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November 05, 2008

Obama é o primeiro presidente negro dos EUA; número recorde muda mapa eleitoral

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O democrata Barack Obama marcou um novo capítulo na história política americana ao ser eleito o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, um país ainda marcado pelas lembranças do segregacionismo. A vitória foi ainda mais importante por ter sido resultado de uma votação com comparecimento recorde de eleitores que mudaram o mapa eleitoral americano em favor do democrata.

"O que vemos hoje é um passo enorme na história política americana. Mostra que superamos uma barreira que, há dez anos, parecia intransponível", disse Thomas Brunell, professor de ciência política da Universidade do Texas.

Obama, que ressaltou em seu discurso que os EUA podem mudar sua história, teve uma vitória esmagadora sobre o republicano John McCain, marcada pela participação de quase 66% dos 153,1 milhões eleitores registrados para as eleições presidenciais deste ano.

Segundo as estimativas do site Real Clear Politics, isso significa a maior taxa de participação desde 1908, quando restrições impediam todos os americanos de votar. A porcentagem bateria também o recorde histórico recente, de 1960, quando 64,9% do eleitorado foi às urnas na disputa entre John Kennedy e Richard Nixon. Nas eleições de 2004, o número de registrados era de 142,1 milhões, das quais 63,8% compareceram às urnas.

"Foi uma longa campanha, mas, nesta noite, por causa do que nós fizemos neste dia, neste momento definidor, a mudança chegou à América", disse Obama, 47, a mais de 200 mil apoiadores que acompanharam sua festa da vitória no Grant Park, em Chicago.

Recorde

E o comparecimento recorde de americanos, que se mostraram dispostos a enfrentar longas filas e problemas nas urnas, deu a Obama uma vitória arrasadora, como não se via nos EUA desde 1996, com a reeleição do popular e também democrata Bill Clinton.

O democrata necessitava de 270 votos no colégio eleitoral para ganhar as eleições presidenciais, uma marca que superou por ampla margem, ao obter no total ao menos 342 votos, frente a 143 de seu adversário, o republicano John McCain, em um pleito histórico para os EUA. Clinton derrotou o republicano Bob Dole com 379 votos no colégio eleitoral frente a 159 de seu rival.

No sistema eleitoral indireto dos americanos, a votação popular deve ser confirmada pelos representantes do colégio eleitoral --538 divididos pelos Estados de acordo com sua população. Estes representantes, chamados de eleitores, podem ou não confirmar o voto dos eleitores populares.

Mapa eleitoral

O comparecimento recorde de eleitores permitiu a Obama redesenhar o mapa eleitoral dos EUA. Com uma estratégia de manter a disputa em todos os 50 Estados, a campanha democrata ignorou os tradicionais redutos republicanos e investiu seus mais de US$ 600 milhões arrecadados em uma intensa agenda de comícios e propagandas em todo o país.

Sua principal conquista desta noite foi a Virgínia, Estado onde os republicanos ganharam todas as disputas nos últimos 40 anos e que era vista por analistas como a prova definitiva da vitória democrata nas urnas desta terça-feira. Na eleição passada, o republicano George W. Bush venceu o democrata John Kerry por uma margem de nove pontos percentuais.

A vitória de Obama no Estado não foi esmagadora, 51,8% a 47,3%, mas provou a maior eficiência da campanha democrata e o entusiasmo gerado nos jovens eleitores de todo o país.

Mas os primeiros sinais concretos da derrota do republicano McCain vieram com a vitória de Obama na Pensilvânia, Estado com maioria branca de eleitores --um grupo que favoreceu o republicano nas pesquisas durante toda a campanha. No final, o senador democrata levou 54,6% das intenções de voto contra 44,3%.

Obama ganhou ainda em Ohio, Estado sem o qual nenhum republicano foi eleito presidente em toda a história do país. Considerado indefinido na média de sondagens do instituto Real Clear Politics na véspera da eleição, acabou elegendo o democrata que tem 51,2% contra 47,2% de McCain, com 965 das urnas apuradas.

A vitória de Obama no Estado foi impulsionada pelo seu apoio entre os operários e pela imagem de candidato mais capaz a resolver a crise financeira nos EUA --motivo aliás apontada como central à sua vitória nacional.

Maioria

Obama assume a Casa Branca em 20 de janeiro fortalecido não apenas pela vitória esmagadora, mas pelo controle dos democratas no Congresso.

Como previsto pelas pesquisas, o partido teve uma vitória relativamente tranqüila sobre o Partido Republicano na votação para a renovação da Câmara dos Deputados e para as 35 cadeiras do Senado.

Os democratas levaram pelo menos cinco novos senadores que antes eram ocupadas por republicanos, aumentando a maioria do partido na casa para 54 contra 40 republicanos. Na Câmara, eles já ultrapassaram a maioria de 235 cadeiras que já ocupavam, enquanto as projeções continuam sendo realizadas.

Os analistas são unânimes em apontar o fortalecimento do governo de Obama diante de uma maioria que, até mesmo pelo bem da imagem do partido, deve aprovar facilmente as medidas que o novo presidente lançar.

"Se pessoas ainda têm dúvidas de que a América é o lugar onde as coisas são possíveis, que ainda acreditam que o sonhos dos nossos fundadores ainda estão vivos, se ainda questionam o poder da nossa democracia, esta noite é a sua resposta", resumiu Obama.


Lula comemora vitória de Obama e diz que eleição nos EUA representa a vitória da democracia


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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou nesta quarta-feira a vitória do democrata Barack Obama nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Lula disse esperar que Obama sele a paz no Oriente Médio, acabe com o bloqueio econômico a Cuba e dê mais atenção à América Latina e a todos os países pobres.

O democrata se tornou hoje o primeiro presidente afro-americano eleito dos Estados Unidos, mas também é o primeiro candidato a ganhar as eleições com uma maioria arrasadora, desde 1996.

Obama necessitava de 270 votos no colégio eleitoral para ganhar as eleições presidenciais, uma marca que superou por ampla margem, ao obter no total ao menos 342 votos, frente a 143 de seu adversário, o republicano John McCain, em um pleito histórico para os EUA.

Lula lembrou que "ganhar uma eleição" é diferente "de governar os EUA". "Eu acho que a vitória de Obama representa o reconhecimento do significado de quem duvidava que um negro poderia ser eleito nos EUA. E agora sabe que pode."

O presidente brasileiro afirmou que a eleição de Obama só foi possível porque a sociedade se manifestou num regime democrático. "[A eleição] só pôde ocorrer no regime democrático em que a sociedade se manifesta. É um feito extraordinário, a eleição de um primeiro negro na história dos EUA. Sobretudo uma pessoa que tem demonstrado a competência política do futuro presidente Obama."

Lula não escondeu que guarda uma série de expectativas positivas em torno da gestão de Obama. "Espero que ele tenha uma relação mais forte com a América Latina, América do Sul e África, e tenha a possibilidade [de selar] um acordo de paz no Oriente Médio, onde faz décadas e décadas que se tenta um acordo e não se consegue", disse.

O presidente brasileiro afirmou também estar confiante que será construída uma "parceria construtiva" com os Estados Unidos nos próximos anos. "Espero que tenha uma política mais voltada para o desenvolvimento produtivo para a América Latina. É preciso que os Estados Unidos continuem uma política mais ativa em relação à América Latina, uma vez que durante toda a década de 60 e 70 você tinha a Guerra Fria, quando os Estados Unidos mantinham uma visão de luta contra guerrilhas na região. Agora mudou, a democracia consolidou-se com a América Latina."

Lula disse ainda que espera que Obama execute uma política com vistas ao "desenvolvimento e investimento nos países mais pobres, ao fim dos subsídios e ao fim do bloqueio [econômico] a Cuba". Segundo ele, não há razões para manter a política econômica restritiva a Cuba. "Não há nenhuma explicação para isso."

O presidente brasileiro participou hoje da solenidade de comemoração dos 20 anos da Constituição, em Brasília. Na ocasião, ele plantou uma árvore Aroeira, enquanto os presidentes da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), plantaram uma muda de árvore de outra espécie.



Fonte: Folha de S. Paulo

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