Preconceito generalizado
Pesquisa em 501 escolas públicas do país revela um quadro chocante de intolerância e discriminação, principalmente contra negros, pobres, mulheres e homossexuais
Negros, pobres e homossexuais estão entre as principais vítimas de bullying (prática discriminatória de um grupo de alunos contra um determinado colega, que se caracteriza por agressões físicas, acusações injustas e humilhações) nas escolas públicas do país. A conclusão é da Pesquisa sobre Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar, realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a pedido do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), divulgada ontem em São Paulo.
A pesquisa ouviu 18.599 alunos, pais, diretores, professores e funcionários de 501 escolas públicas em todas as regiões, entre outubro e novembro do ano passado. Uma das conclusões revela quão grave é a situação: 99,3% dos entrevistados demonstram algum tipo de preconceito étnico-racial, socioeconômico, com relação a portadores de necessidades especiais, gênero, geração, orientação sexual ou territorial.
O estudo concluiu que 96,5% dos entrevistados têm preconceito com relação a portadores de necessidades especiais, 94,2% discriminam pelo viés étnico-racial, 93,5% mostram intolerância ligada a gênero, 91% a idade, 87,5% a fatores socioeconômicos, 87,3% com relação à orientação sexual e 75,95% têm preconceito territorial. Ainda de acordo com os dados, 5,3% dos entrevistados presenciaram professores sofrendo agressões e 4,9% viram funcionários das escolas sendo atacados.
Segundo o coordenador do trabalho, José Afonso Mazzon, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), a pesquisa conclui que as escolas são ambientes onde o preconceito é bastante disseminado "entre todos os atores". "Não existe alguém que tenha preconceito em relação a uma área e não tenha em relação a outra. A maior parte das pessoas tem de três a cinco áreas de preconceito. O fato de todo indivíduo ser preconceituoso é generalizado e preocupante", disse.
Desempenho ruim
A pesquisa constatou que o grau de conhecimento de práticas de bullying chega a 19% contra alunos negros, 18,2% contra pobres, 17,4% contra homossexuais. Em seguida, 10,9% estiveram nessa situação por ser mulher e 10,4% por morarem na periferia ou em favelas. O estudo também mostrou que os professores, funcionários, idosos, pessoas com algum tipo de deficiência física ou mental, índios e ciganos também foram vítimas de agressão nas escolas pesquisadas.
De acordo com o professor José Afonso Mazzon, a pesquisa revelou que 30% das diferenças observadas na Prova Brasil entre as escolas pesquisadas foram explicadas por níveis de preconceito e discriminação. "Nas escolas onde se observou o maior conhecimento de práticas de bullying envolvendo professores e funcionários, as avaliações na Prova Brasil foram as menores, assim como nas escolas onde os alunos apresentaram maior nível de preconceito", afirmou.
"Não existe alguém que tenha preconceito em relação a uma área e não tenha em relação a outra. A maior parte das pessoas tem de três a cinco áreas de preconceito"
José Afonso Mazzon, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e coordenador da pesquisa
O número
Quadro desolador:
99,3% dos entrevistados mostraram que alimentam algum tipo de preconceito
O número:
18,6 mil alunos, pais, professores, diretores e funcionários foram ouvidos
O número:
5,3 % dos entrevistados presenciaram alguma agressão contra professores
Negros, pobres e homossexuais estão entre as principais vítimas de bullying (prática discriminatória de um grupo de alunos contra um determinado colega, que se caracteriza por agressões físicas, acusações injustas e humilhações) nas escolas públicas do país. A conclusão é da Pesquisa sobre Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar, realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a pedido do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), divulgada ontem em São Paulo.
A pesquisa ouviu 18.599 alunos, pais, diretores, professores e funcionários de 501 escolas públicas em todas as regiões, entre outubro e novembro do ano passado. Uma das conclusões revela quão grave é a situação: 99,3% dos entrevistados demonstram algum tipo de preconceito étnico-racial, socioeconômico, com relação a portadores de necessidades especiais, gênero, geração, orientação sexual ou territorial.
O estudo concluiu que 96,5% dos entrevistados têm preconceito com relação a portadores de necessidades especiais, 94,2% discriminam pelo viés étnico-racial, 93,5% mostram intolerância ligada a gênero, 91% a idade, 87,5% a fatores socioeconômicos, 87,3% com relação à orientação sexual e 75,95% têm preconceito territorial. Ainda de acordo com os dados, 5,3% dos entrevistados presenciaram professores sofrendo agressões e 4,9% viram funcionários das escolas sendo atacados.
Segundo o coordenador do trabalho, José Afonso Mazzon, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), a pesquisa conclui que as escolas são ambientes onde o preconceito é bastante disseminado "entre todos os atores". "Não existe alguém que tenha preconceito em relação a uma área e não tenha em relação a outra. A maior parte das pessoas tem de três a cinco áreas de preconceito. O fato de todo indivíduo ser preconceituoso é generalizado e preocupante", disse.
Desempenho ruim
A pesquisa constatou que o grau de conhecimento de práticas de bullying chega a 19% contra alunos negros, 18,2% contra pobres, 17,4% contra homossexuais. Em seguida, 10,9% estiveram nessa situação por ser mulher e 10,4% por morarem na periferia ou em favelas. O estudo também mostrou que os professores, funcionários, idosos, pessoas com algum tipo de deficiência física ou mental, índios e ciganos também foram vítimas de agressão nas escolas pesquisadas.
De acordo com o professor José Afonso Mazzon, a pesquisa revelou que 30% das diferenças observadas na Prova Brasil entre as escolas pesquisadas foram explicadas por níveis de preconceito e discriminação. "Nas escolas onde se observou o maior conhecimento de práticas de bullying envolvendo professores e funcionários, as avaliações na Prova Brasil foram as menores, assim como nas escolas onde os alunos apresentaram maior nível de preconceito", afirmou.
"Não existe alguém que tenha preconceito em relação a uma área e não tenha em relação a outra. A maior parte das pessoas tem de três a cinco áreas de preconceito"
José Afonso Mazzon, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e coordenador da pesquisa
O número
Quadro desolador:
99,3% dos entrevistados mostraram que alimentam algum tipo de preconceito
O número:
18,6 mil alunos, pais, professores, diretores e funcionários foram ouvidos
O número:
5,3 % dos entrevistados presenciaram alguma agressão contra professores
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