Onde a África encontra a Europa (com vídeo)
Link do vídeo. Acesse:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM859875-7823-MARROCOS+TENTATIVA+DE+RECOMECO+AOS+IMIGRANTES+ILEGAIS,00.html
No meio do caminho entre a África pobre e a Europa rica, um mundo separa as duas realidades. Para os africanos, o Marrocos representa um sonho que muitas vezes termina em pesadelo.
Na nossa série especial, os correspondentes Sônia Bridi e Paulo Zero visitam Rabat, a cidade onde os imigrantes ilegais tentam um recomeço.
Um encontro de mundos acontece na capital do Marrocos, onde imigrantes que saíram da África ao sul do Saara, a África negra, jogam a capoeira brasileira. Um dos objetivos é integrar os imigrantes que estavam em Rabat de passagem e foram obrigados a ficar.
O Marrocos é hoje para a Europa o que o México é para os Estados Unidos: a fronteira mais próxima para imigrantes ilegais. No estreito de Gilbraltar, só 14 quilômetros separam Marrocos e Espanha – distância que Tony tenta cruzar há sete anos.
Tony é da República Democrática do Congo – país em constante disputa tribal, guerra civil. Ele atravessou cinco países, cruzou florestas e o deserto. Foi preso na Argélia, tentando embarcar num nacvio para a França. “Nós colocamos nossa vida em perigo. Muitos dos nossos compatriotas morreram aqui no Marrocos e na Argélia”, ele conta.
Tragédias como essa são pouco conhecidas, mas muito freqüentes. Segundo o governo da Espanha, 30 mil imigrantes ilegais entram no país por ano; no mesmo período, seis mil morrem tentando a travessia.
O enclave espanhol de Ceuta, fincado no norte do Marrocos, é isolado por cercas imensas que alguns tentam pular para embarcar nos navios a caminho da Europa. A fiscalização ficou mais rigorosa; todo veículo que entra na cidade é inspecionado. A polícia encontra imigrantes escondidos em fundos falsos, espremidos em espaços quentes e sem ar; muitas vezes, quando abre o compartimento, a polícia encontra um imigrante morto.
Há dois anos, as autoridades marroquinas passaram a ajudar no controle da imigração, tornando ainda mais difícil a passagem para o mundo da fartura, do outro lado do Mediterrâneo. Assim, os imigrantes da África negra vão sendo barrados nessa porta entre os dois mundos.
O Marrocos não tem a miséria do Congo ou do Senegal, por exemplo, mas ainda é muito pobre se comparado ao ideal da Europa sonhado por eles. Mesmo o Marrocos é uma África bem diferente da que eles conhecem, caracterizado pela religião muçulmana, a língua árabe e a cor clara da pele.
Doze mil africanos negros que estão no Marrocos podem até ver o país se desenvolvendo, mas lá o desemprego é alto – e a resistência aos imigrantes também.
A moçambicana Matilde, vendo os negros da África perdidos nas ruas, resolveu reuni-los em torno da capoeira e do teatro. “Temos que fazer alguma coisa pelo nosso próprio pais, pela nossa própria dignidade”, diz.
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No meio do caminho entre a África pobre e a Europa rica, um mundo separa as duas realidades. Para os africanos, o Marrocos representa um sonho que muitas vezes termina em pesadelo.
Na nossa série especial, os correspondentes Sônia Bridi e Paulo Zero visitam Rabat, a cidade onde os imigrantes ilegais tentam um recomeço.
Um encontro de mundos acontece na capital do Marrocos, onde imigrantes que saíram da África ao sul do Saara, a África negra, jogam a capoeira brasileira. Um dos objetivos é integrar os imigrantes que estavam em Rabat de passagem e foram obrigados a ficar.
O Marrocos é hoje para a Europa o que o México é para os Estados Unidos: a fronteira mais próxima para imigrantes ilegais. No estreito de Gilbraltar, só 14 quilômetros separam Marrocos e Espanha – distância que Tony tenta cruzar há sete anos.
Tony é da República Democrática do Congo – país em constante disputa tribal, guerra civil. Ele atravessou cinco países, cruzou florestas e o deserto. Foi preso na Argélia, tentando embarcar num nacvio para a França. “Nós colocamos nossa vida em perigo. Muitos dos nossos compatriotas morreram aqui no Marrocos e na Argélia”, ele conta.
Tragédias como essa são pouco conhecidas, mas muito freqüentes. Segundo o governo da Espanha, 30 mil imigrantes ilegais entram no país por ano; no mesmo período, seis mil morrem tentando a travessia.
O enclave espanhol de Ceuta, fincado no norte do Marrocos, é isolado por cercas imensas que alguns tentam pular para embarcar nos navios a caminho da Europa. A fiscalização ficou mais rigorosa; todo veículo que entra na cidade é inspecionado. A polícia encontra imigrantes escondidos em fundos falsos, espremidos em espaços quentes e sem ar; muitas vezes, quando abre o compartimento, a polícia encontra um imigrante morto.
Há dois anos, as autoridades marroquinas passaram a ajudar no controle da imigração, tornando ainda mais difícil a passagem para o mundo da fartura, do outro lado do Mediterrâneo. Assim, os imigrantes da África negra vão sendo barrados nessa porta entre os dois mundos.
O Marrocos não tem a miséria do Congo ou do Senegal, por exemplo, mas ainda é muito pobre se comparado ao ideal da Europa sonhado por eles. Mesmo o Marrocos é uma África bem diferente da que eles conhecem, caracterizado pela religião muçulmana, a língua árabe e a cor clara da pele.
Doze mil africanos negros que estão no Marrocos podem até ver o país se desenvolvendo, mas lá o desemprego é alto – e a resistência aos imigrantes também.
A moçambicana Matilde, vendo os negros da África perdidos nas ruas, resolveu reuni-los em torno da capoeira e do teatro. “Temos que fazer alguma coisa pelo nosso próprio pais, pela nossa própria dignidade”, diz.
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