Caravana Anti-Racismo percorre Santa Catarina e mobiliza combate à discriminação
Por Oscar Henrique Cardoso
Florianópolis - Conhecida dentro e fora do país pela beleza de seu litoral, pela Oktoberfest em Blumenau, pelo frio de São Joaquim e por sua qualidade de vida, Santa Catarina também pode ser conhecida pela influência germânica e italiana em seu modo de vida. De acordo com o PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) ano 2004, Santa Catarina é a unidade da federação com menor percentual de negros entre a população - 24,5%. No Estado, a pequena população negra tem um IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) semelhante ao do Paraguai (90º no ranking mundial), enquanto o desenvolvimento humano dos brancos é equivalente ao dos chilenos (38º). Isso deixa claro que a comunidade negra, semelhante a outras unidades da federação, luta para combater a invisibilidade e pela garantia da promoção de políticas públicas de Ação Afirmativa.
Mas garantir a inclusão da população negra em iniciativas passa também por realizar outro trabalho fundamental: denunciar e divulgar os casos de racismo. E é este o objetivo da Caravana Anti-Racismo. Composta por dirigentes do Movimento Negro e coordenada pelo vereador Márcio de Souza, do PT em Florianópolis, o grupo percorre todas as regiões do Estado. Promovendo audiências com a comunidade, levanta denúncias de discriminação racial e as encaminha ao Ministério Público Estadual, por meio de notícia-crime. Além da denúncia encaminhada, a Caravana segue acompanhando os casos, como o enviado recentemente à Justiça contra o jornal Correio Lageano, de Lages, na Serra Catarinense. O veículo foi denunciado por ter publicado, em fevereiro último, uma charge com conteúdo racista. Intitulada "Maioridade Penal", a charge mostra uma mulher negra dando à luz, e na mesma mostra uma fala do médico dizendo: "Segurança, é uma fuga em massa". O jornal publicou nota argumentando sobre o episódio e lamentando que a imagem da charge possa ter passado uma idéia discriminatória, mas para os dirigentes da caravana e do movimento negro local tal "desculpa" não minimiza o ataque racial sofrido pela comunidade negra. "Nosso propósito é acompanhar a apuração deste incidente e queremos que o jornal seja responsabilizado", detalha o vereador.
Racismo de Norte a Sul: Mas as denúncias de ações racistas não param de chegar aos integrantes da caravana. No mesmo dia em que estavam em Lages promovendo audiência com a comuniade negra para preparar a notícia a ser enviada à Justiça, uma trabalhadora de uma empresa de Lages acompanhada de seu marido, denunciou ter sofrido assédio moral, sexual e racismo por parte dos chefes da empresa onde atua. "A direção da empresa nos procurou e se declarou temerosa com a repercussão do fato, cujo episódio será enviado à imprensa estadual nos próximos dias", promete Márcio de Souza. Também em Balneário Camboriú, no ano passado, a zeladora de um prédio foi atropelada por um morador, o qual exigia que ela saísse do prédio onde trabalhava. De acordo com o parlamentar, neste caso os agravantes também foram vistos através de pichações feitas no local, com os dizeres "Volte para a África" e "Macaca". O caso também foi encaminhado à Justiça local. No Sul Catarinense, um policial militar negro foi agredido por um grupo de pessoas e a Caravana Anti-Racismo conseguiu levar o fato ao promotor público, que deu continuidade ao processo. Vitórias também foram obtidas pelo grupo anti-racismo. "Conseguimos, em 2003, que um vereador de Lages tivesse seu mandato cassado por ter praticado um ato racista contra uma trabalhadora negra. Infelizmente vimos que no interior do Estado os casos de racismo são piores e mais cruéis. Lutamos imensamente para acabar com a invisibilidade da população negra, reafirmando a nossa existência, contra um modelo gerencial, empresarial e também das elites políticas que ainda veiculam a imagem que nosso estado não tem negros, mas somente alemães, italianos e portugueses", finalizou.
O Estado em Números: Santa Catarina é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está localizada no centro da Região Sul do país e tem como limites os estados do Paraná (Norte) e Rio Grande do Sul (Sul), Oceano Atlântico (Leste) e a Argentina (Oeste). Ocupa uma área de 95.442,9 km², sendo pouco maior do que a Hungria. Sua capital é a cidade de Florianópolis. A costa oceânica tem cerca de 450 km, ou seja, aproximadamente metade da costa continental de Portugal (943 km). Os índices sociais do estado estão entre os melhores do país; a renda per capita catarinense é de 9.272 reais, a quinta maior do Brasil. Santa Catarina tem uma taxa de mortalidade infantil de 18,2 em cada mil nascidos vivos e apresenta o segundo maior índice de alfabetização entre os estados do país, atrás apenas do Rio de Janeiro.
DENUNCIE: A Caravana Anti-Racismo atende a denúncias de racismo de todo o Estado de Santa Catarina. Denúncias podem ser enviadas para o gabinete do vereador Márcio de Souza, do PT de Florianópolis.
Os telefones para contato são 0.xx.48.3027.5731, 9972.1996. E-mail: marciodesouza@cmf.sc.gov.br
Fonte: Fundação Palmares
Florianópolis - Conhecida dentro e fora do país pela beleza de seu litoral, pela Oktoberfest em Blumenau, pelo frio de São Joaquim e por sua qualidade de vida, Santa Catarina também pode ser conhecida pela influência germânica e italiana em seu modo de vida. De acordo com o PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) ano 2004, Santa Catarina é a unidade da federação com menor percentual de negros entre a população - 24,5%. No Estado, a pequena população negra tem um IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) semelhante ao do Paraguai (90º no ranking mundial), enquanto o desenvolvimento humano dos brancos é equivalente ao dos chilenos (38º). Isso deixa claro que a comunidade negra, semelhante a outras unidades da federação, luta para combater a invisibilidade e pela garantia da promoção de políticas públicas de Ação Afirmativa.
Mas garantir a inclusão da população negra em iniciativas passa também por realizar outro trabalho fundamental: denunciar e divulgar os casos de racismo. E é este o objetivo da Caravana Anti-Racismo. Composta por dirigentes do Movimento Negro e coordenada pelo vereador Márcio de Souza, do PT em Florianópolis, o grupo percorre todas as regiões do Estado. Promovendo audiências com a comunidade, levanta denúncias de discriminação racial e as encaminha ao Ministério Público Estadual, por meio de notícia-crime. Além da denúncia encaminhada, a Caravana segue acompanhando os casos, como o enviado recentemente à Justiça contra o jornal Correio Lageano, de Lages, na Serra Catarinense. O veículo foi denunciado por ter publicado, em fevereiro último, uma charge com conteúdo racista. Intitulada "Maioridade Penal", a charge mostra uma mulher negra dando à luz, e na mesma mostra uma fala do médico dizendo: "Segurança, é uma fuga em massa". O jornal publicou nota argumentando sobre o episódio e lamentando que a imagem da charge possa ter passado uma idéia discriminatória, mas para os dirigentes da caravana e do movimento negro local tal "desculpa" não minimiza o ataque racial sofrido pela comunidade negra. "Nosso propósito é acompanhar a apuração deste incidente e queremos que o jornal seja responsabilizado", detalha o vereador.
Racismo de Norte a Sul: Mas as denúncias de ações racistas não param de chegar aos integrantes da caravana. No mesmo dia em que estavam em Lages promovendo audiência com a comuniade negra para preparar a notícia a ser enviada à Justiça, uma trabalhadora de uma empresa de Lages acompanhada de seu marido, denunciou ter sofrido assédio moral, sexual e racismo por parte dos chefes da empresa onde atua. "A direção da empresa nos procurou e se declarou temerosa com a repercussão do fato, cujo episódio será enviado à imprensa estadual nos próximos dias", promete Márcio de Souza. Também em Balneário Camboriú, no ano passado, a zeladora de um prédio foi atropelada por um morador, o qual exigia que ela saísse do prédio onde trabalhava. De acordo com o parlamentar, neste caso os agravantes também foram vistos através de pichações feitas no local, com os dizeres "Volte para a África" e "Macaca". O caso também foi encaminhado à Justiça local. No Sul Catarinense, um policial militar negro foi agredido por um grupo de pessoas e a Caravana Anti-Racismo conseguiu levar o fato ao promotor público, que deu continuidade ao processo. Vitórias também foram obtidas pelo grupo anti-racismo. "Conseguimos, em 2003, que um vereador de Lages tivesse seu mandato cassado por ter praticado um ato racista contra uma trabalhadora negra. Infelizmente vimos que no interior do Estado os casos de racismo são piores e mais cruéis. Lutamos imensamente para acabar com a invisibilidade da população negra, reafirmando a nossa existência, contra um modelo gerencial, empresarial e também das elites políticas que ainda veiculam a imagem que nosso estado não tem negros, mas somente alemães, italianos e portugueses", finalizou.
O Estado em Números: Santa Catarina é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está localizada no centro da Região Sul do país e tem como limites os estados do Paraná (Norte) e Rio Grande do Sul (Sul), Oceano Atlântico (Leste) e a Argentina (Oeste). Ocupa uma área de 95.442,9 km², sendo pouco maior do que a Hungria. Sua capital é a cidade de Florianópolis. A costa oceânica tem cerca de 450 km, ou seja, aproximadamente metade da costa continental de Portugal (943 km). Os índices sociais do estado estão entre os melhores do país; a renda per capita catarinense é de 9.272 reais, a quinta maior do Brasil. Santa Catarina tem uma taxa de mortalidade infantil de 18,2 em cada mil nascidos vivos e apresenta o segundo maior índice de alfabetização entre os estados do país, atrás apenas do Rio de Janeiro.
DENUNCIE: A Caravana Anti-Racismo atende a denúncias de racismo de todo o Estado de Santa Catarina. Denúncias podem ser enviadas para o gabinete do vereador Márcio de Souza, do PT de Florianópolis.
Os telefones para contato são 0.xx.48.3027.5731, 9972.1996. E-mail: marciodesouza@cmf.sc.gov.br
Fonte: Fundação Palmares
0 Comments:
Post a Comment
Subscribe to Post Comments [Atom]
<< Home