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July 31, 2009

A internet rápida chega à África

por Fábio Zanini*

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Algumas notícias têm de ser lidas e relidas, até que finalmente seja possível acreditar que estamos falando realmente do planeta Terra.

No dia 23 de julho de 2009, quase duas décadas após o surgimento da internet e uma década desde o advento da banda larga, finalmente a internet de alta velocidade chegou à África oriental (foto do "The New York Times").

Cerimônias deram boas vindas à novidade em cidades do Quênia, Tanzânia, Moçambique e Uganda, os países beneficiados. Até ontem, internet banda larga na África, só por satélite, a um custo exorbitante. Com o cabo submarino ligando os países à África do Sul de um lado e à Inglaterra do outro, uma internet de melhor qualidade sairá por um quinto do preço. O benefício para escolas, universidades, escritórios e todo tipo de negócio é incalculável.

Confesso que até agora não sei direito como reagir a essa novidade. Festejo algo que vai mudar para melhor a vida de milhões, sem dúvida.

Por outro lado, que cazzo! Como pode até hoje uma região tão grande e tão importante ainda viver na pré-história da internet?

Não estamos falando de uma região qualquer. Depois da África do Sul, a região leste é o mais importante centro econômico do continente. O Quênia é um país sofisticado, com uma capital (Nairóbi) que em certas partes lembra o distrito financeiro de Londres. A Tanzânia tem uma das forças de trabalho mais preparadas do Terceiro Mundo. E mesmo assim demorou tempo demais para soltar as amarras da internet à lenha.

Em seis meses viajando pela África no ano passado, percorrendo 13 países, criei uma pequena úlcera e uma plantação de cabelos brancos sentado na frente de um computador, esperando, esperando, esperando... Dez minutos para responder um email, 15 para carregar um blog. Tentei desenvolver a transcendental paciência zen, mas não consegui. Levava livros e jornais para me distrair esperando uma página carregar. Às vezes, tinha que recorrer ao “lan house tour”, circulando por três, quatro, cinco lugares numa mesma manhã, até achar uma internet mais ou menos.

E quando o único servidor de internet mambembe da cidade caía? Era a cidade inteira sem internet. Um apagão cibernético.

É difícil compreender por que a banda larga chegou tão tarde à África. Se extrapolarmos o que a telefonia celular representou para o continente, é de se esperar agora uma pequena revolução econômica e social (quem sabe política?). Os africanos aderiram com gosto ao aparelhinho, que funciona espantosamente bem, é barato e sem burocracia. A portabilidade chegou à África muito antes de ter chegado ao Brasil, por exemplo.

O cabo submarino que estreou ontem tem 17 mil quilômetros, e demorou dois anos para ser instalado. Custou US$ 650 milhões, bancados por uma empresa sul-africana, que agora vai obter seu merecido retorno financeiro.

Ah, na verdade um dos motivos pelos quais a coisa demorou tanto é de um simbolismo perfeito sobre duas Áfricas, uma que olha para a frente, outra amarrada a conflitos do passado.

Os engenheiros tiveram que esperar até a pirataria na costa da Somália dar um tempo...




Fonte: Blog Pé na África

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