PROJETO NEGROS E NEGRAS EM MOVIMENTO

Objetivos: - A contribuição do negro na formação social brasileira - A discriminação racial no Brasil. Movimentos de resistência de negros pela cidadania e pela vida; - Políticas sociais e população negra: trabalho, saúde, educação e moradia; - Relações étnico-raciais, multiculturalismo e currículo; - Aspectos normativos da educação de afro-brasileiros. - EMAIL PARA CONTATO: negrosenegras@gmail.com

September 26, 2009

Evento em Brasília (DF)

O Ile Ase Ode Onisegum convida você e sua família a participar:


Festa de Cosme e Damião


Local: Prainha (praça dos Orixás, Ponte Costa e Silva)


Data: 27/09/2009


Horário: Das 14:00 às 19:00hs


Contato: (61) 9681 1128

Gianecchini em ritmo Afro

A música afro contagiou Reynaldo Gianecchini e ele soltou a voz em Salvador, na quinta-feira 17. O ator subiu ao palco do ensaio do Afrodisíaco, comandado pelo cantor Jau, e arriscou um samba, acompanhado do também ator Luís Miranda.

Image and video hosting by TinyPic




Fonte:Revista Isto é Gente

September 21, 2009

DF: Eventos

Image and video hosting by TinyPic

SP: Retratos brasileiros

A coleção Retratos do Brasil Negro apresenta biografias de personalidades fundamentais da cultura, da política e da militância negra, como Sueli Carneiro, Nei Lopes e Abdias Nascimento. Para o lançamento da série, os autores das biografias de Nei e Sueli estarão presentes para uma sessão de autógrafos, além da própria Sueli.

Livraria Cultura Conjunto Nacional, Sáo Paulo

Dia 6 de outubro, às 18h30

September 02, 2009

RJ: Centro Cultural Pequena África comemora cultura negra

Nosso leitor Diógenes Oliveira, do Rio de Janeiro, nos enviou a sugestão deste evento no Rio.


O Centro Cultural Pequena África convida a todos para na próxima sexta-feira, dia 11 de setembro, participarem de mais um evento em comemoração à cultura negra, para lembrar do período que antecedeu a Abolição dos Escravos até as primeiras décadas do século XX, na Zona Portuária do Rio Janeiro e seus arredores. Para isso, haverá muitas comidas e músicas típicas, exibição de vídeos e uma grande roda de samba para encerrar o evento. A festa está marcada para começar à 19h.

O Centro Cultural Pequena África está sendo instalado no Largo São Francisco da Prainha, número 4, a poucos metros da Praça Mauá. Seu objetivo principal é resgatar e preservar os valores culturais da antiga Pequena África, região que hoje abriga os bairros da Saúde, Gamboa, Santo Cristo e parte do Centro, primeira morada dos africanos e seus descendentes que chegaram ao Rio de Janeiro. Local onde se encontram hoje as comunidades remanescentes de quilombos da Pedra do Sal e Santo Cristo.

Image and video hosting by TinyPic

Nesta sua fase embrionária, o Centro Cultural Pequena África vem realizando encontros periódicos, exaltando algumas lideranças (citadas abaixo), através de rodas de samba, filmes de curta-metragem, depoimentos de pessoas que circulavam e se beneficiaram das ações dos celebrados, num processo de resgate para a valorização da história e da cultura do Rio de Janeiro e do Brasil.

Nossas influências

Cândido Manoel Rodrigues - fundador da Sociedade dos Moços Pretos (séc. XIX)

Dom Obá II D´África - babalorixá, jornalista, voluntário da Pátria (séc. XIX)

Eloi Antero Dias - sindicalista do Sindicato dos Arrumadores (séc. XX)

Ézio Cruz - sindicalista do Sindicato dos Estivadores (séc. XX)

João da Bahiana - batuqueiro

Programação - Dia 11 - Hora: 19h

- Grupo Toca, Canta e Dança, sob o comando de Naval, com participação especial dos maestros Darcy da Cruz e Carlos Negreiros

- Participação dos compositores Flávio Moreira, Rubens Confete e convidados

- Participação especial do saxofonista Humberto Araújo

- Cozinha "Quitutes da Senzala", de Maria Célia

Couvert: R$ 10,00

Endereço

Largo de São Francisco da Prainha, 04, Sobrado, Centro. (esquina com a Rua Sacadura Cabral). Rio de Janeiro - RJ.

Informações: centroculturalpequenaafrica@uol.com.br

Vereadora protagoniza cena de racismo em São João del Rei

A vereadora Silvia Fernanda (PMDB), de São João del Rei/ MG, protagonizou, na última sexta-feira, dia 20, uma cena lamentável de racismo, que foi testemunhada por várias pessoas. A vítima é seu colega vereador Gilberto Luiz dos Santos, conhecido como Gilberto Lixeiro (PT).
Segundo relato do vereador e de pessoas que presenciaram a cena, a vereadora se irritou quando o colega tentou brincar com um cão que ela trazia no colo. O cachorro se assustou e, por este motivo, ela chamou o colega de "Macaco" e, continuando, se dirigiu às testemunhas dizendo "é por isso que eu nao gosto de preto", declaração que foi seguida de uma série de palavrões.

O vereador chamou a Polícia Militar e registrou Boletim de Ocorrência, no mesmo local onde ocorreu a agressão, na sede do Departamento de Água e Esgoto de São João del-Rei (DAMAE).

A emissora local, TV Campos de Minas, deu a notícia na edição deste sábado, 22, na edição das 19h do Jornal Regional.

Esta não é a primeira vez que Sílvia se utiliza do expediente racista para desqualificar desafetos. Mas desta vez, a fúria foi em público e, contra um homem por quem a população de São João del Rei nutre grande admiração e afeto, por se tratar de um legítimo representante dos negros e dos pobres na legislativo local.

Ambos cumprem primeiro mandato. Gilberto Lixeiro foi eleito com 1.169 votos e Sílvia Fernanda com 770 votos. A eleição de um vereador lixeiro emocionou a cidade e a notícia da agressão indignou a população.

Exposição Quilombolas - Tradições e Cultura da Resistência

No dia 8 de setembro, na Biblioteca Nacional da Colômbia, a capital da Colômbia, Bogotá recebe a Exposição "Quilombolas - Tradições e Cultura da Resistência". Cumprindo uma fase da Etapa Américas, a exposição fica em Bogotá até 9 de outubro. A mostra é composta de uma exposição que traz 33 fotografias preto-e-branco, 7 fotografias panorâmicas, 2 mapas, textos e legendas.

A documentação fotográfica inédita, foi realizada pelo fotógrafo documentarista André Cypriano. As fotos tratadas digitalmente são resultado da pesquisa de campo em 11 comunidades negras remanescentes dos quilombos no Brasil: Cafundó (São Paulo), Itamatatiua (Maranhão), Oriximiná (Pará), Kalunga (Goiás), Mocambo (Sergipe), Rio de Contas - Barra do Brumado (Bahia), Conceição dos Caetanos (Ceará), Tapuio (Piauí), Curiaú (Amapá), Mumbuca (Tocantins), Paraty (Rio de Janeiro).

A curadoria é de Denise Carvalho, produtora cultural e diretora da empresa realizadora do projeto, Aori Comunicação e Produções Culturais. O material faz parte do livro Quilombolas - Tradições e cultura da resistência, patrocinado pela Petrobras, com recursos da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura.

A mostra já circulou por Assunção (Paraguai), Buenos Aires (Argentina), Montevidéu (Uruguai), La Paz. (Bolívia) e Lima (Peru). Entre 2009 e 2010 será realizada a exposição em Caracas(Venezuela) e em Quito (Equador), com o patrocínio do Ministério de Relações Exteriores, e apoio da Secretária Especial de Políticas para a Igualdade Racial (Seppir) e Fundação Cultural Palmares.

Além de divulgar a realidade das comunidades quilombolas brasileiras no exterior, a mostra da Etapa Américas tem como meta incentivar o diálogo entre as comunidades afro-descendentes de cada país por onde passa, dando visibilidade e enfatizando ao público suas demandas por reconhecimento e respeito social. Em todos os países, o projeto conta com o apoio local das Embaixadas do Brasil.

Para mais informações:

(11) 8149-9859

(11) 3825-3731

(571) 282-2883 (Biblioteca Nacional de Colômbia)

http://www.bibliotecanacional.gov.co

Herança de Michael Jackson será usada para pagar enterro, diz TMZ

Segundo site, decisão foi tomada nesta quarta-feira (2).
Sepultamento do astro está marcado para esta quinta.

Image and video hosting by TinyPic

Um juiz garantiu à mãe do cantor o direito de que o enterro de Michael Jackson seja pago com o dinheiro da herança deixada pelo astro, informou o site especializado em celebridades TMZ nesta quarta-feira (2).

A solicitação à Justiça foi feita por Katherine Jackson um dia antes. Em seu testamento, o Rei do Pop estipulou que sua herança e seus negócios fossem administrados pelo advogado John Branca e o executivo de gravadora John McClain.

A cerimônia, de caráter privado, está prevista para acontecer nesta quinta-feira (3) no cemitério Forest Lawn Glendale, próximo a Los Angeles.

Memória: 40 anos de morte de Ho Chi Minh (em vídeo)



Há 40 anos morria Ho Chi Minh. O líder da vitória na Guerra do Vietnã foi personagem fundamental dos anos 60. O velho comunista se tornou um aliado improvável de hippies, negros e feministas.




Fonte: Globo News

August 21, 2009

Família Simpson ganha traços afro para estreia em Angola

Iniciativa de agência de publicidade visa melhor aceitação do público.
'Homer negro' aparecerá somente na vinheta de abertura da animação.

Image and video hosting by TinyPic

Homer, Marge, Bart, Lisa e Maggie Simpson mudaram sua cor amarela tradicional pelo marrom escuro para a estreia da série em Angola, segundo informa nesta sexta-feira (21) o jornal britânico "Daily Mail".

A iniciativa é uma uma manobra promocional de uma agência de publicidade para fazer a conhecida família de Springfield aterrissar pela primeira vez no continente africano, embora nos próximos capítulos os personagens continuarão com a aparência original.

Um Homer negro e calçando chinelo, calça curta e camiseta com motivos afros - e com uma pulseira artesanal em vez de relógio - substitui o da versão ocidental.

Transformação parecida sofreu a matriarca da família, Marge, cujo cabelo já não é azul mas preto, e exibe um pêndulo no pescoço no lugar do colar vermelho habitual, assim como um vestido amarelo.

Bart Simpson já não tem o cabelo espetado e veste camiseta sem mangas, enquanto sua irmã Lisa aparece com tranças afro no cabelo e a pequena Maggie muda seu pijama azul por uma espécie de fralda branca enrolada no corpo.

A imagem promocional mostra todos os membros da família com seus novos trajes e sentados em frente ao televisor, como ocorre ao princípio de cada capítulo.

A cerveja de Homer não é mais a tradicional Duff, mas a angolana Cuca. Um quadro pendurado na parede mostra a silhueta de dois elefantes.

Criados por Matt Groening, os Simpsons comemoram este ano seu 20º aniversário, após conseguir um enorme sucesso que transformou este desenho animado em uma série cult, traduzida para cerca de 20 idiomas e transmitida em mais de 90 países, inclusive com versão para o cinema.

Os 441 capítulos criados por enquanto retratam com humor e certa dose de ironia as peripécias de uma família de classe média americana.

A participação na série de personagens famosos na vida real como atores, políticos e músicos é outra de suas principais características.




Fonte: Agência EFE

Morre Mário Cravo Neto, fotógrafo - Reconhecido mundialmente por registrar a cultura negra

Artista baiano morre aos 62 anos e deixa obra marcada pela poesia e fé

Image and video hosting by TinyPic

O ano de 1964, marcado pela perda de liberdade decretada pelo golpe militar no Brasil, abriu janelas na trajetória de Mário Cravo Neto. Ele estava na Alemanha, na companhia do pai exilado, Mário Cravo Jr., quando se viu mergulhado num intenso convívio cultural. Tomada por artistas vindos de todos os cantos, Berlim era convite para o rapaz de 17 anos trilhar o caminho da arte, marcado desde menino nas brincadeiras do ateliê paterno. Para decidir pela fotografia, ele só precisou ouvir Stravinsky reger na Ópera House e testemunhar apresentação de Miles Davis, tocando de costas para a plateia, todo comportado de terno.

--- Sempre soube que seria artista, avisava.

Daí em diante, Mário Cravo Neto escreveu história de reconhecimento mundial que se encerrou às 17h de domingo, dia 9 de agosto quando foi vencido por câncer de pele, aos 62 anos. O corpo foi cremado no último dia 10, no Cemitério Jardim da Saudade, em Salvador, num clima de comoção entre amigos e familiares.

A morte de Mário Cravo Neto interrompe uma produtiva carreira. Em março, ele, apesar de doente, inaugurou a instalação Bo, no Museu de Arte Moderna (MAM), em que usava fotos da cidade de Salvador de Voltaire Fraga, feitas para a arquiteta Lina Bo Bardi, e sons gravados pela etnóloga Simone Dreyfus na década de 1950.

--- As pessoas que conheceram Salvador daquela época vão morrer de saudades, dizia.

Lina Bo Bardi, aliás, era uma das frequentadoras do ateliê do escultor Mário Cravo Júnior, que ficava no bairro de Garibaldi, em Salvador. Ali, o menino viu entrar e sair gênios como Jorge Amado, Carybé, Pierre Verger. O burburinho intelectual ajudou a, como costumava dizer, escancarar "portas do inconsciente" para a atividade artística, que amadureceu, a partir da década de 1970, depois de passar dois anos em Nova York, na Arts Students League, quando experimentou esculpir e fotografar.

A passagem da escultura para a fotografia foi natural. Mário Cravo Neto a associou ao fascínio pela cultura afro-brasileira, o sincretismo e o candomblé, no qual se iniciou religiosamente. Costumava contar que levou sete anos fotografando o mesmo terreiro. As imagens do carnaval, no qual procurou associar os brincantes com arquétipos dos orixás, ganharam o mundo. São recriações poéticas de um olhar apaixonado.

--- Cravo Neto foi um inventor da fotografia brasileira, mostrando os tipos baianos, o modo de ver a cidade, as pessoas. Ele construiu um imaginário único sobre a Bahia, observa Boris Kossoy, historiador de fotografia, que conviveu com o fotógrafo por mais de 30 anos.

Além das fotografias e esculturas, Cravo Neto editou diversos livros, como Salvador (1999), Laróyé (2000), Na terra sob meus pés (2003) e O tigre do Dahomey - A serpente de Whydah (2004). O filho Cristian Cravo segue os passos do pai.

Semira faz mapeamento das necessidades de quilombo

Conhecer as reais necessidades dos remanescentes de quilombo em Goiás. Esta tarefa foi iniciada pela Semira, Secretaria de Políticas para Mulheres e Promoção da Igualdade Racial, que pretende fazer um mapeamento completo das condições socioeconômicas e culturais dos remanescentes para ouvir dos quilombolas as suas reivindicações e avaliar as carências para então buscar os caminhos para ajudar estas comunidades.
A superintendente de Promoção da Igualdade Racial da Semira, Sonia Cleide Ferreira da Silva, visitou os moradores do quilombo do Distrito do Forte, no município de São João D´Aliança e ouviu os pedidos e visitou a maioria das casas fazendo a entrega de cestas de alimentos arrecadados pela Semira.

Dentre as principais necessidades apontadas pela comunidade estão a questão da moradia, saneamento básico, asfalto e estradas e a falta de médicos e outros profissionais de saúde para atendimento no posto da região.

De acordo com a superintendente, a comunidade ficou bastante animada com a visita da representante da Semira e expressou sua confiança no Governo do Estado de que a partir de agora, serão mais vistos e receberão mais assistência. Mais informações: (62) 3201-5347.




Fonte: Agência Goiana de Comunicação

5º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero

Estão abertas as inscrições para o 5º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero. É um concurso nacional de redações para estudantes do ensino médio, de artigos científicos para estudantes de graduação, graduados, especialistas, mestres e estudantes de doutorado e de projetos e ações pedagógicas para escolas de ensino médio.

O tema do 5º Prêmio é igualdade de gênero. Escolas públicas e privadas poderão concorrer com projetos e ações pedagógicas inovadoras na área de gênero, raça, etnia, sexualidade, geração e classe social. O concurso vai premiar uma escola por região. São duas possibilidades de premiação para estudantes do ensino médio: "Etapa Nacional" e "Etapa Unidade da Federação", totalizando 27 vencedores, um por estado e Distrito Federal. A premiação é um laptop, computador e impressora.

Estudantes de graduação, graduados, especialistas, mestres e estudantes de doutorado vão participar do concurso em condições iguais de concorrência. Os textos vencedores receberão premiações em dinheiro e bolsas de estudo. As inscrições podem ser feitas até o dia 20 de novembro.

O concurso editará um livro com todas as pesquisas premiadas de todas as categorias. O Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero integra o Programa Mulher e Ciência, uma iniciativa da SPM, MCT, CNPq, MEC e UNIFEM, cujo objetivo é valorizar as pesquisas realizadas e estimular a elaboração e divulgação de novos conhecimentos no campo de estudos das relações de gênero, mulheres e feminismos.



Para fazer a inscrição e para mais informações:



http://www.cnpq.br/premios/2009/ig/

A excelência da música e da moda afro

Image and video hosting by TinyPic

Público que for ao Teatro Nacional neste sábado
terá o privilégio de assistir a um belo espetáculo

Será neste sábado, 22/08, na Sala Villa-Lobos, do Teatro Nacional, a partir das 20h, em grande estilo, o encerramento do 21º aniversário da Fundação Cultural Palmares. Depois de uma semana de muita festa repleta de manifestações culturais afro-brasileiras, teremos o privilégio de assistir aos cantores Luiz Melodia, Lazzo Matumbi, aos percussionistas Sérgio e Mário Pam e ao encontro "Entre dos mares: ensamble musical de Colômbia, Ecuador y Panamá", que reúne os grupos Gualajo, que traz o ritmo da marimba, e Benkos Kusuto, da comunidade negra do Palenque de São Basílio, na Colômbia.

Pela manhã ainda teremos mais uma oficina para o público interessado em Ritmos Caribenhos e do Pacífico. Será no Pavilhão da Funarte, de 9h às 12h, com os músicos dos grupos colombianos Benkos Kusuto e Gualapo, que vieram ao Brasil patrocinados pelo programa ACUA - Programa de apoio às comunidades rurais africanas da América Latina.

A partir das 20h, ao som dos percussionistas Sérgio e Mário Pam (do bloco afro Ilê Ayiê), o foyer do Teatro Nacional, Sala Villa-Lobos, vai se transformar numa imensa passarela para o desfile de moda afro, com modelos negras, programado pelo estilista mineiro Ródnei Costa, que preparou coleção especial para o aniversário da FCP.


Mineiro radicado na Bahia há mais de doze anos, Ródnei Costa trabalha com moda desde os 13 anos, quando decidiu fazer suas próprias roupas, inspirado no estilo de Michael Jackson. Aos 16 anos, resolveu dar uma outra cara para a experiência com moda, fazendo trabalhos com roupa étnica e de influência africana. Como Ródnei afirma, "foi nessa idade que percebi que o povo negro não tinha uma identidade, o que gerava uma baixa estima entre as pessoas da raça".

Assim, decidiu lançar no mercado da moda roupas que valorizassem a história do negro, sua cor e forma. Com influências de tribos africanas do Quênia e do norte da África, Ródnei procura ir além das etnias.

Em seguida, ocorre a entrega do prêmio Troféu Palmares, criado em reconhecimento a pessoas, expoentes da sociedade brasileira, que contribuem para o exercício do respeito, à diversidade e à cidadania e que tenham se dedicado à causa da cultura afro-brasileira.

Este ano, os homenageados são:

Mãe Beata de Iemanjá (Beatriz Moreira Costa): Beatriz Moreira Costa, nasceu em 1931, em Cachoeira de Paraguaçu, no Recôncavo Baiano. Conhecida como Beata desde a infância, é religiosa de matriz africana do candomblé iniciada há mais de 50 anos, conhecida sacerdotisa e ativista social, dedica-se há décadas ao combate à intolerância religiosa, à discriminação racial e de gênero, contra a violência à mulher, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e defesa do meio ambiente.

Esther Grossi: gaúcha de Porto Alegre, é professora, escritora e foi deputada federal entre 1995 e 2002. Quando parlamentar, lutou pela aprovação da Lei 10.639/2003 - de sua autoria - que instituiu a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura da África e dos afro-brasileiros nas grades curriculares do ensino médio e fundamental. É autora de mais de uma dezena de obras sobre matemática, processo cognitivo e alfabetização. É colaboradora assídua de jornais, revistas e publicações especializadas em educação.

Haroldo Costa: sempre ligado às mais legítimas manifestações culturais brasileiras, o carioca Haroldo Costa já atuou em diversas áreas, como produtor e diretor de rádio, tv, ator, criador de espetáculos, jornalista, além de ser autor de vários livros. Sua iniciação teatral se deu no Teatro Experimental do Negro, quando atuou na peça de Lúcio Cardoso, "O Filho Pródigo". Em 1962, foi convidado por Vinicius de Moraes, de quem se tornaria amigo, para protagonizar a peça "Orfeu da Conceição". Representou também, o papel de Jesus no "Auto da Compadecida", de Ariano Suassuna, em 1960. No cinema, dirigiu o filme "Pista de grama"; e como ator participou de: "Cleo e Daniel", "Deu no New York Times" e "Rua alguém 555".

Em seguida, o show mais esperado entra em cena: o baiano Lazzo Matumbi e um dos maiores ícones negros da música popular brasileira Luiz Melodia.




Fonte: Fundação Palmares

August 08, 2009

Zambianos criam bicicleta de bambu

O uso da bicicleta como meio de transporte, apesar de ser uma necessidade no mundo em desenvolvimento, está também a ganhar popularidade no mundo desenvolvido devido ao seu impacto nulo em termos de poluição ambiental.

Image and video hosting by TinyPic

Mas agora, uma companhia baseada na Zâmbia decidiu ir mais longe e lançou há tempos o bamboosero.

Trata-se de uma bicicleta com um quadro feito de bambu e que está a ser vendida nos EUA. A primeira remessa foi despachada no mês passado.

O que torna este projecto ainda mais notável é o facto dos países africanos em geral exportarem principalmente matérias-primas para o resto do mundo.

Mas a Zambikes prefere exportar um produto acabado.

Divilance Machilika é o coordenador de operações da Zambikes que, para além de bicicletas normais, também fabrica carretas para vendedores de rua e para o transporte de pacientes.

A bicicleta de bambu é o último acréscimo ao seu catálogo.

Image and video hosting by TinyPic

Image and video hosting by TinyPic

"Em primeiro lugar, cortamos os bambus. Depois são postos de molho num estabilizador e depois começamos a fazer o quadro da bicicleta. Usamos sisal para juntar todas as partes do quadro e também usamos cola. No fim, colocamos os pneus, o garfo e o selim. A bicicleta está completa."

O norte-americano Vaughn Spethmann criou a Zambikes há dois anos com um antigo colega de universidade, Dustin McBride, e com dois zambianos.

Vaughn Spethmann acredita que o bambu é o futuro.

"O bambu é fantástico para o fabrico de bicicletas porque quando se está num terreno irregular o bambu amortece os choques e é muito mais confortável. E não é caro na Zâmbia porque cresce em todo o lado. A Zâmbia é um país que importa muito do mundo desenvolvido. E então, virar as coisas e exportar algo feito na Zâmbia com materiais zambianos é muito importante para o país."

O preço de um bamboosero para os clientes norte-americanos ronda os US$ 500 só para o quadro, e US$ 900 para a bicicleta completa.

Para Mwewa Chikamba, um dos co-fundadores da Zambikes, os preços não parecem afugentar os clientes.

"As pessoas que compram as bicicletas de bambu estão contentes. Eles estão no primeiro mundo e compram algo de um país do terceiro mundo. Têm uma bicicleta feita com um produto que cresce naturalmente, pelo que não temos que recorrer ao aço."

Mas, segundo Mwewa Chikamba, acrescidas aos custos estão as dificuldades para se fazerem negócios na Zâmbia.

"Temos, em primeiro lugar, um problema com a burocracia. Não é fácil fazer coisas aqui. E também temos impostos muito altos. Não é fácil arranjar financiamentos e materiais e depois há o problema da força de trabalho não qualificada."

Várias vezes por semana a equipa de futebol da Zambikes não perde uma peladinha num descampado ao lado da empresa.

Foi ali que Dustin McBride e Vaughn Spethmann encontraram, pela primeira vez, os seus futuros colegas.

Spethmann diz que foi uma oportunidade única, que resultou na ideia de se criar o bamboosero e não só.

"Uns rapazes convidaram-nos para um treino de futebol e, depois do treino, convidaram-nos para irmos à casa deles jantar. Mas não tinham nada para comer. Não tinham empregos e não tinham oportunidades. Hoje eles são os nossos mecânicos, os nossos soldadores, os nossos pintores e fazem parte da equipa da Zambikes."

A companhia treinou os seus actuais 45 trabalhadores e encorajou-os, com empréstimos sem juros, a comprar bicicletas para montar os seus próprios negócios.

Divilance Machilika foi um dos beneficiários.

"Eu era um trabalhador braçal num fazenda. Mas agora a minha vida mudou. Estou a aprender muito aqui. Tenho o meu próprio negócio, tenho uma plantação de milho. No ano passado plantei e este ano vou vender milho, o que é fantástico. Agora consigo sustentar a minha família. A vida está melhor."

Entretanto, na fábrica, Divilance e os seus colegas continuam a cortar e a preparar peças de bambu.

Se eles conseguirem fazer sucesso com bicicletas zambianas nas estradas norte-americanas, terão não só reinventado um modelo de negócios para o país.

Será caso para dizer que terão reinventado a roda.




Fonte: BBC

Culinária Africana: Carne de porco com ananás

Receita enviada por nossa leitora Margarida Gonçalves de São Paulo, SP
Obrigada Margarida!


Image and video hosting by TinyPic

Esta é uma receita africana.
Tem a sua origem na gastronomia de São Tomé e Príncipe.

Uma cozinha simples, com base em produtos que a terra lhes dá. As frutas estão sempre presentes, não apenas em sobremesas deliciosas mas também a acompanhar os pratos principais, talvez mais na carne que no peixe.

Desde que a vi no programa “Na Roça com os Tachos”, que ela faz parte da culinária cá de casa.

Todos gostam! Comem …. Repetem….até acabar.


A receita original é feita apenas com carne de porco. Mas desta vez tinha ido ao talho abastecer-me para o mês .Depois de dividir as porções para as refeições, cheguei à conclusão que a havia , a mais, de 3 espécies e já partida aos bocadinhos: peru, porco e vaca.

Daí a mistura de carnes neste prato.

Mas a minha opinião é que se for só com uma qualidade, fica melhor.

Também ponho sempre 4 ou 5 quiabos

Receita original:

Carne de porco

Ananás (abacaxi bem maduro)

Bacon

Pimento

Nabo (acaba por se desfazer todo e deixa o molho mais grosso)

Azeite ou Óleo

Cebola

Pimento(uso vermelho)

2 dentes de alho

Massa de tomate

Cerveja

Malagueta grande (com muita moderação)

Limão

Torresmos

Salsa

Sal



Como fazer:

Usar uma frigideira com tampa e cozinhar sempre tapado para o molho não evaporar muito.

Pôr ao lume um tacho grande (e alto), com o azeite, 2 cebolas picadas, 2 dentes de alho e deixe alourar um pouco.

Juntar a carne aos cubos e deixar fritar um pouco.

Juntar a malagueta e temperar com sal.

Cortar o bacon em pequenos cubos e juntar.

Picar o pimentão e o nabo e deixar cozinhar um pouco.

Juntar a massa de tomate e mexer bem. Cozinhar uns 4 m.

Juntar a cerveja

Deixar cozinhar cerca de 40 a 45m.

Juntar então as rodelas de ananás.

Mexer bem

Deixar só 1 m (Acho que muito cozinhado não fica tão bem)

Decorar a travessa com os torresmos e um ramo de salsa.


Nota:

No prato original não tem acompanhamento.

A maior parte das vezes serve-se com arroz branco bem soltinho.


BOM APETITE


BOM FIM DE SEMANA

Kuduro. Vamos dançar?

Nossa leitora Lânie Mendonça, moradora de Luanda, em Angola nos enviou um vídeo, postado no Youtube sobre uma dança que está fazendo o maior sucesso por lá. A dança vcs até devem ter ouvido falar (inclusive já postamos vídeos de como se dança o Kuduro) mas olha o "sacolejo" da galera. Obrigada Lânie.

Hillary Clinton dança na Árfica do Sul e no Quênia


Secretária de Estado se reuniu com o presidente sul-africano Jacob Zuma.
Hillary visitou um conjunto habitacional e foi recebida com música



Fonte: Rede Globo

A afirmação da capoeira

Image and video hosting by TinyPic
Por Zulu Araújo
Presidente da Fundação Cultural Palmares


Ao registrar a capoeira como patrimônio cultural, o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan) deu uma enorme contribuição à história do Brasil, no que tem de mais singular na herança do povo negro. A formação da identidade cultural brasileira é construída todos os dias pela conscientização de cada cidadão, que, nesses muitos séculos, vem protagonizando histórias em que se afirma a rica diversidade cultural na qual se formou este país. Ainda é preciso muito para romper a fronteira da intolerância. Mas ao nos defrontarmos com uma ação política dessa envergadura, só temos a comemorar.

O reconhecimento da capoeira como patrimônio cultural aproxima o Brasil, segundo disse Juca Ferreira, secretário-executivo do Ministério da Cultura, do ideal da democracia racial. Isso leva em conta o resgate e a valorização das raízes africanas na cultura brasileira, conduzida pela Fundação Cultural Palmares, que, desde sua criação, há vinte anos, destaca-se pela produção e divulgação dos saberes culturais afro-brasileiros. O registro da capoeira como bem imaterial é apenas uma das muitas batalhas em que se envolveu a Fundação Palmares nesse processo permanente de assegurar as condições de igualdade ao proporcionar visibilidade às manifestações culturais da comunidade negra.

De origem remota e controversa, é verdade que a capoeira é brasileira. Foi aqui que fincou suas raízes e criou mitos e lendas, como a que envolve o mestre Besouro e tantos outros, na afirmação da resistência contra a opressão. A capoeira, hoje, é parte do cenário urbano. Perseguida por quase trezentos anos, era praticada às escondidas. Marginalizada, era jogo que se jogava por alguns corajosos. Era apenas uma tradição dos negros.

Herança deixada pelos negros bantos, vindos de Angola como escravos, foi cultivada e praticada por escravos fugitivos que, ameaçados de recaptura, defendiam-se, usando a técnica. Para não levantar suspeitas, os movimentos da luta foram adaptados às cantorias africanas para que parecessem uma dança.

A proposta de registro foi aprovada por aclamação pelos conselheiros do Iphan, que souberam reconhecer o valor dessa arte, que chegou a ser criminalizada e, hoje, é símbolo da identidade afro-brasileira. Foi mestre Pastinha que enfatizou o lado lúdico e artístico da capoeira, destacando os treinos de cantos e toques de instrumentos. Como o era para ele, também é para nós: a capoeira é um esporte, uma luta, mas também uma reza, lamento, brincadeira, dança, vadiagem e um momento de comunhão.

A benção Mário de Andrade que inspirou Aloísio Magalhães, à frente do Iphan na década de 1980, que concluiu, assim como o escritor, que o conceito de bem cultural no Brasil não deveria ficar restrito aos bens móveis e imóveis. Para Magalhães, é a partir do fazer popular "que se afere o potencial, se reconhece a vocação e se descobrem os valores mais autênticos de uma nacionalidade". Hoje, o nosso olhar se volta para os mestres da capoeira, para as baianas do acarajé, para o samba de roda do Recôncavo Baiano, para a Feira de Caruaru, para os pés dos pernambucanos dançando o frevo, para a delícia do queijo de Minas e tantos outros fazeres populares, já tornados patrimônios culturais, que fazem essa rica nação brasileira.

A cultura brasileira não ficou mais rica do que já é. Eis o desafio: valorizar esses saberes e dar-lhes a dimensão exata do que é. Não é o exótico, nem a folclorização.Não é o que o turista estrangeiro vem ver. Mas reavivar esses saberes como manifestos de resistência contra a violência das desigualdades, que ainda mancham a nossa história.

É a ação que vence a resistência dos que não querem conviver com as transformações que o país exibe em toda a sua pujança. Graças a essa vitalidade e resistência de um povo destemido é que o futuro se apresenta melhor.

O Brasil está mais alegre ao som dos berimbaus, que soam nas praças, nas rodas de capoeira, no bailado dos corpos negros. É a estética da resistência. É o mostrar-se ao mundo, com dignidade. É o saber cultural de um povo forjado na luta que está inscrito para sempre na história da identidade brasileira.

A benção mestre Pastinha, mestre Bimba, mestre João Pequeno ....




Fonte: Jornal A Tarde

SP: Audiência Pública sobre Igualdade Racial

No dia 10 de agosto, às 14h30, será realizada uma audiência pública com o tema "Igualdade Racial em São Paulo e no Brasil".

Os convidados para a Audiência são: Senador Aloizio Mercadante (a confirmar), Senador Eduardo Suplicy, Senador Romeu Tuma, Senadora Serys Slhesarenko, Deputada Janete Pietá e os Deputados Federais da Bancada Paulista.

A Audiência Pública será na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, que fica na Avenida Pedro Álvares Cabral, 201, Plenário Juscelino Kubichek.

Para mais informações:

(11) 3886 - 6648

(11) 3886 - 6652

Ponto de Cultura voltado às tradições afro-brasileiras é inaugurado em Minas

O Ponto de Cultura Cecília Preta é mais um projeto voltado à valorização e difusão da cultura negra que conta com o apoio do Ministério da Cultura e Secretaria Estadual de Cultura de Minas Gerais.

A idéia do Ponto de Cultura surgiu para valorizar a tradição e fortalecer a economia da cultura das Irmandades do Rosário dos Negros, em Sete Lagoas, um dos patrimônios mais valiosos do Estado de Minas Gerais e de todo o Brasil. As guardas de Congo e Moçambique, as Pastorinhas e as Folias da região formam mais de 50 grupos, organizados em duas associações irmãs: a Associação Regional dos Congadeiros de Sete Lagoas e a Associação de Amparo às Caravanas de Reis e Pastorinhas - idealizadoras do projeto.

A iniciativa do Ponto é para dar suporte aos grupos de costureiras, bordadeiras e artesãs que produzem as indumentárias, as máscaras, os vestidos, as bandeiras, os andores dos santos, como também, montando oficinas de confecção de instrumentos e difundido os saberes e fazeres relacionados a essas tradições.

Além disso, o Ponto de Cultura Cecília Preta irá capacitar jovens -- direta e indiretamente - ligados aos grupos de cultura popular para aprender a utilizar máquinas fotográficas e câmeras de vídeo digitais, além de softwares de edição, para o registro das manifestações culturais da região, o que caracteriza o projeto de cunho social voltado para o desenvolvimento e autonomia da comunidade que, na maioria das vezes, não tem nenhuma oportunidade de participar de qualquer tipo de qualificação ou acesso a bibliotecas.

O Ponto de Cultura Cecília Preta, a partir de agora, é um espaço que irá pulsar cultura e tradição popular, abrigando várias atividades culturais, e dando mais força e vigor às manifestações das culturas populares de toda a região de Sete Lagoas. O Ponto irá buscar também, uma maior interação entre as escolas públicas da região a fim de atingir um maior número de pessoas atendidas.

As atividades do Ponto de Cultura Cecília Preta serão divididas em três núcleos principais:

Núcleo 1: Biblioteca, Videoteca, Brinquedoteca e Sala Multimídia.

Será um centro de referência e memória das culturas populares e da cultura afro-brasileira, que irá abrigar o acervo da Associação Regional dos Congadeiros de Sete Lagoas, sobre os grupos e manifestações da cultura popular da região. Esses espaços estarão abertos a toda a comunidade, gratuitamente, sendo utilizados como lugares de pesquisa, inclusão digital, cultura, lazer e ludicidade. No núcleo 1 também serão realizados os eventos "Encontro com os Mestres" e "Diálogo de Saberes", que promoverão o resgate da memória, o diálogo entre gerações, a valorização do patrimônio cultural afro-brasileiro e a troca de saberes entre os conhecimentos tradicionais e os científicos.

Núcleo 2: Iniciação à Informática (equipamentos e softwares livres), Fotografia e Audiovisual.

O Ponto de Cultura irá colocar 18 câmeras fotográficas, duas filmadoras e sete computadores à disposição da comunidade para registro das manifestações culturais do congado, folia de reis e pastorinhas, que ocorrem em grande número na região. O núcleo também montará uma mostra de vídeo itinerante que será locada em diferentes lugares da cidade, áreas rurais e municípios vizinhos, incluindo os quilombos Dr. Campolina (Jequitibá) e Pontinha (Paraopeba). Para isso, pretende capacitar, em três anos, 38 jovens de grupos de cultura popular da região, a utilizarem máquinas fotográficas, câmeras de vídeo digitais e softwares de edição. Os jovens serão mobilizados e ensinados a multiplicar os conhecimentos aprendidos, e ao final de cada etapa serão realizadas oficinas de avaliação e de definição de estratégias para continuidade e sustentabilidade da iniciativa.

Núcleo 3: Oficinas de Indumentárias, Adornos, Artesanato e Confecção de Instrumentos Musicais.

Diariamente, dois grupos de mulheres se encontrarão no Ponto de Cultura Cecília Preta, em horários alternados, para produzirem indumentárias, adornos, bandeiras e demais objetos culturais utilizados pelos grupos de cultura popular. Nesses encontros também serão realizadas capacitações, atividades de pesquisa e oficinas artísticas para produção de artesanato destinado à geração de renda e a valorização dos saberes e fazeres da cultura popular. O núcleo também contará com grupos de homens que se reunirão aos sábados em oficinas de confecção de instrumentos musicais. Essas pessoas serão um importante suporte para os grupos de cultura popular da região, ora produzindo trajes, instrumentos percussivos, adornos e bandeiras, ora difundindo técnicas e conhecimentos de saberes, garantindo, dessa forma, a preservação e continuidade das tradições.

Todas essas e outras atividades serão gratuitas e abertas a toda a comunidade.

Homenagem à Cecília Preta

Para falar da Associação Regional dos Congadeiros de Sete Lagoas, primeiro é preciso situá-la dentro da tradição que a nomeia, preenchendo-a de sentidos e de sentimentos. Trata-se do Congado, uma das mais expressivas tradições da matriz africana documentada no país. Também conhecido como Reinado, Congada ou Irmandade, é exemplo ímpar da riqueza cultural brasileira, possibilitada pela convivência em um mesmo contexto de diversas tradições culturais, como as fábulas e mitos da visão de mundo africana misturados aos elementos da religiosidade do catolicismo popular brasileiro.

Assim, a Associação Regional dos Congadeiros de Sete Lagoas foi fundada em 13 de abril de 1975, e, desde seu início, planejada para abarcar não apenas as guardas do município de Sete Lagoas, mas também dos distritos rurais, quilombos e municípios vizinhos, com os quais os congadeiros de Sete Lagoas possuem grandes laços de parentesco e amizade.

Agora, por intermédio do Ponto de Cultura Cecília Preta, os congadeiros da região de Sete Lagoas fazem justa homenagem à saudosa Cecília Alves Gomes, mais carinhosamente conhecida entre os congadeiros de Minas Gerais como "Cecília Preta". Falecida em 1999, Cecília Preta foi coroada Rainha Conga do Estado Maior de Minas Gerais em 1985, por Frei Chico. Foi também médium de umbanda, líder de grupos carnavalescos e capitã de Guarda de Congo.

Oficina de apresentação

No último dia 26 de julho, foi realizada na sede da Associação Regional dos Congadeiros de Sete Lagoas, em Minas Gerais, a oficina de lançamento do Ponto de Cultura Cecília Preta.

Image and video hosting by TinyPic
Membros da Associação e representantes governamentais

O evento foi aberto para todas comunidades das Irmandades dos Negros e teve a participação dos membros da diretoria da Associação dos Congadeiros de Sete Lagoas, dos presidentes das guardas de congado de toda região de Sete Lagoas, além de professores e representantes do poder público municipal.

A oficina também contou com a presença de uma representante da Fundação Palmares, a servidora Taís Garone, do Departamento de Proteção do Patrimônio Afro-Brasileira, que foi convidada a apresentar um panorama geral das políticas públicas voltadas para a cultura popular e cultura afro-brasileira.

Ao firmar convênio com o Ministério da Cultura, o Ponto de Cultura recebe a quantia de R$ 185 mil, divididos em cinco parcelas semestrais, para investir conforme projeto apresentado. Parte do incentivo recebido na primeira parcela é utilizado para aquisição de equipamento multimídia em software livre (programas oferecidos pela coordenação), composto por microcomputador, mini-estúdio para gravar CD, câmera digital, ilha de edição, dentre outros.

Atualmente, existem cerca de 650 Pontos de Cultura aprovados em todo o Brasil. Um aspecto comum a todos é a transversalidade da cultura e a gestão compartilhada entre poder público e comunidade.

Contato:

Associação Regional dos Congadeiros de Sete Lagoas: congado7lagoas@yahoo.com.br




Fonte: Fundação Palmares

IV Prêmio Culturas Populares

A edição do IV Prêmio Culturas Populares traz instrumentos cada vez mais adequados à participação do público em todo o processo. O concurso reconhece atuações dos mestres das Culturas Populares.

Estão abertas as inscrições para o IV Prêmio Culturas Populares. A homenageada deste ano é a Mestra Dona Izabel, artesã ceramista do Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. O concurso é promovido pela Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SID/MinC).

Serão premiadas 195 iniciativas culturais e a divisão dos prêmios será da seguinte forma: 60 prêmios para Mestres e 135 para Grupos ou Comunidades (formais ou informais), como reconhecimento por suas atuações e contribuições, para o fortalecimento das culturas populares brasileiras e por sua contribuição para a diversidade de identidades culturais do Brasil, práticas populares esquecidas, e difusão de expressões populares.

Serão aceitas ações e trabalhos em formatos variados que se relacionem com rituais e festas populares, religião, arte popular, narrativas orais, medicina popular, alimentação e culinária popular, pinturas, desenhos, grafismos, artesanato, escritos, danças dramáticas, audiovisual, entre outros.

A seleção das propostas será feita por uma comissão de avaliação composta por artistas, pesquisadores, técnicos ou dirigentes do sistema do Ministério da Cultura e de instituições parceiras, com atuação reconhecida no campo das expressões das culturas populares. Será destinado o valor de R$ 10 mil, para cada um dos 195 candidatos escolhidos.

Como nas edições anteriores, o Prêmio Culturas Populares reconhece mais um grande nome das artes tradicionais do país: Izabel Mendes da Cunha, uma inspirada artesã do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. No auge dos seus quase 85 anos, Dona Izabel é considerada uma das mais importantes artistas populares do ofício com o barro, especialmente a cerâmica. Até hoje ela continua ensinando e fazendo suas bonecas de barro.

As inscrições devem ser enviadas com os documentos necessários, roteiro para inscrição, carta de apoio, e cópias de materiais para o Ministério da Cultura. No envelope deve constar o nome do Prêmio Culturas Populares 2009, e logo abaixo o endereço: Caixa Postal 8572-X, SHS, Quadra 2, Bloco B, CEP 70312-970, Brasília - DF.

O prazo final para a inscrição no Prêmio é 28 de agosto.

Dúvidas formuladas podem ser enviadas para o e-mail pcp2009@cultura.gov.br

Para ver o edital clique aqui

Para mais informações:

http://www.cultura.gov.br/site/2009/07/15/premio-culturas-populares-2009-mestra-dona-izabel

Beyonce e amigos se apresentarão em corrida noturna da F1

Image and video hosting by TinyPic

A única corrida noturna da Fórmula 1 deve ser mais barulhenta e melódica neste ano, com a apresentação de Beyonce e de outras estrelas da música mundial no primeiro show "F1 Rocks", informaram os organizadores nesta terça-feira.
Beyonce irá se unir a Black Eyed Peas, ZZ Top, Simple Minds, N*E*R*D e à lenda do pop chinês Jacky Cheung para um evento de três dias em Cingapura que começa em 24 de setembro, antes da noite do GP de F1.



Fonte: Mapa da Mídia/ Sonia Nascimento

Oprah Winfrey pode ter que pagar 1 trilhão de dólares em processo

Image and video hosting by TinyPic
Apresentadora está sendo acusada de plágio por autor de livro

A apresentadora está sendo processada, segundo o blogueiro Perez Hilton. A apresentadora norte-americana e sua produtora, a Harpo, estariam sendo acusadas de plágio pelo escritor Damon Lloyd Goffe. O autor alega que Oprah copiou trechos do livro "A Tome of Poetry", escrito por ele, para lançar a obra "Pieces of My Soul".

De acordo com informações do blogueiro, em um documento legal, Goffe teria afirmado que a apresentadora admitiu no ano passado ser culpada das acusações.

Por conta disso, o escritor quer receber cerca de 1,2 trilhões de dólares. O valor estimado teria sido calculado em função do número de livros vendidos por Oprah da suposta obra plagiada.



Fonte: Sonia Nascimento/Mapa da Mídia

August 04, 2009

Clinton inicia visita ao continente africano

Image and video hosting by TinyPic

Hillary Clinton chega esta terça-feira ao continente africano para uma visita de 11 dias a sete nações sub-saharianas.

O Presidente Barack Obama visitou o Gana no mês passado e agora é a vez da Secretária de Estado norte-americana que começa o périplo no Quénia e acabará em Cabo Verde.

Hillary Clinton chega a África numa altura em que uma sondagem revela que 87% dos adultos na região aprovam a liderança dos Estados Unidos.

A administração Bush também conseguiu um forte apoio no continente. Mas Obama parece estar determinado em demonstrar que África não é apenas uma das prioridades da política externa norte-americana.

Alguns críticos disseram que a política sobre África desde que Obama chegou ao poder não se tem desenvolvido o suficiente mas o secretário de Estado adjunto para África, Johnnie Carson discorda:

"A administração está empenhada em África. Penso que está patente no apoio a antigas iniciativas que continuam válidas mas também a novas iniciativas que a administração está empenhada em implementar."

Agenda

A Secretária de Estado norte-americana vai encorajar os líderes africanos a respeitarem os seus compromissos para com a democracia e boa governação.

Na capital queniana, Nairobi, ela vai levar a cabo conversações com Sheik Sharif Sheik Ahmed, o líder do governo de transição da Somália.

Os Estados Unidos apoiam a posição internacional de que a única forma da Somália recuperar de quase duas décadas de anarquia é através de um governo eficaz.

Na África do Sul espera-se que Clinton discuta a situação do Zimbabué e formas de conter a propagação do HIV Sida.

O futuro e segurança dos abastecimentos de petróleo para os Estados Unidos vão formar uma parte significativa das discussões em Angola e na Nigéria.

Na República Democrática do Congo, a questão mais importante é a dos direitos humanos e Clinton vai encontrar-se com vítimas de violação sexual no leste do país.

Na Libéria e Cabo Verde, a Secretária de Estado vai celebrar casos que são encarados como histórias democráticas de sucesso em África.




Fonte: BBC

July 31, 2009

Dica de filme

AMISTAD
Image and video hosting by TinyPic


Sinopse:

Costa de Cuba, 1839. Dezenas de escravos negros se libertam das correntes e assumem o comando do navio negreiro La Amistad. Eles sonham retornar para a África, mas desconhecem navegação e se vêem obrigados a confiar em dois tripulantes sobreviventes, que os enganam e fazem com que, após dois meses, sejam capturados por um navio americano, quando desordenadamente navegaram até a costa de Connecticut. Os africanos são inicialmente julgados pelo assassinato da tripulação, mas o caso toma vulto e o presidente americano Martin Van Buren (Nigel Hawthorn), que sonha ser reeleito, tenta a condenação dos escravos, pois agradaria aos estados do sul e também fortaleceria os laços com a Espanha, pois a jovem Rainha Isabella II (Anna Paquin) alega que tanto os escravos quanto o navio são seus e devem ser devolvidos. Mas os abolicionistas vencem, e no entanto o governo apela e a causa chega a Suprema Corte Americana. Este quadro faz o ex-presidente John Quincy Adams (Anthony Hopkins), um abolicionista não-assumido, sair da sua aposentadoria voluntária, para defender os africanos.

Procure na sua locadora ou para comprar o DVD, em torno de R$ 20,00.

Executivos Negros

Image and video hosting by TinyPic

Preconceito racial é uma realidade nas empresas

Eles estão acostumados a serem quase únicos. Nas universidades, nos cursos de mestrado, pós-graduação, MBAS. Quando chegam ao mercado de trabalho, com currículos invejáveis, notas acima da média, falando vários idiomas, continuam sendo minoria. Isso porque, fazem parte de uma pequena elite negra brasileira que consegue romper as barreiras sociais e do mundo corporativo, para ocupar cargos executivos nas empresas.

O Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), divulgou uma pesquisa que confirma esta realidade brasileira. Segundo ela, apenas 4,5% dos homens negros empregados na região metropolitana de São Paulo ocupam, atualmente, posições de decisão nas companhias. E só 9,6% dos executivos em cargos de direção, gerência e planejamento são negros. Para as mulheres negras, a situação é ainda mais difícil. Somente 4,3% delas ocupam esses cargos. Vale lembrar que a população negra, segundo o IBGE, corresponde a 45,3% dos brasileiros.

Quem consegue chegar lá, traz na bagagem um histórico de conquistas e de muito empenho na área do conhecimento. "A cultura e o estudo é a nossa arma no longo prazo", diz o executivo André Oliveira, 43 anos, dono da empresa Mercúrio de produções culturais. Ele formou-se e fez mestrado em engenharia no Instituto Coppead, da UFRJ, um dos mais conceituados do país. Apesar de estar entre os melhores alunos da classe, foi o último da turma a encontrar emprego. Ao longo da carreira, trabalhou em diversas multinacionais. Numa delas, foi assessor da presidência. "Sentia que meu prestígio e competência eram questionados e invejados pelos outros executivos", diz. "Um dia, pararam uma reunião e perguntaram se eu tinha sido adotado por ingleses. Como eu podia ser negro, brasileiro e ter inglês fluente?".

Os próprios headhunters admitem que não é fácil indicar um executivo negro. "É inegável que existe racismo, mas não por causa das políticas corporativas", diz Dolph Johnson da TMP Worldwide. "Ele aparece de forma sutil no preconceito de algumas pessoas". Em 26 anos como "caça talentos", indicou 500 pessoas, e apenas sete negros. Victoria Bloch, da DBM, que faz a recolocação de executivos, diz que em 13 anos atendeu 3 mil clientes, quatro negros.

Driblando as barreiras sociais e corporativas

O atual diretor de vendas corporativas da Nortel, José Marcos Oliveira, 38 anos, teve que dar duro no início da carreira ao decidir estudar no Humber College, no Canadá.

Para pagar uma mensalidade de quase U$ 1,5 mil, trabalhou como pedreiro e carpinteiro. Isso depois de ter estudado engenharia química e filosofia. Ao voltar para o Brasil, penou para encontrar um emprego à altura de sua formação. Acabou topando assumir a gerência de produto de uma empresa de comunicação de dados americana para ganhar apenas US$ 750 mensais. Bem menos do que tinha investido do próprio bolso para estudar.

Persistente, não desanimou. Em 1997, entrou para a Nortel, onde hoje ocupa a diretoria responsável pela área de vendas, marketing e engenharia. Ele está entre os 5% de executivos negros da empresa. Agora, numa fase mais estável da carreira, acredita que o fato de ser negro já não faz tanta diferença. O começo é bem mais difícil. "Existe uma fase em que parece que todo mundo está torcendo para você falhar", diz. "Quanto mais visibilidade você ganha no mercado, mais as pessoas duvidam da sua capacidade, porque você é negro". Especialmente quando se está numa posição de comando, uma equipe pode sabotar o chefe negro não contribuindo, por exemplo, para se atingir metas. "São barreiras sutis que você precisa aprender a superar", diz Oliveira.

O consultor de RH da IBM, José Carlos do Nascimento, 31 anos, conta que quando entrou para a Lotus, depois de vencer 14 candidatos brancos, era o segundo negro na companhia. Com um currículo exemplar, que incluía o curso de sociologia pela PUC e pós-graduação em RH pelo Mackenzie, logo foi promovido de analista para gerente. Na mesma época, o negro Al Zollar assumiu a presidência mundial da Lotus. Então, teve que ouvir comentários, que considerou preconceituosos, do tipo: "olha aí agora você tem chance de chegar ao topo!". Atualmente, responsável pela área de consultoria de RH da IBM, que incorporou a Lotus, ele está trabalhando num projeto de diversidade, que pretende dar voz às reivindicações dos negros da empresa, que são 60, entre os 4,4 mil empregados no Brasil.

Se a presença negra é pequena, Oliveira diz que um dos motivos é a falta de candidatos, especialmente nas posições de gerência para cima. A dificuldade de ascensão profissional está vinculada não só a preconceitos, mas também à questão social. Segundo uma pesquisa do Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) realizada na região metropolitana do estado de São Paulo, apenas 2,4% dos homens negros empregados e 4,7% das mulheres têm curso superior completo.

Muitas vezes, entretanto, o empenho pessoal não é suficiente para alavancar a carreira de uma profissional negra. Liliane Pereira dos Santos, 36 anos, gerente comercial do Yahoo! Brasil, diz que o preconceito é velado, mas existe. "É mentira quem diz que nunca sentiu isso", diz. "O melhor é encará-lo como desafio". Ela lembra que em certo período decidiu deixar o emprego porque discordava de uma política adotada pela empresa na qual trabalhava. Para recolocar-se procurou um serviço de "outpalcement". Durante seis meses, fez pelo menos duas entrevistas de emprego por semana até conseguir um trabalho. "Acho que essa demora também aconteceu pelo fato de ser negra".

"Ser negro é algo que você aprende desde pequeno", diz Roger-Marcel Sidokpohou, 53 anos, diretor da divisão de RH e Organização da AGF Brasil Seguros e vice-presidente da Câmara de Comércio França-Brasil. Ele nasceu em Burkina-Faso, perto da Costa do Marfim. Roger, como é conhecido, morou 23 anos na África e outros 23 na França, antes de chegar ao Brasil em 1994. Na Sorbonne, graduou-se em direito, na Universidade de Dijon, fez pós-graduação e MBA, o doutorado foi no "Centre des Hautes Études d'Assurances" de Paris.

Ele iniciou a carreira no grupo AXA na França e entrou para o AGF em 1975. Roger acredita que o mais importante para enfrentar o preconceito é a forma como você encara as coisas. "A hipocrisia é a pior face do racismo", diz. "O que as organizações esperam é que você agregue sua competência e é isso que você deve ter em mente”.

Tendo conhecido bem as três culturas: africana, francesa e brasileira, acabou abrindo sua mente e esquecendo a cor da sua pele. Roger acredita que hoje, com a interdependência entre as nações gerada pela globalização econômica, a palavra de ordem é compartilhar, ter solidariedade. "Isso certamente está acima de qualquer preconceito racial”.

Os "caça talentos" são testemunhas da dificuldade

"As pessoas se assustavam quando ele chegava para as entrevistas", lembra Victoria Bloch, consultora da DBM, empresa de recolocação de executivos, referindo-se a um candidato negro, altamente qualificado da área técnica. "Ele era um dos melhores do país em sua especialidade", conta.

Os "headhunters" mal conseguem lembrar de algum presidente de empresa negro no Brasil. "Já tive que lutar para convencer empresas a contratarem um negro, porque sabia que ele era a pessoa certa", diz Dolph Johnson, da TMP Worldwide.

Carlos Diz, sócio-diretor da SpencerStuart, especializado no recrutamento para as áreas de tecnologia e telecomunicações, diz que em seis anos de carreira conversou com cerca de 1,5 mil candidatos. Destes, apenas um era negro. Ele acredita que o preconceito não chega a ser um problema, o que existe é uma falta de qualificação. "Isso é muito mais dramático".

Marcelo Mariaca, da Mariaca & Associates, diz que a naturalidade para a inserção do negro no mundo dos negócios acontece na medida em que ele consegue quebrar as barreiras sociais. "O que temos no histórico do negro com sucesso profissional é que ele já nasceu numa família com capacidade de oferecer um bom estudo", diz. "Depois vem à oportunidade, a sorte e o empenho".

O preconceito também está na questão salarial

Um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), concluiu que o homem negro sofre principalmente pela menor qualificação, que representa 73,5% da diferença salarial média. O preconceito "puro" representa 17,9%, mas aumenta na medida que acontece a ascensão salarial. O fim desse preconceito representaria um aumento salarial de 5% a 7% para os mais pobres e de 20% para os negros mais ricos. Já as mulheres negras acumulam perdas relacionadas tanto ao fator qualificação, comum aos negros, quanto ao preconceito "puro" (45% do abatimento), sentido pelas mulheres brancas.

Realizado em 2000, por Sergei Suarez Dillon Soares, da diretoria de estudos sociais do instituto, o trabalho foi baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que apontou que, em 1998, a média salarial dos homens brancos era de R$ 726,89 enquanto a dos negros, R$ 337,13. As mulheres negras recebiam ainda menos: R$ 289,22.

Considerando que esse abatimento poderia ser causado por dois fatores extras (qualificação e inserção em diferentes mercados de trabalho), Soares estimou o peso da diferença devido ao preconceito. Esse estudo sobre os motivos que levam às discriminações salariais de homens e mulheres negras pode ser conferido na íntegra, dentro do site do Ipea www.ipea.gov.br




Fonte: www.culturanegra.com.br

André Luiz Oliveira é campeão!

Image and video hosting by TinyPic

A final do campeonato paulista de futebol deste ano teve dois importantes tabus quebrados. O primeiro é que o Corinthians foi o campeão invicto, fato que não acontecia há quase quatro décadas. O que nem todos sabem é que, fora de campo, além dos milhões de torcedores fanáticos pelo clube, um homem em especial comemorava o título e a quebra de um outro tabu no futebol.

Este homem é André Luiz Oliveira, atual diretor administrativo do Corinthians que, com muito trabalho, conseguiu chegar ao segundo cargo mais importante do maior clube do Brasil. De origem humilde, o dirigente negro rompeu barreiras e entrou para o seleto time dos "cartolas" que comandam o futebol brasileiro

Quando você chegou ao Corinthians?

Em 1984, como diretor das categorias de base do clube e fui também diretor de futebol amador durante 15 anos. Hoje eu sou diretor administrativo (cargo estabelecido pelo novo estatuto) que antigamente tinha a nomenclatura de vice-presidente. É o segundo cargo mais importante da instituição. E como tem sido essa fase? Queremos fazer uma gestão simples e a entrada do Andrés Sanches (Presidente do Corinthians) deu esse caráter bem humilde ao clube. São pessoas que realmente freqüentavam os campos de futebol, então, além de serem corinthianos, são torcedores do clube, desde o presidente até o ultimo diretor. Hoje a diretoria é composta por gente como a maioria de nós negros que tiveram uma vida construída por trabalho, alguns não tiveram a chance nem de estudar, mas tem força de vontade, raça, amam e são capazes de fazer tudo pelo timão.

Seria um Corinthians mais negro?

Um Corinthians preto e branco! Uma mescla de trabalho e de esforços. Hoje o clube tem desde desembargadores até operário. Eu, por exemplo, sempre tive uma vida simples, sou funcionário da prefeitura e ligado à secretaria de esporte e turismo. Também cuido de um outro clube, o Tomás Mazorri, um dos maiores da periferia de São Paulo, e lá executo um trabalho estritamente social. E foi com esse trabalho que acabei chegando à diretoria administrativa do Corinthians.

O Tomás Mazorri é um dos clubes mais organizados da periferia?
Hoje sim, mas lá tínhamos problemas com usuários de drogas. Fomos com bastante cautela, conversando, pedindo aos garotos que se afastassem. Construímos um trabalho de amizade e sem precisar ter confronto, apenas com muito diálogo e demonstrando que ali era um espaço público, aonde a família dos atletas iam para se divertir e fazer esportes, que é a ferramenta de socialização mais prática com a competição e a convivência em grupo.

Como é a sua relação com o presidente Andrés Sanches?
Eu falo para ele até pelo fato de sermos muito amigos e pelas cores do Corinthians: tem um branco e um negro à frente do clube. Andres é um empresário bem-sucedido e uma pessoa simples, humilde. Acabamos fazendo amizade no futebol, que com o tempo tem se fortalecido.

Como diretor administrativo, como você define essa gestão com o Andrés e também o torcedor corintiano?

O Andrés é presidente do clube que tem ao seu lado um amigo com os mesmos objetivos: torcer pelo Corinthians e fazer o melhor para o Corinthians! E como já estamos fazendo isso, também agradamos o torcedor corintiano que é fiel, amigo, carinhoso. O torcedor do Corinthians é diferente dos outros, não dá para explicar porque o cara é corintiano, só da para saber que o cara é corintiano e quer ser vencedor.


Driblando o preconceito

por André Rezende

Se os negros ainda são poucos na elite dos dirigentes do futebol brasileiro, o mesmo não podemos falar dos jogadores. Atualmente é comum ver os campos do mundo repletos de negros e, muitos deles, com grande destaque dentro e fora dos gramados, como Ronaldinho Gaúcho (Milan/ITA), Adriano (Flamengo), Luis Fabiano (Sevilha/ESP), Anderson (Manchester/ING)... Mas nem sempre foi assim. Aliás, anos atrás, para um negro jogar futebol profissionalmente era preciso criatividade, tamanho o preconceito na época:

O livro O Negro no Futebol Brasileiro (1947), do jornalista e escritor Mário Filho - que deu nome ao estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro - fala da luta travada pelos jogadores negros para vencerem o preconceito racial no início do século XX. De origem inglesa, o futebol era um esporte de elite em que os pobres não tinham vez, principalmente se não fossem brancos.

A partir de 1910, alguns jogadores pardos e mulatos, começaram a se destacar, entre eles Arthur Friedenreich (mulato de cabelo crespo, filho de pai alemão e mãe negra), autor do gol que fez do Brasil o campeão Ssul-americano de 1919. "... O povo descobrindo, de repente, que o futebol deveria ser de todas as cores, futebol sem classes, tudo misturado, bem brasileiro", narrou Mário Filho em seu livro. E embora tenham conseguido espaço, esses jogadores precisavam alisar o cabelo ou usar touca para parecerem brancos e entrar em campo. A identidade negra ainda era rejeitada nos gramados.

Por causa da segregação racial foi criada no Rio Grande do Sul, em 1915, a Liga da canela preta, formada exclusivamente por jogadores negros que não eram aceitos nos grandes clubes de Porto Alegre. A a expressão "Pó de Arroz" - em alusão ao Fluminense do Rio de Janeiro - surgiu da necessidade de alguns jogadores negros usarem o produto para clarear a pele. Mesmo sendo craques, só assim eles podiam jogar futebol. O Vasco da Gama chegou a ser proibido de disputar o campeonato carioca por ser o primeiro time grande a incluir negros em seu elenco.

O talento e a genialidade dos jogadores negros aos poucos foram ganhando mais espaço, graças a grandes craques como Leônidas da Silva, Zizinho e Domingos da Guia.

Mas o reconhecimento só chegou mesmo quando surgiram Garrincha e Pelé, no final da década de 1950.




Fonte: Revista Raça Brasil

A internet rápida chega à África

por Fábio Zanini*

Image and video hosting by TinyPic

Algumas notícias têm de ser lidas e relidas, até que finalmente seja possível acreditar que estamos falando realmente do planeta Terra.

No dia 23 de julho de 2009, quase duas décadas após o surgimento da internet e uma década desde o advento da banda larga, finalmente a internet de alta velocidade chegou à África oriental (foto do "The New York Times").

Cerimônias deram boas vindas à novidade em cidades do Quênia, Tanzânia, Moçambique e Uganda, os países beneficiados. Até ontem, internet banda larga na África, só por satélite, a um custo exorbitante. Com o cabo submarino ligando os países à África do Sul de um lado e à Inglaterra do outro, uma internet de melhor qualidade sairá por um quinto do preço. O benefício para escolas, universidades, escritórios e todo tipo de negócio é incalculável.

Confesso que até agora não sei direito como reagir a essa novidade. Festejo algo que vai mudar para melhor a vida de milhões, sem dúvida.

Por outro lado, que cazzo! Como pode até hoje uma região tão grande e tão importante ainda viver na pré-história da internet?

Não estamos falando de uma região qualquer. Depois da África do Sul, a região leste é o mais importante centro econômico do continente. O Quênia é um país sofisticado, com uma capital (Nairóbi) que em certas partes lembra o distrito financeiro de Londres. A Tanzânia tem uma das forças de trabalho mais preparadas do Terceiro Mundo. E mesmo assim demorou tempo demais para soltar as amarras da internet à lenha.

Em seis meses viajando pela África no ano passado, percorrendo 13 países, criei uma pequena úlcera e uma plantação de cabelos brancos sentado na frente de um computador, esperando, esperando, esperando... Dez minutos para responder um email, 15 para carregar um blog. Tentei desenvolver a transcendental paciência zen, mas não consegui. Levava livros e jornais para me distrair esperando uma página carregar. Às vezes, tinha que recorrer ao “lan house tour”, circulando por três, quatro, cinco lugares numa mesma manhã, até achar uma internet mais ou menos.

E quando o único servidor de internet mambembe da cidade caía? Era a cidade inteira sem internet. Um apagão cibernético.

É difícil compreender por que a banda larga chegou tão tarde à África. Se extrapolarmos o que a telefonia celular representou para o continente, é de se esperar agora uma pequena revolução econômica e social (quem sabe política?). Os africanos aderiram com gosto ao aparelhinho, que funciona espantosamente bem, é barato e sem burocracia. A portabilidade chegou à África muito antes de ter chegado ao Brasil, por exemplo.

O cabo submarino que estreou ontem tem 17 mil quilômetros, e demorou dois anos para ser instalado. Custou US$ 650 milhões, bancados por uma empresa sul-africana, que agora vai obter seu merecido retorno financeiro.

Ah, na verdade um dos motivos pelos quais a coisa demorou tanto é de um simbolismo perfeito sobre duas Áfricas, uma que olha para a frente, outra amarrada a conflitos do passado.

Os engenheiros tiveram que esperar até a pirataria na costa da Somália dar um tempo...




Fonte: Blog Pé na África

Bonita foto

Image and video hosting by TinyPic

Menino beija Nelson Mandela em almoço oferecido na inauguração de hospital que cuida de crianças em Johannesburgo



Fonte: Folha de S. Paulo