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June 11, 2008

BNDES libera US$ 1,5 bilhão para Angola

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Por Meire Gomes - Angola

A linha de crédito criada pelo BNDES em 2006 para financiar a compra de equipamentos brasileiros para obras de infra-estrutura em Angola atingiu nos cinco primeiros meses deste ano US$ 1,5 bilhão aprovados, metade já contratada, sendo US$ 300 milhões, desembolsados. Como a linha total é de US$ 1,75 bilhão, restam US$ 250 milhões para serem aprovados. A chefe do Departamento de Comércio Exterior 2 do banco, Luciene Ferreira Machado, disse que, por enquanto, não está prevista a ampliação da linha, voltada para projetos do governo angolano. Enquanto isso, o banco prepara-se para aprovar o primeiro projeto direto ao setor privado, uma usina de açúcar para a Odebrecht.

A recente reclassificação pela OCDE, organização que reúne os países mais ricos do mundo, do risco de investimentos em Angola, de nível 7, o mais baixo, para nível 6, estimulou a corrida que vários países do mundo, tendo à frente China, Brasil e Portugal, já travam para participar da reconstrução daquele país africano, destruído por quase 30 anos de guerra civil e que nos últimos cinco anos vem crescendo economicamente a taxas elevadas. Foram incríveis 19,8% em 2007, escoltados por não menos espantosos 18,6% no ano anterior, na esteira do aumento da produção e do preço do petróleo bruto.

Não temos pretensão de concorrer com a China, até porque não temos meios , conforma-se Luciene. Nossa lógica é a da preservação do espaço conquistado pelo Brasil, mas cientes de que estamos atuando em um ambiente de competição muito forte , acrescenta. Somente pelos mecanismos semelhantes à linha do BNDES, a China mantinha no ano passado US$ 4,5 bilhões para financiar obras e equipamentos em Angola, mas este valor pode chegar a US$ 9 bilhões quando somado a outros mecanismos de fomento.

Os recursos do BNDES estão sendo usados em 16 projetos de estradas eleitos como prioritários pelo governo angolano. A linha inicial de US$ 750 milhões ganhou mais US$ 1 bilhão durante a segunda viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Angola, em outubro de 2007. Segundo a técnica do BNDES, os novos valores aprovados foram, basicamente, ampliação de recursos para os mesmos projetos.

Está em fase final de análise de crédito pelo BNDES um financiamento de US$ 70 milhões para a construção de uma usina de açúcar às margens do lago da hidrelétrica de Cabinda. O projeto é uma parceria da Odebrecht (40%) com as angolanas Damer (40%) e Sonangol, a estatal do petróleo (20%). Ele está orçado em US$ 260 milhões e estão previstas exportações brasileiras de US$ 150 milhões.

Estiveram em visita ao BNDES, uma delegação do Banco Africano de Desenvolvimento, do qual o Brasil é sócio extrarregional desde 1982. Na semana passada, a delegação realizou um seminário sobre a infra-estrutura africana para os sócios da Associação Brasileira de Infra-Estrutura e da Indústria de Base (Abdib).

Com o BNDES, Luciene avalia que os contatos podem desembocar em um memorando de entendimento mais amplo do que outro acordo assinado nos anos 1980, podendo chegar a um acordo de co-financiamento. Com sede na Costa do Marfim e escritórios técnicos na Tunísia, o banco tem 53 sócios africanos, capital de US$ 32 bilhões, e é considerado uma referência para instituições, como o BNDES, interessadas em financiar exportações de produtos e serviços para a África.

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