A História Pós-Escravidão das Populações Afro-Descendentes: a Luta por Inclusão e Exatidão

Dois grandes desafios têm confrontado os historiadores ao escreverem a história pós-escravidão das populações afro-descendentes no Hemisfério Ocidental. Esses dois desafios dizem respeito a como assegurar que essa história seja incluída na história do mundo ocidental e a como garantir que seja ela exata e livre do preconceito que a tem distorcido tanto antes, quanto após a emancipação dos povos afro-descendentes. O primeiro desafio tem, talvez, sido o mais importante dentre os dois. Com o intuito de justificar o tráfico de escravos e a escravidão, a história das populações de ascendência africana foi deliberadamente excluída da maior parte dos livros de história. Com efeito, alguns historiadores europeus sustentaram que esses povos não possuiriam uma história ou que ela só teria início a partir de quando foram "descobertos" pelos europeus e começaram a interagir com eles. A exatidão histórica tem também sido um importante desafio para todos os historiadores dos povos afro-descendentes. As justificativas para o tráfico de escravos e a escravidão igualmente distorceram a história das populações africanas, tendo elas sido apresentadas nos registros da humanidade como incivilizadas, incapazes de formar um governo próprio, e mesmo descritas como os "peões" da história. O desafio para os historiadores de hoje é continuar o trabalho revisionista de acadêmicos como W.E.B. DuBois, Carter G. Woodson e outros historiadores das Américas do Norte e do Sul.

W. Marvin Dulaney - The College of Charleston