PROJETO NEGROS E NEGRAS EM MOVIMENTO

Objetivos: - A contribuição do negro na formação social brasileira - A discriminação racial no Brasil. Movimentos de resistência de negros pela cidadania e pela vida; - Políticas sociais e população negra: trabalho, saúde, educação e moradia; - Relações étnico-raciais, multiculturalismo e currículo; - Aspectos normativos da educação de afro-brasileiros. - EMAIL PARA CONTATO: negrosenegras@gmail.com

September 30, 2008

Saiba um pouco mais sobre Angola, país onde nossa correspondente Meire Gomes vive

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Por Meire Gomes

Bom, como todos já sabem, sou brasileira mas moro em Angola há 8 anos. Achando interessante a proposta desde blog entrei em contato com a Daniella (da equipe do blog) e parabenizei este projeto. Foi aí que veio o convite da parte da Dani e do Paulo Guilherme para fazer uma parceria com eles, sendo correspondente internacional (chique eu né!!) que foi prontamente aceito. Desde maio de 2008 faço esse trabalho com grande satisfação, pode ter certeza..
Agradeço o carinho em todos os emails que me enviam (negrosenegras@gmail.com) que são repassados para meu email pessoal e respondidos. E olha que não são poucos..
Muitos desses emails são perguntando como é o país onde vivo: Angola
Então tentei fazer um "resumão" sobre as principais informações sobre esse país...

Boa leitura!! Espero que gostem!!



Saiba mais sobre Angola, que realizou eleições legislativas no último dia 5 de setembro.


NOME OFICIAL: República de Angola.


LOCALIZAÇÃO: Sudoeste da África. Faz fronteira com República Democrática do Congo e República do Congo (norte); Namíbia (sul); República Democrática do Congo e Zâmbia (leste). É banhado pelo Oceano Atlântico (oeste).


SUPERFÍCIE: 1.246.700 quilômetros quadrados.


POPULAÇÃO: 16,1 milhões de habitantes (2007).


CAPITAL: Luanda.


IDIOMAS: Português (oficial) e línguas bantus (não oficiais).


RELIGIÃO: Católicos (68,7%); protestantes (19,8%); adeptos de crenças tradicionais (9,5%).


GOVERNO: República presidencialista.


PRESIDENTE (chefe do Executivo): José Eduardo dos Santos.


LEGISLATIVO: Unicameral - Assembléia Nacional, com 220 membros.


JUDICIÁRIO: A máxima instância é a Corte Suprema de Justiça.


CONSTITUIÇÃO: 1975.


PRINCIPAIS PARTIDOS: Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA); União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita); Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA).


MOEDA: kuanza.


PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB): US$ 61,356 bilhões (2007).


TAXA DE CRESCIMENTO ECONÔMICO: 21% (2007).


PIB PER CAPITA: US$ 3.834,75.


PRINCIPAIS PRODUTOS: Petróleo, com a maior produção da África, e diamantes.


HISTÓRIA E EVOLUÇÃO POLÍTICA: Angola ficou sob domínio de Portugal desde o século 15, quando Diogo Cão chegou ao litoral do território africano em 1482, exceto um curto período, de 1640 a 1648, em que houve uma invasão e posterior domínio dos holandeses.

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Entre 1886 e 1927, e por acordos assinados com França, Alemanha, Reino Unido e Bélgica, os portugueses fixam as atuais fronteiras de Angola.

O governo luso transforma Angola em província em 1955, e em 1975 reconhece sua independência, pouco após a queda em Lisboa em 25 de abril de 1974 do regime salazarista.

Antes de sua emancipação, surgiram em Angola três movimentos independentistas que lutaram entre si desde 1960: o MPLA (1956), de orientação marxista-leninista e liderado por Agostinho Neto; a FNLA (1962), apoiada pelo Zaire (atual República Democrática do Congo); e a Unita (1966), anticomunista e liderado por Jonas Savimbi.

A guerra civil no país durou até 2002. Angola ficou dividida pela guerra civil logo após declarar sua independência.

Agostinho Neto foi nomeado presidente pelo MPLA e proclamou na região norte a República Popular de Angola, com capital em Luanda e reconhecida pela maioria dos países de cunho comunista.

Simultaneamente, a Unita e dissidentes da FNLA passam a controlar o sul, apoiados por Estados Unidos, República Federal da Alemanha (Ocidental), África do Sul e Zaire.

A primeira etapa da guerra civil termina em 1976 com a vitória do MPLA, cujo Governo é reconhecido pela Organização da Unidade Africana (OUA, atualmente União Africana) e admitido pela ONU, apesar da oposição de África do Sul e EUA.

A Unita, com apoio americano, sul-africano e do Zaire, pretende derrubar o Governo de Luanda, que recebe apoio de um contingente militar cubano de 50 mil homens.

Em novembro de 1988 são anunciados um acordo de paz e a retirada das tropas cubanas, concluída em maio de 1991.

O presidente José Eduardo dos Santos, que chega à chefia de Estado em 1979, dá início a uma tímida democratização e aceita que a Unita participe das eleições gerais, que, embora agendadas para 30 de dezembro de 1989, acabariam não sendo realizadas, com a intensificação dos confrontos armados.

Em 1º de maio de 1991 é assinado em Estoril (Portugal) um documento que põe fim à guerra, embora só de forma aparente.

Em 15 de maio de 1991 fica estabelecido o cessar-fogo oficial, e no final desse mês, José Eduardo dos Santos e Savimbi assinam em Lisboa um armistício, que supõe, em teoria, o fim do conflito.

Em setembro de 1992 são realizadas eleições legislativas, nas quais o MPLA obtém 47% dos votos, e a Unita, 40%. No entanto, Savimbi acusa o presidente de fraude, e os conflitos são retomados.

Em novembro de 1994, com a firma sob forte pressão internacional do Protocolo de Lusaka entre o governo e a Unita, o país passa a viver uma situação de maior tranqüilidade. Mas em 1998, a Unita volta a intensificar combates e ataques a aviões com civis.

A guerra acabou em 2002, após a morte em combate de Savimbi. Em 4 de abril desse ano, governo e guerrilha assinaram um cessar-fogo em Luanda que pôs fim a 27 anos de guerra civil, com saldo de mais de um milhão de mortos e de quase quatro milhões de deslocados.

Em dezembro de 2007, José Eduardo dos Santos anuncia eleições legislativas para serem realizadas em 5 de setembro de 2008. (que já foi realizada), veja notícia abaixo:

Notícia publicada pela Agência France Presse:

O partido angolano no poder, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), venceu com ampla vantagem as eleições legislativas de 5 de setembro, com 81,64% dos votos, conquistando 191 deputados de um total de 220, de acordo com resultados definitivos anunciados nesta terça-feira (16) pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

As eleições da última sexta-feira - as primeiras da Angola em 16 anos - haviam sido estendidas por mais um dia por causa das reclamações da oposição frente aos atrasos e às longas filas.

A organização do pleito foi muito criticada pela missão de observadores da União Européia (UE).

"O que vimos em três locais de votação em Luanda é um desastre. Ainda não começaram a votar. Não estavam preparados", afirmou a coordenadora da missão européia, Luisa Morgantini.

Seu principal adversário, a União Nacional pela Independência Total de Angola (Unita), conseguiu 10,39% dos votos, que correspondem a 16 deputados, bem menos do que as 70 cadeiras de que dispunha antes, anunciou o presidente da comissão, Caetano de Sousa.

O MPLA, que está 33 anos no poder, terá 62 assentos a mais em comparação ao mandato anterior.

A taxa de participação foi de 87%, acrescentou o presidente da comissão.

Em 2009, o país tem agendadas suas eleições presidenciais, que decidirão o futuro do atual presidente José Eduardo dos Santos, no poder desde 1979.

Conheça a trajetória de José Eduardo dos Santos, presidente de Angola

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O presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, é uma personalidade enigmática dotada de grande perspicácia política que transformou a Presidência em uma instituição onipresente.

Este marxista pragmático, que abriu a ex-colônia portuguesa à economia de mercado para facilitar a reconstrução de um país esfacelado por 27 anos de guerra civil, fez um apelo a seus compatriotas para que participem maciçamente das primeiras eleições legislativas em tempos de paz.

"Não fiquem em casa no dia 5 de setembro (...) Contribuam para reforçar nossa democracia!", disse.

As eleições de sexta-feira são uma prova de popularidade para o presidente de 66 anos antes das presidenciais de 2009.

Em 1992, durante as únicas eleições realizadas desde a independência, dos Santos obteve 49,57% dos votos contra 40,07% do líder do movimento rebelde Jonas Savimbi, que rejeitou este resultado e retomou as armas. Somente a sua morte em 2002 pôs fim ao combate.

O presidente angolano ganhou nesses anos de luta uma misteriosa postura no poder. De olhar plácido e tom mesurado, limita suas aparições públicas, viaja pouco e poucas vezes concede uma entrevista.

"Se você retém a informação sobre o funcionamento do sistema político (...), é uma forma de controlá-lo", ressalta Nicholas Shaxson -autor de um livro sobre os Estados petroleiros da África.

Este engenheiro formado na União Soviética "é um mestre do jogo político", acrescenta.

Nascido no dia 28 de agosto de 1942 de pai pedreiro e mãe faxineira, dos Santos cresceu em Sambizanga, bairro pobre de Luanda, núcleo da luta clandestina contra Portugal, embora só tenha participado brevemente da luta armada, em 1961.

Dos Santos entra para o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).

Em 1963 recebe uma bolsa para estudar em Baku, no Azerbaijão, onde se forma em Engenharia e se casa com uma soviética. Atualmente é casado com Ana Paula, uma angolana 18 anos mais nova, e é pai de seis filhos.

Em 1974 integra o comitê central do MPLA, antes de se tornar em 1975 chefe da diplomacia na independência.

Como herdeiro do primeiro presidente angolano é nomeado vice-primeiro-ministro e, após a morte de seu mentor em 1979, é eleito presidente do MPLA e assume o posto de presidente do governo e comandante-em-chefe das Forças Armadas.

"O presidente é o centro de uma rede de clientelismo que o permite apaziguar os conflitos de interesse e reforçar sua posição", ressalta "The Economist".



Fonte: Da EFE, Johanesburgo

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