombolas durante o trabalho de pesquisa, redução do prazo para contestação de 90 para 30 dias e tempo indefinido para reabertura de processo arquivado", conta uma das representantes da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Quilombolas Rurais Negras (Conaq), Clédis Souza.

"Foi mantida uma nova determinação de que a certificação da Fundação Palmares anteceda a abertura do processo de titulação pelo Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária]. Na nossa avaliação, a certificação é positiva, mas não deveria ser obrigatória, uma vez que a fundação tem uma estrutura até menor que o Incra e dificuldade para chegar nas comunidades."

Segundo Clédis, há uma "pressão" de alguns setores do governo e da sociedade para que seja restringido o território das comunidades quilombolas de Marambaia, no Rio de Janeiro, e Alcântara, no Maranhão. Esses territórios são considerados estratégicos em termos de defesa nacional.

"É uma pressão a que a gente está tentando resistir. Não dá para ceder agora, senão vai acontecer em todos os quilombos. Marambaia e Alcântara são marcos da comunidade quilombola que estão se perdendo. As comunidades não podem ficar confinadas, sem terra para garantir seu sustento", defende a representante da Conaq.

Atualmente, existem 1,2 mil comunidades quilombolas certificadas pela Fundação Palmares e 225 com território demarcado e titulado pelo Incra e por institutos de terras estaduais. A Conaq estima em cerca de 3 mil o número de comunidades existentes.




Fonte: Agência Brasil

Vitória da Conquista (BA) inaugura Casa do Estudante Quilombola

Os estudantes quilombolas da região sudoeste passam a contar com um núcleo de apoio em Vitória da Conquista, a 509 km de Salvador, que começa a funcionar nesta quinta-feira, 20. Será a Casa do Estudante Quilombola "Zumbi dos Palmares".

A residência foi projetada para 20 estudantes, sendo 14 dos quilombos de Barra/Bananal e Rio das Pedras, dois dos Cinzentos, em Planalto e quatro vagas para quilombolas de Vitória da Conquista.

A direção do abrigo ficará sobre a responsabilidade dos Agentes de Pastoral Negros (APNs) em parceria com a Prefeitura de Conquista e do Governo do Estado. A cerimônia de inauguração será realizada, às 17h, na Avenida João Pessoa, nº 737, Centro.

O evento deve contar com as presenças do secretário Estadual de Promoção da Igualdade, Luís Alberto Silva Santos; do deputado estadual Waldenor Pereira e do prefeito de Conquista, José Raimundo Fontes (ambos do PT), além de representantes dos APNs, dos quilombolas, dos estudantes residentes e de movimentos sociais.


Fonte: Juscelino Souza, Agência A Tarde

12º Encontro de Jongueiros

Piquete, São Paulo
25 e 26 de abril, sexta e sábado.
A partir das 18hs


O 12º Encontro de Jongueiros reunirá as 19 comunidades do sudeste do Brasil que mantêm viva a tradição do JONGO, ritmo considerado uma das origens do samba carioca. Um verdadeiro festival a partir do encontro musical de 1.000 jongueiros. Grupos de jongo participantes: Quilombo São José - Valença, Barra do Pirai, Pinheiral, Angra dos Reis, Santo Antonio de Pádua, Miracema, Porciúncula, Quissamã, Campos, Carangola, Guaratinguetá, Campinas, São José dos Campos, Serrinha, Arrozal, São Mateus, Vassouras, Recreio e Piquete. Esse ano serão duas noites de festa, apresentando a dança,o canto e a rica diversidade desse ritmo.

Para informações sobre como chegar, transporte, hospedagem e sobre a programação
completa das rodas de jongo, oficinas e palestras :
Telefones : (21) 2222.3458 ou 9649.3823
Site do Jongo de Piquete: http://jongodepiquete.multiply.com/
E-mail produção: encontrojongueiros@yahoo.com.br
A entrada é franca.

Patrocínio: Petrobrás
Realização: Associação Brasil Mestiço e Jongo de Piquete

April 19, 2008

Atenção leitores do Blog de Salvador e cidades vizinhas: Curso de História, Arqueologia e História das Sociedades do Golfo do Benin em Salvador

Essa notícia vai em especial para os leitores do nosso Blog que moram em Salvador e adjacências.. Sandro Arruda, Marco C. Carvalho, Adriane, Rita, Rosa, José Augusto Marolino, Isabel Silva, Isaías Macedônio e tantos outros que sempre estão em contato com o Blog Projeto Negros e Negras em Movimento e que moram em Salvador e em outras cidades da Bahia... Não esqueci de vcs...

A Casa do Benin, localizada em Salvador, oferece curso que apresentará de forma panorâmica o desenvolvimento histórico das principais sociedades que se fixaram nas áreas circunvizinhas ao Golfo do Benin tendo como ponto de partida a cultura material e a arte.


Será dado enfoque aos achados arqueológicos de IFÉ,NOK e IGBO-UKWU,além da cultura material produzida pelas sociedades que desempenharam grande contribuição para a formação da sociedade brasileira como os Yorubás, os Fons e os Ewes.


Período de Inscrição: 22/04/2008 a 07/05/2008
Local: Museu Casa do Benin - Salvador/BA
Horário de Funcionamento: 12:00 as 18:00
Tel: (71) 3241-5679 ( Isabel )

Documentos para Inscrição: Identidade e CPF.

Obs: Inscrição presencial, não será feito via internet ou telefone.

Os cursos continuam gratuitos e com certificado.

Abertura: 07/05/2008
Dia: quartas-feiras
Horário: 19:00 as 21:00:
Professor: Ademir Ribeiro Junior

April 17, 2008

Itália tem primeiro deputado negro

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Roma – Um congolês de 49 anos tornou-se o primeiro deputado negro da Itália, nas eleições realizadas na semana passada, vencidas pelo multimilionário conservador Silvio Berlusconi (foto).
O deputado negro eleito é Jean Leonard Touadi, que foi assessor de Política e Juventude da Comuna de Roma. Touadi se elegeu pelo Partido Itália dos Valores (IDV), do ex-procurador anti-corrupção Antonio Di Pietro.
Nascido no Congo-Brazaville, em 1.959, o novo parlamentar vive na Itália desde 1.979. Ele é jornalista e professor universitário e trabalha na TV. "Estou honrado de poder assumir este compromisso pelo país no qual passei a maior parte de minha vida, onde nasceram e estão crescendo meus filhos", declarou a Agência ANSA.

Comunidade quilombola de Guarapuava reconhecida

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A Comunidade Paiol de Telha, remanescente de quilombolas, obteve uma vitória na Justiça na semana passada.

A desembargadora federal Maria Lúcia Luz Leiria, do Tribunal Regional da 4.ª Região, no Rio Grande do Sul, cassou uma liminar que impedia o processo de regulamentação da área onde viveram seus antepassados, localizada na cidade de Guarapuava, região centro-sul do Estado. A comunidade tem mais de cem famílias, e foi o primeiro grupo a ser reconhecido no Paraná como quilombola.

Com o Decreto n.º 4.887/ 2003 e a Instrução Normativa n.º 20/2005 do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o instituto passou a trabalhar pela regularização das áreas remanescentes de quilombos no Estado. No entanto, a Cooperativa Agrária Industrial de Guarapuava, que poderá ter parte de sua área desapropriada, entrou com uma ação alegando inconstitucionalidade do decreto e da instrução. O pedido foi acatado pelo juiz da 3.ª Vara Federal de Curitiba, Paulo Cristóvão de Araújo Silva Filho, que concedeu liminar paralisando o processo.

No entanto, o Incra recorreu e o TRF da 4.ª Região cassou a liminar. Entre outros argumentos, a desembargadora descartou a inconstitucionalidade da lei e esclareceu que o caso se "enquadra na possibilidade constitucionalmente prevista para a desapropriação para fins de preservação do patrimônio cultural".

Segundo o ouvidor agrário do Incra no Paraná, Luasses Gonçalves dos Santos, o processo vai continuar. O Incra está terminando o relatório de identificação da comunidade e demarcação da área. O estudo antropológico está sendo feito pela Universidade Federal do Paraná.

O próximo passo será notificar os proprietários das terras atingidas pela desapropriação, que terão 90 dias para impugnar o laudo do Incra.

Os donos serão indenizados, com pagamento à vista. No Paraná, já foram reconhecidas mais de 30 comunidades quilombolas pela Fundação Cultural Palmares.



Fonte: Paraná Online

April 14, 2008

DESENVOLVIMENTO DOS PROJETOS DO CURSO NEGROS E NEGRAS EM MOVIMENTO

OLÁ CAROS COLEGAS.

PRECISAMOS URGENTEMENTE QUE NOS INFORMEM QUANTO AO DESENVOLVIMENTO DE SEUS RESPECTIVOS PROJETOS. PARA TANTO, AGUARDAMOS CONFIRMAÇÃO VIA E-MAIL.
LEMBRAMOS QUE, HOUVE UM INVESTIMENTO PARA QUE O CURSO ACONTECESSE, E QUE O RESULTADO DO MESMO, SE DÁ PELA MULTIPLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS. E, PORTANTO ESPERAMOS QUE OS PROJETOS COMECEM 'PIPOCAR' NAS ESCOLAS 'CONTAGIANDO' OUTROS MAIS NA BUSCA PELA IMPLEMENTAÇÃO DA LEI 10.639/03.

SENDO ASSIM, ESPERAMOS QUE NOS INFORMEM SOBRE O ANDAMENTO DE SEU PROJETO.

PS.: NÃO SE ESQUEÇAM DE REGISTRAR TUDO QUE FOR RELACIONADO A APRESENTAÇÃO DO PROJETO: EX.:RELATÓRIO, FOTOGRAFAR, FILMAR...

ATENCISAMENTE,

ROSE

Pós-neoliberalismo, movimentos sociais e desenvolvimento (com vídeo)

Seminário Internacional aborda as perspectivas políticas e a história afro-latina e a
construção de uma agenda comum para estratégias na luta anti-racial

Realizado pelo Comitê Latino-americano de Ciências Sociais (Clacso), em parceria com a Apisa e a Codesria, entre os dias 9 e 11 de abril, na UERJ, O Seminário Internacional Pós-Neoliberalismo, Movimentos Sociais e Desenvolvimento: Perspectivas comparadas na América Latina e Caribe, Ásia e África reuniu especialistas de diferentes países, que debateram importantes abordagens culturalistas sobre os caminhos dos movimentos sociais e do desenvolvimento pelas sociedades ao longo da história.

O seminário, coordenado pelo pesquisador Jacques d'Adesky, foi realizado também com o objetivo de promover a integração Sul-Sul (entre países em desenvolvimento do Hemisfério Sul) do Clacso.

Os debates tiveram como marco de referência o contexto global. A percepção dos palestrantes foi de que é necessária a interação entre, principalmente, América Latina e Caribe, para fazer frente ao Interesse Nacional dos Estados Unidos. Foram discutidos aspectos estratégicos associados à existência de uma identidade latino-americana.

Presente à sessão de abertura, o ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial, Edson Santos, destacou o pensamento do atual governo em dar prosseguimento às políticas centradas em uma nova relação entre o Estado e os trabalhadores. "Estou muito feliz em estar aqui para reafirmar a importância do Brasil nesta temática", ressaltou.

"O racismo é incompatível com a democracia, por isso não basta que a lei proteja, mas deve-se procurar a inclusão social", disse ele, destacando algumas ações em que o Brasil participa para o combate ao racismo. Segundo Santos, essas são ações governamentais que se assentam em bases legítimas, "baseadas na verdade e na liberdade, pois enquanto houver pessoas na privacidade não há democracia plena".

Palmares - O presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo, foi convidado a participar da mesa que debateu os Movimentos Afro-descendentes: perspectivas políticas e históricas. Em um breve apanhado sobre o papel da Fundação Palmares, Zulu Araújo destacou como nesses vinte anos de história, a instituição tem buscado cumprir com seu objetivo de promover, preservar e difundir os valores culturais, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira.

Em 2007, segundo Zulu Araújo, a Fundação Palmares partiu para um novo eixo de trabalho que é a aproximação com os países da América Latina, que também viveram processos históricos similares ao do Brasil. Ressaltando o papel da Fundação para compreender as semelhanças e diferenças da história e dos processos de integração social das comunidades negras nos países latino-americanos, o presidente da Palmares, destacou a importância da troca de experiências e a elaboração de uma agenda comum que contribua para a luta contra o racismo e pela promoção da igualdade racial, tendo a cultura como eixo central.

Os afro-descendentes representam cerca de 23% da população da América Latina. Esse dado, de acordo o presidente da Fundação Palmares, revela que, apesar do esforço de lideranças e de organizações afro-latinas, os índices de exclusão é assustador. " Diria mesmo mais assustador do que aqueles que encontramos no Brasil. Neste sentido, o Brasil precisa assumir urgente suas responsabilidades nesse processo de luta, seja no campo institucional, com ações do governo, seja no campo social, com a interferência dos movimentos. E é o cumprimento deste papel que a Fundação Palmares propõe", afirmou.

Para tanto, ele citou o Programa Intercâmbios Afro-latinos como um importante instrumento de promoção de trocas de experiências, debates, reflexões e articulações entre as comunidades dos países da região. Pare ele, o nosso objetivo da Plmares nesse sentido é muito claro: "Fazer da cultura o nosso principal instrumento de diálogo e de reconhecimento mútuo na luta contra o racismo e na promoção da igualdade racial em todo o continente".

Os debates foram muito ricos em contribuição e questionamentos. O interesse dos estudantes privilegiou uma rica discussão e, foi assim que, sob aplausos. Zulu Araújo destacou que para se contrapor ao revigoramento e agressividade de setores conservadores e racistas ainda existentes no Brasil, que querem garantir seus privilégios, é necessário compreender profundamente essa questão. "Para essa luta, não basta se auto-intitular afro-descendente, mas que sejamos defensores contra a discriminação racial".


Assista o vídeo


Para assistir o seminário na íntegra, com abordagem dos temas "Novos modelos de desenvolvimento", "Política, poder e movimentos sociais", "Movimentos rurais na América Latina, Ásia e África", "Movimentos afro-descendentes" e "Desafio e perspectivas dos movimentos sociais", basta acessar http://168.96.200.208/posneoliberalismo.sdp
Recomenda-se os programas VLC Media Player o QuickTime Player.

Fonte: Inês Ulhôa - ACS/MinC

Regularização de territórios quilombolas avança em MT

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária(Incra) de Mato Grosso dá andamento a mais um processo para regularizar áreas de remanescentes de quilombos no Estado. A comunidade quilombola de Campina de Pedra, situada no município de Poconé, com cerca de 35 famílias, foi indicada como uma das prioridades pelos líderes quilombolas locais. Há 26 outras comunidades do município com processo de regularização aberto no órgão.

Segundo o coordenador do Serviço de Regularização de Territórios Remanescentes de Quilombos do Incra, Nelson Juvenal da Silva Filho, Campina de Pedra é a comunidade de Poconé que apresenta melhores condições para dar prosseguimento ao processo de regularização. "A comunidade tem líderes organizados, organização política, uma associação constituída e a certificação emitida pela Fundação Cultural Palmares", diz.

Um levantamento ocupacional preliminar aponta a existência de 16 famílias não-quilombolas em Campina de Pedra. Silva acredita que no decorrer do trabalho de campo a equipe poderá identificar outros ocupantes. O laudo antropológico também está sendo elaborado e deve ser concluído após o mês de julho, quando acontecem festas tradicionais na comunidade.

Uma equipe composta exclusivamente por servidores do Incra e constituída por antropóloga, historiadora, sociólogo e outros técnicos executa os trabalhos, que incluem pesquisa histórica, geográfica, econômica, bibliográfica e documental. A equipe estará em campo a partir de segunda-feira (14).

Mata Cavalo, no município de Nossa Senhora do Livramento, e Lagoinha de Baixo, em Chapada dos Guimarães, são as outras comunidades quilombolas com processos mais adiantados em Mato Grosso. O processo de Mata Cavalo está em fase de vistoria para fins de desapropriação e retirada de ocupantes não-quilombolas. O levantamento da cadeia dominial do território está concluído e a Procuradoria do Incra trabalha na análise dos títulos.

Quanto a Lagoinha de Baixo, ainda se aguarda a publicação da portaria de reconhecimento do território.


Fonte:24HorasNews

April 10, 2008

Inaugurado no Rio de Janeiro Ponto de cultura para afro-descendentes

A Fundação Cultural Palmares inaugurou, com a parceria do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculo de Diversões do Estado do Rio de Janeiro (Sated-RJ), o Centro Cultural Dercy Gonçalves e o apoio do Centro Brasileiro de Informação e Documentação do Artista Negro (Cidan), o mais novo ponto de cultura do Rio de Janeiro.

Mais de cem jovens afro-descendentes, entre 18 e 25 anos, vão aprender técnicas de Câmera, Edição, Produção e Interpretação para TV. Essa oportunidade veio em forma de esperança para muitos jovens presentes na inauguração do Ponto de Cultura. E foi assim que se expressou Felipe Feder, 22, que conquistou uma vaga no curso de Interpretação para TV. Para ele, essa foi uma oportunidade ímpar, pois vai lhe permitir avançar na sua perspectiva de ser ator. Essa chance ele viu em um cartaz divulgado pela Fundação Cultural Palmares afixado no Teatro Martins Pena. "Essa é uma oportunidade para quem realmente precisa, pois todos os cursos desta área são muitos caros; não existe nenhum que não seja pago", disse ele, triunfante pela vaga conquistada.

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O clima era de que ali estava se deslumbrando um mundo melhor, em que o foco era a persistência que se deve ter em busca dos sonhos. E aqueles futuros profissionais, ali, de olhos brilhantes, sabiam, mais do que ninguém, que ter persistência e continuar sonhando é o caminho para a verdadeira realidade democrática.

Jorge Coutinho, presidente do Sated-RJ, percebeu claramente isso. "Este é o toque de um tambor que vai repercutir por todo o Brasil, para ajudar na conscientização, que vai melhorar o país pela cultura", exaltou. Para ele, este é um lindo projeto que pode transformar a história dos afro-descendentes, dando-lhes a visibilidade necessária.

Também bastante feliz estava o ator Stepan Nercesian, diretor do Centro Dercy Gonçalves. "É um momento de felicidade por saber que uma luta de anos rendeu frutos", disse ele, ressaltando que a profissão de ator é ser útil à vida das pessoas. "Tenho fé de que em breve não precisemos mais de cotas. Hoje, porém, ainda é preciso, pois as oportunidades têm que feitas na luta. Infelizmente, temos uma sociedade repartida.

Nercesian manifestou sua satisfação com o papel desempenhado pela Fundação Cultural Palmares. Segundo ele, a Fundação ampliou as possibilidades para jovens negros do Rio de Janeiro, cidade emblemática, pois "aqui é muito forte a associação do negro com as questões negativas. É preciso romper isso."

Ao incentivar os jovens aos seus compromissos, ele argumentou que a nota deve ser uma só: "Somos todos absolutamente iguais".

Ademir Ferreira, presidente do Cidan, também cobrou o compromisso dos estudantes e clamou-os ao estudo, à leitura. "Não pode deixar de sonhar, mas tem que trabalhar para essa realidade; se não tiver cultura, vocês não serão bons profissionais".

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Em nome da Fundação Cultural Palmares, falaram Antonio Pompeu e Yalê Garcia. Ambos ressaltaram o compromisso da Fundação com as políticas públicas do governo e falaram dos esforços que todos têm que ter para esses eventos continuarem a acontecer e, assim, proporcionar mais oportunidades a outros jovens.

Pompeu demonstrou sua alegria de estar trabalhando na FCP e podendo, assim, contribuir com a luta para oferecer oportunidades a jovens afro-descendentes para que eles possam criar caminhos possíveis e conquistar novos espaços em suas trajetórias.

Os pontos de cultura fazem parte do Programa Cultura Viva, do Ministério da Cultura, e representam um programa de inclusão social, de geração de emprego, voltados para a juventude, rural e urbana, e têm a cultura como ponto de partida.


Fonte: Inês Ulhôa - Fundação Palmares

Educação: raça ou questão social?

Renda e educação dos pais pesam mais do que cor em desigualdade racial na escola

A desigualdade de acesso à educação entre negros e brancos no Brasil se deve mais à origem social do que à discriminação de cor. Entretanto, o preconceito também influencia a diferença. Essa é uma das conclusões de um estudo feito pelo Centro de Internacional de Pobreza, uma instituição de pesquisa do PNUD, resultado de parceria com o IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas).
O texto, intitulado Toda a Desigualdade Socioeconômica entre os Grupos Raciais no Brasil é causada por Discriminação Racial?, do economista Rafael Guerreiro Osório, faz uma análise detalhada da evolução educacional dos brasileiros nascidos de 1973 a 1977, tendo como base diferentes edições da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, feita pelo IBGE).

O economista acompanhou, por meio das amostras de 1982, 1987, 1992, 1996 e 2005, o acesso da população à educação. Ele dividiu os grupos de acordo com a instrução do chefe da família, a renda familiar e a cor da pele e verificou, por exemplo, a porcentagem de crianças nascidas entre 1973 e 1977 que chegaram aos estavam alfabetizadas em 1982, estavam no ensino médio em 1992 e na universidade em 1996. Para evitar distorções, o estudo controlou fatores que poderiam influenciar o resultado, como região, sexo e idade. A partir dos dados, foi criado um modelo estatístico pelo qual é possível estimar a influência de cada uma das variáveis (educação, renda e cor da pele) no resultado.

Nesse modelo, os fatores que influenciaram o sucesso educacional (chegar ao nível de escolarização indicado para a idade) são os socioeconômicos, mais do que a cor da pele. Por exemplo, a probabilidade de uma criança de 7 anos estar alfabetizada em 1982 cresce quando a educação do chefe de família e a renda da casa são maiores, independentemente de o aluno ser branco, preto ou pardo. A região também influencia, e a probabilidade cresce na seguinte ordem: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Desse modo, a criança nascida na região Norte teria menos chances de estar alfabetizada, e a nascida no Sul, mais chances. Esse padrão de influência da educação dos pais e da renda se repete em todos os níveis analisados — ensino fundamental, ensino médio e superior.

O fato de a região e de a origem social serem mais relevantes que a discriminação por cor traz uma conclusão ruim, na opinião do autor do estudo. "Isso só mostra que o Brasil é um país com baixa mobilidade social e que o peso da origem social é grande. É muito difícil para alguém com renda baixa e cujos pais não tiveram acesso à educação conseguir atingir um nível educacional alto", afirma Osório. Para o especialista, isso pode explicar a manutenção dos negros entre os segmentos de renda mais baixos da sociedade e a perpetuação de uma desigualdade racial que vem dos tempos da escravidão.

Influência importante

Uma parte central do estudo analisa como se comporta a influência da discriminação por cor. A constatação de que o fato de ser negro faz, sim, diferença é sustentada pela observação de que pretos e pardos levam desvantagem em todos os indicadores de acesso à educação, mesmo quando a renda e a escolarização dos pais são iguais às dos brancos. Por exemplo, entre um negro e um branco nascidos entre 1973 e 1977 na região Norte, provenientes de famílias com o mesmo nível de renda e com os pais com o mesmo grau de instrução, eram maiores estatisticamente as chances de o branco estar na universidade em 1996.

Essa diferença em relação à cor é encontrada em maior ou menor escala em praticamente todos os cenários analisados. "A grande novidade que trazemos é conseguir medir onde a discriminação exerce maior influência para atingir a educação. E, nesse sentido, são justamente os negros de classe média que sofreram mais os efeitos negativos da discriminação na geração analisada", afirma Osório.

Para esse segmento da sociedade, ser negro estava relacionado a menor probabilidade de ter entrado na universidade em 1996. O estudo identificou um padrão: quanto maior a disputa por acesso ao ensino (poucas vagas e muitos em condição de concorrer a elas), mais a cor da pele influencia o sucesso educacional — sempre com desvantagem para pretos e pardos.

Cotas

Rafael Osório aproveita a conclusão para recuperar um assunto polêmico, não abordado no estudo: "Isso significa que universalizar a educação é melhor do que a política de cotas? Depende da urgência com que o Brasil quer tratar a questão. Dar oportunidade a todos para chegar à universidade realmente acabaria com a desigualdade racial nesse caso. Mas precisamos ver até onde isso é possível de ser feito e a urgência das pessoas que estão na idade de estudar. As cotas podem ser um bom instrumento para corrigir com rapidez essa desigualdade racial, motivada, entre outros motivos, também pela discriminação", afirma.



Fonte: PNUD / Portal Mundo Negro
Nos domicílios de menor renda e menor instrução, a cor da pele faz pouca diferença na probabilidade de uma criança nascida entre 1973 e 1977 ter chegado à faculdade em 1996 — nessas condições, a chance é pequena tanto para pretos ou pardos quanto para brancos. Na outra ponta, quando negros e brancos estão entre o 1% mais rico da população, a influência da cor no acesso à universidade também é pequena: a probabilidade é alta para os dois grupos.

É, portanto, na camada intermediária que a cor pesa mais. Para uma pessoa que estivesse entre os 20% mais ricos do Brasil, nascida no Nordeste em uma família cujo chefe estudou até a quarta série do ensino fundamental, a influência da cor da pele no acesso à universidade é o dobro de uma pessoa com as mesmas características, mas que estivesse entre os mais pobres.

Do mesmo modo, quando havia mais disputa pelas classes de alfabetização, em 1982, ser branco ou negro fazia diferença — era menor a chance de um preto ou pardo estar alfabetizado. Já em 2005, a influência da cor da pele era pequena. O que aconteceu entre os dois períodos? O acesso à alfabetização foi universalizado: quase todos têm oportunidade de atingir esse nível educacional na idade certa. Isso significa, portanto, que, quanto maior o acesso à educação, menor os efeitos da discriminação por cor.

April 09, 2008

Quilombhoje completa 30 anos e lança edição comemorativa de contos e poemas afro-brasileiros

Entidade quer que publicação seja referência nas escolas do país.

Com o objetivo de propor uma nova reflexão sobre a Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da história e da cultura afro-brasileira nas escolas públicas e particulares de todo o Brasil, o Grupo Quilombhoje está lançando uma publicação histórica que reúne a amostragem de contos e poemas de 35 autores. Os textos foram lançados a partir de 1978, quando sugiram os "Cadernos Negros", antologia que tem a intenção de participar do processo de formação de edições e acervos histórico-literários sobre afrodescendentes na contemporaneidade.


Com o título de "Cadernos Negros - Três Décadas" o livro traz em 336 páginas, ilustrações das capas das edições anteriores, índice com nome dos autores que participaram desde a primeira edição, como Mirian Alves, Cuti e Conceição Evaristo, além de fotos que marcaram os eventos de lançamentos e uma coletânea constituída de análises da série. A seção de textos críticos, que tem a supervisão da Professora Dra. Florentina Souza (UFBA), contou com os trabalhos de outros professores e escritores como Fausto Antonio, Elio Ferreira e Maria Cândida. Destaque para os textos de "orelha" sobre a edição comemorativa, assinados por personalidades, como João Jorge (presidente do Grupo Olodum) e Abdias Nascimento (ex-senador e ativista do Movimento Negro).

De acordo com Esmeralda Ribeiro, coordenadora do Grupo Quilombhoje, a literatura afro-brasileira não tem recebido atenção por parte dos organizadores de livros didáticos. "Uma das reclamações constantes de professores e estudantes é justamente sobre a falta de textos e estudos que possibilitem ao professor a organização de projetos pedagógicos sobre os temas que abordamos em nossos livros", afirma.


Outro objetivo, é que o Cadernos Negros - Três Décadas seja adotado pelo Ministério da Educação (MEC) e que tenha uma ampliação nos ensinos médio, técnico e universitário do país. "Os Cadernos Negros visam participar da constituição da memória das produções culturais afro-brasileiras. Assim, esta edição de três décadas dará a possibilidade de se conhecer, ler e analisar exemplos significativos da literatura afro-brasileira e da crítica sobre os mesmos", conclui a escritora.

Grupo Quilombhoje:

Fundado em 1980, O Grupo Quilombhoje tem como objetivo discutir e aprofundar a experiência afro-brasileira na literatura, reunindo autores de todo o Brasil.

A proposta principal é incentivar o hábito da leitura e promover a difusão de conhecimentos e informações assim como desenvolver e incentivar estudos, pesquisas e diagnósticos sobre literatura e cultura negra. Além dos Cadernos Negros, o Quilombhoje já lançou livros individuais e livretos incentivando o debate sobre temas atuais e polêmicos. Já realizou várias rodas de poemas e montou duas peças de teatro utilizando poemas de autores como Solano Trindade e Cruz e Souza.


Atualmente o grupo é coordenado pela jornalista e escritora Esmeralda Ribeiro e pelo escritor Márcio Barbosa.


Serviço:

Lançamento: "Cadernos Negros - Três Décadas"
Data: 15 de março de 2008
Hora: 16 horas
Local: Auditório FAM (Faculdade das Américas) - Rua Augusta, 973 - Consolação - São Paulo
Informações: (11) 2959-1647

Entrada Franca


Fonte: Quilombhoje

April 05, 2008

Site reúne dados sobre escravos do Império Britânico

Um website especializado em genealogia lançou nesta quinta-feira um registro com informações sobre escravos do Império Britânico, permitindo que seus descendentes tracem suas origens.

O Ancestry.co.uk tem informações sobre 2,5 milhões de escravos e 250 mil senhores de escravos de 17 ex-colônias britânicas, incluindo Barbados, Jamaica e Trinidad e Tobago, indo de 1812 a 1834.

O internauta pode fazer sua busca pelo nome dos escravos, ano de nascimento e sexo ou ainda pelo nome do senhor de escravos.

Segundo dados divulgados pelo site, cerca de meio milhão de britânicos tem origens caribenhas, muitos deles, descendentes de escravos.

"Muitas pessoas entraram em contato, interessadas em fazer buscas na nossa base de dados e também em conseguir informações sobre outras fontes que possam explorar para encontrar detalhes de depois de 1834", disse Simon Ziviani, porta-voz do Ancestry.co.uk.

Ziviani diz que o site teve um aumento considerável de tráfego depois que as informações sobre os escravos foram colocadas na rede nesta quinta-feira, uma indicação de que o assunto ainda desperta grande interesse, mais de 200 anos depois que as autoridades britânicas deram os primeiros passos para abolir a escravidão.


http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/04/080403_genealogicoescravos_is.shtml
Quarta edição do 'Prêmio Educar para a Igualdade Racial' recebe inscrições até 5 de maio

Até 5 de maio estarão abertas as inscrições para o 4º Prêmio Educar para Igualdade Racial: Experiências de Promoção da Igualdade Racial-Étnica no Ambiente Escolar, projeto realizado pelo Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) - organização que propõe formas de combater a discriminação racial no Brasil por meio da educação - em parceria com o Banco Real.

O prêmio tem como objetivo sensibilizar e subsidiar professores e profissionais da educação para a inclusão da temática racial-étnica nos projetos pedagógicos, visando concretizar o direito constitucional ao pleno desenvolvimento escolar das crianças, dos adolescentes e dos jovens negros, brancos, indígenas e de outros grupos étnicos, além da garantia de igualdade de acesso e permanência na escola.

O concurso, que este ano será realizado apenas no estado de São Paulo, destina-se a professores e escolas da rede pública ou privada do Ensino Fundamental e Educação Infantil (1ª a 4ª série), que realizaram experiências voltadas para o combate da discriminação racial no ambiente escolar.

A 4º edição do prêmio terá as duas categorias principais, Professor e Escola, subdivididas, respectivamente, em Educação Infantil e Ensino Fundamental I, e Escola de Educação Infantil e Escola de Ensino Fundamental I. Os vencedores irão receber R$ 5 mil (professor) e R$ 10 mil (escola), além de kits de livros sobre o tema e cursos de capacitação. A cerimônia de premiação está prevista para o segundo semestre deste ano, em local e data a serem definidos.

Informações sobre o edital do concurso e as inscrições: www.ceert.org.br e (11) 2978-8333.

April 02, 2008

Inscrições para o Revelando os Brasis Ano III podem ser feitas até o dia 15 de abril

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Assista à vinheta do projeto no link www.youtube.com/watch?v=jGHzwMJyYeo

O prazo de inscrições para o Concurso de Histórias do Revelando os Brasis Ano III foi ampliado até o dia 15 de abril. O projeto tem como objetivo viabilizar a produção de vídeos digitais nas pequenas cidades brasileiras. Para participar, é preciso ter mais de 18 anos e ser morador de município com até 20 mil habitantes. As 40 histórias selecionadas serão transformadas em vídeos com duração de 15 minutos pelos seus autores.
O regulamento e a ficha de inscrição estão disponíveis no site www.revelandoosbrasis.com.br e nas agências e postos de atendimento dos Correios e do Banco do Nordeste localizados nas cidades com até 20 mil habitantes. Mais informações no Instituto Marlin Azul pelo telefone (27) 3327-2751 ou através do e-mail revelandoosbrasis@gmail.com.
Podem ser inscritas histórias reais (baseadas em fatos históricos, personagens e tradições populares) ou de ficção. Os autores selecionados participarão de oficinas preparatórias de roteiro, direção, produção, operação de câmera, edição, no Rio de Janeiro, com todas as despesas pagas pelo projeto. Na etapa seguinte, eles contarão com o apoio da estrutura de produção do Revelando os Brasis para realizar os vídeos.
Revelando os Brasis é uma parceria entre a Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura e o Instituto Marlin Azul, com patrocínio da Petrobras. De acordo com levantamento divulgado em 2007 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui 5.568 municípios; desses, 4.006 têm até 20 mil habitantes.