PROJETO NEGROS E NEGRAS EM MOVIMENTO

Objetivos: - A contribuição do negro na formação social brasileira - A discriminação racial no Brasil. Movimentos de resistência de negros pela cidadania e pela vida; - Políticas sociais e população negra: trabalho, saúde, educação e moradia; - Relações étnico-raciais, multiculturalismo e currículo; - Aspectos normativos da educação de afro-brasileiros. - EMAIL PARA CONTATO: negrosenegras@gmail.com

March 30, 2008

Condoleezza Rice: América é extraordinária porque uma negra pode ser secretária de Estado

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A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou nesta sexta-feira (29), que os Estados Unidos são um país "extraordinário" porque uma mulher negra pode ocupar um posto que inicialmente correspondia a um senhor de escravos.
"Penso que os americanos podem ficar orgulhosos de seu país e de onde chegamos", disse Rice. "É um país extraordinário, no qual hoje sou a distante sucessora de Thomas Jefferson".
O presidente Thomas Jefferson foi proprietário de escravos e o primeiro secretário de Estado dos EUA, entre 1790 e 1793.
Rice falava do progresso de quem trabalha quando um jornalista lhe perguntou sobre as lições aprendidas desde o início do movimento dos direitos civis, por ocasião do 40º aniversário do assassinato de Martin Luther King.
"As lições que os americanos aprenderam desde o movimento dos direitos civis é que precisamos trabalhar duro, todos os dias, para transformar em realidade as palavras extraordinárias, emocionantes e inspiradoras de nossos documentos de fundação".


Fonte: Portal G1

Dicas de livros

Tramas da cor


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Enfrentando o preconceito no dia-a-dia escolar

Autor(es): Rachel de Oliveira

Assunto: Comunicação /Jornalismo-->

Com sensibilidade e singeleza, a autora utiliza um relato ficcional dos problemas enfrentados por uma menina negra em sua escola paraabordar as questões básicas do racismo por parte de crianças e adultos em nossos estabelecimentos de ensino. Sugere posturassaudáveis para enfrentar os problemas mediante o incremento da auto-estima e o conhecimento de figuras ilustres da história negra.

Valor: Em torno de R$ 25,90

Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade

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O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, vinculado ao Ministério da Cultura, lança mais uma edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, criado em 1987 em reconhecimento a ações de proteção, preservação e divulgação do patrimônio cultural brasileiro. Foi assim denominado em homenagem ao primeiro dirigente da instituição.
Oferecido anualmente a empresas, instituições e pessoas, de todo o país, o Prêmio procura estimular e valorizar todos aqueles que atuam em favor da preservação do patrimônio cultural brasileiro. É constituído de um troféu, um certificado e R$ 20 mil reais, a ser descontada a obrigação tributária para pessoa física ou pessoa jurídica. Está dividido em sete categorias: Apoio Institucional e/ou Financeiro, Divulgação, Educação Patrimonial, Pesquisa e Inventário de Acervos, Preservação de Bens Móveis e Imóveis, Proteção do Patrimônio Natural e Arqueológico e Salvaguarda de Bens de Natureza Imaterial.
Para a edição 2008 do Prêmio os interessados podem se inscrever até o dia 05 de maio nas Superintendências Regionais do Iphan. Cada ação só poderá ser inscrita em uma categoria. Os candidatos devem apresentar as ações em forma de dossiê, datilografado ou impresso em ambiente Word, sendo necessário agregar elementos iconográficos, audiovisuais ou qualquer outra espécie de material ilustrativo ou produto, que possibilitem a plena caracterização da atividade, tais como desenhos, fotografias, slides, mapas, cartazes, folhetos, revistas, livros, fitas cassete e de vídeo, cd roms, cds etc. É obrigatória a apresentação de um resumo da ação, de no máximo duas páginas de 30 linhas, com o objetivo de facilitar sua divulgação junto à imprensa.
As ações inscritas serão pré-selecionadas por Comissão constituída em cada Superintendência Regional do Iphan, composta por representantes das diferentes áreas culturais da região, presidida pelo Superintendente Regional. As ações pré-selecionadas serão analisadas pela Comissão Nacional de Avaliação, formada pelo Presidente do Iphan, por representantes de instituições do Governo Federal e de outras ligadas à preservação do patrimônio cultural.
Os vencedores serão anunciados durante o mês de julho, juntamente com a data e local, em Brasília, onde acontecerá a cerimônia de entrega das premiações.
InformaçõesO edital e a ficha de inscrição com o detalhamento do Prêmio encontram-se em anexo e também são disponibilizados nas Superintendências Regionais do Iphan.

Mais informações
Coordenação-Geral de Promoção do IphanTelefones: (61) 3414.6199 - 3414.6186 e 3414.6176 Fax: (61) 3414.6198
E-mail:
codif@iphan.gov.br


Fonte: IPHAN

14º Prêmio Nacional Assis Chateaubriand de Redação / Projeto Memória

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O mar esconde muitos tesouros. A História do Brasil também.

14º Prêmio Nacional Assis Chateaubriand de Redação / Projeto Memória Escreva sobre a vida de João Cândido e resgate pelo menos um desses tesouros.

Tema: "João Cândido e a Luta pelos Direitos Humanos "

João Cândido era filho de ex-escravos e aos 13 anos alistou-se na Marinha do Brasil. No dia 22 de novembro de 1910, juntamente com outros marinheiros, comandou a Revolta da Chibata, movimento que reivindicava, dentre outras coisas, melhores condições de trabalho.
Escreva sobre a vida de João Cândido e participe do 14º Prêmio Nacional Assis Chateaubriand de Redação - Projeto Memória. Mais do que resgatar a fascinante trajetória de um homem que reivindicou liberdade e respeito, você vai resgatar um pouco da riqueza histórica do Brasil.
R$ 35.000,00 EM PRÊMIOS e uma viagem a Brasília para a solenidade de premiação.ENTREGA DAS REDAÇÕES: até 31 de agosto de 2008


Para mais informações: http://fac.correioweb.com.br (e acesse o link concursos q localizará sobre esse assunto c o respectivo regulamento) ou pelos telefones: (061) 3214-1508 / 3214-1376 ou 3214-1378.

Goiânia sedia o V Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros

Com o tema Pensamento negro e anti-racismo: diferenciações e percursos, o V Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros (CBPN) será realizado em Goiânia, de 29 de julho a 1º de agosto. Trabalhos de pesquisa, estudos ou experiências feitos por pesquisadores negros podem ser inscritos até dia 14 de abril pela internet. Os que quiserem se inscrever apenas para participar do congresso têm até a véspera do evento.O Congresso será um momento de divulgação e socialização dos trabalhos de pesquisadores negros, africanos e da diáspora nas instituições de ensino superior e outros espaços de produção de conhecimento. Este ano, vários eixos temáticos serão trabalhados, como o pensamento feminista negro, a juventude, os grupos afro-LGBTT, a intelectualidade negra não acadêmica. O V CBPN é realizado pela Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN) e está sob a responsabilidade da Universidade Federal de Goiás (UFG), da Universidade Católica de Goiás (UCG) e da Universidade Estadual de Goiás (UEG).
As informações e a ficha de inscrição estão no site http://www.museu.ufg.br/vcopene.

March 18, 2008

Representantes de cultos afro querem audiência com Secretário de Segurança

RIO - Entidades federativas de umbanda e candomblé do Rio vão solicitar uma audiência urgente com o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, pedindo providências para garantir o livre exercício do culto religioso nas comunidades carentes da cidade.
Conforme o jornal EXTRA informou no domingo, traficantes que freqüentam igrejas independentes vêm proibindo manifestações de umbanda e candomblé nas favelas cariocas, e expulsando donos de terreiros ( você já sofreu preconceito religioso? ).
O vereador Átila Nunes Neto, diretor institucional da Federação Brasileira de Umbanda, afirmou que o governo precisa oferecer algum tipo de proteção às pessoas que queiram denunciar a proibição:
- É obrigação do Estado garantir os direitos do cidadão. Quem decide quem vai ficar ou não numa comunidade? A Secretaria estadual de Justiça tem que dar uma garantia para os que sofrerem este tipo de violência poderem falar.
Pai Paulo de Oxalá afirma que a discriminação com as religiões de cultos afro sempre existiu, mas agora estaria ainda pior, por conta dos traficantes de drogas que se dizem convertidos:
- É um momento difícil. Estamos sendo massacrados. Tenho uma lista de babalorixás que já sofreram este tipo de violência religiosa. E é uma perseguição armada.
Pai Paulo conta que muitos pais-de-santo estão se mudando para comunidades na Baixada Fluminense:
- Eles têm que se readaptar, muitas vezes com o risco de também não ser aceitos.


Fonte: Extra Online

March 15, 2008

FCP começa a fase de habilitação do Concurso Estátua Zumbi dos Palmares

O concurso Estátua Zumbi dos Palmares começou, nesta quinta-feira (13), a fase de habilitação dos concorrentes. As inscrições dos projetos se encerraram na última segunda-feira (10). Até agora, chegaram à Fundação Cultural Palmares (FCP) 23 projetos, vindos de nove estados. São Paulo foi o estado que enviou mais projetos - cinco -, seguido de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, com quatro, Bahia, com três, Pernambuco, com dois, e Goiás, Maranhão, Santa Catarina e Paraná, com um cada.
Na habilitação, feita pela Comissão Organizadora, são conferidos os documentos e informações necessárias para a participação no concurso. O resultado da habilitação sairá no início da próxima semana. Os projetos inabilitados serão divulgados no Diário Oficial da União. Os demais estarão automaticamente habilitados. Apenas os concorrentes habilitados terão seus projetos julgados em Salvador, BA, onde ficará a estátua vencedora do concurso.


Marília Matias de Oliveira - ASCOM/FCP/MinC

March 12, 2008

Estudantes norte-americanos pesquisam quilombolas

Zulu Araújo, presidente da Fundação Cultural, recebe jovens pesquisadores, que estão no Brasil pesquisando comunidades afro-descendentes

O presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo, recebeu, no dia 12/03, uma delegação de pesquisa de campo do Rapoport Center for Human Hights and Justice, of University of Texas at Austin, que veio ao Brasil com a missão de pesquisar o "Direito à terra de afro-descendentes no Brasil". Composta por um professor coordenador e cinco estudantes das áreas de Direito e de Literatura, a equipe chega ao Brasil disposta a conhecer o intrincado caminho que levou ao reconhecimento das comunidades remanescentes de quilombo no país. Os pesquisadores estão com uma agenda repleta de entrevistas com representantes de comunidades quilombolas, do governo, ativistas e acadêmicos e percorrerão, além de Brasília, as cidades de Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo. A pesquisa de campo resultará em um relatório, no qual farão recomendações de ações futuras a serem disseminadas a organizações governamentais, intergovernamentais e não-governamentais e a políticos.
Na Fundação Cultural Palmares, quiseram saber, entre outras questões, quais as políticas públicas que o Brasil tem implementado para a inclusão dos afro-descendentes; como é o processo de reconhecimento e de certificação das comunidades quilombolas e quais os direitos a eles concedidos; e como a sociedade civil vê esse processo sendo implementado no Brasil?
Zulu Araújo mostrou-se muito satisfeito com a iniciativa dos jovens pesquisadores norte-americanos. Ao que a professora Karen Engle respondeu que eles ficaram por durante dois meses, antes de vir ao Brasil, estudando exaustivamente a questão dos quilombolas.
Política de governo - Atentos, ouviram do presidente da FCP uma rica explanação da atuação da Fundação Cultural Palmares e da política de implementação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dar visibilidade às comunidades quilombolas. Isso quer dizer, de um projeto que vai além das questões econômicas, de um projeto cultural para preservar a história e a cultura dos afro-descendentes.
O presidente da FCP explicou as dificuldades, principalmente pela visão euro-centrista que ainda paira sobre a sociedade brasileira. Mas uma das grandes vitórias, segundo ele, foi a constituição da Fundação Cultural Palmares, da qual ele foi um dos mentores. Criada para promover, preservar e difundir as manifestações culturais do movimento negro brasileiro, a Fundação, segundo Zulu Araújo, tem uma atuação relevante no atual governo.
Os estudantes ouviram de Zulu que, apesar da luta intensa dos movimentos organizados, a Fundação Cultural Palmares, até 2003, teve pouca atuação. "Pouca coisa foi feita para tornar realidade a premissa constitucional, o artigo 68, que regula as relações da sociedade com os remanescentes de quilombos", disse ele.
Porém, a partir de, precisamente, 20 de novembro de 2003, Dia Nacional da Consciência Negra, um novo marco se inaugura. O presidente Lula aprova o decreto 4.887/2003. que regulamentou a identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes dos quilombos. Assim, a FCP já certificou 1.170 comunidades, dos 3.500 territórios quilombolas já identificados no país.

Comprometimento e responsabilidade

Em mais uma comparação, Zulu Araújo conta que em quinze anos, de 1988 até 2003, da FCP reconheceu apenas 13 territórios, com visita a 12. Nos últimos cinco anos, a Fundação já visitou 326 territórios. "Isso é revelador de que, apesar da legislação, ela por si só não dá a garantia dos direitos. É preciso comprometimento, ação e responsabilidade. Isso é o que estamos fazendo", garantiu Zulu.
O presidente da FCP, atento ao interesse pelas informações dos jovens estudantes, continua sua explanação ainda com críticas ao que ele considera ainda obstáculos para a implementação soberana das políticas públicas encaminhadas pelo governo Lula. Ou seja, embora o perfil racial do Brasil seja muito diverso, muito mestiço, em contrapartida, suas referências civilizatórias e de poder são euro-descendentes. "Isso faz com que toda política pública que leve ao protagonismo dos setores negros e indígenas leve essa sociedade a considerar como algo perigoso. E por conta dessa concepção, os avanços nas áreas quilombolas não é bem-visto".
Esse conflito, segundo Zulu Araújo, deve-se ao atraso do Brasil na questão fundiária. A legislação brasileira ainda é regida por uma lei de 1950, a Lei da Terra, vista como conservadora. "Ainda hoje, em pleno século 21, lutas por reforma agrária são vistas pela elite como coisa de comunistas", alerta ele. Zulu explica que para os quilombolas, o direito à terra vai além do aspecto econômico; é cultural e detalha: "A relação deles com a terra é a relação com a vida, é estar no mundo.
Ao final, a professora Karen propõe trabalharem juntos em um programa destinados aos estudos afros na América Latina.
Para os interessados em conhecerem os relatórios e pesquisas de campo desenvolvidos pelos membros do Rapoport Center, é só acessar www.rapoportcenter.org/publications.html


Inês Ulhôa - FCP/MinC

Lei inclui ensino sobre a cultura indígena no currículo escolar

Uma lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na segunda-feira (10), vai incluir no currículo das escolas públicas e particulares de nível fundamental e médio o ensino de história e cultura indígena brasileira.

Para a diretora executiva do Instituto Indígena Brasileiro de Propriedade Intelectual, Lucia Fernanda Jófej, a lei pode ajudar a corrigir os erros históricos de omissão ou equívoco das escolas sobre a cultura indígena.

"Existindo uma obrigação, vai haver uma demanda. Existindo uma demanda, então vão haver mais produtos, mais serviços, informações mais claras nesse sentido", diz Lucia que critica a forma como a história do Brasil é ensinada. "A maior parte das escolas conta a história de um ponto de vista eurocêntrico", defende.

"Dizer que o Brasil foi descoberto é, no mínimo, um eufemismo. Dizem que a estimativa era de 1 a 5 milhões de índios no país. Hoje temos 700 mil. Onde essas pessoas foram parar? O que houve foi um massacre sem precedentes", afirma.

Em 2003, uma lei incluiu nos currículos escolares a obrigatoriedade do ensino da cultura afro-brasileira. Entretanto, ativistas afirmam que ainda há problemas para implementação.

"A lei é fundamental, mas não fala de capacitação e a eficácia dela depende do processo de qualificação das pessoas que vão estar em sala de aula falando sobre África e cultura afro-brasileira", explica Nelson Inocêncio, coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade de Brasília (UnB).

Segundo Inocêncio, o problema não está na falta de ensino da cultura afro, e sim na má qualidade do ensino. "De alguma forma se leciona sobre isso sim, mas a maioria das abordagens sobre a presença negra no Brasil, incide em erros graves", explica.
Ele acredita que, depois da criação da lei, houve um pequeno aumento no número de publicações e oficinas sobre o assunto. Entretanto, segundo Inocêncio, as universidades ainda se eximem da responsabilidade de formar professores nesse tema.


Fonte: Agência Brasil

March 10, 2008

Abertas Inscrições ao Curso Pensamento Negro Contemporâneo

O Decanato de Extensão informa que estão abertas até 20 de março, as inscrições para o Curso Pensamento Negro Contemporâneo, proposto pelo Núcleo de Promoção da Igualdade Racial - NPIR/DEX. O curso tem duas modalidades simultaneas Disciplina de Graduação, módulo livre, valendo 4 créditos, para estudantes de graduação da UnB e Curso de Extensão aos demais interessados da Instituição e da comunidade em geral.

O curso/disciplina abrange temas como racismo, representação social, resistência negra no Brasil, cultura e identidade negra, políticas de ações afirmativas entre outros temas de reflexão sobre as relações étnico-raciais brasileiras.

Com início a partir desta segunda-feira, dia 10 de março, o Curso/Disciplina tem carga horária de 60 horas-aulas. Serão 4 turmas, de 40 vagas cada. A modalidade Curso de Extensão (1 turma) somente será oferecida às segundas-feiras das 8h às 12h e três turmas destinadas aos estudantes de graduação serão às sextas-feiras, das 8h às 12h, 14h às 18h e das 19h às 22h.

As inscrições de estudantes de graduação deverão ser feitas na forma on-line usual de inscrições de disciplinas ou diretamente no Núcleo de Promoção da Igualdade Racial-NPIR/DEX. Demais interessados procurar o NPIR - no DEX - 1º andar do Prédio da Reitoria. Informações: Tel: 3307-2610 r/ 24 - Ana Paula Meira ou Débora Morais.

Antecedentes

O curso nasceu de um pedido feito por representantes do movimento EnegreSer, que vinha discutindo essa estratégia e sentia a necessidade de institucionalizá-la, o que foi acatado pelo Decanato de Extensão, em seu compromisso de ampliar o trabalho de ação afirmativa desenvolvido pela universidade nos últimos anos, além da garantia de acesso.

Ofertado com grande procura desde o segundo semestre letivo de 2006, neste ano serão oferecidas quatro turmas, sendo três com 40 vagas cada, destinada aos estudantes de graduação regularmente matriculados, tendo quatro créditos computados em módulo livre. A quarta turma será mista (estudantes e demais interessados) também com 40 vagas.

Projeto de Lei regulamenta capoeira

Um projeto de lei quer regulamentar a capoeira no Brasil. De autoria do deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), o projeto prevê a criação do Dia Nacional da Capoeira e do Capoeirista e a declaração da capoeira como bem de natureza imaterial.

Se a lei for aprovada, a profissão de capoeirista também ficará regulamentada nas modalidades de esporte e luta. O projeto também prevê que os cursos superiores de educação física e as escolas, nos níveis fundamental e médio, incluam a capoeira em suas grades curriculares.

O Dia Nacional da Capoeira e do Capoeirista seria comemorado no dia 12 de setembro. Na justificativa do projeto, o deputado Carlos Zarattini diz que "A capoeira é inequivocamente um traço cultural indelével de nossa identidade cultural, expressando-se como arte, ofício e alternativa profissional para muitos brasileiros". O projeto, apresentado em fevereiro no plenário da Câmara, foi encaminhado à Comissão de Educação e Cultura.



Fonte: Fundação Palmares

March 04, 2008

Disputa acirrada pelo CONEGRO

Itapececerica - Empossado na última segunda-feira (25/02) pelo prefeito Jorge Costa, do PMDB, o Conselho Municipal do Negro (CONEGRO) de Itapecerica, cidade da região metropolitana da Grande São Paulo, não conseguiu eleger o presidente na reunião convocada com este objetivo no dia seguinte à posse.Os dois candidatos – o rapper e um dos idealizadores do Conselho, Denis Rodrigues dos Santos, e o jornalista Walmir Damasceno – terminaram empatados, com nove votos cada, e a eleição foi adiada para a próxima terça-feira, dia 04 de março, na Secretaria de Cultura.Denis é coordenador do Movimento Brasil Afirmativo, em Itapecerica, presidente do H2MOR – Hip Hop Movimento Organizado de Rua -, e é apoiado por conselheiros que acompanham o seu trabalho desde a articulação da aprovação do CONEGRO junto aos vereadores da cidade, bem como sua participação na mobilização pela aprovação do Estatuto da Igualdade Racial e transformação do 20 de novembro em feriado municipal.Ele foi um dos líderes do Movimento que, juntamente com ativistas de todo o Estado de S. Paulo, esteve em Brasília para a entrega das 100 mil assinaturas pedindo ao Congresso a votação do Estatuto e a aprovação do PL 73/99 e da PEC 02/06, que cria o Fundo de Promoção da Igualdade Racial.O jornalista Walmir Damasceno é sacerdote iniciado no candomblé de tradição angola-kongo e tem o apoio de conselheiros simpatizantes do PT e da presidente do Diretório do Partido, Maria de Lourdes Souza dos Santos, que recentemente assumiu a Coordenadoria de Cultura do Município. O PT, embora não tenha vereadores, faz parte da administração do prefeito Jorge Costa, do PMDB.

Participação Negra

O CONEGRO tem como objetivo ser um canal de expressão e manifestação da população negra de Itapecerica, bem como o desenvolvimento de estudos para formulação de planos de ação de combate à discriminação racial e a proposição de políticas públicas que atendam a demanda dessa camada da população, entre outras atribuições. É integrado por 21 conselheiros, 11 da sociedade civil e 10 indicados pela Administração.Segundo analistas da política local, o apetite do PT pelo cargo, em pleno ano eleitoral, revela a dificuldade desse partido no plano municipal, em conduzir políticas em parceria com outras forças. Também deixa em situação delicada a presidente do Diretório local do Partido, recém chegada à Administração.


Fonte: Afropress

Editorial: Lula, o pai dos Negros, na Casa Grande chamada Brasil

Por Dojival Vieira


Quem esteve na posse do novo ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, e manteve “a cabeça reta e a espinha ereta”, no dizer do poeta Walter Franco, pôde constatar in loco, em pleno Palácio do Planalto (mais in loco, impossível) como opera a lógica do Poder no Brasil – e, em especial, neste Governo – em relação a nós, os 49,5% da população auto-declarados pretos e pardos, vale dizer: negros.

Se não, caro (a) leitor (a) responda: a) em que outra cerimônia de posse de um ministro, o Presidente da República se sentiria à vontade para atropelar o cerimonial, falar primeiro, e depois se retirar, levando consigo toda a mesa, alegando outros compromissos de agenda?b) em que outra cerimônia de posse de um ministro, o Presidente da República anunciaria, com certa solenidade, a criação de um Ministério – arrancando urros de uma platéia negra enlevada - para, uma hora depois, se desmentir em nota da própria Secretaria de Imprensa da Presidência da República?Na verdade, resume a nota, não era nada daquilo que provocou tanto alvoroço na platéia enlevada e manifestações de tietagem explícita: para driblar uma imposição legal, ou seja, deputados não podem ser titulares de Secretarias Especiais da Presidência sem renunciar os seus respectivos mandatos, Lula simplesmente “ministerializou” o ministro por meio de uma Medida Provisória.Vale dizer: transformou Santos em ministro de direito, já que titulares de Secretarias Especiais têm apenas o status do atributo pomposo.O detalhe é que Lula sabia disso, pois assinou o texto da MP pouco antes, como anunciou ao abrir a solenidade. Por que preferiu a recaída ao palanque, a ponto dos enlevados até repetirem o jingle de 2002 (aquele, olé, olé, olé, olá, Lula, Lula!!!) é mistério de difícil elucidação, a não ser que o enlevo da platéia tenha provocado no Presidente súbitas saudades de 20002.Aliás, o discurso de Lula merece análise, mas não de lingüistas, já que a retórica casual/porta de fábrica é conhecida de qualquer ativista com mais de 30 anos, mas de psicanalistas. Quase sempre quando fala para Negros, Lula mostra-se mais à vontade do que de costume: ele sabe usar como ninguém a figura do pai – metáfora que passou a frequentar seus pronunciamentos desde que chegou ao Planalto, assim como o uso de imagens futebolísticas.Com os Negros, o “pai” assume, com maior naturalidade, sua autoridade, a ponto de filosofar, repetir platitudes e se sentir à vontade para distribuir uma enxurrada de conselhos. "O projeto de Lei (do Estatuto) está lá (na Câmara) há muito tempo. Enquanto vocês estiverem brigando ele ficará mofando lá", ensinou Lula. “Vocês tem de reivindicar, de cobrar, porque nós temos a tendência a nos acomodar a nossa agenda cotidiana. Como vocês tem uma dívida de séculos tem o direito de reivindicar muito mais”, acrescentou. “Enquanto vocês não se puserem de acordo, esse Estatuto não será votado”, continuou, no tom paternal de sempre.No caso da exoneração da ex-ministra Matilde Ribeiro, Lula falou como se não fosse ele próprio o responsável pela exoneração. Matilde continua “intocada”, não cometeu nenhum delito, apenas falhas administrativas, discursou Lula, para delírio da platéia enlevada.Ora, se a ex-ministra não cometeu mais do que “falhas administrativas" corriqueiras – o que, presume-se, faça parte do cotidiano de qualquer Governo ou Administração – porque até agora Matilde foi a única a ter a cabeça entregue numa bandeja no escândalo dos gastos excessivos com cartões corporativos?A pergunta é: se não cometeu crime ou delito, e mesmo assim seu chefe – vale dizer, o próprio Presidente – a demitiu, estamos diante da confissão de um desvio: Lula pune com exoneração e direito à execração pública, até mesmo auxiliares inocentes, é a conclusão óbvia e inescapável.Se não, a declaração deveria ser seguida do anúncio da imediata recondução ao cargo, seguida de desculpas públicas pelos transtornos e constrangimentos.Mas, é no capítulo dos conselhos que Lula se excede como pai e deixa evidente o jogo de sedução/manipulação do qual abusa quando tem diante de si uma platéia de Negros. Como todo pai, Lula nos trata como pais tratam filhos ainda incapazes de responder por si, assumir suas responsabilidades - um misto de paciência e compreensão com a incapacidade do filho de fazer frente a certos problemas, que é freqüentemente o centro do discurso paterno. Mas o faz, abusando da sedução de quem é íntimo para não provocar rebeldias indesejáveis.Não fôsse este o objetivo como se pode explicar que um Governo que tem ampla maioria na Câmara dos Deputados, a ponto de aprovar o que bem entender, pretenda agora jogar em nossas costas, a culpa pela não aprovação de um instrumento jurídico como o Estatuto da Igualdade Racial – uma Lei que está atrasada há pelo menos 120 anos?Um Governo que pode quase tudo, como uma Câmara dócil e com larga maioria, como pode pretender colocar como condição, o que sabe ser praticamente impossível - a união das várias correntes do Movimento Negro que, neste caso, se divide profundamente: desde os que pretendem a retirada do projeto, até os que assistem passivamente o debate, contentando-se em dizer que são favoráveis ao Estatuto como se fosse possível aprová-lo por inércia?Ora, se este Governo, verdadeiramente quisesse aprovar o Estatuto, bastaria mobilizar sua base para isso e o Estatuto seria aprovado, com folga. Não ficaria fazendo esse jogo de esconde/esconde, nem tergiversando sobre o tema como faz o Presidente.No caso do anúncio da transformação da Seppir em Ministério, mais uma vez, é impossível não lembrar uma imagem muito recorrente na relação entre pais e filhos: o Presidente/pai deu o doce, o filhinho comemorou feliz da vida, para, logo em seguida (menos de uma hora depois), o pai arrepender-se e retirar o doce das mãos, antes que começasse a ser degustado. Responda, mais uma vez, caro (a) leitor (a): essa associação é ou não é pertinente?O Presidente Lula, a continuar tratando os Negros e a questão racial da forma como o fez na posse do novo ministro, reproduzindo a velha tática da elite racista de nos conceder apenas a condição de “símbolos”, terá criado a mais eficiente estratégia de manutenção do racismo no Brasil: a estratégia que reconhece a existência da discriminação deblatera e a condena, porém, não dá conteúdo nem conseqüência ao que constata. A reação da platéia enlevada é que não deixa de ser patética e acaba reforçando no pai, exatamente o efeito pretendido: crianças devem ser tratadas como crianças.Desta forma, não há como não lembrar: assim como Getúlio entrou para o folclore político como “o pai dos pobres e a mãe dos ricos”, Lula tem grandes chances de entrar para a história como “o pai dos negros e mãe dos donos Casa Grande” – a imensa Casa Grande chamada Brasil.



Dojival Vieira
Jornalista
Registro MtB: 12.884
Proc. DRT 37.685/81
Email:dojivalvieira@hotmail.com ; abcsemracismo@hotmail.com

March 01, 2008

Desproporção: Apenas um negro passa em medicina na Fuvest 2008

Ao todo, 37 cursos não têm nenhum ingressante negro na primeira chamada. Os convocados negros somam 1,8% dos calouros.

Somente um estudante negro foi convocado em primeira chamada para cursar medicina em 2008 pela Fuvest. A Universidade de São Paulo (USP) em São Paulo e em Ribeirão Preto e a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa ofereceram, ao todo, 375 vagas. A informação é do questionário socioeconômico do vestibular 2008, respondido por 369 ingressantes no curso. O número de indígenas foi maior que o de autodeclarados negros: dois contra um. A Fuvest, fundação que realiza o processo seletivo, divide os estudantes em cinco categorias. Além dos negros e índios, 28 estudantes se declararam pardos, 59, amarelos e a grande maioria, 279, brancos.

Em medicina, a proporção de negros em 2008 não é muito diferente dos últimos vestibulares. O vestibular 2007 foi o que teve mais negros, entraram quatro. Nos dois anos anteriores, somente um estudante se declarou negro. E há cinco anos, nenhum se declarou negro.

Mas se a desproporção é grande em medicina, que tem a nota de corte mais alta na primeira fase, em outras carreiras pode piorar: em 37 nenhum candidato autodeclarado negro conseguiu garantir uma vaga. Entre esses cursos está jornalismo, que foi o mais disputado do processo seletivo 2008. Ainda de acordo com os dados da USP, o concorrido curso de direito, teve apenas quatro calouros negros, dentre os 560 ingressantes.

Para o Frei Valnei Brunetto, que dirige a Educafro, uma ONG voltada para a inclusão social do negro e que oferece cursinhos comunitários, os percentuais mostram que o negro ainda não garantiu o acesso na maior universidade pública do país. “A grande maioria da nossa sociedade marginalizada é a de cor negra. Isso se reflete nas nossas instituições de ensino superior”, afirma. “Não defendemos as cotas como algo eterno ou permanente, mas como um instrumento para resolver essa desigualdade, que é momentânea. Quando a sociedade atingir a equiparação entre as raças, não fará mais sentido ter cotas.”


Top do ranking da diversidade

No top do ranking da diversidade está o curso de ciências da atividade física, na USP Leste, que classificou oito negros dentre os 60 calouros. Um dos ingressantes preferiu não declarar a cor e não respondeu ao questionário socioeconômico. A proporção de autodeclarados negros é de 13,6%. Logo em seguida, aparece o curso de música em Ribeirão Preto, com 10,3% de negros e, em terceiro lugar está a licenciatura em artes cênicas, com 10% de negros convocados na primeira chamada. No geral, 1,8% dos ingressantes na USP são negros, 0,3% são indígenas, 10,9% são pardos, 9% são amarelos e a maioria, 78%, se declarou branca.

No Brasil, segundo dados de 2007 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 49,7% da população é branca, 6,9% preta, 42,6% parda e 0,8% amarela ou indígena. Já no Estado de São Paulo, o percentual da população que se declara branca é maior do que na média do país, 67,9%, e o de negros, menor: 5,8%.

Inclusão social na USP

A USP não tem cotas. Sua política de ação afirmativa é oferecer 3% de bônus sobre a nota no vestibular de estudantes que tenham estudado na rede pública. Pelo segundo ano consecutivo a universidade não conseguiu atingir as metas de inclusão social. A asssoria de imprensa informou que não havia ninguém disponível para falar sobre o assunto nessa sexta. Para o Frei Valnei, o acréscimo na pontuação não atinge seu objetivo. “A medida é muito aquém da necessidade do estudante. São necessários instrumentos melhores do que esse bônus. É um auxílio que é de fachada e não gera mudanças substanciais”, avalia.


Fonte: Portal G1