Peça sobre Questões Raciais é apresentada dias 13, 14 e 15 de junho no Teatro da Caixa em Brasília
O racismo, assunto que até hoje divide opiniões, é o tema principal da peça Mestre Haroldo... e os meninos em cartaz no Teatro da Caixa nos próximos dias 13, 14 e 15 de junho. Sexta e sábado às 21h, e domingo às 20h.
Mestre Haroldo... e os meninos concentra-se na questão da democracia racial contada por meio da relação de três personagens: o adolescente branco Haroldo e seus dois empregados-amigos negros, Samuel e Walney. Apesar de envolvidos numa afetividade quase familiar, os personagens se deparam com desavenças herdadas de uma sociedade racista. O adolescente branco desenvolve forte ligação com os dois negros, mas não resiste ao racismo que está dentro dele fruto de uma complicada estrutura familiar.
A história se passa na África do Sul em uma tarde chuvosa, quando os três relembram há quanto tempo estão juntos, estratégia que o dramaturgo Athol Fugard utiliza para demonstrar ao público as armadilhas da afetividade. Entre Samuel e Haroldo, a relação é, aparentemente, de pai e filho. Durante a trama, o público acompanha a tentativa do negro em ensinar seus valores ao menino branco, que não pode contar com a ajuda do pai legítimo, um alcoólatra e deficiente físico.
O espetáculo é dirigido pelo premiado Ewald Hackler e traz em seu elenco os atores Gideon Rosa, Igor Epifânio e José Carlos Ngão, do grupo baiano Núcleo de Teatro do TCA. A montagem propõe uma encenação desprovida de efeitos pirotécnicos e concentra todo seu trabalho na elaborada interpretação dos atores. A cenografia, criada pelo próprio diretor com assistência de Hagamenon de Abreu, transporta o público para um legítimo ambiente de café simples de subúrbio. De modo contrário ao que ocorre tradicionalmente quando se aborda a questão racial no teatro, Mestre Harold... e os meninos não levanta discussões ideológicas e não promove nenhum discurso explícito do conflito entre brancos e negros.
Escrita por Athol Fugard, um dos mais combativos autores sul-africanos, que lutou ferozmente com seu teatro contra o apartheid, a peça já ganhou duas indicações para o Prêmio Braskem (Melhor Espetáculo e Melhor Ator).
Em mais de 50 apresentações, a peça tem arrebatado elogios da crítica especializada e da platéia, o que já lhe rendeu um convite para temporada em São Paulo no segundo semestre deste ano. É um espetáculo que provoca riso e lágrimas no público. A dramaturgia de Fugard ao mesmo tempo em que propõe uma sofisticada carpintaria, seduz o público em dois extremos: a aparente banalidade de divertidas lembranças e a sensibilidade para penetrar no que há de mais profundo da alma humana, os seus conflitos interiores.
Athol Fugard
Nascido em 1932, na província do Cabo, África do Sul, Athol Fugard é filho de pai inglês/irlandês e de mãe sul-africana. Estuda na Cidade do Cabo, depois se alista na marinha mercante, e, como marujo, trabalha durante anos como único branco entre negros e orientais. Mais tarde, como escrivão de tribunal, é confrontado com a vida de negros que infringiram a rígida legislação do apartheid na África do Sul.
Athol Fugard participa do renomado grupo teatral Serpent Players, que se apresenta, exclusivamente, diante de platéias negras nos guetos das cidades industriais brancas. O autor não formula julgamentos sumários sobre grupos. Ele retrata indivíduos que têm outras dificuldades além dos problemas de raça. Fugard combate, sem compromisso, a discriminação racial. O seu teatro não apresenta categorias de vencedores e vítimas.
A sua dramaturgia pode se dividir, a grosso modo, em três grupos: as peças de família, como em Laço de Sangue (1961), Alô e Adeus (1965), Bossquimano e Lena (1969); as peças com um teor eminentemente político como Sizwe Bansi é Morto (1972), Depoimentos Depois de uma Detenção de Acordo com a Lei contra a Imoralidade (1974) e A Ilha (1972); e as suas peças mais novas que têm uma ênfase autobiográfica forte e tratam da superação do próprio passado e dos sentimentos de culpa como Uma Mensagem de Aloes (1981), Mestre Harold ...e os meninos (1982) e A Estrada para Meca (1984).
Serviço:
Peça Mestre Haroldo... e os meninos
Data: 13, 14 e 15 de junho
Horário: sexta e sábado às 21h e domingo às 20h
Local: Teatro da Caixa - SBS Qd 4 lote 3/4, anexo do edifício Matriz da Caixa
Recepção: 3206-9448/ Administração 3206-9450
Bilheteria: 3206-6456 (aberta de terça-feira a domingo, das 12h às 21h)
Ingressos: R$ 20,00 e R$10,00 (meia-entrada para estudantes, pessoas com 60 anos ou mais e empregados da Caixa)
Classificação Etária: não recomendado para menores de 12 anos
Informações e entrevistas:
Virgínia da Rin- (71) 9134- 8072
vdarin@uol.com.br
Assessoria de Imprensa
Caixa Econômica Federal
CAIXA Cultural - Brasília/ DF
Fones: 3206-8030/ 9895
9202- 2144/ 9933- 9536
imprensa.cultura@caixa.gov.br
www.caixacultural.com.br
0 Comments:
Post a Comment
Subscribe to Post Comments [Atom]
<< Home