PROJETO NEGROS E NEGRAS EM MOVIMENTO

Objetivos: - A contribuição do negro na formação social brasileira - A discriminação racial no Brasil. Movimentos de resistência de negros pela cidadania e pela vida; - Políticas sociais e população negra: trabalho, saúde, educação e moradia; - Relações étnico-raciais, multiculturalismo e currículo; - Aspectos normativos da educação de afro-brasileiros. - EMAIL PARA CONTATO: negrosenegras@gmail.com

October 28, 2008

Escola de São Carlos SP, é premiada por desenvolver projeto de valorização da cultura negra

A premiação aconteceu em setembro, promovida pelo Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades. As atividades foram desenvolvidas pelo Centro Municipal de Educação Infantil (CEMEI) José Marrara, com crianças entre 0 e 3 anos


Valorizar a cultura negra e sensibilizar profissionais contra o preconceito racial. Estes são alguns dos objetivos do projeto "Mês da Consciência Negra no CEMEI José Marrara", realizado em São Carlos (SP). As ações partiram de uma proposta anterior desenvolvida por Gabriela Guarnieri Tebet, mestre em Educação pela UFSCar e professora do CEMEI premiado.

Gabriela Tebet relata que a idéia do projeto implantado na escola surgiu a partir do livro "Trabalhando a diferença na Educação Infantil", escrito por ela e outros dois autores durante o seu mestrado na UFSCar. O objetivo do livro era trabalhar a formação de professores voltada para a reflexão sobre as mais variadas diferenças raciais e culturais presentes no dia-a-dia escolar. Com base nesse trabalho e o foco voltado à valorização da cultura negra, Gabriela, com a participação de outras professoras do CEMEI, realizou uma série de atividades, em novembro de 2007, destinadas às crianças entre 0 e 3 anos que freqüentam a escola.

Entre as atividades foram apresentados fantoches e contações de histórias, com base em livros infantis com personagens negras; trabalhos artísticos; confecção de máscaras africanas; matinê com músicas black; apresentações de capoeira, da dança tradicional maculelê, e até aulas de culinária com comidas típicas da África.

Gabriela Tebet relata que as crianças aproveitaram muito a dinâmica dos 15 dias de atividade. "Elas ainda são muito pequenas para entender o significado do preconceito, o importante foi aproximá-las de culturas, valores e atividades peculiares da África", afirma a professora. Outro ponto destacado por ela é o fato de que as crianças negras se sentiram valorizadas "ao ver seus pais e outros convidados, também negros, participando das atividades e assumindo papéis de destaque nas apresentações".

O preconceito racial pode ser percebido logo nos primeiros anos de vida, segundo Grabiela. Ela ressalta que a própria família embute esses valores nas crianças e que elas levam isso para dentro da escola. "Em casa, os pais dizem não gostar dos negros, ou têm atitudes que reforçam isso. Quando chegam na escola, os alunos não respeitam professores negros, ou se afastam de coleguinhas afro-descendentes", reconhece a professora.

Na tentativa de chamar a atenção para essas questões, as atividades do projetos foram de extrema importância, de acordo com a professora. "Os pais participaram ativamente das práticas, as famílias se aproximaram e, principalmente, conseguimos sensibilizar alguns professores e funcionários que muitas vezes não estão atentos às diferenças raciais em sala de aula."

O projeto desenvolvido no CEMEI foi premiado em setembro pelo 4° Prêmio "Educar pela Igualdade", na categoria Escola, promovido pelo Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT). O Prêmio tem foco em ações práticas na educação livre do racismo, preconceito e discriminação, e visa mapear, apoiar e dar visibilidade às boas práticas desenvolvidas.

Gabriela Tebet afirma que o prêmio foi fundamental para que toda a comunidade envolvida na escola percebesse e valorizasse a importância de se discutir e quebrar as barreiras do racismo e do preconceito. Em 2008, as atividades já tiveram início neste Mês da Criança. Envolvendo um tema mais amplo, que abrange as diferenças de nacionalidade, culturas e valores, as professoras fixaram por toda a escola figuras de crianças de vários países, para que os alunos comecem a perceber as primeiras características que distinguem os povos. As ações terão continuidade em novembro, Mês da Consciência Negra.



Gisele Catarina Bicaletto

Informativo da Coordenadoria de Comunicação Social da Universidade Federal de São Carlos

1 Comments:

  • At 3:16 pm , Blogger Gabi said...

    espero que esse projeto inspire muitas professoras/es e escolas a investir em ações que visem a erradicação do preconceito, a valorização da diferença e da diversidade cultural existente em nosso país.
    É isso aí. Parabéns pelo Blog e estamos aí na luta.

    Abraços, Gabriela G. Tebet
    gabrielagtebet@yahoo.com.br

     

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