Empresariado negro quer desenvolvimento através do PAC
Por Marcus Bennett
Brasília - Em virtude da não existência de qualquer lei, programa ou ação por parte do governo voltado especificamente ao desenvolvimento do setor econômico formado por empreendedores negros é que a Anceabra - Associação Nacional dos Coletivos de Empresários e Empreendedores Afro-Brasileiros - foi ao presidente Lula pedir uma audiência para que 1% do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) seja destinado à economia negra. Idealizada pelo presidente da Anceabra, João Bosco Borba, a audiência (ainda sem data) com o presidente da República será para fazer uma proposta de crescimento econômico e de infra-estrutura para o setor negro, visando a destinação de 1% dos 540 bilhões de reais resguardados ao PAC. "O Brasil está destinando a um projeto o maior volume de dinheiro depois da construção de Brasília com JK. São 540 bilhões de reais e nada temos para o setor negro. Pedindo 1%, queremos participar da reforma urbana, da construção de casas, da urbanização de favelas e saneamento básico das comunidades negras. Pois nós estamos na periferia, nas favelas, nos mocambos, palafitas, nós sabemos como desenvolver essas áreas. Nós temos objetividade, queremos melhorar a qualidade de vida", esclarece o presidente da Anceabra. E complementa, "nós precisamos influenciar nos projetos governamentais e nas relações sócio-econômicas. Não adianta urbanizar sem qualidade, como na reforma urbana de 70, que criou favelas. Temos a necessidade de trabalhar isso para desenvolver e melhorar a qualidade de vida da população negra". Entre as propostas do movimento de empresários negros que serão levadas na audiência está a garantia de participação deles nas licitações públicas, linhas de financiamento específicas e criação de infra-estrutura para comunidades quilombolas.
Biocombustível
De acordo com João Bosco Borba, a produção do biocombustível deve ser feita com interação social levando em conta as comunidades remanescentes de quilombos que possuem área para produção do comburente. "Precisa-se criar uma relação na produção do biocombustível com as comunidades remanescentes de quilombos. Criar nas comunidades uma cultura de agronegócios respeitando as tradições, o ambiente e a cultura. Incluí-los como donos dos projetos, criando uma relação de cooperativismo. É possível manter as raízes e aumentar o desenvolvimento econômico".
Governo
Ainda segundo o presidente da Anceabra, outras propostas serão levadas ao governo, como a criação de uma linha de crédito específica, em que o principal apoio governamental seria dar garantias aos empréstimos dos empresários negros. Sendo que essas garantias entrariam à parte, como reparação econômica para alavancar o desenvolvimento do setor econômico negro. "A solução é criar um fundo de aval onde o avalista dos empreendedores negros seria o governo. Seria como uma ação afirmativa na questão econômica", explica João Borba.
Meta
Além de batalhar pela cota do PAC, a Anceabra possui ainda uma outra meta de desenvolvimento para o setor: criar nos próximos quatro anos, 50 mil empreendimentos. Tendo cada um, o investimento de até 100 mil reais, o que irá gerar, pelo menos, 150 mil empregos diretos. Para João Borba, "isso terá uma influência direta nas famílias negras. Isso melhoraria a educação, pois os negros poderão se qualificar, e melhoraria até mesmo nas relações familiares, com estrutura financeira". Além de tudo isso, também existe a previsão da realização de uma pesquisa para saber qual o tamanho da movimentação financeira dos empreendedores negros. Segundo o IBGE, apenas 3% dos empresários brasileiros são negros. Para João Borba é necessário o investimento nessas ações para que seja possível "constituir uma cultura de empreendedores negros, gerar emprego, renda, impostos. Fazer dos negros donos de empresas também".
A instituição
A Associação Nacional dos Coletivos de Empresários e Empreendedores Afro-brasileiros é uma entidade consolidada no apoio à geração de negócios nacionais e internacionais, que representa os anseios dos empreendedores e empresários afro-brasileiros. Ela incentiva e fortalece a cultura empreendedora nos afro-brasileiros para o desenvolvimento e geração de negócios. A entidade conta hoje com 1.540 empresários cadastrados, disponibilizando cursos de capacitação técnica e empresarial; serviços de assessoria e consultoria empresarial e comercial; implantando e desenvolvendo incubadoras de empresas que permitam a criação de novos empreendimentos de empresários e empreendedores afro-brasileiros, diagnostica e implementa o turismo afro-brasileiro e implementa relações comerciais com o continente africano e setores econômicos da diáspora. Além de que, serve de interlocutor com o Governo Federal para implantação de políticas de apoio ao desenvolvimento do empresariado e empreendedor afro-brasileiro.
Atividades
Hoje a entidade desenvolve as seguintes atividades:
Capacitação de técnicos afro-brasileiros na área de crédito e micro-crédito;
Fortalecimento da imagem de produtos brasileiros fabricados por empresários e empreendedores afro para o mercado internacional;
Capacitação de empresários e empreendedores afros-brasileiros na área de gestão empresarial;
Preparação e estruturação de incubadoras de empresas para a formação de empreendedores e empresários afro-brasileiros;
Apoio ao projeto de infra-estrutura do turismo afro-brasileiro nas comunidades remanescentes de quilombo, e;
Sensibilização e disseminação da cultura da qualidade, hospitalidade e inclusão social do turismo afro-brasileiro.
ENTRE EM CONTATO:
A sede nacional da Associação fica em Brasília, mas já possui representações nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo. Para conhecer mais a Anceabra, o contato pode ser feito pelo telefone (061) 3202-9100 / 3201-9102. E-mail: anceabra@anceabra.org.br
Site: www.anceabranegocios.com.br
Brasília - Em virtude da não existência de qualquer lei, programa ou ação por parte do governo voltado especificamente ao desenvolvimento do setor econômico formado por empreendedores negros é que a Anceabra - Associação Nacional dos Coletivos de Empresários e Empreendedores Afro-Brasileiros - foi ao presidente Lula pedir uma audiência para que 1% do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) seja destinado à economia negra. Idealizada pelo presidente da Anceabra, João Bosco Borba, a audiência (ainda sem data) com o presidente da República será para fazer uma proposta de crescimento econômico e de infra-estrutura para o setor negro, visando a destinação de 1% dos 540 bilhões de reais resguardados ao PAC. "O Brasil está destinando a um projeto o maior volume de dinheiro depois da construção de Brasília com JK. São 540 bilhões de reais e nada temos para o setor negro. Pedindo 1%, queremos participar da reforma urbana, da construção de casas, da urbanização de favelas e saneamento básico das comunidades negras. Pois nós estamos na periferia, nas favelas, nos mocambos, palafitas, nós sabemos como desenvolver essas áreas. Nós temos objetividade, queremos melhorar a qualidade de vida", esclarece o presidente da Anceabra. E complementa, "nós precisamos influenciar nos projetos governamentais e nas relações sócio-econômicas. Não adianta urbanizar sem qualidade, como na reforma urbana de 70, que criou favelas. Temos a necessidade de trabalhar isso para desenvolver e melhorar a qualidade de vida da população negra". Entre as propostas do movimento de empresários negros que serão levadas na audiência está a garantia de participação deles nas licitações públicas, linhas de financiamento específicas e criação de infra-estrutura para comunidades quilombolas.
Biocombustível
De acordo com João Bosco Borba, a produção do biocombustível deve ser feita com interação social levando em conta as comunidades remanescentes de quilombos que possuem área para produção do comburente. "Precisa-se criar uma relação na produção do biocombustível com as comunidades remanescentes de quilombos. Criar nas comunidades uma cultura de agronegócios respeitando as tradições, o ambiente e a cultura. Incluí-los como donos dos projetos, criando uma relação de cooperativismo. É possível manter as raízes e aumentar o desenvolvimento econômico".
Governo
Ainda segundo o presidente da Anceabra, outras propostas serão levadas ao governo, como a criação de uma linha de crédito específica, em que o principal apoio governamental seria dar garantias aos empréstimos dos empresários negros. Sendo que essas garantias entrariam à parte, como reparação econômica para alavancar o desenvolvimento do setor econômico negro. "A solução é criar um fundo de aval onde o avalista dos empreendedores negros seria o governo. Seria como uma ação afirmativa na questão econômica", explica João Borba.
Meta
Além de batalhar pela cota do PAC, a Anceabra possui ainda uma outra meta de desenvolvimento para o setor: criar nos próximos quatro anos, 50 mil empreendimentos. Tendo cada um, o investimento de até 100 mil reais, o que irá gerar, pelo menos, 150 mil empregos diretos. Para João Borba, "isso terá uma influência direta nas famílias negras. Isso melhoraria a educação, pois os negros poderão se qualificar, e melhoraria até mesmo nas relações familiares, com estrutura financeira". Além de tudo isso, também existe a previsão da realização de uma pesquisa para saber qual o tamanho da movimentação financeira dos empreendedores negros. Segundo o IBGE, apenas 3% dos empresários brasileiros são negros. Para João Borba é necessário o investimento nessas ações para que seja possível "constituir uma cultura de empreendedores negros, gerar emprego, renda, impostos. Fazer dos negros donos de empresas também".
A instituição
A Associação Nacional dos Coletivos de Empresários e Empreendedores Afro-brasileiros é uma entidade consolidada no apoio à geração de negócios nacionais e internacionais, que representa os anseios dos empreendedores e empresários afro-brasileiros. Ela incentiva e fortalece a cultura empreendedora nos afro-brasileiros para o desenvolvimento e geração de negócios. A entidade conta hoje com 1.540 empresários cadastrados, disponibilizando cursos de capacitação técnica e empresarial; serviços de assessoria e consultoria empresarial e comercial; implantando e desenvolvendo incubadoras de empresas que permitam a criação de novos empreendimentos de empresários e empreendedores afro-brasileiros, diagnostica e implementa o turismo afro-brasileiro e implementa relações comerciais com o continente africano e setores econômicos da diáspora. Além de que, serve de interlocutor com o Governo Federal para implantação de políticas de apoio ao desenvolvimento do empresariado e empreendedor afro-brasileiro.
Atividades
Hoje a entidade desenvolve as seguintes atividades:
Capacitação de técnicos afro-brasileiros na área de crédito e micro-crédito;
Fortalecimento da imagem de produtos brasileiros fabricados por empresários e empreendedores afro para o mercado internacional;
Capacitação de empresários e empreendedores afros-brasileiros na área de gestão empresarial;
Preparação e estruturação de incubadoras de empresas para a formação de empreendedores e empresários afro-brasileiros;
Apoio ao projeto de infra-estrutura do turismo afro-brasileiro nas comunidades remanescentes de quilombo, e;
Sensibilização e disseminação da cultura da qualidade, hospitalidade e inclusão social do turismo afro-brasileiro.
ENTRE EM CONTATO:
A sede nacional da Associação fica em Brasília, mas já possui representações nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo. Para conhecer mais a Anceabra, o contato pode ser feito pelo telefone (061) 3202-9100 / 3201-9102. E-mail: anceabra@anceabra.org.br
Site: www.anceabranegocios.com.br
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