Notícias no Brasil e no mundo
Por Bruno Augusto
Petrobras e Shell acusadas de racismo em AL
Duas das maiores empresas do País estão sendo acusadas de racismo em Alagoas. A Procuradoria Regional do Trabalho (PRT) deu um prazo de 20 dias para que a Petrobras apresente a relação dos empregados afro-descendentes em Alagoas, bem como os ocupantes de chefia e direção e o quantitativo dos cargos no Estado.
A decisão foi tomada em audiência, realizada segunda-feira (9), para dar andamento às investigações sobre denúncia de discriminação racial na Petrobras Holding Brasil e a Shell do Brasil.
A Petrobras também terá de comprovar se existe algum projeto de ação afirmativa em favor dos afro-descendentes, de forma a cumprir o Decreto 4.228/2002, que institui, no âmbito da Administração Pública Federal, o Programa Nacional de Ações Afirmativas. Quanto à Shell, que não compareceu à audiência, a PRT encaminhará notificação expedida ao presidente da empresa, requerendo a mesma documentação.
Mesmo após o pedido feito pela Petrobras para o processo seja remetido de volta ao Rio de Janeiro, onde estão as matrizes das empresas investigadas, a procuradora-chefe da PRT, Virgínia Ferreira, disse que dará andamento à denúncia em Alagoas. “Entendemos que é necessário dar andamento às investigações no âmbito local, pois precisamos de elementos para verificar a existência ou não de discriminação racial nas respectivas empresas. Com as informações, poderemos traçar o perfil do negro alagoano no mercado de trabalho, inicialmente com relação às duas empresas investigadas”, afirmou, acrescentando que encaminhará ofício à subprocuradora Geral da República, Ela Wiecko de Castilho, solicitando estudos sobre descumprimento do Decreto 4.228/2002.
54 representações - De acordo com o presidente do Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (IARA), Humberto Adami – autor da denúncia junto com o Sindicato Unificado dos Trabalhadores Petroleiros, Petroquímicos, Químicos e Plásticos dos Estados de Alagoas e Sergipe (Sindipetro AL/SE) –, o evento na PRT é a primeira audiência, em todo o Brasil, proveniente da atuação do IARA. Adami disse que foram entregues 54 representações em todo País, das quais 27, ao Ministério Público do Trabalho e 27, ao Ministério Público Federal.
Caso sejam constatadas as irregularidades denunciadas, o Sindpetro e o IARA solicitam que a PRT ajuize ação civil pública, “responsabilizando as companhias e seus agentes por improbidade administrativa, visando à reparação por intermédio de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC)”.
O representante da Petrobras, Edson Pedrosa de Oliveira Cavalcante, disse não ter conhecimento sobre a existência de nenhuma ação, nem estadual nem nacional, de inclusão social de negros em seus quadros e nem promoção interna. Ele defende não ser possível fazer o diagnóstico sobre o número de afro-descentes em seus quadros.
Mas o presidente do IARA, Humberto Adami, questiona a declaração do advogado, uma vez que o balanço social, divulgado pela Petrobras, consta que 4% de seus quadros são apontados como afro-descendentes. “Se a empresa alega que não tem como precisar quantos de seus empregados são afro-descendentes e se consta tal percentual em seu balanço social, que inclusive é consultado pelos investidores, o mesmo pode ser falso”.
Próxima audiência - O representante do Sindpetro, José Eduardo Ramos, sugeriu que para a próxima audiência, marcada para o dia 31 de maio, às 9h15, sejam convocados o sindicato profissional dos distribuidores de combustíveis, a BR Distribuidora e a Transpetro. Ramos salienta que a discriminação também pode estar ocorrendo nas terceirizadas das empresas investigadas.
Também participaram da audiência o representante da Secretaria de Promoção de Igualdade Racial da Presidência da República, Luiz Fernando Martins; representantes do Diretório Acadêmico do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Alagoas; do Centro de Cultura e Cidadania Malungos do Ilê; do Ponto de Cultura Afro Quilombo Cultural; Marcelo Nascimento, do Grupo Gay de Alagoas; Sirlene Gomes da Silva, do Fórum de Entidades Negras de Alagoas, entre outras entidades.
Fonte: Adami Advogados Associados
Naomi Campbell critica racismo no mundo da moda
A modelo inglesa, Naomi Campbell, criticou as revistas de beleza e as agências de modelo que a seu ver discriminam as garotas negras e favorecem as com pele branca ou clara e revelou que até mesmo ela tem dificuldade em sair na capa da Vogue. A notícia foi veiculada pelo jornal britânico The Times.
A top model de 37 anos afirmou que "é uma pena que as pessoas não apreciem a beleza negra. As modelos negras vêm sendo marginalizadas pelas grandes agências".
"Por exemplo, raramente chego à capa da edição inglesa da Vogue. Apenas as modelos brancas, algumas das quais não são famosas como eu, ficam na capa. Não quero deixar o trabalho de modelo enquanto não ver que as modelos negras têm espaços iguais e reconhecimento da mídia mundial", disse Naomi entrevistada durante uma viagem ao Quênia.
Naomi pretende lançar ela própria uma agência no Quênia para recrutar belezas africanas. Mas admite que será preciso tempo para mudar a mentalidade no mundo da moda.
"Pode olhar em todas as grandes revistas e ver centenas de modelos, mas nem mesmo uma que seja negra. Assim, tudo o que for feito para aumentar o número das presenças africanas é positivo, mas será necessário tempo antes de ver uma grande mudança nesta indústria", ressalta a modelo.
Fonte: O Estado de S.Paulo
Negro incomoda quando sai do seu lugar
O professor Carlos Antonio Costa Ribeiro, do Instituto Universitário o Iuperj, jogou nova luz sobre uma velha encrenca nacional. Os negros não chegaram ao andar de cima porque são negros, ou porque são pobres? Num artigo intitulado Brasil”, publicado no último número da revista “Dados”,
carregam dois fardos.
Até o patamar dos 12 anos de escolaridade, prevalecem as pesa a barreira da cor: “A desigualdade de oportunidades classe, mas não na base desta hierarquia. (…) A discriminação posições sociais valorizadas estão em jogo”.
Costa Ribeiro observou seis patamares de escolaridade. Até o degrau da conclusão do ciclo médio, as pressões de classe são pelo menos seis vezes maiores que as de raça. Nos patamares superiores (cursar o primeiro ano de uma universidade, ou diplomarse), essa relação muda e o peso da origem de classe torna-se apenas 2,5 vezes maior que a da cor da pele. Conseqüência: um branco com mais de 12 anos de escolaridade tem em média três vezes mais chances do que não-brancos de chegar ao andar de cima.
Com o canudo da universidade na mão, quando a barreira de classe foi ultrapassada, o branco continua tendo três vezes mais chances que os demais de se tornar um profissional.
Costa Ribeiro baseou-se na numerologia do IBGE e em arcanos modelos matemáticos. Ele sugere um reordenamento do debate da questão classe/raça.
Não é conclusão dele, mas parece que o preconceito aparece quando se desafia o velho bordão racista: “O negro precisa saber o seu lugar”.
O artigo tem 34 páginas, oito delas ininteligíveis para quem não sabe ler matemática. Pulá-las não é
vergonha, mas necessidade. O texto está no seguinte endereço: http://www.iuperj.br/site/carloscr/textos/raca.pdf
Fonte: O Globo
Petrobras e Shell acusadas de racismo em AL
Duas das maiores empresas do País estão sendo acusadas de racismo em Alagoas. A Procuradoria Regional do Trabalho (PRT) deu um prazo de 20 dias para que a Petrobras apresente a relação dos empregados afro-descendentes em Alagoas, bem como os ocupantes de chefia e direção e o quantitativo dos cargos no Estado.
A decisão foi tomada em audiência, realizada segunda-feira (9), para dar andamento às investigações sobre denúncia de discriminação racial na Petrobras Holding Brasil e a Shell do Brasil.
A Petrobras também terá de comprovar se existe algum projeto de ação afirmativa em favor dos afro-descendentes, de forma a cumprir o Decreto 4.228/2002, que institui, no âmbito da Administração Pública Federal, o Programa Nacional de Ações Afirmativas. Quanto à Shell, que não compareceu à audiência, a PRT encaminhará notificação expedida ao presidente da empresa, requerendo a mesma documentação.
Mesmo após o pedido feito pela Petrobras para o processo seja remetido de volta ao Rio de Janeiro, onde estão as matrizes das empresas investigadas, a procuradora-chefe da PRT, Virgínia Ferreira, disse que dará andamento à denúncia em Alagoas. “Entendemos que é necessário dar andamento às investigações no âmbito local, pois precisamos de elementos para verificar a existência ou não de discriminação racial nas respectivas empresas. Com as informações, poderemos traçar o perfil do negro alagoano no mercado de trabalho, inicialmente com relação às duas empresas investigadas”, afirmou, acrescentando que encaminhará ofício à subprocuradora Geral da República, Ela Wiecko de Castilho, solicitando estudos sobre descumprimento do Decreto 4.228/2002.
54 representações - De acordo com o presidente do Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (IARA), Humberto Adami – autor da denúncia junto com o Sindicato Unificado dos Trabalhadores Petroleiros, Petroquímicos, Químicos e Plásticos dos Estados de Alagoas e Sergipe (Sindipetro AL/SE) –, o evento na PRT é a primeira audiência, em todo o Brasil, proveniente da atuação do IARA. Adami disse que foram entregues 54 representações em todo País, das quais 27, ao Ministério Público do Trabalho e 27, ao Ministério Público Federal.
Caso sejam constatadas as irregularidades denunciadas, o Sindpetro e o IARA solicitam que a PRT ajuize ação civil pública, “responsabilizando as companhias e seus agentes por improbidade administrativa, visando à reparação por intermédio de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC)”.
O representante da Petrobras, Edson Pedrosa de Oliveira Cavalcante, disse não ter conhecimento sobre a existência de nenhuma ação, nem estadual nem nacional, de inclusão social de negros em seus quadros e nem promoção interna. Ele defende não ser possível fazer o diagnóstico sobre o número de afro-descentes em seus quadros.
Mas o presidente do IARA, Humberto Adami, questiona a declaração do advogado, uma vez que o balanço social, divulgado pela Petrobras, consta que 4% de seus quadros são apontados como afro-descendentes. “Se a empresa alega que não tem como precisar quantos de seus empregados são afro-descendentes e se consta tal percentual em seu balanço social, que inclusive é consultado pelos investidores, o mesmo pode ser falso”.
Próxima audiência - O representante do Sindpetro, José Eduardo Ramos, sugeriu que para a próxima audiência, marcada para o dia 31 de maio, às 9h15, sejam convocados o sindicato profissional dos distribuidores de combustíveis, a BR Distribuidora e a Transpetro. Ramos salienta que a discriminação também pode estar ocorrendo nas terceirizadas das empresas investigadas.
Também participaram da audiência o representante da Secretaria de Promoção de Igualdade Racial da Presidência da República, Luiz Fernando Martins; representantes do Diretório Acadêmico do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Alagoas; do Centro de Cultura e Cidadania Malungos do Ilê; do Ponto de Cultura Afro Quilombo Cultural; Marcelo Nascimento, do Grupo Gay de Alagoas; Sirlene Gomes da Silva, do Fórum de Entidades Negras de Alagoas, entre outras entidades.
Fonte: Adami Advogados Associados
Naomi Campbell critica racismo no mundo da moda
A modelo inglesa, Naomi Campbell, criticou as revistas de beleza e as agências de modelo que a seu ver discriminam as garotas negras e favorecem as com pele branca ou clara e revelou que até mesmo ela tem dificuldade em sair na capa da Vogue. A notícia foi veiculada pelo jornal britânico The Times.
A top model de 37 anos afirmou que "é uma pena que as pessoas não apreciem a beleza negra. As modelos negras vêm sendo marginalizadas pelas grandes agências".
"Por exemplo, raramente chego à capa da edição inglesa da Vogue. Apenas as modelos brancas, algumas das quais não são famosas como eu, ficam na capa. Não quero deixar o trabalho de modelo enquanto não ver que as modelos negras têm espaços iguais e reconhecimento da mídia mundial", disse Naomi entrevistada durante uma viagem ao Quênia.
Naomi pretende lançar ela própria uma agência no Quênia para recrutar belezas africanas. Mas admite que será preciso tempo para mudar a mentalidade no mundo da moda.
"Pode olhar em todas as grandes revistas e ver centenas de modelos, mas nem mesmo uma que seja negra. Assim, tudo o que for feito para aumentar o número das presenças africanas é positivo, mas será necessário tempo antes de ver uma grande mudança nesta indústria", ressalta a modelo.
Fonte: O Estado de S.Paulo
Negro incomoda quando sai do seu lugar
O professor Carlos Antonio Costa Ribeiro, do Instituto Universitário o Iuperj, jogou nova luz sobre uma velha encrenca nacional. Os negros não chegaram ao andar de cima porque são negros, ou porque são pobres? Num artigo intitulado Brasil”, publicado no último número da revista “Dados”,
carregam dois fardos.
Até o patamar dos 12 anos de escolaridade, prevalecem as pesa a barreira da cor: “A desigualdade de oportunidades classe, mas não na base desta hierarquia. (…) A discriminação posições sociais valorizadas estão em jogo”.
Costa Ribeiro observou seis patamares de escolaridade. Até o degrau da conclusão do ciclo médio, as pressões de classe são pelo menos seis vezes maiores que as de raça. Nos patamares superiores (cursar o primeiro ano de uma universidade, ou diplomarse), essa relação muda e o peso da origem de classe torna-se apenas 2,5 vezes maior que a da cor da pele. Conseqüência: um branco com mais de 12 anos de escolaridade tem em média três vezes mais chances do que não-brancos de chegar ao andar de cima.
Com o canudo da universidade na mão, quando a barreira de classe foi ultrapassada, o branco continua tendo três vezes mais chances que os demais de se tornar um profissional.
Costa Ribeiro baseou-se na numerologia do IBGE e em arcanos modelos matemáticos. Ele sugere um reordenamento do debate da questão classe/raça.
Não é conclusão dele, mas parece que o preconceito aparece quando se desafia o velho bordão racista: “O negro precisa saber o seu lugar”.
O artigo tem 34 páginas, oito delas ininteligíveis para quem não sabe ler matemática. Pulá-las não é
vergonha, mas necessidade. O texto está no seguinte endereço: http://www.iuperj.br/site/carloscr/textos/raca.pdf
Fonte: O Globo
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