Grupo de dança baiano sofre ato racista em loja de shopping em Brasília
As Lojas Americanas irá responder ação penal junto ao Fórum de Brasília por crime de racismo. É o que prevê o conteúdo da ação cível que será apresentada na semana que vem pelo advogado Júlio Romário da Silva, representante da Associação Nacional dos Advogados Afrodescendentes (ANAAD) em Brasília. Na tarde da última terça-feira (24), um grupo de cinco jovens bailarinos negros, integrantes do Grupo de Dança Galpão das Artes, de Feira de Santana/BA, foi vítima de ato racista no interior da filial das Lojas Americanas, localizada no shopping Conjunto Nacional, em Brasília. Três adolescentes e dois menores componentes grupo, que está na capital participando do 17º Festival Internacional de Dança de Brasília, entrou na filial das Lojas Americanas do Conjunto Nacional para comprar uma caixa de chocolates - a qual seria um presente para uma das componentes do grupo que estava de aniversário - foi humilhado por seguranças da loja. O fato ocorreu diante dos consumidores que estavam na fila do caixa e também populares que transitavam no corredor do shopping. Conforme explicou a coordenadora do Grupo Galpão das Artes, Ana Lúcia Bahia, os seguranças se aproximaram dos jovens e os reeprenderam, acusando-os de furto. Os seguranças, disse Ana Lúcia, então recolheram as bolsas dos jovens e abriram-as diante do público, espalhando os pertences no chão e pedindo para os mesmos mostrarem se haviam pego ou não outras mercadorias, em meio a ofensas verbais e chutes aos objetos pessoais dos adolescentes. O constrangimento piorou quando um dos jovens mostrou a um dos seguranças a nota fiscal com o pagamento feito pela caixa de chocolates. Acompanhados por outros dirigentes do Grupo Galpão das Artes, todos foram à Delegacia da Asa Norte, onde registraram boletim de ocorrência denunciando crime de racismo, injúria qualificada por preconceito, conforme preceitua o art.140, § 3º do Código Penal Brasileiro, e demais legislações pertinentes à espécie.
A situação causou muita consternação entre os 54 integrantes do Grupo Galpão das Artes, que está em Brasília desde o último dia 8 de julho participando das atividades artísticas e oficinas do Seminário Internacional de Dança, que se encerra no próximo domingo, dia 29 de julho. O Grupo Galpão das Artes, segundo a coordenadora Ana Lúcia Bahia, é apoiado pela Unicef, Unesco e também pelo Projeto Criança Esperança, da Rede Globo, por promover o acesso de jovens carentes, de maioria negra, a dança como forma de inclusão social. "Lutamos muito para que estes adolescentes e crianças - os integrantes do grupo tem idade entre 9 e 21 anos - elevem a sua estima. Para nós o ato representou uma agressão e repudiamos o racismo que ainda existe em nossa sociedade", disse a dirigente do grupo, lembrando que na confusão, o documento de identidade de um dos jovens foi extraviado. Ana Lúcia lembra que o clima de tristeza e desapontamento ainda é visível entre os jovens, os quais disseram querer voltar logo para a Bahia. Também ouvida pelo Portal Palmares, a organizadora do Festival Internacional de Dança, Gisele Santoro, também se declarou estarrecida pelo ato racista a qual vitimou os jovens baianos. Conforme Gisele, não podemos aceitar que cidadãos ainda sejam discriminados e suspeitos de roubo por causa de sua cor de pele. Gisele mobilizou representantes do governo do Distrito Federal para acompanhar o caso.
O advogado Júlio Romário da Silva explica que o episódio ainda tem um agravante por ter ocorrido diante do público presente no interior da loja."Na verdade, a ação cível será contra as Lojas Americanas, onde será requerido, na justiça, a indenização por danos morais e materiais", explica o advogado. Vale lembrar que racismo é crime imprescritível e inafiançável, conforme explica o art.5º, inciso XLII da Constituição Federal da República Federativa do Brasil. O racismo também é considerado crime pela Lei Federal 7.716/89, de autoria do ex-deputado constituínte Carlos Alberto Caó.
A Assessoria de Comunicação do Shopping Conjunto Nacional disse que o fato ocorreu dentro das Lojas Americanas, e, por isso a própria empresa é que deve se manifestar publicamente. A Assessoria de Imprensa das Lojas Americanas, sediada no Rio de Janeiro, enviou nota dizendo que as Lojas Americanas vai apurar o fato e adotará as medidas cabíveis.
Fonte: Fundação Palmares
A situação causou muita consternação entre os 54 integrantes do Grupo Galpão das Artes, que está em Brasília desde o último dia 8 de julho participando das atividades artísticas e oficinas do Seminário Internacional de Dança, que se encerra no próximo domingo, dia 29 de julho. O Grupo Galpão das Artes, segundo a coordenadora Ana Lúcia Bahia, é apoiado pela Unicef, Unesco e também pelo Projeto Criança Esperança, da Rede Globo, por promover o acesso de jovens carentes, de maioria negra, a dança como forma de inclusão social. "Lutamos muito para que estes adolescentes e crianças - os integrantes do grupo tem idade entre 9 e 21 anos - elevem a sua estima. Para nós o ato representou uma agressão e repudiamos o racismo que ainda existe em nossa sociedade", disse a dirigente do grupo, lembrando que na confusão, o documento de identidade de um dos jovens foi extraviado. Ana Lúcia lembra que o clima de tristeza e desapontamento ainda é visível entre os jovens, os quais disseram querer voltar logo para a Bahia. Também ouvida pelo Portal Palmares, a organizadora do Festival Internacional de Dança, Gisele Santoro, também se declarou estarrecida pelo ato racista a qual vitimou os jovens baianos. Conforme Gisele, não podemos aceitar que cidadãos ainda sejam discriminados e suspeitos de roubo por causa de sua cor de pele. Gisele mobilizou representantes do governo do Distrito Federal para acompanhar o caso.
O advogado Júlio Romário da Silva explica que o episódio ainda tem um agravante por ter ocorrido diante do público presente no interior da loja."Na verdade, a ação cível será contra as Lojas Americanas, onde será requerido, na justiça, a indenização por danos morais e materiais", explica o advogado. Vale lembrar que racismo é crime imprescritível e inafiançável, conforme explica o art.5º, inciso XLII da Constituição Federal da República Federativa do Brasil. O racismo também é considerado crime pela Lei Federal 7.716/89, de autoria do ex-deputado constituínte Carlos Alberto Caó.
A Assessoria de Comunicação do Shopping Conjunto Nacional disse que o fato ocorreu dentro das Lojas Americanas, e, por isso a própria empresa é que deve se manifestar publicamente. A Assessoria de Imprensa das Lojas Americanas, sediada no Rio de Janeiro, enviou nota dizendo que as Lojas Americanas vai apurar o fato e adotará as medidas cabíveis.
Fonte: Fundação Palmares
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