PROJETO NEGROS E NEGRAS EM MOVIMENTO

Objetivos: - A contribuição do negro na formação social brasileira - A discriminação racial no Brasil. Movimentos de resistência de negros pela cidadania e pela vida; - Políticas sociais e população negra: trabalho, saúde, educação e moradia; - Relações étnico-raciais, multiculturalismo e currículo; - Aspectos normativos da educação de afro-brasileiros. - EMAIL PARA CONTATO: negrosenegras@gmail.com

July 31, 2009

Dica de filme

AMISTAD
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Sinopse:

Costa de Cuba, 1839. Dezenas de escravos negros se libertam das correntes e assumem o comando do navio negreiro La Amistad. Eles sonham retornar para a África, mas desconhecem navegação e se vêem obrigados a confiar em dois tripulantes sobreviventes, que os enganam e fazem com que, após dois meses, sejam capturados por um navio americano, quando desordenadamente navegaram até a costa de Connecticut. Os africanos são inicialmente julgados pelo assassinato da tripulação, mas o caso toma vulto e o presidente americano Martin Van Buren (Nigel Hawthorn), que sonha ser reeleito, tenta a condenação dos escravos, pois agradaria aos estados do sul e também fortaleceria os laços com a Espanha, pois a jovem Rainha Isabella II (Anna Paquin) alega que tanto os escravos quanto o navio são seus e devem ser devolvidos. Mas os abolicionistas vencem, e no entanto o governo apela e a causa chega a Suprema Corte Americana. Este quadro faz o ex-presidente John Quincy Adams (Anthony Hopkins), um abolicionista não-assumido, sair da sua aposentadoria voluntária, para defender os africanos.

Procure na sua locadora ou para comprar o DVD, em torno de R$ 20,00.

Executivos Negros

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Preconceito racial é uma realidade nas empresas

Eles estão acostumados a serem quase únicos. Nas universidades, nos cursos de mestrado, pós-graduação, MBAS. Quando chegam ao mercado de trabalho, com currículos invejáveis, notas acima da média, falando vários idiomas, continuam sendo minoria. Isso porque, fazem parte de uma pequena elite negra brasileira que consegue romper as barreiras sociais e do mundo corporativo, para ocupar cargos executivos nas empresas.

O Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), divulgou uma pesquisa que confirma esta realidade brasileira. Segundo ela, apenas 4,5% dos homens negros empregados na região metropolitana de São Paulo ocupam, atualmente, posições de decisão nas companhias. E só 9,6% dos executivos em cargos de direção, gerência e planejamento são negros. Para as mulheres negras, a situação é ainda mais difícil. Somente 4,3% delas ocupam esses cargos. Vale lembrar que a população negra, segundo o IBGE, corresponde a 45,3% dos brasileiros.

Quem consegue chegar lá, traz na bagagem um histórico de conquistas e de muito empenho na área do conhecimento. "A cultura e o estudo é a nossa arma no longo prazo", diz o executivo André Oliveira, 43 anos, dono da empresa Mercúrio de produções culturais. Ele formou-se e fez mestrado em engenharia no Instituto Coppead, da UFRJ, um dos mais conceituados do país. Apesar de estar entre os melhores alunos da classe, foi o último da turma a encontrar emprego. Ao longo da carreira, trabalhou em diversas multinacionais. Numa delas, foi assessor da presidência. "Sentia que meu prestígio e competência eram questionados e invejados pelos outros executivos", diz. "Um dia, pararam uma reunião e perguntaram se eu tinha sido adotado por ingleses. Como eu podia ser negro, brasileiro e ter inglês fluente?".

Os próprios headhunters admitem que não é fácil indicar um executivo negro. "É inegável que existe racismo, mas não por causa das políticas corporativas", diz Dolph Johnson da TMP Worldwide. "Ele aparece de forma sutil no preconceito de algumas pessoas". Em 26 anos como "caça talentos", indicou 500 pessoas, e apenas sete negros. Victoria Bloch, da DBM, que faz a recolocação de executivos, diz que em 13 anos atendeu 3 mil clientes, quatro negros.

Driblando as barreiras sociais e corporativas

O atual diretor de vendas corporativas da Nortel, José Marcos Oliveira, 38 anos, teve que dar duro no início da carreira ao decidir estudar no Humber College, no Canadá.

Para pagar uma mensalidade de quase U$ 1,5 mil, trabalhou como pedreiro e carpinteiro. Isso depois de ter estudado engenharia química e filosofia. Ao voltar para o Brasil, penou para encontrar um emprego à altura de sua formação. Acabou topando assumir a gerência de produto de uma empresa de comunicação de dados americana para ganhar apenas US$ 750 mensais. Bem menos do que tinha investido do próprio bolso para estudar.

Persistente, não desanimou. Em 1997, entrou para a Nortel, onde hoje ocupa a diretoria responsável pela área de vendas, marketing e engenharia. Ele está entre os 5% de executivos negros da empresa. Agora, numa fase mais estável da carreira, acredita que o fato de ser negro já não faz tanta diferença. O começo é bem mais difícil. "Existe uma fase em que parece que todo mundo está torcendo para você falhar", diz. "Quanto mais visibilidade você ganha no mercado, mais as pessoas duvidam da sua capacidade, porque você é negro". Especialmente quando se está numa posição de comando, uma equipe pode sabotar o chefe negro não contribuindo, por exemplo, para se atingir metas. "São barreiras sutis que você precisa aprender a superar", diz Oliveira.

O consultor de RH da IBM, José Carlos do Nascimento, 31 anos, conta que quando entrou para a Lotus, depois de vencer 14 candidatos brancos, era o segundo negro na companhia. Com um currículo exemplar, que incluía o curso de sociologia pela PUC e pós-graduação em RH pelo Mackenzie, logo foi promovido de analista para gerente. Na mesma época, o negro Al Zollar assumiu a presidência mundial da Lotus. Então, teve que ouvir comentários, que considerou preconceituosos, do tipo: "olha aí agora você tem chance de chegar ao topo!". Atualmente, responsável pela área de consultoria de RH da IBM, que incorporou a Lotus, ele está trabalhando num projeto de diversidade, que pretende dar voz às reivindicações dos negros da empresa, que são 60, entre os 4,4 mil empregados no Brasil.

Se a presença negra é pequena, Oliveira diz que um dos motivos é a falta de candidatos, especialmente nas posições de gerência para cima. A dificuldade de ascensão profissional está vinculada não só a preconceitos, mas também à questão social. Segundo uma pesquisa do Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) realizada na região metropolitana do estado de São Paulo, apenas 2,4% dos homens negros empregados e 4,7% das mulheres têm curso superior completo.

Muitas vezes, entretanto, o empenho pessoal não é suficiente para alavancar a carreira de uma profissional negra. Liliane Pereira dos Santos, 36 anos, gerente comercial do Yahoo! Brasil, diz que o preconceito é velado, mas existe. "É mentira quem diz que nunca sentiu isso", diz. "O melhor é encará-lo como desafio". Ela lembra que em certo período decidiu deixar o emprego porque discordava de uma política adotada pela empresa na qual trabalhava. Para recolocar-se procurou um serviço de "outpalcement". Durante seis meses, fez pelo menos duas entrevistas de emprego por semana até conseguir um trabalho. "Acho que essa demora também aconteceu pelo fato de ser negra".

"Ser negro é algo que você aprende desde pequeno", diz Roger-Marcel Sidokpohou, 53 anos, diretor da divisão de RH e Organização da AGF Brasil Seguros e vice-presidente da Câmara de Comércio França-Brasil. Ele nasceu em Burkina-Faso, perto da Costa do Marfim. Roger, como é conhecido, morou 23 anos na África e outros 23 na França, antes de chegar ao Brasil em 1994. Na Sorbonne, graduou-se em direito, na Universidade de Dijon, fez pós-graduação e MBA, o doutorado foi no "Centre des Hautes Études d'Assurances" de Paris.

Ele iniciou a carreira no grupo AXA na França e entrou para o AGF em 1975. Roger acredita que o mais importante para enfrentar o preconceito é a forma como você encara as coisas. "A hipocrisia é a pior face do racismo", diz. "O que as organizações esperam é que você agregue sua competência e é isso que você deve ter em mente”.

Tendo conhecido bem as três culturas: africana, francesa e brasileira, acabou abrindo sua mente e esquecendo a cor da sua pele. Roger acredita que hoje, com a interdependência entre as nações gerada pela globalização econômica, a palavra de ordem é compartilhar, ter solidariedade. "Isso certamente está acima de qualquer preconceito racial”.

Os "caça talentos" são testemunhas da dificuldade

"As pessoas se assustavam quando ele chegava para as entrevistas", lembra Victoria Bloch, consultora da DBM, empresa de recolocação de executivos, referindo-se a um candidato negro, altamente qualificado da área técnica. "Ele era um dos melhores do país em sua especialidade", conta.

Os "headhunters" mal conseguem lembrar de algum presidente de empresa negro no Brasil. "Já tive que lutar para convencer empresas a contratarem um negro, porque sabia que ele era a pessoa certa", diz Dolph Johnson, da TMP Worldwide.

Carlos Diz, sócio-diretor da SpencerStuart, especializado no recrutamento para as áreas de tecnologia e telecomunicações, diz que em seis anos de carreira conversou com cerca de 1,5 mil candidatos. Destes, apenas um era negro. Ele acredita que o preconceito não chega a ser um problema, o que existe é uma falta de qualificação. "Isso é muito mais dramático".

Marcelo Mariaca, da Mariaca & Associates, diz que a naturalidade para a inserção do negro no mundo dos negócios acontece na medida em que ele consegue quebrar as barreiras sociais. "O que temos no histórico do negro com sucesso profissional é que ele já nasceu numa família com capacidade de oferecer um bom estudo", diz. "Depois vem à oportunidade, a sorte e o empenho".

O preconceito também está na questão salarial

Um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), concluiu que o homem negro sofre principalmente pela menor qualificação, que representa 73,5% da diferença salarial média. O preconceito "puro" representa 17,9%, mas aumenta na medida que acontece a ascensão salarial. O fim desse preconceito representaria um aumento salarial de 5% a 7% para os mais pobres e de 20% para os negros mais ricos. Já as mulheres negras acumulam perdas relacionadas tanto ao fator qualificação, comum aos negros, quanto ao preconceito "puro" (45% do abatimento), sentido pelas mulheres brancas.

Realizado em 2000, por Sergei Suarez Dillon Soares, da diretoria de estudos sociais do instituto, o trabalho foi baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que apontou que, em 1998, a média salarial dos homens brancos era de R$ 726,89 enquanto a dos negros, R$ 337,13. As mulheres negras recebiam ainda menos: R$ 289,22.

Considerando que esse abatimento poderia ser causado por dois fatores extras (qualificação e inserção em diferentes mercados de trabalho), Soares estimou o peso da diferença devido ao preconceito. Esse estudo sobre os motivos que levam às discriminações salariais de homens e mulheres negras pode ser conferido na íntegra, dentro do site do Ipea www.ipea.gov.br




Fonte: www.culturanegra.com.br

André Luiz Oliveira é campeão!

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A final do campeonato paulista de futebol deste ano teve dois importantes tabus quebrados. O primeiro é que o Corinthians foi o campeão invicto, fato que não acontecia há quase quatro décadas. O que nem todos sabem é que, fora de campo, além dos milhões de torcedores fanáticos pelo clube, um homem em especial comemorava o título e a quebra de um outro tabu no futebol.

Este homem é André Luiz Oliveira, atual diretor administrativo do Corinthians que, com muito trabalho, conseguiu chegar ao segundo cargo mais importante do maior clube do Brasil. De origem humilde, o dirigente negro rompeu barreiras e entrou para o seleto time dos "cartolas" que comandam o futebol brasileiro

Quando você chegou ao Corinthians?

Em 1984, como diretor das categorias de base do clube e fui também diretor de futebol amador durante 15 anos. Hoje eu sou diretor administrativo (cargo estabelecido pelo novo estatuto) que antigamente tinha a nomenclatura de vice-presidente. É o segundo cargo mais importante da instituição. E como tem sido essa fase? Queremos fazer uma gestão simples e a entrada do Andrés Sanches (Presidente do Corinthians) deu esse caráter bem humilde ao clube. São pessoas que realmente freqüentavam os campos de futebol, então, além de serem corinthianos, são torcedores do clube, desde o presidente até o ultimo diretor. Hoje a diretoria é composta por gente como a maioria de nós negros que tiveram uma vida construída por trabalho, alguns não tiveram a chance nem de estudar, mas tem força de vontade, raça, amam e são capazes de fazer tudo pelo timão.

Seria um Corinthians mais negro?

Um Corinthians preto e branco! Uma mescla de trabalho e de esforços. Hoje o clube tem desde desembargadores até operário. Eu, por exemplo, sempre tive uma vida simples, sou funcionário da prefeitura e ligado à secretaria de esporte e turismo. Também cuido de um outro clube, o Tomás Mazorri, um dos maiores da periferia de São Paulo, e lá executo um trabalho estritamente social. E foi com esse trabalho que acabei chegando à diretoria administrativa do Corinthians.

O Tomás Mazorri é um dos clubes mais organizados da periferia?
Hoje sim, mas lá tínhamos problemas com usuários de drogas. Fomos com bastante cautela, conversando, pedindo aos garotos que se afastassem. Construímos um trabalho de amizade e sem precisar ter confronto, apenas com muito diálogo e demonstrando que ali era um espaço público, aonde a família dos atletas iam para se divertir e fazer esportes, que é a ferramenta de socialização mais prática com a competição e a convivência em grupo.

Como é a sua relação com o presidente Andrés Sanches?
Eu falo para ele até pelo fato de sermos muito amigos e pelas cores do Corinthians: tem um branco e um negro à frente do clube. Andres é um empresário bem-sucedido e uma pessoa simples, humilde. Acabamos fazendo amizade no futebol, que com o tempo tem se fortalecido.

Como diretor administrativo, como você define essa gestão com o Andrés e também o torcedor corintiano?

O Andrés é presidente do clube que tem ao seu lado um amigo com os mesmos objetivos: torcer pelo Corinthians e fazer o melhor para o Corinthians! E como já estamos fazendo isso, também agradamos o torcedor corintiano que é fiel, amigo, carinhoso. O torcedor do Corinthians é diferente dos outros, não dá para explicar porque o cara é corintiano, só da para saber que o cara é corintiano e quer ser vencedor.


Driblando o preconceito

por André Rezende

Se os negros ainda são poucos na elite dos dirigentes do futebol brasileiro, o mesmo não podemos falar dos jogadores. Atualmente é comum ver os campos do mundo repletos de negros e, muitos deles, com grande destaque dentro e fora dos gramados, como Ronaldinho Gaúcho (Milan/ITA), Adriano (Flamengo), Luis Fabiano (Sevilha/ESP), Anderson (Manchester/ING)... Mas nem sempre foi assim. Aliás, anos atrás, para um negro jogar futebol profissionalmente era preciso criatividade, tamanho o preconceito na época:

O livro O Negro no Futebol Brasileiro (1947), do jornalista e escritor Mário Filho - que deu nome ao estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro - fala da luta travada pelos jogadores negros para vencerem o preconceito racial no início do século XX. De origem inglesa, o futebol era um esporte de elite em que os pobres não tinham vez, principalmente se não fossem brancos.

A partir de 1910, alguns jogadores pardos e mulatos, começaram a se destacar, entre eles Arthur Friedenreich (mulato de cabelo crespo, filho de pai alemão e mãe negra), autor do gol que fez do Brasil o campeão Ssul-americano de 1919. "... O povo descobrindo, de repente, que o futebol deveria ser de todas as cores, futebol sem classes, tudo misturado, bem brasileiro", narrou Mário Filho em seu livro. E embora tenham conseguido espaço, esses jogadores precisavam alisar o cabelo ou usar touca para parecerem brancos e entrar em campo. A identidade negra ainda era rejeitada nos gramados.

Por causa da segregação racial foi criada no Rio Grande do Sul, em 1915, a Liga da canela preta, formada exclusivamente por jogadores negros que não eram aceitos nos grandes clubes de Porto Alegre. A a expressão "Pó de Arroz" - em alusão ao Fluminense do Rio de Janeiro - surgiu da necessidade de alguns jogadores negros usarem o produto para clarear a pele. Mesmo sendo craques, só assim eles podiam jogar futebol. O Vasco da Gama chegou a ser proibido de disputar o campeonato carioca por ser o primeiro time grande a incluir negros em seu elenco.

O talento e a genialidade dos jogadores negros aos poucos foram ganhando mais espaço, graças a grandes craques como Leônidas da Silva, Zizinho e Domingos da Guia.

Mas o reconhecimento só chegou mesmo quando surgiram Garrincha e Pelé, no final da década de 1950.




Fonte: Revista Raça Brasil

A internet rápida chega à África

por Fábio Zanini*

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Algumas notícias têm de ser lidas e relidas, até que finalmente seja possível acreditar que estamos falando realmente do planeta Terra.

No dia 23 de julho de 2009, quase duas décadas após o surgimento da internet e uma década desde o advento da banda larga, finalmente a internet de alta velocidade chegou à África oriental (foto do "The New York Times").

Cerimônias deram boas vindas à novidade em cidades do Quênia, Tanzânia, Moçambique e Uganda, os países beneficiados. Até ontem, internet banda larga na África, só por satélite, a um custo exorbitante. Com o cabo submarino ligando os países à África do Sul de um lado e à Inglaterra do outro, uma internet de melhor qualidade sairá por um quinto do preço. O benefício para escolas, universidades, escritórios e todo tipo de negócio é incalculável.

Confesso que até agora não sei direito como reagir a essa novidade. Festejo algo que vai mudar para melhor a vida de milhões, sem dúvida.

Por outro lado, que cazzo! Como pode até hoje uma região tão grande e tão importante ainda viver na pré-história da internet?

Não estamos falando de uma região qualquer. Depois da África do Sul, a região leste é o mais importante centro econômico do continente. O Quênia é um país sofisticado, com uma capital (Nairóbi) que em certas partes lembra o distrito financeiro de Londres. A Tanzânia tem uma das forças de trabalho mais preparadas do Terceiro Mundo. E mesmo assim demorou tempo demais para soltar as amarras da internet à lenha.

Em seis meses viajando pela África no ano passado, percorrendo 13 países, criei uma pequena úlcera e uma plantação de cabelos brancos sentado na frente de um computador, esperando, esperando, esperando... Dez minutos para responder um email, 15 para carregar um blog. Tentei desenvolver a transcendental paciência zen, mas não consegui. Levava livros e jornais para me distrair esperando uma página carregar. Às vezes, tinha que recorrer ao “lan house tour”, circulando por três, quatro, cinco lugares numa mesma manhã, até achar uma internet mais ou menos.

E quando o único servidor de internet mambembe da cidade caía? Era a cidade inteira sem internet. Um apagão cibernético.

É difícil compreender por que a banda larga chegou tão tarde à África. Se extrapolarmos o que a telefonia celular representou para o continente, é de se esperar agora uma pequena revolução econômica e social (quem sabe política?). Os africanos aderiram com gosto ao aparelhinho, que funciona espantosamente bem, é barato e sem burocracia. A portabilidade chegou à África muito antes de ter chegado ao Brasil, por exemplo.

O cabo submarino que estreou ontem tem 17 mil quilômetros, e demorou dois anos para ser instalado. Custou US$ 650 milhões, bancados por uma empresa sul-africana, que agora vai obter seu merecido retorno financeiro.

Ah, na verdade um dos motivos pelos quais a coisa demorou tanto é de um simbolismo perfeito sobre duas Áfricas, uma que olha para a frente, outra amarrada a conflitos do passado.

Os engenheiros tiveram que esperar até a pirataria na costa da Somália dar um tempo...




Fonte: Blog Pé na África

Bonita foto

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Menino beija Nelson Mandela em almoço oferecido na inauguração de hospital que cuida de crianças em Johannesburgo



Fonte: Folha de S. Paulo

July 28, 2009

Amílcar Cabral: pai da nacionalidade cabo-verdiana

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Por Oscar Henrique Cardoso


Amílcar Cabral (Bafatá, Guiné-Bissau, 12 de Setembro de 1924 - Conacri, 20 de janeiro de 1973) foi um político de Cabo Verde e da Guiné-Bissau.

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Filho de Juvenal Lopes Cabral e de Dona Iva Pinhel Évora, aos oito anos de idade, sua família mudou-se para Cabo Verde, estabelecendo-se em Mindelo (ilha de São Vicente), que passou a ser a cidade de sua infância, onde completou o curso liceal em 1943. No ano seguinte, mudou-se para a cidade de Praia, na ilha de Santiago, e começou a trabalhar na Imprensa Nacional, mas só por um ano, pois tendo conseguido uma bolsa de estudos, no ano de 1945 ingressou no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa. Após graduar-se em 1950, trabalhou por dois anos na Estação Agronómica de Santarém.

Contratado pelo Ministério do Ultramar como adjunto dos Serviços Agrícolas e Florestais da Guiné, regressou a Bissau em 1952. Iniciou seu trabalho na granja experimental de Pessube percorrendo grande parte do país, de porta em porta, durante o Recenseamento Agrícola de 1953 adquirindo um conhecimento profundo da realidade social vigente. Suas atividades políticas, iniciadas já em Portugal, reservam-lhe a antipatia do Governador da colônia, Melo e Alvim, que o obriga a emigrar para Angola. Nesse país, une-se ao MPLA.

Em 1959, Amílcar Cabral, juntamente com Aristides Pereira, seu irmão Luís Cabral, Fernando Fortes, Júlio de Almeida e Elisée Turpin, funda o partido clandestino Partido Africano para a Independência da Guiné e do Cabo Verde (PAIGC). Quatro anos mais tarde, o PAIGC sai da clandestinidade ao estabelecer uma delegação na cidade de Conacri, capital da República de Guiné-Cronacri. Em 23 de janeiro de 1963 tem início a luta armada contra a metrópole colonialista, com o ataque ao quartel de Tite, no sul da Guiné-Bissau, a partir de bases na Guiné-Conacri.

Em 1970, Amílcar Cabral, fazendo-se acompanhar de Agostinho Neto e Marcelino dos Santos, é recebido pelo Papa Paulo VI em audiência privada. Em 21 de novembro do mesmo ano, o Governador português da Guiné-Bissau determina o início da operação "Mar Verde", com a finalidade de capturar ou mesmo eliminar os líderes do PAIGC, então aquartelados em Conacri. A operação não teve sucesso.

Em 20 de janeiro de 1973, Amílcar Cabral é assassinado em Conacri, por dois membros guineenses de seu próprio partido. Amílcar Cabral profetizara seu fim, ao afirmar: "Se alguém me há de fazer mal, é quem está aqui entre nós. Ninguém mais pode estragar o PAIGC, só nós próprios." Aristides Pereira, substituiu-o na chefia do PAIGC. Após da morte de Cabral a luta armada se intensifica e a independência de Guiné-Bissau é proclamada unilateralmente em 24 de Setembro de 1973. Seu meio-irmão, Luís de Almeida Cabral, é nomeado o primeiro presidente do país.



Fonte: Oscar Henrique Cardoso - ACS/FCP/MinC

Mulheres Negras avaliam atuação do movimento na América Latina, Caribe e diáspora africana

Em entrevista ao UNIFEM Brasil e Cone Sul, redes e articulações elencam legado do movimento de mulheres negras para o fim do racismo e sexismo


Na véspera do Dia Internacional da Mulher Afro-latino-americana e Afro-caribenha, comemorado neste último 25 de Julho, redes e articulações de mulheres negras apontam as conquistas e os marcos da luta contra o racismo e sexismo. A data surgiu há 17 anos durante o I Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, realizado en San Domingo.

Naquele mesmo ano, em 1992, foi constituída a Rede de Mulheres Afro-latino-americanas, Afro-caribenhas e da Diáspora. "A Rede promove o fortalecimento das organizações e movimentos de mulheres negras. Incidimos em cada país do continente através de organismos e fóruns internacionais. Visibilizamos a situação das mulheres negras, denunciamos a exclusão e formulamos propostas de políticas públicas que devem ser assumidas por Estados e organismos internacionais", diz Dorotea Wilson, da Rede de Mulheres Afro-latino-americanas, Afro-caribenhas e da Diáspora.

Na articulação para o combate ao racismo, a Rede destaca as alianças estratégicas com outros movimentos sociais, a implementação do Plano de Ação de Durban e o aumento da participação da juventude no movimento de mulheres negras. "Estamos impulsionando o processo de articulação para a execução do Plano de Durban, a inclusão da variável étnico-racial nos censos de 2010 e a construção da da Convenção Interamericana contra a Discriminação Racial e Toda Forma de Intolerância, na Organização dos Estados Americanos", complementa Dorotea Wilson.

Herança africana

Com as primeiras organizações de mulheres negras formadas nos anos 1980, o movimento conquistou importantes espaços institucionais de interlocução e negociação. "Nós, mulheres negras, colocamos o tema dos afrodescendentes e das mulheres afrodescendentes na agenda regional e nacional. Temos uma articulação sólida que dialoga com diferentes redes e organizações de mulheres, organizações sociais, governos e a institucionalidade intergovernamental", destaca Epsy Campbell, integrante do Grupo de Trabalho, Técnico e Político Afrodescendente para os Censos de 2010.

A ativista aponta como desafios do movimento de mulheres negras a inserção da luta contra o racismo como eixo estrutural da agenda feminista e o aporte institucional e financeiro para enfrentamento das desigualdades de raça e gênero. "Herdamos a força milenar de nossas guerreiras ancestrais e transformamos os obstáculos em oportunidades e avanços para a humanidade", considera Epsy Campbell.

Patrimônio das mulheres negras

Para a Articulação de Mulheres Negras Brasileiras, o 25 de Julho visibiliza as mulheres negras para todos os setores da sociedade e traz à tona identidades e patrimônios diluídos pela ação do racismo e do sexismo. "É uma data política que evidencia a construção coletiva internacional e o patrimônio das mulheres negras na diáspora. Religamos os vínculos e as alianças temporariamente rompidas pela escravidão. Isso nos possibilita um espaço de conforto para nossas aspirações e a valorização das vitórias alcançadas, dos direitos conquistados e da nossa existência como mulheres negras", reflete Lúcia Xavier, da Articulação de Mulheres Negras Brasileiras.

O Dia Internacional da Mulher Afro-latino-americana e Afro-caribenha também é um momento de avaliação das condições de vida das mulheres negras. "Vivemos em desigualdade. Nossos desafios como movimento de mulheres negras podem ser considerados pequenos em relação à luta que travamos na vida diária contra o racismo, o sexismo e o processo de exclusão social. É preciso que a sociedade abra mão do racismo e do sexismo. Temos direito a uma vida plena, a viver numa democracia inclusiva e ter uma agenda de direitos sociais, como expressão e reconhecimento pelo que somos e realizamos. A sociedade precisa mudar", alerta Lúcia Xavier.


UNIFEM Brasil e Cone Sul
Tel: 61 3038.9280 / Fax: 61 3038.9289
unifemconesul@unifem.org
www.unifem.org.br

July 18, 2009

Mandela comemora 91 anos com bolo na África do Sul e show em Nova York

Ex-presidente da África do Sul 'soprou as velinhas' em Johannesburgo.
Concerto em sua homenagem terá Aretha Franklin, Stevie Wonder e outros.


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O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela sopra as velas de seu bolo de aniversário neste sábado (18), ao lado de sua mulher, Graça Machel, em Johannesburgo. Ele completou 91 anos. A data será comemorada com um show musical em Nova York. (Foto: AP)

O ex-presidente sul-africano e lider histórico anti-apartheid Nelson Mandela celebrou seu 91º aniversário neste sábado (18) em Johannesburgo.

Além da comemoração em família, Mandela será homenageado com um show no Radio City Music Hall, em Nova York, com participação de Aretha Franklin, Stevie Wonder e Carla Bruni, entre outros.

O acontecimento encerrará uma semana de celebrações do 91º aniversário de Nelson Mandela. O 90º aniversário de Mandela foi celebrado em Londres.

A campanha de coleta de fundos leva o número 46664, que era o de sua inscrição nas prisões africanas, nas quais passou 27 anos, antes de converter-se no primeiro presidente negro da África do Sul, país que governou de 1994 a 1999.



Fonte: AFP - NY

Vídeo: Em discurso aos negros, Obama fala em educação, saúde e economia






Fonte: Globo News

Vídeo: Divulgada música inédita de Michael Jackson






Fonte: Jornal da Globo

Educação guineense à procura de uma 'visão'

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Por Meire Gomes

Com uma baixa taxa de alfabetização e uma escolaridade obrigatória que dura apenas até ao sexto ano, há quem aponte a falta de uma política de Educação na Guiné-Bissau para as deficiências que ensombram o país. A convulsão política e as dificuldades económicas têm obrigado alunos, pais e professores a um esforço redobrado.
Nas ruas de Bissau e um pouco por todo o país foram milhares os jovens que saíram às ruas em actividades de campanha impulsionados pelas promessas dos candidatos. Desenvolvimento, paz, verdade... Mas independentemente das mensagens desta campanha, para muitos destes jovens o maior desejo é apenas a oportunidade de estudarem.


“Chamo-me Mamadou Conté e tornei-me motorista desde que acabei os estudos. Não pude continuar devido à falta de condições. Terminei o meu 11º ano, mais do que a maioria, mas isso não é suficiente para mim.

Mamadou quer ir para o ensino superior mas teria de pagar cerca de 45 dólares por mês na Universidade Pública.

Despesas

“Não tenho isso para pagar… E com o meu trabalho também não me sobraria tempo para estudar e frequentar as aulas”, lamentou.

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Terminei o meu 11º ano, mais do que a maioria, mas isso não é suficiente para mim... Mamadou Conté, motorista em Bissau


Como é então a vida de um liceu na Guiné-Bissau? Tomemos o exemplo do Liceu Nacional Kwame N’Krumah, onde estudam milhares de alunos sob o olhar atento do seu director, José Júlio César Delgado.

“O nosso maior problema é o pagamento dos salários. Enquanto isso não se resolver, o ensino aqui na Guiné-Bissau está condenado ao fracasso”, considerou.

Os quatro maiores liceus da capital, incluindo este, não tiveram recentemente opção a não ser suspender o ensino.

“Durante sete semanas os professores recusaram-se a dar aulas numa tentativa de reivindicarem os salários que lhes eram devidos. Recomeçámos em Maio e as aulas só duram até Agosto”, deplorou.

Talentos

Inquirido quanto à duração do ensino obrigatório, César Delgado considerou que “esta deve ser alargada mas para isso o Estado deve construir outras escolas. As que existem são da época colonial mas a população escolar está a crescer e não temos outras escolas.”

O diretor do Liceu Nacional Kwame N’Krumah lamentou ainda a ausência de oportunidades para talentos que acabam por não ser descobertos. “Há grandes alunos mas… É a conjuntura!”

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Para José Delgado, director do Liceu Nacional Kwame N’Krumah, em Bissau, o maior problema continua a ser o (não) pagamento dos salários aos profissionais de ensino

Debaixo de um calor intenso, muitos jovens estudam desde as sete da manhã e outros frequentam aulas até à meia-noite. Mas para quase todos, nem o calor nem os horários constituem impedimentos.

Nunes Pereira, um jovem de 19 anos que frequenta a oitava classe, explicou que, devido aos sistemáticos atrasos no pagamento de salários, os pais, não têm possibilidades de lhe pagar os estudos. Isso no entanto não lhe compromete a determinação de regressar à terra da família, no norte, com possibilidades de contribuir para a comunidade.

“Quero ser médico para ajudar muitas pessoas. Aqui na Guiné-Bissau há muitas doenças. É necessário pessoal formado em Medicina”, observou.

Reflexão

Mas não são apenas os recursos limitados do Estado que constituem um entrave à evolução do ensino na Guiné-Bissau. O reitor da Universidade Colinas de Boé, o professor Fafali Koudawo, explica que as raízes dos problemas são mais profundas.

“Estruturalmente temos uma Educação de muito baixo nível. O problema de fundo prende-se a uma política de Educação, que, há muito tempo, o Governo deixou de ter.

“Nós limitamo-nos a ter algumas escolas. Escolas para quê? O País precisa de se concentrar numa verdadeira discussão sobre a Educação Nacional mas como essa reflexão ainda não está feita, os alunos limitam-se a fazer estudos de baixo nível saindo das escolas sem uma verdadeira instrução ou formação”, apontou.

Com mais umas eleições como pano de fundo, em que ponto ficam os sonhos dos jovens guineenses? Ainda com vontade de estudar, Mamadou Conté lança um apelo.

“Quero pedir aos governantes que melhorem as condições dos jovens, principalmente na área da Educação. Temos de melhorar!”

RJ: Centenário de Mano Décio da Viola traz à luz obras do mestre do samba

"Joaquim José da Silva Xavier / Morreu a 21 de abril / Pela Independência do Brasil / Foi traído e não traiu jamais / A Inconfidência de Minas Gerais / Joaquim José da Silva Xavier / Era o nome de Tiradentes / Foi sacrificado pela nossa liberdade / Esse grande herói / Pra sempre deve ser lembrado"
Convite


Homenagem ao centenário de
MANO DÉCIO DA VIOLA (1909-2009)

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Debate sobre a vida e a obra de Mano Décio da Viola com personalidades
eminentes do samba Homenagens e show com Jorginho do Império e banda.

20 de julho - 2ª feira - 18h Auditório do 9º andar da ABI (Associação Brasileira de Imprensa)
Rua Araújo Porto Alegre, 71 - Centro Rio de Janeiro - RJ (metrô Cinelândia)

July 14, 2009

Segundo Edital Internacional para Empreendimentos Culturais de Afrodescendentes

Programa ACUA 2009

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Por petição das organizações rurais de afrodescendentes, o Programa ACUA prolonga o prazo de recepção das candidaturas para o seu Segundo Edital Internacional para empreendimentos culturais de afrodescendentes. O Edital ficará aberto até à terça feira 21 de julho 2009 às 17h00 (hora local).

Desde o dia 08 de maio de 2009 o Programa Regional de Apoio às Populações de Rurais de Ascendência Africana da América Latina - ACUA, do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola - FIDA, apresentou às organizaçoes de afrodescendentes rurais dos sete países da área de cobertura (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Venezuela) a sua Segundo Edital Internacional de empreendimentos culturais, uma iniciativa que pelo segundo ano consecutivo reúne as melhores e mais notáveis experiências de empreendimentos culturais de organizações afrodescendentes em áreas rurais.

Esses editais têm permitido ao Programa de identificar, conhecer e apoiar experiências e trabalhos comunitários que têm um amplo impacto na vida de comunidades afrodescendentes organizadas. Essas mesmas comunidades levam adiante grandes esforços conjuntos ao redor da defesa e o resgate dos seus saberes tradicionais, assim como na potencialização dos seus ativos culturais.

Por petição de varias organizações rurais de afrodescendentes, temos decidido adiar a data de encerramento do Edital para a terça feira 21 de julho de 2009 com o objetivo de receber um amplo numero de organizações postulantes.

Para mais informações, favor acessar ao site do Programa ACUA: www.programaacua.org na seção de "Novidades". Também se encontram disponíveis formatos físicos no escritório regional Programa.

Mais informações:
Escritório Regional
Unidade Técnica do Programa ACUA
Correio eletrônico. info@programaacua.org convocatoria@programaacua.org
Telefones: (57-1) 6 44 92 92 Ext. 117, 104 e 148 - Telefax: 530 61 11
Bogotá - Colômbia




Fonte: Fundação Palmares

Um Quilombo no coração de Canoas

A Chácara das Rosas chama-se assim por causa de dona Rosalina. Além do nome "florido", ela plantava muitas espécies no local. Quem conta a história é sua neta, a auxiliar de serviços gerais Isabel Cristina Genelício, 33 anos, que ainda vive lá, ao lado de quase cem pessoas de sua família, divididas em 32 núcleos. Ela está à frente da associação formada pelos moradores para buscar o reconhecimento da área de pouco menos de meio hectare, no bairro Marechal Rondon, como comunidade remanescente quilombola.
Descendente de Manoel Barbosa, que lutou na Guerra do Paraguai e dá nome a uma comunidade em Gravataí, a família de Isabel mora na chácara há cerca de sete décadas. O local deve ser um dos primeiros quilombos urbanos legalmente reconhecidos no país.

Os passos para o reconhecimento

O processo de reconhecimento é longo. O primeiro passo foi a comunidade se identificar como remanescente de quilombo. Assim, ela recebeu uma certidão da Fundação Cultural Palmares, ligada ao Ministério da Cultura.

Em seguida, foi aberto um processo administrativo no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Pesquisadores contratados pelo órgão foram em busca de documentos e da reconstrução da história do local, para ver se a reivindicação se sustentava. O relatório foi publicado no Diário Oficial e houve um período para contestações, que não ocorreram por parte dos vizinhos. Enfim, foi publicada uma portaria de reconhecimento do território no dia 2 de abril.

Agora, falta apenas chegar o título de propriedade. A previsão, de acordo com técnicos do Incra, é que isso ocorra em cerca de um mês. Há duas comunidades na mesma fase: a canoense e a da família Silva, em Porto Alegre. A que receber primeiro será a pioneira no Estado.

O título será da associação de moradores e determina que a área não pode ser vendida nem penhorada. A ideia é garantir o direito às futuras gerações. O reconhecimento legal implica ainda a possibilidade de participação em uma série de políticas públicas para as comunidades, que fazem parte do Programa Brasil Quilombola e são desenvolvidas por ministérios e governos estaduais e municipais.

Um exemplo para o Rio Grande do Sul

O processo de reconhecimento, aponta Isabel, significa um olhar diferente à comunidade da chácara, que já foi alvo de preconceito. Ela acredita que é preciso também mudar o olhar que a comunidade tem de si.

Isabel, que faz parte da Coordenadoria da Federação Quilombola Estadual, calcula que existam cerca de 130 espaços semelhantes no Estado, e quer ajudá-los a conquistar direitos:

- Tenho um desejo forte que a Chácara das Rosas seja um alicerce.

www.defender.org.br




Fonte: Fundação Palmares

RELIGIOSOS DE MATRIZ AFRICANA TERÃO ORGÃO SIMILAR A CNBB

Será no próximo mês de agosto, em Brasília, o Encontro com cerca de 120 lideranças – Yalorixás, Babalorixás e Ogãs de todo o país -, que marcará o lançamento oficial do Fórum Nacional das Religiões de Matriz Africana no Brasil – órgão que terá papel e funções similares ao que já exerce a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para os católicos.

A este Encontro deverão estar presentes as principais lideranças, Babalorixás e Yalorixás – em especial as Mães Silvia de Oxalá, de S. Paulo, Mãe Beata, Mãe Stela, da Bahia e Baba Dyba de Yemanjá, do Rio Grande do Sul - que, na plenária final da II Conferência da Igualdade Racial, realizada no mês passado em Brasília, travaram uma dura batalha para neutralizar resistências a criação do Fórum.

Embora já tenha sido informalmente criado, o Fórum não pôde ser oficializado na Conferência porque o ministro Edson Santos – com o apoio de correntes políticas como a CONEN - entendeu que não seria o caso de criá-lo numa Conferência convocada pelo Governo Brasileiro.

"Consideramos inadequada a criação de um Fórum dentro da Conferência. Eles (os religiosos de matriz africana) vão se organizar no tempo e no local mais adequado para eles. A Seppir não quer tutelar o Movimento religioso, nem católico, nem protestante. Eles devem caminhar com os próprios pés” disse o ministro.

Ao contrário do que se imagina, segundo explicou uma dessas lideranças, as religiões afro não se reduzem ao Candomblé e a Umbanda. Existem outras vertentes em vários Estados, sem contar com as características que a Umbanda e o Candomblé adquirem de acordo com a região em que a religião é professada.

Abaixo do Conselho Superior estará um outro órgão que reunirá todas as entidades nacionais. O Fórum será um novo interlocutor perante o Estado no momento em que as religiões de matriz africana passaram a ser alvo de manifestações de intolerância.



Sonia Nascimento / Mapa da Mídia

DISPARIDADE NO EMPREGO ENTRE BRANCOS E NEGROS CRESCE EM NY

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Gráfico mostra evolução do desemprego nos EUA para brancos e Negros

O desemprego entre os negros da cidade de Nova York cresceu muito mais do que entre os brancos, e a disparidade parece estar aumentando em ritmo acelerado, de acordo com novos estudos sobre os dados de desemprego.
Embora os brancos de Nova York tenham sofrido uma alta constante de desemprego entre o primeiro trimestre de 2008 e os três meses iniciais deste ano, o número de negros desempregados subiu quatro vezes mais rápido, de acordo com um relatório da controladoria das finanças municipais em um relatório que está sendo divulgado nesta segunda-feira.
Pelo final de março, o número de desempregados negros da cidade superava em 80 mil o total de brancos desempregados, de acordo com o estudo, ainda que a população branca do município seja 1,5 milhão de pessoas maior.
Os economistas dizem que não sabem ao certo porque o número de negros que estão perdendo seus empregos é tão mais alto, especialmente em um período no qual boa proporção das demissões realizadas na cidade acontece em setores onde eles não estão bem representados, como as finanças e as profissões liberais. Mas nesses setores, sugerem os economistas, os negros talvez tivessem posições hierárquicas inferiores quando os cortes ocorreram. E os negros também têm representação desproporcionalmente elevada nos setores de varejo e outros setores de serviço que vêm sofrendo problemas devido ao corte do consumo.




Fonte: Sonia Nascimento / Mapa da Mídia

Obama escolhe médica negra para diretora-geral de Saúde Pública

Regina Benjamin é médica de família no Alabama.
Ela destacou-se pela atuação na crise do furacão Katrina, em 2005.


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O presidente dos EUA, Barack Obama, escolheu Regina Benjamin (foto), uma médica de família do Alabama, para ocupar o cargo de diretora-geral de Saúde Pública.

Regina, que é negra, sobressaiu por conta de sua atuação em favor dos pobres e por sua ação durante a crise humanitária provocada pelo furacão Katrina.

Ela é fundadora de uma clínica que atende a uma pequena comunidade de pescadores de Bayou La Batre, no Alabama, e destacou-se por reconstruir o estabelecimento três vezes: após o furacão George em 1999, após o Katrina em 2005 e depois de um incêndio logo antes da reabertura.

Obama aproveitou o anúncio de Regina para advertir seus adversários sobre sua determinação de fazer até o fim a reforma do sistema de saúde do país.




Fonte: Portal G1

July 04, 2009

Jornal britânico divulga mais uma foto da família de Michael Jackson

Imagem mostra o popstar ao lado de Prince Michael, Paris e Prince Michael II

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O site do jornal inglês "Daily Mail" divulgou nesta sexta-feira, 3, nova foto de Michael Jackson acompanhado pela família. A imagem mostra os três filhos do popstar (Prince Michael de bege, Paris de verde e o mais novo de paletó escuro) e foi feita em novembro de 2007. Michael está acompanhado do milionário Mohamed Hadid e de outras duas crianças.



Fonte: Daily Mail / Site Ego

Michael Jackson: O último ensaio

As últimas gravações dos ensaios de Michael Jackson 2 dias antes de morrer. Assista.





Fonte: Globo News

BA: III Fórum Nacional de Performance Negra

De 6 a 9 de julho será realizado o III Fórum Nacional de Performance Negra, no Teatro Vila Velha, em Salvador, Bahia. O evento é uma realização conjunta da Cia. dos Comuns (RJ) e do Bando de Teatro Olodum (BA).

O evento deverá reunir cerca de 200 participantes, entre representantes de grupos e companhias negras, pesquisadores e artistas de todas as regiões do Brasil, em torno de objetivos alicerçados em uma prática artístico-cultural que, nos seus modos de criação e reflexão, reafirmem a dimensão dinâmica das matrizes afro-brasileiras. Nesta terceira edição, o Fórum homenageará as atrizes Léa Garcia e Ruth de Souza, o ator Zózimo Bulbul e o poeta Solano Trindade (post-mortem).

A abertura do evento deverá contar com as presenças dos ministros da Cultura, Juca Ferreira, e da Igualdade Racial, Edson Santos; dos presidentes da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo, e Funarte, Sérgio Mamberti, além dos secretários da Identidade e da Diversidade, Américo Córdula, da Cultura do Estado da Bahia, Márcio Meirelles, e da Igualdade da Bahia, Luiza Bairros.

O evento já se firmou como um referencial do teatro e das danças negras do Brasil, com intenção de promover a criação de políticas públicas específicas para esse segmento e, neste ano, foram programadas palestras com Sueli Carneiro (Brasil), Julio Moracen (Cuba), Paulo Lis (Brasil), e Cleyde Morgan (EUA).

Ainda estão previstas no Fórum apresentações e performances de teatro e dança e manifestações populares de matriz africana.

Todas as palestras e espetáculos do Fórum têm entrada gratuita.


Para mais informações:

(71) 3083 - 4600

Mídia brasileira continua a tratar negros como invisíveis

Embora o tema da igualdade racial já faça parte da agenda do Governo há pelo menos 8 anos, e ocupe cada vez mais espaço na agenda das organizações da sociedade civil, o segundo dia da II Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial mostrou que a mídia brasileira, continua indiferente ao tema.

Jornais como O Globo, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, e mesmo os jornais de Brasília como o Correio Braziliense e o Jornal de Brasília, não estão cobrindo a Conferência e seus repórteres só aparecem no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, quando procuram autoridades para entrevistas sobre outros temas.

Também as três principais redes de TV como a Globo, Record e Bandeirantes, simplesmente, não notaram a presença de mais de 300 delegados de todo o país e mais dos 300 convidados de todos os 26 Estados da Federação e mais do Distrito Federal, reunidos na Conferência que - embora com a ausência do presidente da República - teve a presença de seis ministros de Estado e de delegações e autoridades estrangeiras de vários países.

Em 2004, quando o Estado convocou a I Conferência, a cobertura da mídia também foi pífia. Os repórteres dos grandes veículos – inclusive dos dois jornais de Brasília - estiveram presentes apenas na abertura porque teve a presença do Presidente Luis Inácio Lula da Silva.
Segundo o cientista social e coordenador da Igualdade Racial do Rio, Carlos Alberto Medeiros, a postura da mídia brasileira em relação as questões raciais, é “antes de qualquer coisa uma desonestidade do ponto de vista jornalístico”.




Fonte: Mapa da Mídia/Sonia Nascimento

Centro atenderá 500 famílias de quilombolas

JANAÚBA - O território do Quilombo do Gorutuba recebe, a partir deste mês, um importante benefício. Trata-se do acompanhamento efetivo do sistema de assistência social adotado pela prefeitura de Janaúba. Com equipe própria de profissionais, tanto da área de serviço social quanto de saúde, a prefeitura dará suporte às famílias de quilombolas.

Euzinha Fernandes dos Santos, Tia Teu, presidente da Associação dos Quilombolas do Gorutuba.

Na semana passada foi inaugurado o CRAS - Centro de Referência de Assistência Social - destinado ao território do quilombo. O centro está instalado no distrito de Vila Nova dos Poções. O CRAS Quilombola foi instituído pela parceria entre a prefeitura de Janaúba e o ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

O prefeito José Benedito Nunes Neto,PT, destaca que o objetivo do centro é conceder o atendimento mais qualificado às famílias de comunidades quilombolas remanescentes espalhadas pela região. Cerca de 500 famílias serão atendidas no CRAS, que ficará responsável pelo seu monitoramento e encaminhamento.

- A unidade se soma a outras duas já existentes em Janaúba, que oferecem cursos e oficinas de capacitação, ações de estímulo à inclusão produtiva e ao associativismo, além de atividades para jovens e para a terceira idade, dentre outras - comentou o prefeito.





Fonte: O Norte de Minas