III Festival Mundial das Artes Negras
O presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo, recebeu há alguns dias, uma delegação do Senegal para falar sobre a terceira edição do Festival Mundial de Artes Negras (Fesman), que será realizado em dezembro de 2009, em Dacar, Senegal. O evento terá como tema "O renascimento africano", com enfoque na união das políticas nacionais e na integração com as culturas dos países da Diáspora - nações envolvidas com tráfico de escravos negros, como Estados Unidos da América, Brasil, países do Caribe e Europa, e nos quais a África teve grande influência em suas expressões culturais. A contribuição da cultura negra na formação desses países será destacada no festival, nas apresentações artísticas e nas performances.
Participaram Mame Birame Diouf, ministro da Cultura do Senegal; Alioune Badara Beye, coordenador do Comitê Internacional de Orientação do Fesman; Silcarneyni Gueye, conselheiro do coordenador do Fesman; Jean-Pierre Pierre Bloch, parceiro técnico do Fesman; e Fodé Seck, embaixador do Senegal no Brasil.
Idealizado pelo ex-presidente do Senegal, Léopold Sédar Senghor, na década de 1960, o Fesman é a maior reunião das artes e da cultura do mundo negro. Nessa próxima edição, o Festival vai homenagear o Brasil como "convidado de honra". A honraria coloca o Brasil numa posição de destaque, que consolida a sua representação no quadro político, econômico e social no mundo.
A homenagem se deve principalmente ao fato de o Brasil abrigar a segunda maior população negra mundial depois da África, o que lhe concede uma peculiaridade singular em vista de outros países. Além disso, foi considerada a herança do negro na formação da sociedade brasileira, a bagagem cultural que os africanos despejaram involuntariamente no Brasil há mais de 500 anos. Portanto, mais de meio século de influência, formação e definição da cultura brasileira.
Foi isso que ficou demonstrado pelo ministro da Cultura senegalês, Mame Birame Diouf. Segundo ele, o Brasil poderá contribuir consideravelmente com manifestações culturais variadas em todos os campos da arte: literatura, dança, teatro, cinema, música, artes plásticas e, principalmente, a capoeira - uma arte-brincadeira-jogo-dança-esporte de origem negra que conquistou o mundo. O festival será articulado em dois momentos - um de reflexão intelectual sobre as temáticas e o outro voltado para as manifestações artísticas.
O ministro Diouf ressaltou a importância do Fesman para direcionar um novo olhar sobre as questões do homem negro. Ele contou sobre a escolha do Brasil como convidado de honra: "Mais do que um privilégio, é um direito, pela sua enorme população negra, pela similaridade cultural com a África". Além do Brasil, estavam na lista para convidados de honra os Estados Unidos e a França.
O coordenador do Comitê Internacional de Orientação do Fesman, Alioune Badara Beye, fez uma apresentação da história do festival e de como tudo começou. O primeiro Fesman foi realizado em Dacar, no Senegal, em abril de 1966, promovido conjuntamente pela República do Senegal e a UNESCO, sob o tema "Significação da arte negra pelo povo e para o povo". O segundo, realizado na Nigéria, em 1977, teve o tema "Civilização negra e educação". Para a próxima edição, o coordenador informa algumas inovações, como as ações descentralizadas - o Festival será realizado nas diversas regiões do país. Além disso, o evento extrapolará as fronteiras do país - cidades de Mali e de Guiné também abrigarão o festival.
A outra grande inovação é o alcance que o eventoterá. Televisões difundirão todos os acontecimentos mundo afora. De acordo com Jean-Pierre Bloch, quatro redes de satélite vão varrer o mundo inteiro mostrando toda a programação, que será transmitida em cinco línguas: inglês, francês, espanhol, português e árabe.
Segundo a delegação, a participação do Brasil também será marcada pela presença do carnaval, que abrirá e encerrará as festividades. E mais: um jogo de futebol entre a seleção brasileira e uma seleção africana.
O presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo, demonstrou sua satisfação em estar diante de enorme desafio. Para ele, é grande a importância política e cultural do Fesman, e ressaltou o interesse do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em cumprir com os compromissos que a honraria compete ao Brasil na realização do festival, tendo em vista o continente africano estar entre as prioridades do atual governo em sua política externa. "Essa atitude é que nos permite dizer com segurança que o Ministério da Cultura e a Fundação Cultural Palmares estão comprometidos com a realização do Festival. Vamos honrar esse fato histórico, estreitando nossos laços com a África", sublinhou Zulu Araújo.
O presidente da FCP anunciou algumas medidas já encaminhadas, como a publicação de três decretos, que criarão os comitês que organizarão a participação brasileira no Festival, e a realização de uma oficina de trabalho, em parceria com o governo da Bahia, ainda neste ano.
Participaram Mame Birame Diouf, ministro da Cultura do Senegal; Alioune Badara Beye, coordenador do Comitê Internacional de Orientação do Fesman; Silcarneyni Gueye, conselheiro do coordenador do Fesman; Jean-Pierre Pierre Bloch, parceiro técnico do Fesman; e Fodé Seck, embaixador do Senegal no Brasil.
Idealizado pelo ex-presidente do Senegal, Léopold Sédar Senghor, na década de 1960, o Fesman é a maior reunião das artes e da cultura do mundo negro. Nessa próxima edição, o Festival vai homenagear o Brasil como "convidado de honra". A honraria coloca o Brasil numa posição de destaque, que consolida a sua representação no quadro político, econômico e social no mundo.
A homenagem se deve principalmente ao fato de o Brasil abrigar a segunda maior população negra mundial depois da África, o que lhe concede uma peculiaridade singular em vista de outros países. Além disso, foi considerada a herança do negro na formação da sociedade brasileira, a bagagem cultural que os africanos despejaram involuntariamente no Brasil há mais de 500 anos. Portanto, mais de meio século de influência, formação e definição da cultura brasileira.
Foi isso que ficou demonstrado pelo ministro da Cultura senegalês, Mame Birame Diouf. Segundo ele, o Brasil poderá contribuir consideravelmente com manifestações culturais variadas em todos os campos da arte: literatura, dança, teatro, cinema, música, artes plásticas e, principalmente, a capoeira - uma arte-brincadeira-jogo-dança-esporte de origem negra que conquistou o mundo. O festival será articulado em dois momentos - um de reflexão intelectual sobre as temáticas e o outro voltado para as manifestações artísticas.
O ministro Diouf ressaltou a importância do Fesman para direcionar um novo olhar sobre as questões do homem negro. Ele contou sobre a escolha do Brasil como convidado de honra: "Mais do que um privilégio, é um direito, pela sua enorme população negra, pela similaridade cultural com a África". Além do Brasil, estavam na lista para convidados de honra os Estados Unidos e a França.
O coordenador do Comitê Internacional de Orientação do Fesman, Alioune Badara Beye, fez uma apresentação da história do festival e de como tudo começou. O primeiro Fesman foi realizado em Dacar, no Senegal, em abril de 1966, promovido conjuntamente pela República do Senegal e a UNESCO, sob o tema "Significação da arte negra pelo povo e para o povo". O segundo, realizado na Nigéria, em 1977, teve o tema "Civilização negra e educação". Para a próxima edição, o coordenador informa algumas inovações, como as ações descentralizadas - o Festival será realizado nas diversas regiões do país. Além disso, o evento extrapolará as fronteiras do país - cidades de Mali e de Guiné também abrigarão o festival.
A outra grande inovação é o alcance que o eventoterá. Televisões difundirão todos os acontecimentos mundo afora. De acordo com Jean-Pierre Bloch, quatro redes de satélite vão varrer o mundo inteiro mostrando toda a programação, que será transmitida em cinco línguas: inglês, francês, espanhol, português e árabe.
Segundo a delegação, a participação do Brasil também será marcada pela presença do carnaval, que abrirá e encerrará as festividades. E mais: um jogo de futebol entre a seleção brasileira e uma seleção africana.
O presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo, demonstrou sua satisfação em estar diante de enorme desafio. Para ele, é grande a importância política e cultural do Fesman, e ressaltou o interesse do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em cumprir com os compromissos que a honraria compete ao Brasil na realização do festival, tendo em vista o continente africano estar entre as prioridades do atual governo em sua política externa. "Essa atitude é que nos permite dizer com segurança que o Ministério da Cultura e a Fundação Cultural Palmares estão comprometidos com a realização do Festival. Vamos honrar esse fato histórico, estreitando nossos laços com a África", sublinhou Zulu Araújo.
O presidente da FCP anunciou algumas medidas já encaminhadas, como a publicação de três decretos, que criarão os comitês que organizarão a participação brasileira no Festival, e a realização de uma oficina de trabalho, em parceria com o governo da Bahia, ainda neste ano.
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