PROJETO NEGROS E NEGRAS EM MOVIMENTO

Objetivos: - A contribuição do negro na formação social brasileira - A discriminação racial no Brasil. Movimentos de resistência de negros pela cidadania e pela vida; - Políticas sociais e população negra: trabalho, saúde, educação e moradia; - Relações étnico-raciais, multiculturalismo e currículo; - Aspectos normativos da educação de afro-brasileiros. - EMAIL PARA CONTATO: negrosenegras@gmail.com

April 30, 2007

Evento debate a Serra da Barriga e Parque Memorial

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O Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô em parceira com o Núcleo Temático Identidade Negra na Escola (Secretaria Executiva de Educação e Esporte) promove na próxima quarta-feira (02.05.2007) um Debate Estadual sobre a conjuntura da Serra da Barriga e a importância do Parque Memorial Quilombo dos Palmares nesse contexto. A atividade será realizada a partir das 14h no auditório da Prefeitura de União dos Palmares.
Na ocasião, estarão presentes para a expor o tema, Edvaldo Neiva de Araújo (Zulu Araújo), presidente da Fundação Cultural Palmares e Patrícia Mourão, secretária executiva do Instituto Magna Mater - ONG idealizadora do Parque. O objetivo é reunir representantes do movimento negro, sociedade palmarina e demais interessados para esclarecerem suas dúvidas sobre a implantação e manutenção do Parque.
O evento conta com o apoio da Associação dos Grupos e Entidades Negras de União dos Palmares (Agrucenup), Sindicato dos Trabalhadores de Escolas Particulares (Sintep) e da Prefeitura de União dos Palmares. O Parque - O espaço definido para a implantação do Parque Memorial Quilombo dos Palmares ocupará apenas o Platô, em preocupação com os estudos arqueológicos realizados na região. Com o intuito de homenagear os guerreiros quilombolas, a história e costumes do povo palmarino será exaltada a arquitetura africana - formato de pau-a-pique com cobertura vegetal.
A infra-estrutura é considerada uma das mais modernas e adequadas, que possibilitará aprofundar o conhecimento da história e cultura afro-brasileira. Os visitantes poderão desfrutar de espaços temáticos nomeados com palavras de origem banto e yourubá, formado por espaço multiuso (batucagé); mirantes para visualização; textos em quatro idiomas; banheiros; casa de farinha: ocas indígenas; casa dos santos; palácio Múxima de Palmares (Coração de Palmares); restaurante Kúuku-Waana (banquete familiar) e sete pontos áudio-visuais com vozes de artistas consagrados, como Djavan, Carlinhos Brow, Toni Tornado, Leci Brandão e Xica Xavier.
O projeto arquitetônico conta com o patrocínio do Ministério do Turismo, Caixa Econômica Federal e da Petrobrás. Para obter mais informações sobre o Quilombo dos Palmares, cultura afro-brasileira e a estrutura do Parque, encontra-se a disposição o site


www.quilombodospalmares.org.br

SERVIÇO:

Debate Estadual sobre a conjuntura da Serra da Barriga e o Parque Memorial Quilombo dos Palmares.

Realização: Anajô e Núcleo Temático Identidade Negra na Escola.

Quando: 02 de maio, das 14h às 17h30.

Local: Auditório da Prefeitura de União dos Palmares, AL, situado na rua Marechal Deodoro, s/n, Centro. Contatos: Helcias (82-9941-0943) / Helciane (82-8831-3231) / Madalena (82-9983-6695) (Assessoria Anajô)

UFSJ: DECIS promove Curso de Extensão sobre Cultura Afro

O Departamento de Ciências Sociais (Decis) da Universidade Federal de São João Del Rei, MG, vai promover de 11 de maio a 30 de junho de 2007, Curso de Extensão sobre História e Cultura Africana e Afro-Brasileira .

A atividade será coordenada pelo professor Manoel Jauará .

As aulas serão às sextas-feiras, das 19h às 22h, e aos sábados, das 9 às 12h, na sala 2.48 do campus Dom Bosco.

As inscrições poderão ser efetuadas até 10 de maio, das 14h às 19h, na Secretaria do Decis, sala 3.60 do campus Dom Bosco.

Demais informações pelo tel: (32) 3379 2454 ou 3379 2461

Fonte: UFSJ

April 25, 2007

Conheça o Museu Afro-Brasileiro

O Museu Afro-Brasileiro nasceu do Programa de Cooperação cultural entre o Brasil e países da África e para o desenvolvimento dos estudos voltados para a temática afro-brasileira, através de convênio firmado entre os Ministérios das Relações Exteriores e da Educação e Cultura, O Governo da Bahia, a Prefeitura da Cidade do Salvador e a Universidade Federal da Bahia. Sua inauguração ocorreu em 7 de janeiro de 1982.

O Museu foi instalado no histórico prédio da primeira Escola de Medicina do Brasil, de propriedade da Universidade Federal da Bahia, no Terreiro de Jesus. Em 1997, o Museu Afro-Brasileiro passou por um amplo processo de reestruturação atualizando a sua museografia e abordagem conceitual. O Centro de Estudos Afro-Orientais, órgão suplementar da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA, é o organismo responsável pelas atividades do Museu Afro-Brasileiro.

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Seu acervo é composto de peças da cultura material de origem ou inspiração africana, representativas da vida cotidiana, dos processos tecnológicos, do sistema de crenças, das manifestações artísticas e da tradição oral na África tradicional.São esculturas, máscaras, tecidos, cerâmicas, adornos, instrumentos musicais, jogos e tapeçarias, provenientes do continente africano, adquiridos na década de 70, pelo Ministério das Relações Exteriores, ou através de doações das diversas embaixadas dos países da África.

Há, por outro lado, objetos de origem brasileira, relacionados à religião afro-brasileira na Bahia, suas divindades e sacerdotes. São os atributos iconográficos e os adornos dos principais orixás e roupas de mães e pais-de santo de alguns terreiros de Salvador. Merece destaque especial o conjunto de talhas em cedro, do artista plástico Carybé, com dimensões monumentais (2 e 3 metros de altura) retratando 27 orixás e que constitui uma das mais importantes obras da arte contemporânea brasileira.

Dentre poucos no país a tratarem exclusivamente da cultura africana e sua influência na formação da cultura brasileira, o Museu Afro-Brasileiro tem sido pioneiro desde a sua abertura ao público, como um espaço de referência para ações de afirmação identitária, sendo permanentemente visitado por turistas nacionais e estrangeiros, estudantes, pesquisadores e indivíduos relacionados à religião afro-brasileira.

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FUNCIONAMENTO

O Museu Afro-Brasileiro recebe visitas programadas de escolas da rede pública e particular, atendendo alunos do primeiro e segundo graus, bem como estudantes universitários.As visitas deverão ser marcadas com antecedência.As escolas públicas devem apresentar ofício solicitando a dispensa da taxa de ingresso.

HORÁRIOS DE FUNCIONAMENTO:

Seg a sexta das 9:00 às 18:00h
Sábados e domingos das 10:00 às 17:00h
Endereço:Terreiro de Jesus / prédio da Antiga Faculdade de Medicina Centro Histórico, Salvador - Bahia
Telefone: (71) 3321-2013 Fax: (71) 3321-2013

VALOR DOS INGRESSOS

Adultos: R$5,00 (incluindo visita ao Museu de Arqueologia e Etnologia localizado no mesmo prédio)
Crianças até 5 anos: gratuito
Jovens entre 6 e 12 anos: R$ 2,50
Cidadãos brasileiros acima de 60 anos: R$ 2,50
Estudantes de escolas públicas e comunidade UFBA: gratuito
Estudantes de escolas particulares: R$ 2,50

April 22, 2007

RELEASE: Os que Voltaram - A História dos Retornados Afro-Brasileiros na África Ocidental no Século XIX

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De: Alcione Meira Amos

A data é maio de 1999 e a fotografia mostra um homem de cor usando um barrete cerimonial e uma faixa com as cores verde e amarelo. O homem está sentado no que parece ser um trono e está acompanhado de mulheres trajando coloridas vestimentas típicas da África ocidental. Mas aos seus pés estão duas crianças segurando a bandeira brasileira. Será que ele está no Brasil ou na África? Está nos dois lugares, pelo menos no seu imaginário. Mais de 200 anos depois que entre 3.000 e 8.000 afro-brasileiros começaram a retornar para a África, o Brasil ainda está na consciência de seus descendentes em quatro países da África ocidental: Benim, Gana, Nigéria e Togo.
O homem na foto é Honoré Feliciano de Souza e ele é o oitavo “Chachá” – título honorífico que foi dado ao seu antepassado Francisco Félix de Souza pelo rei do Daomé. O Sr. Honoré considera o Brasil seu “verdadeiro país”. No dia em que a foto foi tirada ele e mais 35 “brasileiros” estavam esperando um professor que vinha da Embaixada do Brasil em Lagos (Nigéria) para lhes ensinar português.
Como esta conexão entre o Brasil e a África ocidental foi feita, e como permaneceu tão forte? O livro Os Que Voltaram, de Alcione Meira Amos, conta a história dos Agudás – forma pela qual os afro-brasileiros são chamados no Benim e na Nigéria –, dos Tabom – como são chamados em Gana – e dos afro-brasileiros do Togo – alguns dos quais são chamados Nagô.
Embora os ex-escravos brasileiros retornados tivessem origens étnicas diversas, ao chegar à África Ocidental eles se organizaram a partir da experiência comum que haviam tido no Brasil, a escravidão. Assim sendo, se no Brasil tinham dado ênfase a sua cultura africana, na África viriam a enfatizar a cultura brasileira adquirida durante o cativeiro. De um modo e do outro, tentavam encontrar um papel diferenciado nas novas culturas nas quais haviam sido inseridos.
Foram bem sucedidos nesta empreitada. De volta a África, mesmo sendo chamados derrogatoriamente de Amaros na Nigéria (ou seja, aqueles que vieram de fora) e até comparados a judeus errantes e filhos pródigos no Benim, eles prevaleceram e se tornaram parte integral das sociedades que haviam escolhido como suas novas pátrias.
Eles tinham muitos fatores positivos a seu favor. A maioria dos afro-brasileiros retornados tinha voltado para a África por conta própria, o que indicava um alto grau de dinamismo e autoconfiança. É verdade que alguns tinham sido deportados, principalmente depois da Revolta dos Malês, em 1835, mas até mesmo este fato iria incentivá-los a trabalhar mais e a serem mais dinâmicos, pois sabiam que não poderiam voltar facilmente para o Brasil. Estes aspectos da sua experiência faziam com que os retornados afro-brasileiros fossem extremamente pragmáticos, a ponto de se dedicarem sem escrúpulos ao tráfico de escravos, do qual muitos deles tinham sido vítimas, pois este, pelo menos até meados do século XIX, era um dos meios de rapidamente se firmarem economicamente.
Este pragmatismo também era aparente na sua religiosidade, que poderia ter sido um entrave à adaptação ao novo ambiente. Se o catolicismo os marcava como europeizados e culturalmente superiores à população local, dando-lhes até o direito de se auto-identificar como “brancos” eles, por outro lado, continuavam praticando as religiões nativas que haviam trazido da África para o Brasil e com as quais haviam voltado para a África. Sem dúvida, isto facilitava de algum modo o seu relacionamento com as populações locais.
Muitos tinham se convertido ao islamismo no Brasil como uma forma de resistência à escravidão. Mas o islamismo que os retornados afro-brasileiros praticavam era secular e pragmático e não imbuído do jihadismo que permeava e ainda permeia o islamismo até os dias de hoje. Em alguns casos, o catolicismo, o islamismo e as religiões locais viviam lado a lado, no seio de uma mesma família, sem causar problemas. Outro aspecto deste pragmatismo foi que os afro-brasileiros retornados se deram bem com os franceses, os ingleses e os alemães, os três poderes europeus sob os quais foram colonizados.
O impacto cultural dos retornados nas sociedades dos países onde se fixaram quando de volta a África foi, sem dúvida alguma, muito maior do que poderia ter sido esperado dado seu pequeno número. Na Nigéria, estabeleceram uma nova arquitetura; introduziram novas palavras no fom, uma das línguas faladas no Benim; e os descendentes dos primeiros retornados afro-brasileiros estiveram à frente da luta contra o colonialismo no Togo, muito antes que a chama do movimento de libertação estivesse acesa na costa ocidental da África.
Várias características permitiram que os afro-brasileiros e seus descendentes se posicionassem na alta sociedade de seus respectivos países. A principal talvez tenha sido sua dedicação a dar aos seus filhos a melhor educação possível. Assim é que, em Uidá, a escola formada pelos padres católicos era freqüentada pelos filhos dos afro-brasileiros retornados, enquanto as crianças locais eram proibidas de fazer o mesmo. Já em Lagos, a primeira escola a ser fundada foi a dos protestantes, mas nem por isto os afro-brasileiros católicos hesitaram em matricular seus filhos na primeira turma. No Togo, o primeiro pedido dos afro-brasileiros quando os padres missionários católicos alemães chegaram a Lomé foi que fundassem uma escola. A educação sempre vinha em primeiro lugar, onde quer que os afro-brasileiros estivessem na África.
Além disso, os afro-brasileiros eram excelentes comerciantes. Desde o infame tráfico de escravos, passando pelas plantações de palma do século XIX, de onde o óleo era extraído para exportação, até a criação das modernas fábricas, gráficas e casas comerciais no século XX, os afro-brasileiros estavam sempre presentes na vida econômica dos países onde concentraram-se na África ocidental.
Outra característica que fazia deles um elemento valioso para os países recentemente libertos da colonização européia era o conhecimento de línguas. Os primeiros retornados eram pelo menos bilíngües, falando uma língua africana e o português. Seus filhos continuaram com a tradição e muitos se tornaram verdadeiros poliglotas, como Sylvanus Epiphanio Kwami Olympio, o primeiro presidente do Togo, que falava nada menos que sete línguas: fom, evé, iorubá, português, alemão, inglês e francês.
Criativos e interessados em novas técnicas foram os afro-brasileiros que introduziram o cinema no Togo e se destacaram no ramo da fotografia, tanto no Togo como na Nigéria, no começo do século XX. E foi um afro-brasileiro quem, pela primeira vez, usou uma técnica de conservação de energia no Togo – Octaviano Olympio – quando fez uso dos resíduos de suas plantações como fonte de energia para os fornos que produziam os tijolos de sua olaria. Por seu lado, estes tijolos seriam utilizados na construção de novas estruturas na emergente Lomé.
Mas talvez seja a teimosa presença das lembranças do Brasil e de coisas brasileiras que até hoje se encontra na África ocidental, na figura de comidas e festas típicas, a melhor testemunha do sucesso da empreitada lançada pelos retornados. Uma história que está agora entrando no seu quarto século. Muito interessante será ver até quando esta lembrança vai durar. Será este um imenso caso de saudade? Quem sabe...

A AUTORA

Alcione Meira Amos é brasileira, residente nos EUA desde 1972. Trabalhou por quase 30 anos no Banco Mundial, em Washington, onde atuou como pesquisadora no Department of Women in Development, e como bibliotecária. Há mais de 20 anos se dedica a pequisar a história de sociedades pós-escravidão, inclusive a dos afro-brasileiros retornados para a África, tendo vários artigos publicados sobre este assunto em revistas brasileiras e internacionais. É formada em Letras pela FAFI-BH e Mestre em Biblioteconomia pela Catholic University of America, Washington, D.C., EUA.
É autora de The Life of Luis Pacheco: Last Surviror of Dade's Battle e editora de The Black Seminoles: History of a Freedom-Seeking People, ambos publicados nos EUA.

Ficha técnica

Formato: 16x23cm
Nº de páginas: 176
Capa: Papel supremo 250g
Miolo: Papel Chamois Bulk 90g
Preço de Capa: R$ 36,00

Tradição Planalto Editora

Tel: (31) 3226-2829
livro@tradicaoplanalto.com.br

April 21, 2007

Semana da África 2007

"Premio Kabengele Munanga de Intercâmbio Científico": 24 e 25 de maio - Exposição de Pôster
TEMA GERAL : CULTURA, RELIGIÃO E RELAÇÃO INTERPESSOAL NA ÁFRICA
Câmara Municipal de São Paulo - Viaduto Jacareí, 100 - Subsolo - Bela Vista - São Paulo, SP
Maiores informações sobre esse evento, acesse o link abaixo




Enviado por Leila Machado Kesseler

Agradecimento


A equipe do Blog Projeto Negros e Negras em Movimento gostaria de agradecer a Leila Machado Kesseler, aluna do Curso de Extensão Negros e Negras em Movimento (encerrado em abril de 2007), pela indicação de alguns sites e reportagens sobre os mais diversos temas abordados e discutidos em nosso curso... Estaremos repassando aqui no Blog essas matérias, aos poucos, para que todos possam ler.
Equipe do Blog Projeto Negros e Negras em Movimento

April 17, 2007

Rio adere ao Fórum Intergovernamental de Promoção da Igualdade Racial

Rio de Janeiro - O governo do Rio firma hoje (17/04/2007) termo de adesão ao Fórum Intergovernamental de Promoção da Igualdade Racial. A solenidade será às 15h30, no Palácio Guanabara. Estarão presentes o governador do Rio, Sérgio Cabral, e a ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Políticas para Promoção da Igualdade Racial.O termo é dirigido às 25 comunidades quilombolas do estado. Pelo acordo, o Serviço Social da Indústria no Rio (Sesi-RJ) vai realizar censo demográfico, cursos de alfabetização e resgate da culinária afro-brasileira. Esse projeto tem o apoio do Programa Cozinha Brasil, que promove o reaproveitamento de alimentos com orientação nutricional.

Fonte: Radiobrás

II Seminário sobre Diversidade discutiu as relações étnico-raciais nas escolas em Angra dos Reis, RJ

A Prefeitura de Angra dos Reis, através da Secretaria Municipal de Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com a Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal Fluminense (UFF), e o Grupo de Consciência Negra Ylá Dudu, realizaram nos dias 13 e 14 de abril, sexta e sábado, no Centro de Estudos Ambientais (CEA), na Praia da Chácara e na UNIABEU, no Angra Shopping, o II Seminário sobre Diversidade Cultural e Étnica e as Práticas Escolares. Com o tema “Negros e Negras em Movimento – as relações étnico-raciais na escola e o debate sobre a Lei 10.639/03”, teve na abertura a palestra do etnólogo, historiador e professor cubano, Carlos Moore.O público-alvo foram os professores das redes municipal, particular e estadual de ensino e principalmente os cerca de cem professores que concluíram o Curso de Extensão “Negros e Negras em Movimento – as relações étnico-raciais na escola e o debate sobre a Lei 10.639/03”, ministrado pela UFF em parceria com a Prefeitura. O objetivo foi o de capacitar os professores para desenvolver projetos em sala de aula sobre a história da cultura afro-brasileira conforme determina a lei do Governo Federal.A abertura do Seminário teve ainda a exposição esculturas em papie marche “Encantos e Arte Negra”, da artista plástica Sueli Rodrigues, e apresentação de Capoeira do grupo Abadá. Na UNIABEU foram ministrados diversos mini-cursos entre eles de “Educação, Valores e Escola Aprendente”, do “Ensino sobre África no Brasil: Desafios e Possibilidades” e da “Religiosidade Afro-brasileira”. Em breve, as fotos do II Seminário sobre Diversidade Cultural e Étnica e as Práticas Escolares.

Fonte: Prefeitura Municipal de Angra dos Reis

April 11, 2007

II Seminário sobre Diversidade Cultural e Étnica e as Práticas Escolares: Negros e Negras em Movimento

II Seminário sobre Diversidade Cultural e Étnica e as Práticas Escolares: Negros e Negras em Movimento

Programação

Dia 13/04

CEA - 8h - Credenciamento/Inscrição nos Mini-Cursos
8h30 - Abertura
9h às 12h - Conferência: As relações étnico-raciais na escola e o debate sobre a Lei 10.639/03.

UNIABEU - 13h30 às 16h30 - Mini-Cursos

Dia 14/04

UNIABEU - 8h30 às 11h30 - Mini-Cursos
CEA - 13h30 às 15:30 - Discussão em grupos
15h30 às 17h - Plenária Final

Coordenação

Profª Luiza Helena (Smecti) Profª Dra. Mª das Graças Gonçalves (UFF)
Profª Sonia Pimenta (Smecti) Prof. Ms. José Luiz Antunes (UFF)
Délcio José Bernardo (Ylá Dudu)

Realização



Parcerias


Grupo de Consciência Negra Ylá Dudu

April 09, 2007

Quem foi Tia Ciata - Hilária Batista de Almeida (1854–1924)

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Hilária Batista de Almeida nasceu na Bahia em 1854. Aos 22 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, no êxodo que ficou conhecido como diáspora baiana. No Rio, formou nova família ao se casar com João Baptista da Silva, funcionário público com quem teve 14 filhos.
Como todas as baianas da época, era grande quituteira. Começou a trabalhar colocando o seu tabuleiro na Rua Sete de Setembro, sempre vestida de baiana. Com tino comercial, também alugava roupas típicas para o teatro e para o carnaval.
Mãe-de-santo respeitada, Hilária foi confirmada no santo como Ciata de Oxum, no terreiro de João Alabá, na Rua Barão de São Felix, onde também ficava a casa de Dom Obá II e o famoso cortiço Cabeça de Porco. Em sua casa, as festas eram famosas. Sempre celebrava seus orixás, sendo as festas de Cosme e Damião e de Nossa Senhora da Conceição as mais prestigiadas. Mas também promovia festas profanas, nas quais se destacavam as rodas de partido-alto. Era nessas rodas que se dançava o miudinho, uma forma de sambar de pés juntos, na qual Ciata era mestra.
A Praça Onze ganhou o apelido de Pequena África, porque era o ponto de encontro dos negros baianos e dos ex-escravos radicados nos morros próximos ao centro da cidade. Lá se reuniam músicos amadores e compositores anônimos. A casa de Tia Ciata, na rua Visconde de Itaúna 117, era a capital da Pequena África. Dos seus freqüentadores habituais, que incluíam Pixinguinha, Donga, Heitor dos Prazeres, João da Baiana, Sinhô e Mauro de Almeida, nasceu o samba. A música Pelo telefone foi o primeiro samba registrado, no final de 1916, e virou sucesso no carnaval de 1917.
As chamadas "tias" baianas tiveram um papel preponderante no cenário de surgimento do samba no Rio de Janeiro, no final do século XIX e início do XX. Além de transmissoras da cultura popular trazida da Bahia e sacerdotisas de cultos e ritos de tradição africana, eram grandes quituteiras e festeiras, reunindo em torno de si a comunidade que inundava de música e dança suas celebrações – as festas chegavam a durar dias seguidos. Nessa época, viviam Tia Amélia (mãe de Donga), Tia Prisciliana (mãe de João de Baiana), Tia Veridiana (mãe de Chico da Baiana) e Tia Mônica (mãe de Pendengo e Carmen do Xibuca). Mas a mais famosa de todas foi Tia Ciata, em cuja casa nasceu o samba.
Em 1935, o então prefeito do Rio, Pedro Ernesto, legalizou as escolas de samba e oficializou os desfiles de rua. Antes disso, sem horário nem percurso fixo, o indispensável era que os grupos passassem pela Praça Onze, pelas casas das “tias” baianas. Elas eram consideradas mães do samba e do carnaval dos pobres. A casa de Tia Ciata era parada obrigatória, pois era a mais famosa e muito respeitada pela comunidade. Até hoje, as tias são representadas e homenageadas nos desfiles, pela ala das baianas das escolas de samba.

Para saber mais: Silva, Lucia. Luzes e Sombras na cidade: no rastro do castelo e da Praça Onze. SP:PUC, 2002

Quem foi Mãe Aninha (1869-1938)

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Filha de africanos, Eugênia Ana dos Santos, a ialorixá Obá Biyi, nasceu em Salvador em 1869. Mais conhecida como Mãe Aninha, ela foi feita no candomblé do Engenho Velho – a casa de Mãe Nassô – fundado por volta de 1830 e o primeiro a funcionar regularmente na Bahia. Saiu de lá para formar uma nova casa, o Ilê Axé Opô Afonjá, hoje considerado Patrimônio Histórico Nacional.
Em 1935, Martiniano do Bonfim sugeriu a Mãe Aninha que criasse o Corpo dos Obás de Xangô, que deveria ser integrado por amigos e protetores do terreiro. Martiniano era uma das personalidades mais respeitadas da comunidade afro-baiana. Havia retornado da Nigéria em 1883, portando altos títulos da hierarquia sacerdotal iorubana. Sua idéia tornou-se real, quando, em 1936, foi instituído o corpo de obás, ou 12 ministros de Xangô do Axé Opô Afonjá. Até hoje são escolhidas pessoas de grande prestígio social para ocupar esse corpo.
A função principal dos obás é a sustentação do axé, tanto do ponto de vista material quanto do seu status. No Ilê Axé Opô Afonjá, ainda hoje os obás formam uma seleta hierarquia, abaixo somente da mãe-de-santo e da mãe pequena, eventual substituta da mãe-de-santo. Na Bahia, a criação dos obás trouxe ao culto de Xangô um importante exército de reforço. Nas últimas décadas, já ocuparam esse posto os escritores Jorge Amado e Antônio Olinto, os compositores Gilberto Gil e Dorival Caymmi, o artista plástico Carybé e os pesquisadores Vivaldo da Costa Lima e Muniz Sodré, entre outros.
Mãe Aninha sempre lutou para fortalecer o culto do candomblé no Brasil e garantir condições para o seu livre exercício. Segundo consta, por intermédio do ministro Osvaldo Aranha, que era seu filho de santo, Mãe Aninha provocou a promulgação do Decreto Presidencial nº 1202, no primeiro governo de Getúlio Vargas, pondo fim à proibição aos cultos afro-brasileiros em 1934.
Em sua época, foi uma personalidade importante, muito respeitada e popular nos candomblés da Bahia. Foi ela quem revelou ao pai Agenor sua vocação para candomblé quando ele ainda era criança. Falecida em 1938, Mãe Aninha foi sucedida por Mãe Bada de Oxalá e depois por Maria Bibiana do Espírito Santo, Oxum Muiuá, popularmente conhecida como Mãe Senhora de Oxum.

Para saber mais:
Bastide, Roger. O Candomblé da Bahia. São Paulo: Cia das Letras, 2001
Pierson, Donald. Brancos e Pretos na Bahia. SP: Cia Editora Nacional, 1971

April 02, 2007

Mensagem do Prof. José Luiz C. Antunes

Caros do blog,

O Prof. Capelli passou uma bibliografia sobre Religiosidade AFRO. Acho que poderíamos incorporar no nosso Blog.Assim que tiver mais novidades, mando para vocês (outras contribuições)Forte abraço,
Prof. José Luiz C. Antunes.

Para visualizar a bibliografia clique no link abaixo:

http://mail.google.com/mail/?attid=0.1&disp=vah&view=att&th=11179fc64c6b6957