PROJETO NEGROS E NEGRAS EM MOVIMENTO

Objetivos: - A contribuição do negro na formação social brasileira - A discriminação racial no Brasil. Movimentos de resistência de negros pela cidadania e pela vida; - Políticas sociais e população negra: trabalho, saúde, educação e moradia; - Relações étnico-raciais, multiculturalismo e currículo; - Aspectos normativos da educação de afro-brasileiros. - EMAIL PARA CONTATO: negrosenegras@gmail.com

June 02, 2007

Portal Conexão Afro globaliza terreiro gaúcho com o mundo

Porto Alegre,

Lançado recentemente, o Portal Conexão Afro (www.conexaoafro.com.br) traz uma proposta inédita. Globalizar informações e dar voz e vez as comunidades de terreiros de matriz africana. Coordenado pela Assobecaty - Associação Beneficente Templo de Yemanja, o Portal oferece links diversos, com biblioteca, rádio e jornal comunitário, eventos e um fale conosco para receber contatos não só do Rio Grande do Sul, mas de todo o Brasil.

Um pouco de história:

O templo religioso, Assobecaty (Associação Beneficente Templo de Yemanjá) nasceu a mais de sessenta anos, em Pelotas, dirigido pela Mãe Quina de Yemanjá, mãe carnal da Mãe Carmem de Oxalá, que assumiu a direção após o falecimento de Mãe Quina, vivenciadores da umbanda e da Nação Cabinda, o Ylê está na cidade de Guaíba, cidade da Grande Porto Alegre, desde de 1979.

Image and video hosting by TinyPic

Foi no município de Guaíba que o terreiro Templo de Yemanjá transformou-se na Assobecaty, um Ylê que não trabalha somente a religiosidade, mas realizada trabalhos sociais com a comunidade. Mãe Quina vendo a realidade das mulheres da região implantou cursos de qualificação profissional, com a parceria do governo estadual, voluntários e convênios com outras instituições. A Assobecaty é um terreiro onde acontecem seminários, discussões de gênero, saúde e realização de eventos referente a comunidade negra. Hoje, o terreiro de Mãe Carmem é o primeiro a trabalhar com comunicação, dentro da entidade foi criado o projeto do Programa Conexão Afro vinculado na internet, sendo o primeiro programa virtual do segmento afro-religioso. No local tem a Rádio Comunitária Estúdio FM, é produzido O Jornal Conexão Afro e o Portal Conexão Afro. Os meios de comunicação vêm com o propósito de dar visibilidade para comunidade negra do estado.Partiu da entidade a iniciativa de criar a Semana do Umbanda e dos Cultos Afro-brasileiros, que está incorporado no calendário turístico de Guaíba e existe há dez anos. Assobecaty, a partir do conhecimento da comunidade que está inserida, nasceu o projeto de fazer a clínica de psicologia Psique-Afro para atender a população negra, excluída dos processos de saúde pública. O projeto surge da necessidade da comunidade de ter uma clínica especializada em saúde mental. A clínica tem o propósito de prevenir doenças mentais, e servirá de exemplo para o país, como sendo pioneira pelo recorte étnico.

Image and video hosting by TinyPic

A entidade vem desenvolvendo projetos para cumprir seu papel social na sociedade. Neste semestre está previsto a vinda do telecentro para o terreiro, um projeto em parceria com o Banco do Brasil, o telecentro vem a somar no trabalho da Assobecaty. Com os computadores mais pessoas terão acesso à internet e poderão realizar ensino a distância, com a experiência da entidade em comunicação será o começo para muitos programas voltados ao desenvolvimento pessoal e profissional das pessoas da comunidade.

Mãe Carmem de Oxalá: olhos para a comunicação

Image and video hosting by TinyPic

Por ser filha carnal de Mãe Quina de Yemanjá, desde menina dedicou-se á religião. Nesta época começou sua iniciação religiosa através de Pai Cleon de Oxalá, babalorixá de renome no Estado do Rio Grande do Sul. A influência de Pai Cleon de Oxalá, seu orientador espiritual contribuiu para sua formação religiosa. Mãe Carmem recebeu a proteção natural do Pai Oxalá, desde então o seu envolvimento com a valorização dos cultos afro-brasileira foi constante.

Com falecimento de Mãe Quina assumiu as responsabilidades da Assobecaty, em 2000. A entidade trabalha a religião, comunicação, gênero e saúde. Mãe Carmem iniciou o trabalho na área da comunicação, com uma coluna informativa no Jornal Guaibense, de Guaíba-RS. Desde então o terreiro é referencia nesta área, sendo o primeiro terreiro a trabalhar a comunicação. Iniciou com a Rádio Comunitária Estúdio FM, prosseguiu com o Programa Conexão Afro vinculado na internet, o Jornal Conexão Afro e o portal.Nesta trajetória, começou a cursar Psicologia, sendo uma pesquisadora acadêmica da religião, a entrada na faculdade abriu muitas portas. No ano de 1999, representou o Rio Grande do Sul no II Festival de Alabê, Xicarangoma e Runtó, na Bahia, promovido pela Fundação Palmares e Ylê Opô Afonjá em novembro e 1999.Em 2006 retornou a Salvador para participar do Encontro Nacional de Mulheres Negras Urbanas e Rurais Quilombolas, organizado pela Conen. Na universidade participou da pesquisa do Professor Filosofo Roberto Jair Bastos da Cruz, do projeto de pesquisa "A criação do mito através da mente humana: um estudo comparado das culturas gregas e africanas na visão de Ernst Cassirer".No evento da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), em outubro de 2002, apresentou a pesquisa, Religiões Afro-brasileiras: uma visão antropológica. Na ULBRA, unidade São Jerônimo, apresentação da pesquisa A permanência dos Orixás na dimensão mística - religiosa do homem afro-rio-grandense em Ernest Cassier, em setembro de 2000.Além das pesquisas acadêmicas, Mãe Carmem participa do movimento negro do Rio Grande do Sul. Está presente nas reuniões do Conen e Codene, no Codene está na segunda gestão como conselheira, foi indicada por algumas organizações da sociedade civil para concorrer à presidência do órgão em 2006.

Image and video hosting by TinyPic

Partiu da yalorixá a iniciativa de criar o projeto da Semana do Umbanda e dos Cultos Afro-brasileiros, que está incorporado no Calendário turístico de Guaíba. A yalorixá tem um pouco da sua história contada no livro Mulheres do Rio Grande do Sul - Diversidade, no capítulo destinado para representar a etnia negra do estado, Mulher afro-gaúcha: negritude a flor da pele. Hoje, Mãe Carmem tem dedicado-se ao estudo da psicologia, aliando o conhecimento teórico dos problemas comportamentais com a experiência da religião.


Oscar Henrique Cardoso, ACS/FCP/MinC

0 Comments:

Post a Comment

Subscribe to Post Comments [Atom]

<< Home