Odes africanas
Por Aurélio Aquino*
Odes africanas
primeiro
a noite noticia
a pele negra do homem
que por ser da noite
amanhecia
não lhe vai na alma
qualquer desmedida
tudo é exato na manhã
em que nascia
e as sinapses
que em si vigiam
cobriam o dia de uma razão
que nem sabiam
porque o futuro resguardava
um tempo de vigília
era um princípio
que nem sabia
que a pela negra do homem
era uma estranha serventia
de cobrir de noite a razão
que em cada um vivia
II
o continente contém mais do que a si
pois de sua soma assim desregulada
inventam-se todas as cores
de uma cabal desnatureza
manhã que sempre seja tanta
como tão pouca é a certeza
a terra carrega em cada útero
uma rebelião tão incontida
que explode na cara dos afetos
na plástica feição de uma guerrilha
o grito simula uma nação
que fosse assim compreendida
entre o que falta para ser repente
e o que sobra da urgente revelia
III
África seja apenas o batismo
de quem nasceu da desmedida
de ser uma noite desgarrada
do tamanho de todas estas vidas
África seja o desconforto
que habita cada sentimento
de sentir que homens não são estrelas
que possam estar sob moendas
por fluírem num céu tão mais pacato
que a maioria de todos os firmamentos
África seja indizível
pelo futuro que cogita
e que vive entranhado
em todas as raízes
as da terra como prenúncio
as do homem como matrizes
de uma vida tão larga
como vasta é a consciência
de quem mesmo sendo a noite
carrega o dia na paciência.
*Aurélio Aquino - Servidor público. Membro da Diretoria da
Associação Bolivariana da Paraíba. João Pessoa, PB.
Odes africanas
primeiro
a noite noticia
a pele negra do homem
que por ser da noite
amanhecia
não lhe vai na alma
qualquer desmedida
tudo é exato na manhã
em que nascia
e as sinapses
que em si vigiam
cobriam o dia de uma razão
que nem sabiam
porque o futuro resguardava
um tempo de vigília
era um princípio
que nem sabia
que a pela negra do homem
era uma estranha serventia
de cobrir de noite a razão
que em cada um vivia
II
o continente contém mais do que a si
pois de sua soma assim desregulada
inventam-se todas as cores
de uma cabal desnatureza
manhã que sempre seja tanta
como tão pouca é a certeza
a terra carrega em cada útero
uma rebelião tão incontida
que explode na cara dos afetos
na plástica feição de uma guerrilha
o grito simula uma nação
que fosse assim compreendida
entre o que falta para ser repente
e o que sobra da urgente revelia
III
África seja apenas o batismo
de quem nasceu da desmedida
de ser uma noite desgarrada
do tamanho de todas estas vidas
África seja o desconforto
que habita cada sentimento
de sentir que homens não são estrelas
que possam estar sob moendas
por fluírem num céu tão mais pacato
que a maioria de todos os firmamentos
África seja indizível
pelo futuro que cogita
e que vive entranhado
em todas as raízes
as da terra como prenúncio
as do homem como matrizes
de uma vida tão larga
como vasta é a consciência
de quem mesmo sendo a noite
carrega o dia na paciência.
*Aurélio Aquino - Servidor público. Membro da Diretoria da
Associação Bolivariana da Paraíba. João Pessoa, PB.
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