PROJETO NEGROS E NEGRAS EM MOVIMENTO

Objetivos: - A contribuição do negro na formação social brasileira - A discriminação racial no Brasil. Movimentos de resistência de negros pela cidadania e pela vida; - Políticas sociais e população negra: trabalho, saúde, educação e moradia; - Relações étnico-raciais, multiculturalismo e currículo; - Aspectos normativos da educação de afro-brasileiros. - EMAIL PARA CONTATO: negrosenegras@gmail.com

September 30, 2008

Menina dos olhos!

Por Paulo Guilherme Larangeira


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Olha que coisa mais linda! Não é um orgulho para a raça negra? A princesa em questão é PALOMA OLIVEIRA. A dona de hipnotizantes olhos verdes, lábios sedutores e um jeitinho apaixonante está sem namorado, mas já vai avisando aos interessados que admira homens românticos, companheiros e carinhosos. “Toda mulher gosta de ser tratada com respeito e muita dedicação”, frisa a paulista de Ribeirão Pires, que estréia aqui como modelo. Sorte nossa! Ela acaba de ser aprovada para trabalhar fora do país. “Iniciar a carreira há tão pouco tempo e começar uma carreira internacional é motivo de muito orgulho para mim.” Orgulhosos ficamos nós, contemplados com tanta beleza. Mas...Agora em particular com os homens...Aposto que você ainda está hipnotizado, não?

Menino dos olhos!!

Por Daniella Larangeira

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“A primeira coisa que observo na mulher é o sorriso”, revela HUGO MENTZINGEM, carioca de 24 anos que estréia como modelo. Ele trabalha como vendedor e vitrinista e foi incentivado por uma cliente a seguir a carreira artística. “Ela mesma se encarregou de me fotografar e me apresentar para algumas agências”, ele conta. Não deu outra: foi aprovado na hora. “E comecei com o pé direito, na revista Raça Brasil. É um orgulho.” Hugo gosta de mulheres carinhosas, românticas e bem-humoradas, e admira as independentes. “Gosto de surpreender e ser surpreendido com loucuras de amor”, segreda o negrogato de 1,89 metro de altura, corpo sarado e olhos verdes, que se confessa vaidoso e adora black music. “Se for pra dançar acompanhado, melhor ainda!”

Saiba um pouco mais sobre Angola, país onde nossa correspondente Meire Gomes vive

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Por Meire Gomes

Bom, como todos já sabem, sou brasileira mas moro em Angola há 8 anos. Achando interessante a proposta desde blog entrei em contato com a Daniella (da equipe do blog) e parabenizei este projeto. Foi aí que veio o convite da parte da Dani e do Paulo Guilherme para fazer uma parceria com eles, sendo correspondente internacional (chique eu né!!) que foi prontamente aceito. Desde maio de 2008 faço esse trabalho com grande satisfação, pode ter certeza..
Agradeço o carinho em todos os emails que me enviam (negrosenegras@gmail.com) que são repassados para meu email pessoal e respondidos. E olha que não são poucos..
Muitos desses emails são perguntando como é o país onde vivo: Angola
Então tentei fazer um "resumão" sobre as principais informações sobre esse país...

Boa leitura!! Espero que gostem!!



Saiba mais sobre Angola, que realizou eleições legislativas no último dia 5 de setembro.


NOME OFICIAL: República de Angola.


LOCALIZAÇÃO: Sudoeste da África. Faz fronteira com República Democrática do Congo e República do Congo (norte); Namíbia (sul); República Democrática do Congo e Zâmbia (leste). É banhado pelo Oceano Atlântico (oeste).


SUPERFÍCIE: 1.246.700 quilômetros quadrados.


POPULAÇÃO: 16,1 milhões de habitantes (2007).


CAPITAL: Luanda.


IDIOMAS: Português (oficial) e línguas bantus (não oficiais).


RELIGIÃO: Católicos (68,7%); protestantes (19,8%); adeptos de crenças tradicionais (9,5%).


GOVERNO: República presidencialista.


PRESIDENTE (chefe do Executivo): José Eduardo dos Santos.


LEGISLATIVO: Unicameral - Assembléia Nacional, com 220 membros.


JUDICIÁRIO: A máxima instância é a Corte Suprema de Justiça.


CONSTITUIÇÃO: 1975.


PRINCIPAIS PARTIDOS: Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA); União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita); Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA).


MOEDA: kuanza.


PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB): US$ 61,356 bilhões (2007).


TAXA DE CRESCIMENTO ECONÔMICO: 21% (2007).


PIB PER CAPITA: US$ 3.834,75.


PRINCIPAIS PRODUTOS: Petróleo, com a maior produção da África, e diamantes.


HISTÓRIA E EVOLUÇÃO POLÍTICA: Angola ficou sob domínio de Portugal desde o século 15, quando Diogo Cão chegou ao litoral do território africano em 1482, exceto um curto período, de 1640 a 1648, em que houve uma invasão e posterior domínio dos holandeses.

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Entre 1886 e 1927, e por acordos assinados com França, Alemanha, Reino Unido e Bélgica, os portugueses fixam as atuais fronteiras de Angola.

O governo luso transforma Angola em província em 1955, e em 1975 reconhece sua independência, pouco após a queda em Lisboa em 25 de abril de 1974 do regime salazarista.

Antes de sua emancipação, surgiram em Angola três movimentos independentistas que lutaram entre si desde 1960: o MPLA (1956), de orientação marxista-leninista e liderado por Agostinho Neto; a FNLA (1962), apoiada pelo Zaire (atual República Democrática do Congo); e a Unita (1966), anticomunista e liderado por Jonas Savimbi.

A guerra civil no país durou até 2002. Angola ficou dividida pela guerra civil logo após declarar sua independência.

Agostinho Neto foi nomeado presidente pelo MPLA e proclamou na região norte a República Popular de Angola, com capital em Luanda e reconhecida pela maioria dos países de cunho comunista.

Simultaneamente, a Unita e dissidentes da FNLA passam a controlar o sul, apoiados por Estados Unidos, República Federal da Alemanha (Ocidental), África do Sul e Zaire.

A primeira etapa da guerra civil termina em 1976 com a vitória do MPLA, cujo Governo é reconhecido pela Organização da Unidade Africana (OUA, atualmente União Africana) e admitido pela ONU, apesar da oposição de África do Sul e EUA.

A Unita, com apoio americano, sul-africano e do Zaire, pretende derrubar o Governo de Luanda, que recebe apoio de um contingente militar cubano de 50 mil homens.

Em novembro de 1988 são anunciados um acordo de paz e a retirada das tropas cubanas, concluída em maio de 1991.

O presidente José Eduardo dos Santos, que chega à chefia de Estado em 1979, dá início a uma tímida democratização e aceita que a Unita participe das eleições gerais, que, embora agendadas para 30 de dezembro de 1989, acabariam não sendo realizadas, com a intensificação dos confrontos armados.

Em 1º de maio de 1991 é assinado em Estoril (Portugal) um documento que põe fim à guerra, embora só de forma aparente.

Em 15 de maio de 1991 fica estabelecido o cessar-fogo oficial, e no final desse mês, José Eduardo dos Santos e Savimbi assinam em Lisboa um armistício, que supõe, em teoria, o fim do conflito.

Em setembro de 1992 são realizadas eleições legislativas, nas quais o MPLA obtém 47% dos votos, e a Unita, 40%. No entanto, Savimbi acusa o presidente de fraude, e os conflitos são retomados.

Em novembro de 1994, com a firma sob forte pressão internacional do Protocolo de Lusaka entre o governo e a Unita, o país passa a viver uma situação de maior tranqüilidade. Mas em 1998, a Unita volta a intensificar combates e ataques a aviões com civis.

A guerra acabou em 2002, após a morte em combate de Savimbi. Em 4 de abril desse ano, governo e guerrilha assinaram um cessar-fogo em Luanda que pôs fim a 27 anos de guerra civil, com saldo de mais de um milhão de mortos e de quase quatro milhões de deslocados.

Em dezembro de 2007, José Eduardo dos Santos anuncia eleições legislativas para serem realizadas em 5 de setembro de 2008. (que já foi realizada), veja notícia abaixo:

Notícia publicada pela Agência France Presse:

O partido angolano no poder, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), venceu com ampla vantagem as eleições legislativas de 5 de setembro, com 81,64% dos votos, conquistando 191 deputados de um total de 220, de acordo com resultados definitivos anunciados nesta terça-feira (16) pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

As eleições da última sexta-feira - as primeiras da Angola em 16 anos - haviam sido estendidas por mais um dia por causa das reclamações da oposição frente aos atrasos e às longas filas.

A organização do pleito foi muito criticada pela missão de observadores da União Européia (UE).

"O que vimos em três locais de votação em Luanda é um desastre. Ainda não começaram a votar. Não estavam preparados", afirmou a coordenadora da missão européia, Luisa Morgantini.

Seu principal adversário, a União Nacional pela Independência Total de Angola (Unita), conseguiu 10,39% dos votos, que correspondem a 16 deputados, bem menos do que as 70 cadeiras de que dispunha antes, anunciou o presidente da comissão, Caetano de Sousa.

O MPLA, que está 33 anos no poder, terá 62 assentos a mais em comparação ao mandato anterior.

A taxa de participação foi de 87%, acrescentou o presidente da comissão.

Em 2009, o país tem agendadas suas eleições presidenciais, que decidirão o futuro do atual presidente José Eduardo dos Santos, no poder desde 1979.

Conheça a trajetória de José Eduardo dos Santos, presidente de Angola

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O presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, é uma personalidade enigmática dotada de grande perspicácia política que transformou a Presidência em uma instituição onipresente.

Este marxista pragmático, que abriu a ex-colônia portuguesa à economia de mercado para facilitar a reconstrução de um país esfacelado por 27 anos de guerra civil, fez um apelo a seus compatriotas para que participem maciçamente das primeiras eleições legislativas em tempos de paz.

"Não fiquem em casa no dia 5 de setembro (...) Contribuam para reforçar nossa democracia!", disse.

As eleições de sexta-feira são uma prova de popularidade para o presidente de 66 anos antes das presidenciais de 2009.

Em 1992, durante as únicas eleições realizadas desde a independência, dos Santos obteve 49,57% dos votos contra 40,07% do líder do movimento rebelde Jonas Savimbi, que rejeitou este resultado e retomou as armas. Somente a sua morte em 2002 pôs fim ao combate.

O presidente angolano ganhou nesses anos de luta uma misteriosa postura no poder. De olhar plácido e tom mesurado, limita suas aparições públicas, viaja pouco e poucas vezes concede uma entrevista.

"Se você retém a informação sobre o funcionamento do sistema político (...), é uma forma de controlá-lo", ressalta Nicholas Shaxson -autor de um livro sobre os Estados petroleiros da África.

Este engenheiro formado na União Soviética "é um mestre do jogo político", acrescenta.

Nascido no dia 28 de agosto de 1942 de pai pedreiro e mãe faxineira, dos Santos cresceu em Sambizanga, bairro pobre de Luanda, núcleo da luta clandestina contra Portugal, embora só tenha participado brevemente da luta armada, em 1961.

Dos Santos entra para o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).

Em 1963 recebe uma bolsa para estudar em Baku, no Azerbaijão, onde se forma em Engenharia e se casa com uma soviética. Atualmente é casado com Ana Paula, uma angolana 18 anos mais nova, e é pai de seis filhos.

Em 1974 integra o comitê central do MPLA, antes de se tornar em 1975 chefe da diplomacia na independência.

Como herdeiro do primeiro presidente angolano é nomeado vice-primeiro-ministro e, após a morte de seu mentor em 1979, é eleito presidente do MPLA e assume o posto de presidente do governo e comandante-em-chefe das Forças Armadas.

"O presidente é o centro de uma rede de clientelismo que o permite apaziguar os conflitos de interesse e reforçar sua posição", ressalta "The Economist".



Fonte: Da EFE, Johanesburgo

Piratas da Somália trocam tiros à bordo de navio seqüestrado

Há notícia de que três morreram; embarcação transporta tanques e armas.

Piratas somalis à bordo de um navio seqüestrado na costa do país trocaram tiros em uma disputa sobre o que fazer com a carga de tanques e armas do barco.

Os piratas seqüestraram o navio ucraniano, Faina, na semana passada, e exigiram um resgate de US$ 20 milhões.

Um porta-voz do Programa de Assistência a Navegantes da África Oriental, Andrew Mwangura, que está monitorando a situação, disse que três piratas morreram nos choques entre duas facções rivais.

Mwangura disse que os radicais à bordo querem manter a carga de 33 tanques e outras armas na Somália e os moderados preferem mater a exigência de um resgate. A maior preocupação da organização que acompanha os eventos é com a segurança da tripulação.

A embarcação está cercada por navios de guerra internacionais, determinados a impedir que a carga militar "caia nas mãos erradas". A Marinha dos Estados Unidos disse que tem embarcações a uma distância de 16 quilômetros do Faina.

Segundo Mwangura, os piratas estão se sentindo pressionados e a tensão aumenta. "Nós estamos pedindo à comunidade internacional e aos negociadores na área que recuem", afirmou.

Mais cedo, os piratas haviam dito que preferiam lutar a se render. "Eu alerto contra qualquer operação militar. Se nós formos atacados, nós vamos nos defender até a morte", disse um dos seqüestradores à BBC.

Um dos 21 tripulantes do navio morreu em conseqüência de uma doença.

Destino

O Faina está ancorado na costa somali, perto da cidade de Hoboyo. Há notícias desencontradas sobre para onde a sua carga seria levada.

O Quênia insiste que ela era destinada a suas Forças Armadas.

Mas outras fontes, inclusive um porta-voz da Marinha dos Estados Unidos, disseram que a carga era para o governo autônomo do Sul do Sudão, numa possível violação de um acordo de paz.

A Somália está sem um governo operante há 17 anos e sofre contínuos distúrbios. Clãs rivais e grupos armados lutam pelo poder.

As águas na costa são consideradas das mais perigosas do mundo - piratas seqüestraram quase 30 embarcações este ano e atacaram várias outras.

Até navios que transportam alimentos são alvo, o que vem dificultando o envio de suprimentos em caráter humanitário para até 3 milhões de somalis que necessitam de assistência.

Um porta-voz do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas disse que a agência fornece 90% da ajuda à Somália por mar e que seqüestros estão aumentando apesar do número de embarcações que patrulham as rotas marítimas.



Fonte: BBC

Concurso na África reúne Fusca, Mustang e Rolls-Royce

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Por Meire Gomes

Carros antigos desfilaram em evento no Quênia.
Fusca conversível cor-de-rosa foi uma das atrações


A cidade de Nairóbi, capital do Quênia, sediou neste domingo (28) em concurso de carros e motos antigas. Entre as principais atrações do "Schweppes Africa Concours d' Elegance" estavam um Rolls Royce de 1951, um Hupmobile de 1922, um Ford Mustang de 1966 e um Volskwagen Beetle (o popular Fusca), cor-de-rosa, de 1972.

Em sua 38ª edição, o concurso de veículos antigos do Quênia reuniu participantes de várias partes do mundo. Veja abaixo fotos de alguns modelos:

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Rolls-Royce de 1951 foi uma das atrações do concurso

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Ford Mustang de 1966 chamou a atenção dos visitantes

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Mulheres desfilam em um Volkswagen Beetle de 1972 cor-de-rosa

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Um carro Hupmobile de 1922 passa pelo público durante o concurso



Fonte: Agência Reuters

Atenção Campinas (SP)!! Curso de Metodologia de Pesquisa em Saúde da População Negra

De 17 a 28 de novembro próximo, será realizado em Campinas (SP) o Curso de Metodologia de Pesquisa em Saúde da População Negra. A idéia surgiu quando o Comitê Técnico Saúde da População Negra e a Área Técnica Saúde da População Negra, do Grupo Técnico de Ações Estratégicas (GTAE/SES), propuseram organizar o curso, em parceria com o Núcleo de Estudos de População (Nepo) da Unicamp. O Nepo possui experiência acumulada com a formação de profissionais e integrantes dos movimentos sociais por meio do "Programa de Saúde Reprodutiva e Sexualidade" e "Programa Interinstitucional de Treinamento em Metodologia de Pesquisa em Gênero, Sexualidade e Saúde Reprodutiva".

O objetivo do curso é qualificar a coleta do quesito cor, formar, treinar profissionais para melhorar a cobertura e qualidade da coleta, aprofundar a investigação sobre saúde da população negra e subsidiar a elaboração de políticas públicas para populações em situação de vulnerabilidade. Vale destacar que desde 2004 a Secretaria de Estado da Saúde investe na melhoria e qualidade da informação raça/cor nos sistemas de informação e na qualificação dos profissionais do SUS-SP, por meio do "Projeto implementação do quesito cor/raça/etnia no Estado de São Paulo". É crescente o número de municípios, profissionais, gestores e movimentos sociais envolvidos com o tema saúde da população negra.

Estudos evidenciam a interface entre desigualdades sociais, de gênero, raça/cor, e o processo saúde, doença, cuidado e morte. Todavia, o campo saúde da população negra carece ainda de estudos explicativos sobre o porquê dos diferenciais nos indicadores de morbidade, mortalidade e cuidado da população negra (mortalidade infantil, materna, acesso ao cuidado no pré-natal, parto, puerpério, DST/Aids). Por que mulheres e homens negros merecem menos cuidados e morrem mais? As respostas a esta pergunta podem subsidiar a formulação de políticas públicas que reduzam as iniqüidades deste segmento populacional.

Informações: http://www.nepo.unicamp.br

September 27, 2008

Coleção África e Diáspora: Malunga Thereza Santos - a história de vida de uma guerreira

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A Editora da Universidade Federal de São Carlos (EdUFSCar) lançou em 22 de setembro o livro Malunga Thereza Santos - a história de vida de uma guerreira, de autoria de Thereza Santos.

O livro apresenta aspectos da história de sua vida: infância; construção da consciência negra; participação nos movimentos estudantil e político brasileiros; exílio em países africanos; participação em lutas pela libertação de países africanos; militância em prol da comunidade negra no Brasil, Guiné Bissau e Angola; vida política; discriminações sofridas; e teatro e carnaval como instrumentos de luta. Vivências que a transformaram em uma guerreira negra. Thereza Santos é uma mulher negra, nascida no Rio de Janeiro no final da década de 1930. É carnavalesca, publicitária, atriz, autora, diretora de teatro e professora.

Esta obra apresenta a história de vida de uma mulher negra entrelaçada com a História do Brasil, de racismo, perseguição política, luta, militância e esperança na construção da sociedade brasileira.

A EdUFSCar, em colaboração com o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade, inaugura com este livro a Coleção África e Diáspora, que busca abranger temas gerados por experiências e pensamentos de comunidades e de pessoas negras, em diferentes contextos sócio-históricos, abordados sob diferentes perspectivas teórico-metodológicas. Pretende-se, com as obras publicadas, atingir a comunidade acadêmica, integrantes do Movimento Negro, pessoas interessadas em conhecer e aprofundar conhecimentos sobre a multiplicidade de vivências, saberes, espiritualidade, tecnologias, significados do viver produzidos ao longo da história da humanidade, no continente africano e nos diferentes territórios da diáspora.

A coleção reunirá trabalhos que focalizem dados e informações relativos à população negra, às relações étnico-raciais e aos conhecimentos gerados, tanto no seio de diferentes culturas africanas do período pré-colonial a nossos dias, como na recriação do mundo africano na diáspora.



Fonte: Fundação Palmares

September 23, 2008

Atenção Salvador e região!!

Bloco Ilê Aiyê realiza a Semana da Mãe Preta


Desde 1978, o bloco afro-cultural baiano Ilê Aiyê comemora o dia 28 de setembro como o Dia da Mãe Preta. No início, o objetivo principal deste evento cultural era homenagear Mãe Hilda, sacerdotisa do candomblé e dirigente espiritual do Ilê. Posteriormente, além da homenagem, a Semana da Mãe Preta tornou-se um evento de resgate e valorização da participação da mulher negra no processo civilizatório brasileiro.

Confira a programação da Semana da Mãe Preta

Dia 22/09

8h - Abertura da Semana: Apresentações artísticas em homenagem a Mãe Hilda, com Band´Erê e Escola Mãe Hilda
Local: Terreiro Ilê Axé Jitolu
18h - Apresentação do monólogo "Cinco mulheres por um fio", com a atriz Solange Couto.
Local: Sede do Ilê Aiyê

Dia 23/09

19h - Palestra com os professores Joseania Miranda Freitas e Sandro Teles, sob o tema "Resistência Negra na América do Sul"
19:30h - Coquetel.
Local: Sede do Ilê Aiyê

Dia 24/09

Oficinas artísticas para alunos das duas escolas: Band´Erê e Escola Mãe Hilda
Local: Sede do Ilê Aiyê

8:30 às 11:30/14 às 17h - Com coordenação das professoras de dança da Band´Erê, Cristiane Viana e Talita Amorim, e com os professores de percussão Edmilson Mota e Vinicius Silva

19h - Oficina terapêutica para o grupo Dandarerê, coordenada pela terapeuta corporal Luíza Huber
- Oficina artística para escola profissionalizante, com coordenação das professoras de dança Amélia Conrado (UFBA) e Cristiane Viana (Band´Erê) e participação do grupo de dança do Ilê Aiyê

Dia 25/09

19h - Mesa redonda "20 anos da Escola Mãe Hilda", com as professoras Ana Célia da Silva, Valdina Pinto, Jô Guimarães, Hildelice Benta, e ex-alunos convidados
Local: Sede do Ilê Aiyê

Dia 27/09

22h - Ensaio do Ilê em homenagem à Semana da Mãe Preta, com a Band´Aiyê e como convidado, Banda Bagagem de Mão
Local: Sede do Ilê Aiyê

TEMA DO ILÊ PARA O CARNAVAL 2009: "ESMERALDAS - PÉROLA NEGRA DO EQUADOR"


Mais informações, visite: www.ileaiye.org.br ou ligue: (71) 3256-8800

Quilombo no Leblon foi o primeiro abolicionista no país

O primeiro quilombo abolicionista conhecido pela história brasileira, membro ativo na luta pela extinção imediata do sistema escravista, deu origem ao que hoje é o bairro do Leblon, metro quadrado mais caro da cidade.

Antiga fortaleza do quilombo do Leblon, o Clube Campestre Guanabara representa atualmente o berço de um dos capítulos mais secretos do abolicionismo no Brasil: nele eram cultivadas as camélias, plantas então raras e indicativas do apoio declarado aos ideais de liberdade e igualdade.

Eduardo Silva, pesquisador da Casa de Rui Barbosa que estuda há mais de 30 anos temas como a escravidão e a cultura negra, publicou a desconhecida relação das flores com o movimento pelo abolicionismo incondicional - ou seja, sem o pagamento de indenização aos antigos proprietários de escravos - no livro As Camélias do Leblon e a Abolição da Escravatura.

O historiador explica que os 2.700 mil metros quadrados do quilombo do Leblon, que já havia servido de residência para um francês de mesmo nome, foi comprado em 1878 pelo comerciante português José de Seixas Magalhães, que viria a se tornar chefe do quilombo e grande fomentador da aliança entre brancos e escravos negros na luta pela abolição.

- Um francês deu nome à chácara, que deu nome ao quilombo e, por fim, ao bairro mais chique da cidade. O quilombo do Leblon foi revolucionário porque não se isolou e tentou eliminar, de forma ativa, a sociedade escravista daquela época - lembra o pesquisador, ressaltando que o local foi o centro da faceta mais radical do movimento.

- Tudo começou no quilombo do Leblon. Existia uma ligação direta entre os quilombolas e a princesa Isabel, que recebia deles as camélias plantadas no quilombo. Além de assinar a lei, ela estava secretamente aliada ao movimento subversivo pela abolição.

Ponto de cultura eternizada

No Clube Campestre Guanabara, o professor de capoeira Leonardo Dib, 30 anos, é o responsável pela perpetuação da tradição africana. Desde 2006 ele organiza um evento anual em comemoração à assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888.

Com demonstrações de jongo, capoeira, maculelê e maracatu, Leonardo tenta preservar a memória do quilombo que deu origem ao bairro símbolo da boemia carioca.

- Sempre procurei inserir nas aulas temas como a história dos quilombos e como surgiu a capoeira, por exemplo. Hoje, nem acredito que esteja dando aulas em um quilombo - revela o professor, que chega a atender a até 20 crianças entre 3 e 12 anos.

Leonardo afirma ainda que pretende inscrever o Clube Campestre Guanabara no processo seletivo do edital de Pontos de Cultura, ação prioritária do Programa Cultura Viva, do Governo Federal. Uma vez firmado o convênio, o local recebe R$ 185 mil, divididos em cinco parcelas, para investimento no projeto de cultura.



Fonte: Bruna Talarico e Felipe Sáles, Jornal do Brasil

September 20, 2008

Dica de livro

Livro: Tornar-se Negro
Autor: Souza, Neuza Santos
Editora: Graal

Este livro procura romper a precaridade de estudos sobre a vida emocional dos negros.Diante da flácida omissão com que a teoria psicanalítica tem tratado deste assunto, a autora apresenta reflexões profundas e inquietantes sobre o custo emocional da sujeição, da negação da própria cultura e do próprio corpo. O negro que se empenha na conquista da ascensão social para o preço do massacre de sua identidade. Toma o branco como modelo de identificação, como única possibilidade de ´tornar-se gente´.

Valor: em torno de R$ 25,00

Centenas de pessoas se unem em defesa da liberdade religiosa no Rio

No domingo (21), praticantes de diferentes religiões fazem uma manifestação em defesa da liberdade religiosa. É mais um passo para o fim do preconceito.



A Praia de Copacabana é o cenário da caminhada. Representantes da Federação Israelita, da Diocese Anglicana do Rio e do candomblé vão participar da manifestação contra intolerância.

“É um passo importante para garantir um princípio constitucional, que é a liberdade religiosa e também a liberdade de expressão”, afirmou o representante do candomblé Ivanir dos Santos.

A caminhada em defesa da liberdade religiosa sai do Praça do Lido em direção ao Posto 5 a partir das 9h.

“As injustiças sociais, a falta de direitos humanos, a dignidade humana, tudo isso são objetos da nossa luta de reunirmos todas as religiões juntas para transformar este mundo possível de se habitar”, disse o representante da Igreja Anglicana, Dom Celso de Oliveira.

“A sociedade tem que acreditar que nós estamos, de fato, numa luta contra a intolerância, porque denunciar e não acontecer nada dá um descrédito à própria sociedade”, acreditao presidente da Federação Israelita, Sérgio Niskier.

O movimento é para evitar casos como o que aconteceu em um centro espírita no Catete, em junho. Quatro jovens invadiram a casa e quebraram imagens. O grupo não foi processado por discriminação religiosa. A punição foi mais leve.

“Apenas cesta básica e uma multa de R$ 400 para dividir pelos quatro jovens. Ficou enquadrado como vandalismo”, lembra Fátima Damas, presidente da Confederação Espírita Umbandista.

Os integrantes do centro espírita também da caminhada de Copacabana.

“Que possamos, a partir de agora, acabar com o preconceito com a religião e viver em paz e em harmomia”, disse Edimar Castelo Branco, presidente do centro espírita.

O crime contra discriminação religiosa prevê uma pena que varia de um a três anos de prisão. A comissão que organiza a caminhada de domingo (21) sugeriu à Secretaria Estadual de Segurança a criação de uma delegacia específica para tratar desses casos. O pedido está sendo estudado.

September 19, 2008

Aviso a todos os alunos do Curso Negros e Negras em Movimento

Por Rose Aparecida



A fim de socializar os projetos executados nas Unidades Escolares com o objetivo de implementar a Lei 11.645/08 (antiga 10.639/03), através da publicação do Caderno Pedagógico “Diversidade Cultural e Étnica e Práticas Escolares”, solicitamos que os professores que concluíram o Curso de Extensão Negros e Negras em Movimento: as relações étnico-raciais na escola e o debate sobre a Lei 10.639/03” enviem para o Núcleo de Ações e Projetos Interculturais – NAPI/GEF –, até o dia 23/ 09, relatos sobre a execução dos projetos, que deverão ter o formato conforme modelo anexo, digitalizados em Word e ilustrados com fotos, impressos e em CD.


ROTEIRO PROPOSTO:


Relato sobre a execução do Projeto ________________________________________________.

I – Professores autores e escolas envolvidas.
II – Público-alvo.
III – Objetivo(s).
IV – Apresentação / Justificativa.
V – Desenvolvimento.
VI – Avanços e dificuldades.
Obs: Os tópicos apontados são apenas para serem considerados no momento em que o relato for escrito, pois este deve ser redigido em forma de um único texto, de maneira que provoque um diálogo com os leitores.

Compor o máximo de duas páginas, anexando até quatro fotos para ilustração.


Atenciosamente,


Coordenação do Curso

Angra dos Reis: Grupo de Consciência Negra Ylá Dudu

O grupo de Consciência Negra Ylá Dudu realiza palestra:


"Políticas Afirmativas (Cotas)"


Palestrante: Professora Magali da Silva Almeida
Coordenadora do Projeto Pro - Afro (UERJ)

Data: 19 de setembro ás 18:00 - Local: Auditório do CEAV

"Unir a nação contra o racismo, pelas cotas e pelo desenvolvimento."

(Tema do 3º Congresso Nacional Afro Brasileiro)



Apoio: SEPE (A. dos Reis), SAPÊ, Sind. dos Arrumadores, SINSPMAR, Sind. dos Bancários

STF: Benedito Gonçalves é o 1º ministro negro

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Ministro do STJ Benedito Gonçalves (esquerda)

Tomou posse o novo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Benedito Gonçalves. Ele é carioca, foi desembargador e coordenou os juizados especiais da segunda região.

Benedito Gonçalves é o primeiro ministro negro do STJ e ocupa a vaga de José Delgado, que se aposentou. Não houve discursos na cerimônia de posse.

Portugal Telecom quer massificar banda larga móvel na África

A Portugal Telecom lançou nesta quarta-feira um programa de massificação da banda larga móvel na Namíbia, com oferta de computadores portáteis, e quer levar o programa a outros países da África, disse Zeinal Bava, presidente-executivo da companhia portuguesa.

Ele adiantou que o objetivo é aumentar o uso da transmissão de dados nas comunicações daquele continente, além de reforçar a presença e a imagem da Portugal Telecom nos mercados onde opera.

A Portugal Telecom identificou a África como um dos seus vetores de crescimento futuro, ao lado do Brasil, onde ela é sócia da Telefónica na Vivo, e de Portugal, seu país de origem.

Bava afirmou que um dos próximos países onde a Portugal Telecom pretende lançar a banda larga móvel é Botswana.

"Vamos discutir o lançamento deste serviço em Botswana e trabalhar para ampliá-lo nos países de língua portuguesa onde atuamos", disse ele à Reuters.

O executivo da Portugal Telecom está em visita aos países africanos e esteve em Botswana, onde a companhia opera a Mascom Wireless, "para fortalecer as relações com os parceiros locais e as entidades", disse ele.

Na Namíbia, a companhia portuguesa lançou um programa que envolve 25 mil estudantes universitários com oferta subsidiada de notebooks com conexão banda larga, em um investimento de 10 milhões de dólares daquele país (cerca de 850 mil euros).

Em paralelo, a empresa distribui computadores gratuitamente a escolas primárias do país, com 500 MB de tráfego grátis por mês.

A Portugal Telecom adquiriu, em setembro de 2006, 34 por cento do capital da operadora MTC da Namíbia, na maior transação da história daquele país. Hoje, a MTC tem 1 milhão de clientes.



Fonte: Agência Reuters (Por Elisabete Tavares)

Brasília: Semana da Sociologia exibe vídeo de quilombolas

Estudantes e profissionais de Sociologia vão debater, na UnB, temas relevantes da área na VI Semana da Sociologia, que ocorre de 22 a 24 de setembro, das 8:30 às 18h, no auditório Dois Candangos (campus do Plano Piloto), em Brasília. Além de mesas-redondas, haverá exposição de fotografias sobre vivências dos povos Kalunga e exibição de vídeo sobre comunidades quilombolas.

Entre os temas que serão debatidos por acadêmicos e representantes governamentais estão Juventude e sociedade; Desenvolvimento e trabalho na atualidade e Religião e teoria da ação social no Brasil. Gratuitas, as inscrições podem ser feitas até 21 de setembro, no Departamento de Sociologia, que fica no ICC Central, mezanino.
Informações pelo telefone (61) 3307-2389.

Araraquara (SP) e região: Curso de capacitação para promoção da igualdade racial ainda tem inscrições abertas

A Prefeitura de Araraquara, por meio da AEPIR (Assessoria Especial de Promoção da Igualdade Racial), iniciou ontem, no Centro de Referência Afro, a quarta turma do curso Quesito Cor - destinado à capacitação de gestores, técnicos e professores municipais - trazendo uma novidade: está aberto a todos os interessados.

O curso é uma oportunidade para refletir sobre as relações raciais no Brasil e ajudar a cidade na formulação de políticas públicas que promovam a igualdade racial. O programa discorre sobre aplicação da lei municipal nº 6.448/06, que obriga a inclusão do quesito cor nas fichas de atendimento das secretarias e coordenadorias municipais, bem como em todos os órgãos públicos municipais de atendimento à população.

Washington Lúcio Andrade, assessor especial de Promoção da Igualdade Racial, convida a população a participar do curso. De acordo com ele, mesmo as aulas já tendo sido iniciadas, os interessados ainda podem integrar a nova turma. "O curso pretende introduzir a questão das políticas públicas destinadas à população afro-descendente, focando especificamente a nossa cidade. Faremos um histórico da temática em Araraquara, assim como um panorama das ações realizadas nos últimos anos. Além disso, claro, será introduzida a lei do quesito cor, neste quadro mais geral", comenta o assessor.

As aulas são ministradas às quartas-feiras, pela manhã ou à tarde. Desta edição participam 150 servidores, divididos em duas turmas. A capacitação dura oito semanas, e deve seguir até dezembro.

O curso promove uma formação básica sobre relações raciais no Brasil, proporcionando o debate de questões relativas ao racismo, à violência por ele produzida e às estratégias para combatê-lo. Dentro desta proposta, são discutidos projetos de ações afirmativas construídas no Brasil; o papel do movimento social negro; a visibilidade da população negra em Araraquara e as possibilidades de ação dos gestores e técnicos da Prefeitura como mediadores de uma educação que valorize a diversidade étnico-racial nos diversos setores onde atuam. O Quesito Cor é uma iniciativa do Centro de Referência Afro em parceria com o NUPE - Núcleo Negro de Pesquisa e Extensão da UNESP, que trabalha com pesquisa e formação sobre relações raciais no Brasil.

Os interessados ainda podem procurar o Centro de Referência Afro para mais informações e inscrição no curso.

O endereço é Av. Duque de Caxias, nº 660, no Centro, e o telefone, (16) 3322-8316.

September 16, 2008

Zimbabwe: um povo de pedra

Eram os deuses astronautas? Estudiosos preferem imaginar que viajantes extraterrestres desceram na África e realizaram grandes obras arquitetônicas a admitir o grande desenvolvimento de civilizações africanas, destruídas pela ganância européia.

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Por Oswaldo Faustino*



O nome Zimbabwe pode nos remeter à gravadora de discos que lançou os Racionais MC's e o Negritude Jr., entre outros grupos e artistas de sucesso. Sem dúvida, uma iniciativa de grande mérito para nossa gente. Mas o Zimbabwe é muito mais. Tem uma história tão reluzente quanto o ouro descoberto em seu território, pelos europeus, na segunda metade do século 17, e que despertou a cobiça dos ingleses. Cobiça que cresceu, sem limites, com o encontro de outros minerais nobres, como o cobre e o diamante.

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A apuradíssima técnica da construção de pedras


Antes deles, os portugueses já haviam invadido aquela região, escravizando nativos e os traficando para as Américas e o Caribe. Esse milionário "serviço de exportação" fez com que Portugal não medisse esforços na tentativa de se apossar daquele território, para unir suas duas principais colônias: Angola e Moçambique.

Era só assim que a Europa via a África: um inesgotável celeiro de riquezas vegetais, minerais e animais. Entre as riquezas exploradas, estavam também milhões de africanos escravizados e vendidos, mundo afora, não só para serem mão-de-obra gratuita, mas também moedas de troca, dada em pagamento na compra de terras e bens de consumo.

Mas a história do Zimbabwe antecede em muito esse período. Na região foram encontrados fósseis que datam de 500 mil anos antes de Cristo e se desenvolveu uma das culturas mais avançadas do continente, comparável à do Egito, à do Mali e à da Abissínia, nos tempos da Rainha de Sabah.

Trata-se do Império de Monomotapa ou Mwanamutapa, uma civilização cujos primeiros habitantes foram os povos Chonas, aos quais se integram os Makaranga, ambos pertencentes à etnia Bantu. Esse império existiu por cerca de quatro séculos, desenvolveu uma sofisticada técnica de construção de pedras e mantinha intercâmbios comerciais com povos muito distantes, como a China e a Índia.

Ainda hoje se encontram na região as ruínas de palácios, templos e monumentos. Entre elas, destaca-se uma muralha oval de 2 quilômetros e meio de extensão, com 9 metros de altura e 4 metros e meio de largura. No centro há duas torres com altura de 10 metros cada.

O nome Zimbabwe, adotado após a independência pela antiga Rodésia do Sul, em 1980, se origina de Dzimbabew: DZIMBA quer dizer CASA e IBWE é PEDRA. E seu povo, há muito, resiste como suas edificações pedra, às inúmeras agruras que vão de boicote econômico internacional a desmandos políticos, passando pelo apartheid, por guerrilhas e uma dura repressão policial.

A história contemporânea do Zimbabwe começa no século 19, com a chegada do explorador inglês Cecil John Rhodes, fundador da Companhia Britânica do Sul da África. A rainha da Inglaterra deu-lhe concessão para a exploração de minérios naquele território. Com o apoio de tropas do Reino Unido, massacrou os grupos étnicos Mashona e Matabele e expulsou os portugueses.

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Peças de madeira esculpida pelo povo Chona, utilizadas como travesseiro. Decorados por motivos africanos. Coleção The Metropolitan Museum of Art


No Congresso de Berlim (entre novembro de 1884 a fevereiro de 1885), a Inglaterra recebeu a região como protetorado. E seu preposto foi ninguém menos que o próprio Rhodes, através de sua empresa mineradora.

Para homenagear a si próprio, Rhodes a batizou de Rodésia. Depois o território foi dividido em duas áreas: a Rodésia do Norte e a Rodésia do Sul. Colonos brancos instalamse na do Sul, desenvolvendo a região e implantando o sistema de apartheid, semelhante ao da África do Sul.

Nos anos 50, juntamente com a Niassalândia, as duas Rodésias formaram, sob tutela britânica, a Federação da África Central. Em 1963, essa federação foi dissolvida e, no ano seguinte, a Niassalândia tornouse independente, adotando o nome de Malawi. A Rodésia do Norte também conquistou a independência e rebatizou-se de Zâmbia. Mas a Inglaterra recusou a independência à Rodésia do Sul, governada pelo partido branco Frente Rodesiana, liderado por Ian Smith.

Essa independência só aconteceu em 1965. Descontente, o Reino Unido levou a ONU a impor sanções econômicas ao país, que recebeu apoio da África do Sul e de Moçambique, na época ainda sob domínio português.

Com a independência de Moçambique, em 1975, a guerrilha se fortaleceu e o país viveu pelos menos três anos de conflitos armados. Dois líderes rodesianos que se destacam nessas lutas são Robert Mugabe, da União Nacional Africana do Zimbabwe (Zanu), e Joshua Nkomo, da União Africana do Povo do Zimbabwe (Zapu).

As eleições realizadas em abril de 1979, vencidas pela união desses dois grupos, deram ao bispo Abel Muzorewa, o cargo de primeiro-ministro. Mas, em dezembro, o Parlamento foi dissolvido, Muzorewa renunciou e a Inglaterra retomou o país como colônia.

A independência só chegou em abril de 1980. Robert Mugabe se tornou primeiro-ministro, o país assumiu o nome de Zimbabwe e foi admitido na ONU. Amigos antes, inimigos depois: Nkomo passou para a oposição e a guerrilha continuou, agora com apoio da África do Sul e da elite branca, através da Aliança Conservadora, do ex-primeiro-ministro Ian Smith.

Os dois líderes só voltaram a se unir sete anos depois. Com apoio de seu partido União Nacional Africana do Zimbabwe - Frente Patriótica (Zanu-PF) Mugabe foi eleito presidente em 1984, 1990, 1996 e 2002. Volta e meia, a mídia internacional coloca essas eleições sob suspeita e o chama de ditador. No final de março deste ano, aconteceram novas eleições. Mugabe concorreu com Morgan Tsvangirai, do Movimento para a Mudança Democrática (MDC). Ambos os lados se declararam vencedores, mas os resultados ainda não foram anunciados oficialmente.

Um novo conflito pode estar prestes a ocorrer, como aconteceu recentemente no Haiti. Aves de rapina esfregam as asas internacionais, exultantes, torcendo para que resulte em banho de sangue. Além de render-lhes muito lucro, através do comércio de armas, serve também como argumento para que continuem afirmando que os africanos são incapazes de administrar suas próprias nações.



*Oswaldo Faustino é jornalista, escritor e pesquisador de história e cultura afro-brasileiras.


Fonte: Revista Raça Brasil

CULINÁRIA AFRICANA - GOSTOSO ATÉ DE VER!!

por IBRAHIMA GAYE*

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Mafé

A receita de hoje é de um prato comum na região ocidental da África, chamado MAFÉ, feito à base de carne com legumes e um molho de amendoim. Além de muito saborosa, é uma comida forte, suculenta e preparada com ingredientes fáceis de encontrar. A carne pode ser também de frango ou de peixe, mas a receita de hoje será com carne bovina. Esta receita serve 10 pessoas.

Ingredientes

1 kg de carne de boi picada (recomendo patinho)
Uma lata de massa de tomate
500g de amendoim torrado e moído (sem sal nem açúcar)
500g de cenoura
500g de batata
500g de mandioca
500g de batata doce repolho
Folhas de louro
100g de alho
Três cebolas
Sal
2 tabletes de caldo de carne
óleo
Um litro e meio de água filtrada

Se você quiser, pode diminuir ou aumentar as quantidades proporcionalmente, de acordo com o número de pratos que deseja servir.

Agora saiba como se faz

Primeiro, refogue a carne temperada com sal junto com a cebola e o alho. Deixe dourar, mas sem deixar fritar. Vai subir aquele cheirinho irresistível de refogado. Quando formar um caldinho na panela, acrescente a massa de tomate e o amendoim. Coloque também a água, as folhas de louro, o caldo de carne e sal a gosto. Mexa bem para dissolver toda a massa de tomate e espere ferver. Quando o caldo começar a engrossar, coloque os legumes picados. Lembre-se de picar a cenoura em pedaços menores, porque ela demora mais a cozinhar. Deixe fervendo e cozinhando... Quando o caldo estiver bem grosso e os legumes estiverem cozidos, está pronto o seu mafé! Sirva com arroz branco e salada, se quiser.



*IBRAHIMA é diretor executivo do Centro Cultural Casa África em Minas Gerais

Fonte: Revista Raça Brasil

September 13, 2008

OBRAS RARAS (assista ao vídeo)

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O Cinema Negro da Década de 70 traz uma coletânia de cinco filmes - Vida Nova por Acaso (1970) Compasso de Espera (1973), As Aventuras Amorosas de um Padeiro (1975), Na Boca do Mundo (1976) e A Deusa Negra (1978) - que retratam temas como desigualdade racial, cultura e religiosidade afro-brasileira. O projeto foi coordenado pelo cineasta Zózimo Bulbul, por Biza Vianna, Ruth Pinheiro e Wanda Ribeiro e patrocinado pela Fundação Cultural Palmares. O DVD está esgotado para distribuição, mas o portal disponibiliza o filme Vida Nova por Acaso, dirigido por Odilon Lopez. O filme conta a história de uma paixão impossível de um negro de carteiras por uma loura ricaça.

VIDA NOVA POR ACASO (1970)

Vida nova por acaso conta a história de uma paixão impossível de um negro de carteiras por uma loura ricaça.
Direção: Odilon Lopez
Duração: 48 minutos

Assista a este documentário acessando o link abaixo:

http://www.palmares.gov.br/005/00502001.jsp?ttCD_CHAVE=481



Fonte: Fundação Palmares

ONU diz que oferta de emprego cresceu no país, mas discriminação de mulheres e negros persiste

Nos últimos anos, o Brasil apresentou melhora expressiva em indicadores importantes do mercado de trabalho, no entanto, o país não conseguiu diminuir, em níveis satisfatórios, a exclusão social e econômica, principalmente em relação às mulheres e aos negros.

Apesar de representarem mais de 70% do mercado de trabalho, mulheres e negros ainda são discriminados na área profissional. É o que aponta o relatório Emprego, Desenvolvimento Humano e Trabalho Decente - A Experiência Brasileira Recente, divulgado no último dia 8/09 pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O estudo foi elaborado em conjunto por três agências da ONU: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicíilios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), demonstra que, em 2006, o rendimento médio real das mulheres não-negras era de R$ 524,6, enquanto o das negras era de R$ 367,2. Já os homens negros receberam um rendimento médio de R$ 451,1, contra a remuneração de R$ 724,4 obtida pelos não-negros.

"No início da década de 2000 observamos uma oferta maior de emprego, uma geração maior de trabalho com carteira assinada, além de uma reversão da queda dos rendimentos obtidos com o trabalho. Isso ocorreu em um cenário de crescimento econômico. No entanto, ainda há uma distância significativa em relação à remuneração, considerando os fatores de raça e gênero, e isso não condiz com a condição de trabalho decente", explica o diretor do escritório no Brasil da Cepal, Renato Baumann.

O aumento da presença das mulheres no mercado de trabalho - uma tendência que se verifica desde os anos 70 no Brasil - consolidou-se nos últimos anos. Segundo o relatório da ONU, esse aumento, intenso e persistente, da inserção feminina é uma das tendências mais claras de mudança na estrutura do mercado de trabalho nas últimas décadas, tanto no Brasil quanto em toda a América Latina.

Essa evolução ratifica uma tendência de mais longo prazo, de acordo com a ONU, e está associada, entre outros fatores como o aumento da escolaridade feminina, ao processo de transição demográfica que reduz o número de filhos por mulher, a uma maior expectativa feminina de autonomia econômica e realização pessoal e a uma maior necessidade, intenção ou disponibilidade de contribuir para a manutenção ou elevação da renda familiar.

Baumann destaca, no entanto, que os avanços, que ele chama de "áreas de luz", não podem esconder as ainda existentes "áreas de sombra", em relação ao mercado de trabalho no Brasil. "É inegável que houve aumento da participação de mulheres e negros. Também houve aumento da remuneração desses dois grupos, mas não a ponto de termos a eqüidade."

O relatório aponta que "ainda é alta a desigualdade entre as taxas de participação das mulheres e dos homens, o que reflete as dificuldades que elas enfrentam, em especial as mais pobres e menos escolarizadas, para ingressar e permanecer no mercado de trabalho".

"São as mulheres pobres que encontram maiores dificuldades para ingressar no mercado de trabalho, como conseqüência, entre outros fatores, dos obstáculos que enfrentam para compartilhar as responsabilidades domésticas, em particular o cuidado com os filhos", conclui o estudo.



Fonte: Agência Brasil

September 09, 2008

Grupo de dança afro-brasileira é destaque na Itália

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Por Meire Gomes


Para quem achava que a cultura do negro brasileiro seria impossível de ser encontrada na Europa, surge um grupo de dança na Itália com o intuito de mostrar que a cultura afro está em todas as partes do mundo.

Por meio do ritmo, da dança e dos cantos, o grupo cultural italiano Beira-mar surgiu com a idéia de apresentar na Europa as culturas africanas deportadas no Brasil e em Cuba no período colonial.

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O grupo é composto por uma bailarina baiana - que por longos anos estudou e trabalhou com a dança afro-brasileira e danças folclóricas nacionais e internacionais - e italianos, que têm longa experiência no campo da percussão e da dança em África, Itália, Brasil e Cuba.

"Os cursos são muito freqüentados e apreciados porque a história, os cantos, as danças, os ritmos contidos na cultura afro-brasileira são uma novidade que intriga e fascina.

Tanto que nove pessoas foram comigo a Salvador conhecer de perto essa temática. Uma delas fez a tese universitária sobre esse argumento", afirma Ana Estrela, a brasileira do grupo.

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Durante anos, as dançarinas italianas estudaram danças senegaleses e participaram de cursos e stages em Salvador, na Companhia Brasileira de Danças Populares, do mestre King, outro famoso bailarino baiano. Os percussionistas do grupo estudaram em Burkina Faso, Cuba e Salvador. Aqui no Brasil, tiveram aulas com Kal dos Santos, conhecido compositor, cantor e ator do cenário baiano e Gilson Silveira, mineiro e aluno de Naná Vasconcelos.

Ana explica que o grupo nasceu da necessidade de se fornecer informações mais amplas e completas sobre a cultura africana, além de tentar combater a utilização puramente comercial de alguns grupos de conhecimento histórico-cultural. Ela começou a trabalhar com dança em 1982, em Salvador, sob a direção do mestre King. Feqüentou também a Escola de Dança da Fundação Cultural da Bahia. Desde essa época, já havia iniciado suas pesquisas nos terreiros de candomblé, o que aconteceu até o ano de 1997, quando se transferiu para a Itália. "Aqui continuo a promover esse trabalho, com cursos, conferências e coreografias para grupos percussivos, como Bandita e Mitoka Samba", comenta.

A companhia encerrou há um mês seu mais novo espetáculo, que se chama "Origens" e propõe, com seus vários quadros, uma comunicação direta com as expressões culturais da diáspora afro-brasileira.

O uso de instrumentos como congas, agogó, xequeré, djembé e os batás cubanos enfatiza as coreografias, junto com os cantos em iorubá, as cantigas do samba de roda, do baião e a versatilidade percussiva, que passam da intensidade contemporânea à força dos movimentos africanos, numa atmosfera mágica e fascinante.

"O espetáculo foi muito apreciado e cumprimentado. Tanto que decidimos constituir uma associação afro-brasileira, a primeira na Itália, para divulgar o tema por meio de livros, documentários, discos, stages, cursos, conferências etc", finaliza a idealizadora do projeto.

September 05, 2008

Curso no Rio de Janeiro

Por Rose Aparecida


A África na Gamboa


O Centro Cultural José Bonifácio convida para o curso gratuito África: ontem e hoje, que traz um panorama da história do continente e fala de sua situação hoje, destacando os legados africanos em nosso país e o colonialismo ali.
Voltado para professores da Educação Básica e Superior, o curso livre tem como palestrantes professores da Universidade do Porto (Portugal), da UFF, da PUC-Rio, da UCAM e do CAp/Uerj.

São 24 horas/aula, divididas em 12 encontros semanais.

Curso gratuito

Data: começou ontem dia 4 de setembro de 2008 (quem sabe ainda não dê tempo de participar? informe-se pelo tel abaixo)

Horário: das 19 às 21h

Local: Centro Cultural José Bonifácio – R. Pedro Ernesto, 80 – Gamboa, Rio de Janeiro-RJ

Mais informações pelo telefone: (21) 2233-7754

Livro sobre menino de rua negro ganha prêmio Barco a Vapor

"Pivetim - um romance proibidão", do escritor Délcio Teobaldo,
ganha o maior prêmio da literatura infanto-juvenil.


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Délcio Teobaldo


Um livro que conta a história de um menino de rua negro ganhou o maior prêmio brasileiro da literatura infanto-juvenil, o Barco a Vapor. Escrito pelo jornalista Délcio Teobaldo, o livro Pivetim - um romance proibidão traz a realidade das crianças de rua, negras em sua maioria.

Délcio escreveu o livro paralelamente a uma pesquisa que estava fazendo sobre a vida do escritor Machado de Assis. Percorrendo os caminhos da infância de Machado, o jornalista manteve contato com vários meninos de rua. A partir da observação, escreveu o livro, atento às questões social e racial."A questão racial não está nem implícita, está explícita, porque ele (o Pivetim) é negro. A maioria dos meninos de rua é negra", disse.

O escritor não esperava a premiação: "Só depois que ganhei o prêmio é que fui reler o livro", conta. Além disso, Délcio causou surpresa aos organizadores do prêmio, pois tinha se inscrito com o pseudônimo de Nadir Serra. "Eles pensaram que era uma mulher de alguma ONG, uma assistente social. Achavam impossível um jornalista ter essa visão", disse.

A partir de agora Délcio espera que o livro ganhe mais visibilidade e sensibilize os leitores. "Se o Pivetim conseguir sensibilizar alguém para que, ao invés de fechar o vidro do carro, dê oportunidade ao menino de rua, o mundo vai poder ser um pouco melhor", afirmou.

O prêmio Barco a Vapor de Literatura Infantil e Juvenil é promovido pela Fundação SM. Os livros inscritos têm de ser inéditos e estar em uma das quatro séries da coleção: leitor iniciante (6 e 7 anos), em processo (8 e 9 anos), fluente (10 e 11 anos) e crítico (12 e 13 anos). O prêmio foi entregue no dia 26 de agosto, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo. O escritor Délcio Teobaldo recebeu o troféu Barco a Vapor e R$ 30 mil.