PROJETO NEGROS E NEGRAS EM MOVIMENTO

Objetivos: - A contribuição do negro na formação social brasileira - A discriminação racial no Brasil. Movimentos de resistência de negros pela cidadania e pela vida; - Políticas sociais e população negra: trabalho, saúde, educação e moradia; - Relações étnico-raciais, multiculturalismo e currículo; - Aspectos normativos da educação de afro-brasileiros. - EMAIL PARA CONTATO: negrosenegras@gmail.com

May 30, 2009

Kuduro. Você sabe dançar?

Agora, uma pequena demonstração do Kuduro, dança angolana com origem na África e que usa a criatividade, molejo, agilidade, explosão... e aí? o que acha?






Fonte: vídeo tirado do site do Fantástico

Nunca tive namorada negra!!

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IVAN MARTINS é editor-executivo de ÉPOCA

Eu nunca tive uma namorada negra. Saí uma ou duas vezes com moças negras na universidade, tive um caso intenso e demorado com uma mulher negra há pouco tempo, mas nenhuma delas foi namorada, relação firme, gente se que incorpora à vida e se leva à casa da mãe. Por que razão?

Um dos motivos é geográfico: desde a adolescência quase não há pessoas negras ao meu redor. Elas não estavam no colégio, não estavam na faculdade e não estão no trabalho, com raras e queridas exceções. É nesses ambientes - escola e emprego -- que se constroem relações duradouras de amor e amizade.

O outro motivo é vergonhoso: racismo. Deve haver um pedaço de mim que acha mulher branca mais bacana que mulher negra, independente de beleza, inteligência ou caráter. Mesmo tendo ancestrais negros, cresci numa sociedade em que a cor, os traços e os cabelos africanos são tratados como defeito. É difícil livrar-se desse lixo.

Ando pensando sobre essas coisas desde que tive uma discussão, dias atrás, com meu melhor amigo, sobre cotas raciais na universidade. Ele contra, eu a favor. Ele defende cotas econômicas, para jovens pobres oriundos das escolas públicas. Eu sinto que isso não é suficiente. Acredito que os negros têm sido sistematicamente prejudicados ao longo da história brasileira e fazem jus a políticas e tratamento preferenciais.

Penso nas namoradas negras que eu não tive. Elas não estavam na boa escola pública de primeiro grau onde eu entrei depois de um exame de admissão. Também não estavam na escola federal onde fiz o colégio. Ali só se entrava depois de um vestibular duríssimo. Na Universidade de São Paulo, onde estudei jornalismo, só havia um colega negro, nenhuma garota que eu me lembre.

Será que isso é apenas econômico? Duvido. Eu vim de uma família pobre e cheguei à universidade e à classe média. O mesmo fizeram minhas irmãs e meus amigos brancos. Os coleguinhas negros da infância - com poucas exceções -- não chegaram. Estavam em desvantagem. Tem algo aí no meio que é mais do que pobreza.

É fácil para mim enxergar que a linha de corte na sociedade brasileira não é apenas de renda. Ela é de cor também. Essa linha está dentro de nós, dentro de mim. Somos racistas, embora mestiços. Por isso me espanta que as pessoas não se inclinem generosamente pela idéia de uma reparação aos sofrimentos infringidos aos negros - até como forma de purgar essa coisa ruim e preconceituosa que trazemos dentro de nós.

Eu, que nunca tive uma namorada negra, gostaria que meus filhos vivessem num país melhor. Um país em que houvesse garotas e garotos negros na universidade pública, ao lado deles. Um país em que eles tivessem colegas de trabalho negros. Engenheiros. Médicos. Advogados. Jornalistas. Um país onde as pessoas pudessem se conhecer, se admirar e se amar sem a barreira do preconceito que ainda nos divide.


Fonte: Mapa da Mídia / Revista Época

Obras do 1º gasoduto internacional do leste da África acabam este ano

As obras do primeiro gasoduto internacional do leste da África concluirão este ano e permitirão transportar gás natural da Nigéria até Gana, por Benin e Togo, disse hoje à Agência Efe Jack Derickson, diretor-geral da companhia responsável pela construção.

O gasoduto, estendido na maior parte em águas fora do litoral dos quatro países, tem 678 quilômetros, e a West African Gas Pipeline Company (WAPCO), presidida por Derickson, assegura que fornecerá gás a Gana este mesmo ano.

"A construção está em curso e nosso plano é finalizar as obras antes do fim de 2009", disse Derickson, que assegurou que, até esta data, poderão ser iniciadas as turbinas em Gana.

O fornecimento de gás começará após a instalação de estações de regulação e de apuração em Takoradi e Tema (Gana), uma estação de compressão em Lagos Beach (Nigéria) e estações de regulação e apuração em Cotonou (Benin) e Lomé (Togo).

A linha principal de gasoduto, de 569 quilômetros, cruza as águas de Benin, Togo e Gana a entre 15 e 20 quilômetros do litoral, a uma profundidade de entre 30 e 75 metros.

Os responsáveis da WAPCO disseram que o projeto poderia ser ampliado para chegar a Costa do Marfim e ao Senegal.

Desde que a obras começaram, em 2005, sofreram alguns atrasos, provocados por alguns problemas técnicos surgidos nos oleodutos da Nigéria e, sobretudo, pela instabilidade e pela violência na região petrolífera nigeriana do Delta de Níger, de onde provém o gás.




Fonte: EFE

Apoio a projetos em Raça e/ou Gênero - 2009/2010

A Secretaria de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia - SEPROMI torna público a SELEÇÃO DE PROJETOS DA SOCIEDADE CIVIL para amplo conhecimento das entidades dos movimentos sociais, organizações sociais e organizações não-governamentais, sem fins lucrativos, interessadas no apoio institucional a projetos com ênfase nas dimensões racial e/ou de gênero, em consonância com as diretrizes e critérios definidos no edital.

Valor máximo do apoio por projeto: R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

Acesse edital: http://www.sepromi.ba.gov.br/modules/tinyd3/index.php?id=7

May 23, 2009

Dia da África marca os 48 anos de criação da União Africana






Fonte: Jornal Nacional

Nasa terá primeiro chefe negro, anuncia a Casa Branca

Ex-astronauta Charles Bolden será o 12º administrador da agência.
Ele é forte defensor das viagens espaciais tripuladas.



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Foto de Charles Bolden de 1991. (Foto: Divulgação/Nasa)

O presidente norte-americano, Barack Obama, vai nomear o ex-comandante de ônibus espacial Charles Bolden para comandar a agência espacial americana Nasa, informou a Casa Branca neste sábado (23), em meio a uma grande mudança no programa espacial dos Estados Unidos.

Aos 62 anos, Bolden, general da Marinha reformado, viajou em quatro missões antes de deixar a agência espacial dos EUA em 1994 para retornar às atividades militares.

Bolden, que seria o 12º administrador em 51 anos de história da Nasa e o primeiro chefe negro, é um forte defensor de voos espaciais tripulados por humanos.

"Eu acredito que esta é uma boa notícia para a agência", disse Frank Siezten, consultor espacial de Washington.

Obama também pretende nomear Lori Garver, um consultor espacial que supervisionou assuntos relacionados ao espaço para sua equipe de transição, como vice-administrador da Nasa, disse a Casa Branca.

"Estes talentos vão ajudar a colocar a Nasa na rota dos limites da ciência, aeronáutica e exploração no século 21, e vão garantir a vibração do programa espacial americano a longo prazo", disse Obama em um comunicado.




Fonte: Reuters

May 19, 2009

Salvador: Seminário Mulheres Negras: Promovendo a Inclusão Educacional.

Será realizado no dia 20 de maio, a partir das 8h, no auditório da Faculdade Dom Pedro II, situado na Av. Estados Unidos, nº 18 - Comércio, em Salvador - BA, o Seminário Mulheres Negras: Promovendo a Inclusão Educacional. A atividade é uma iniciativa do Fundo Municipal para o Desenvolvimento Humano e Inclusão Educacional de Mulheres Afrodescendentes (FIEMA) e conta com aparceria da Secretaria Municipal da Reparação e da Superintendência de Políticas para as Mulheres.

O evento reunirá as Gestoras das Escolas Públicas Municipais, educadoras, lideranças representantes de entidades de movimento sociais de mulheres afrodescendentes de Salvador. As atividades que acontecerão durante todo o dia têm como objetivo apresentar a realidade das mulheres negras na educação formal no município e discutir as propostas que poderão ser implementadas pela Secretaria de Educação e Cultura em parceria com outros órgãos da Prefeitura. As oficinas terão número de vagas limitado e serão dirigidas somente para mulheres.


Para maiores informações:


(71) 2105-2821

mokalile@terra.com.br

grupofiema@gmail.com

elisa.castro.lemos@gmail.com

EVENTOS SP: Viagem à África. Já começou !

Calma gente! Mas os eventos vão até o dia 26.. Confira a programação..


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Abertura da Exposição: Viagem à África

Apresentação cultural da cantora sul-africana Glória Maletsabisa

Data: 18/05/09

Horário: 19h30

Local: Auditório Superior - TUCA



Debate: História e Diversidade Cultural dos países de Guiné-Bissau, Angola e Cabo Verde

Debatedores: Décio Jorge da Silva Lemos (aluno de Angola), Jéssica Ramos de Pina Vera-Cruz (aluna de Cabo Verde), Eduarda Gomes (aluna de Guiné-Bissau) e Roberto Quade (convidado - Guiné-Bissau)

Mediadores: Prof. Amailton Magno Azevedo (Departamento de História - PUC/SP)

Prof. Acácio Sidnei Almeida (Departamento de Antropologia - PUC/SP)



Data: 19/05/09

Horário: 19h às 22h

Local: Auditório Banespa

Debate: História e Diversidade Cultural dos países de Guiné-Bissau, Angola e Cabo Verde

Debatedores: Bacar Queta (aluno de Guiné-Bissau) e Rui Jorge Semedo (convidado - Guiné-Bissau), Vânia Sofia Gomes de Andrade (aluna de Cabo Verde), Francisco Sandro da Silveira Vieira (convidado - Angola)

Mediadora: Prof.ª Maria Antonieta Antonacci (CECAFRO-PUC/SP)

Data: 20/05/09

Horário: 9h30 às 12h30

Local: Auditório 134C



Oficina de Línguas - Vagas limitadas mediante inscrição no PAC - Sala 63 G

Língua de Angola - Kikongo, Tchocue

Alunos Oficineiros: João Futa, Marcos Capalo e Gil (Angola)

Data: 20/05/09

Horário: 18h00 às 19h00

Local: Sala 66, Térreo, Prédio Novo



Língua de Cabo Verde- Krioulu

Aluna Oficineira: Vânia Sofia Gomes de Andrade (Cabo Verde)

Data: 26/05/09

Horário: 18h00 às 19h00

Local: Sala 66, Térreo, Prédio Novo



Língua de Guiné-Bissau- Crioulo

Alunos Oficineiros: Mónica Iloisa Fernandes Correia e Gil da Silva Ie (Guiné-Bissau)

Data: 28/05/09

Horário: 18h00 às 19h00

Local: Sala 66, Térreo, Prédio Novo



Oficina de Dança - Vagas limitadas mediante inscrição no PAC - Sala 63 G

Dança de Guiné-Bissau - Gumbé

Alunos Oficineiros: Adriana Pereira da Silva e Bacari Cassamá

Data: 22/05/09

Horário: 18h00 às 19h00

Local: Sala 533, 5º andar, Prédio Novo



Dança de Angola - Kizomba, Semba, Kuduru

Alunos Oficineiros: Sun-Him A. Saengue e Alberto Inocêncio Lussevicueno

Data: 27/05/09

Horário: 18h00 às 19h00

Local: Sala 533, 5º andar, Prédio Novo



Dança de Cabo Verde - Batuque, San Djon, Funaná

Aluna Oficineira: Idalina Gomes

Data: 29/05/09

Horário: 18h00 às 19h00

Local: Sala 533, 5º andar, Prédio Novo



Atividade Esportiva - Futebol

Estudantes Africanos - USP X Estudantes Africanos PUC/SP

Data: 23/05/09

Horário: 9h30

Local: Quadra do Campus Monte alegre



Mostra de Filmes Africanos

Nha Fala

Data: 21/05/09

Horário: 19h00 às 22h00

Local: Auditório 134-C



Quintal do Semba

Data: 22/05/09

Horário: 19h00 às 22h00

Local: Auditório 134-C



Nguenha, o Crocodilo

Data: 26/05/09

Horário: 19h00 às 22h00

Local: Auditório 134-C



Realização:
PAC/PROCRC
CECAFRO/PUCSP
Estudantes Africanos

Apoio:

Curadoria: Alexandre Araújo Bispo

Produtora Cultural e Artista Plástica: Débora Kaz

Artista Visual: Jaergenton de Souza Corrêa

May 15, 2009

Especial 13 de maio - Segunda Parte

Abolição da Escravatura no Brasil

Movimento social e político ocorrido entre 1870 e 1888, que defendia o fim da escravidão no Brasil.

Termina com a promulgação da Lei Áurea, que extingue o regime escravista originário da colonização do Brasil. A escravidão havia começado a declinar com o fim do tráfico de escravos em 1850.

Progressivamente, imigrantes europeus assalariados substituem os escravos no mercado de trabalho.

Mas é só a partir da Guerra do Paraguai (1865-1870) que o movimento abolicionista ganha impulso.

Milhares de ex-escravos que retornam da guerra vitoriosos, muitos até condecorados, se recusam a voltar à condição anterior e sofrem a pressão dos antigos donos. O problema social torna-se uma questão política para a elite dirigente do Segundo Reinado.


Leis Abolicionistas


1815 - Tratado anglo-português, na qual Portugal concorda em restringir o tráfico ao sul do Equador;

1826 - Brasil compromete em acabar com o tráfico dentro de 3 anos

1831 - Tentativa de proibição do tráfico no Brasil, sob pressão da Inglaterra.

1838 - abolição da escravidão nas colônias inglesas

1843 - os ingleses são proibidos de comprar e vender escravos em qualquer parte do mundo

1845 - A Inglaterra aprova o Bill Abeerden, que da a Inglaterra o poder de apreender os navios negreiros com destino ao Brasil

1850 - É aprovada sob pressão inglesa a lei Eusébio de Queirós, que proíbe o tráfico negreiro no Brasil

1865 - A escravidão é abolida nos Estados Unidos (13a. emenda Constitucional)

1869 - Manifesto Liberal propõe a emancipação gradual dos escravos no Brasil

1871 - Lei do Ventre Livre ou Lei Rio Branco

1885 - Lei dos Sexagenários ou Lei Saraiva-Cotejipe

1888 - Lei Áurea.



Lei do Ventre Livre

O Partido Liberal, de oposição, compromete-se publicamente com a causa, mas é o gabinete do visconde do Rio Branco, do Partido Conservador, que promulga a primeira lei abolicionista, a Lei do Ventre Livre, em 28 de setembro de 1871. De poucos efeitos práticos, ela dá liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir dessa data, mas os mantém sob a tutela de seus senhores até atingirem a idade de 21 anos. Em defesa da lei, o visconde do Rio Branco apresenta a escravidão como uma "instituição injuriosa", que prejudica, sobretudo, a imagem externa do país.

Campanha abolicionista

Em 1880, políticos e intelectuais importantes, como Joaquim Nabuco e José do Patrocínio, criam, no Rio de Janeiro, a Sociedade Brasileira contra a Escravidão, que estimula a formação de dezenas de agremiações semelhantes pelo país. Da mesma forma, o jornal O Abolicionista e o manifesto O Abolicionismo, de Nabuco, e a Revista Ilustrada, de Ângelo Agostini, servem de modelo a outras publicações antiescravistas. Advogados, artistas, intelectuais, jornalistas e parlamentares engajam-se no movimento e arrecadam fundos para pagamento de cartas de alforria, documento que concedia liberdade ao escravo. O país é tomado pela causa abolicionista. Em 1884, o Ceará antecipa-se e decreta o fim da escravidão em seu território.

Lei dos Sexagenários

A decisão cearense aumenta a pressão da opinião pública sobre as autoridades federais. Em 1885, o governo cede mais um pouco e promulga a Lei Saraiva-Cotegipe. Conhecida como Lei dos Sexagenários, ela liberta os escravos com mais de 60 anos, mediante compensações a seus proprietários. A lei não apresenta resultados significativos, já que poucos cativos atingem essa idade e os que sobrevivem não têm de onde tirar o sustento sozinhos.

Os escravizados, que sempre resistiram ao cativeiro, passam a participar ativamente do movimento, fugindo das fazendas e buscando a liberdade nas cidades. No interior de São Paulo, liderados pelo mulato Antônio Bento e seus caifazes (nome tirado de uma personalidade bíblica, o sumo-sacerdote judeu Caifaz), milhares deles escapam das fazendas e instalam-se no Quilombo do Jabaquara, em Santos. A esta altura, a campanha abolicionista mistura-se à republicana e ganha um reforço importante: o Exército. Descontentes com o Império, os militares pedem publicamente para não mais ser utilizados na captura dos fugitivos. Do exterior, sobretudo da Europa, chegam apelos e manifestos favoráveis ao fim da escravidão.

Lei Áurea

Em 13 de maio de 1888, o governo imperial rende-se às pressões, e a princesa Isabel assina a Lei Áurea, que extingue a escravidão no Brasil. A decisão desagrada aos fazendeiros, que exigem indenizações pela perda de seus "bens". Como não as conseguem, aderem ao movimento republicano como forma de pressão. Ao abandonar o regime escravista e os proprietários de escravos, o Império perde a última coluna de sustentação política.

O fim da escravatura, porém, não melhora a condição social e econômica dos ex-escravos. Sem formação escolar nem profissão definida, para a maioria deles a simples emancipação jurídica não muda sua condição subalterna, muito menos ajuda a promover sua cidadania ou ascensão social.




Fonte: Colégio São Francisco

Amanhã: Feijão dos 7 Anos - Homenagem a Maria de São Pedro

A Sociedade Amigos da Cultura Afro-Brasileira (AMAFRO) realizará no dia 16 de maio, sábado, o "Feijão dos Sete Anos", que terá como homenageada a grande quituteira Maria de São Pedro. O evento será na futura sede do Museu Nacional da Cultura Afro-brasileira (MUNCAB), localizada no Prédio do Tesouro, no Centro Histórico de Salvador - BA. A assembléia será a partir das 10h e a feijoada a partir das 13h.

Para maiores informações:

http://www.amafro.org.br

Conferência Regional de Promoção da Igualdade Racial em Ribeirão Preto

Será realizado amanhã, sábado, dia 16 de maio, a partir das 12h30, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Ribeirão Preto, a Conferência Regional de Promoção da Igualdade Racial. A pauta a ser debatida será:

- Leitura e Discussão do Texto Base elaborado pela Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania - Secretaria de Relações Institucionais

- Formação dos grupos de discussão

- Escolha dos Delegados à Conferência Estadual



Para maiores informações:


(16) 3974-7478 / 3021-4853

http://www.orunmila.org.br

Dica de livro: A história de vida de uma guerreira

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A editora EdUFSCar lançou o livro "Malunga Thereza Santos - A história de vida de uma guerreira". A autora Thereza Santos apresenta aspectos da história de sua vida: infância; construção da consciência negra; participação nos movimentos estudantil e político brasileiros; exílio em países africanos; participação em lutas pela libertação de países africanos; militância em prol da comunidade negra no Brasil, Guiné Bissau e Angola; vida política; discriminações sofridas; e teatro e carnaval como instrumentos de luta.

Esta obra apresenta a história de vida de uma mulher negra entrelaçada com a história do Brasil, de racismo, perseguição política, luta, militância e esperança na construção da sociedade brasileira.

Com a publicação desse livro, a EdUFSCar, em colaboração com o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UFSCar, inaugura a Coleção África e Diáspora que busca abranger temas gerados por experiências e pensamentos de comunidades e de pessoas negras, em diferentes contextos sócio-históricos, abordados sob diferentes perspectivas teórico-metodológicas.

Pretende-se com as obras publicadas atingir a comunidade acadêmica, integrantes do Movimento Negro e pessoas interessadas em conhecer e aprofundar conhecimentos sobre a multiplicidade de vivências, saberes, espiritualidade, tecnologias e significados do viver, produzidos ao longo da história da humanidade, no continente africano e nos diferentes territórios da diáspora.

A autora Thereza Santos é nascida no Rio de Janeiro, no final da década de 1930. É carnavalesca, publicitária, atriz, autora, diretora de teatro e professora.


Para mais informações:


(16) 3351-8137

edufscar@ufscar.br

www.editora.ufscar.br



Fonte: Fundação Palmares

May 14, 2009

Especial 13 de maio

Abolição da Escravatura no Brasil

A escravidão pode ser definida como o sistema de trabalho no qual o indivíduo (o escravo) é propriedade de outro, podendo ser vendido, doado, emprestado, alugado, hipotecado, confiscado. Legalmente, o escravo não tem direitos: não pode possuir ou doar bens e nem iniciar processos judiciais, mas pode ser castigado e punido.

No Brasil, o regime de escravidão vigorou desde os primeiros anos logo após o descobrimento até o dia 13 de maio de 1888, quando a princesa regente Isabel assinou a Lei 3.353, mais conhecida como Lei Áurea, libertando os escravos.

A escravidão é um capítulo da História do Brasil. Embora ela tenha sido abolida há 115 anos, não pode ser apagada e suas conseqüências não podem ser ignoradas. A História nos permite conhecer o passado, compreender o presente e pode ajudar a planejar o futuro. Nós vamos contar um pouco dessa história para você. Vamos falar dos negros africanos trazidos para serem escravos no Brasil, quantos eram, como viviam, como era a sociedade da época. Mas, antes disso, confira o texto da Lei Áurea, que fez com que o dia 13 de maio entrasse para a História.

"Declara extinta a escravidão no Brasil. A princesa imperial regente em nome de Sua Majestade o imperador, o senhor D. Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império que a Assembléia Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte:

Art. 1°: É declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil.

Art. 2°: Revogam-se as disposições em contrário.

Manda portanto a todas as autoridades a quem o conhecimento e execução da referida lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir e guardar tão inteiramente como nela se contém.

O secretário de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas e interino dos Negócios Estrangeiros, bacharel Rodrigo Augusto da Silva, do Conselho de sua majestade o imperador, o faça imprimir, publicar e correr.

Dado no Palácio do Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1888, 67º da Independência e do Império.

Carta de lei, pela qual Vossa Alteza Imperial manda executar o decreto da Assembléia Geral, que houve por bem sancionar declarando extinta a escravidão no Brasil, como nela se declara.

"Para Vossa Alteza Imperial ver".

Primeiro foram os índios

Durante mais de três séculos a escravidão foi a forma de trabalho predominante na sociedade brasileira. Além disso, o Brasil foi a última nação da América a abolir a escravidão. Num país de 500 anos, um fato que perdurou por 300 anos assume grande importância na formação da sociedade brasileira.

A escravidão no Brasil teve início logo nos primeiros anos de colonização, quando alguns grupos indígenas foram escravizados pelos colonizadores que implantavam os primeiros núcleos de povoamento.

Até o ano de 1600, aproximadamente, na maioria das regiões da Colônia, as populações indígenas foram o alvo preferido dos colonizadores. Os índios escravizados eram obrigados a trabalhar nas plantações, nos engenhos, nos moinhos, na criação de gado e nos serviços domésticos. O desrespeito ia mais além, na medida em que os indígenas tinham que adotar o catolicismo dos seus senhores e abandonar suas crenças e ritos.

Foi no começo do século XVII que a escravidão indígena entrou em decadência, isto porque:

cresceu a resistência indígena à escravidão

a Igreja Católica intensificou os protestos contra escravidão dos índios

a escassez da mão-de-obra indígena era crescente, devido às doenças e guerras que dizimavam boa parte da população de índios

o tráfico negreiro intercontinental começou a se desenvolver

A escravidão dos indígenas foi substituída pela dos negros africanos, uma vez que os comerciantes e senhores verificaram que o tráfico negreiro era um negócio muito rentável, que traria vantagens a todos. Menos aos escravos, é claro. É nesse momento que começa mais um capítulo da escravidão do Brasil. Não deixe de ler o próximo item: Depois dos índios, os negros.

Depois dos índios, os negros

Não existem registros precisos dos primeiros escravos negros que chegaram ao Brasil. A tese mais aceita é a de que em 1538, Jorge Lopes Bixorda, arrendatário de pau-brasil, teria traficado para a Bahia os primeiros escravos africanos.

Eles eram capturados nas terras onde viviam na África e trazidos à força para a América, em grandes navios, em condições miseráveis e desumanas. Muitos morriam durante a viagem através do oceano Atlântico, vítimas de doenças, de maus tratos e da fome.

Os escravos que sobreviviam à travessia, ao chegar ao Brasil, eram logo separados do seu grupo lingüístico e cultural africano e misturados com outros de tribos diversas para que não pudessem se comunicar. Seu papel de agora em diante seria servir de mão-de-obra para seus senhores, fazendo tudo o que lhes ordenassem, sob pena de castigos violentos. Além de terem sido trazidos de sua terra natal, de não terem nenhum direito, os escravos tinham que conviver com a violência e a humilhação em seu dia-a-dia.

A minoria branca, a classe dominante socialmente, justificava essa condição através de idéias religiosas e racistas que afirmavam a sua superioridade e os seus privilégios. As diferenças étnicas funcionavam como barreiras sociais.

O escravo tornou-se a mão-de-obra fundamental nas plantações de cana-de-açúcar, de tabaco e de algodão, nos engenhos, e mais tarde, nas vilas e cidades, nas minas e nas fazendas de gado.

Além de mão-de-obra, o escravo representava riqueza: era uma mercadoria, que, em caso de necessidade, podia ser vendida, alugada, doada e leiloada. O escravo era visto na sociedade colonial também como símbolo do poder e do prestígio dos senhores, cuja importância social era avalizada pelo número de escravos que possuíam.

A escravidão negra foi implantada durante o século XVII e se intensificou entre os anos de 1700 e 1822, sobretudo pelo grande crescimento do tráfico negreiro. O comércio de escravos entre a África e o Brasil tornou-se um negócio muito lucrativo. O apogeu do afluxo de escravos negros pode ser situado entre 1701 e 1810, quando 1.891.400 africanos foram desembarcados nos portos coloniais.

Nem mesmo com a independência política do Brasil, em 1822, e com a adoção das idéias liberais pelas classes dominantes o tráfico de escravos e a escravidão foram abalados. Neste momento, os senhores só pensavam em se libertar do domínio português que os impedia de expandir livremente seus negócios. Ainda era interessante para eles preservar as estruturas sociais, políticas e econômicas vigentes.

Ainda foram necessárias algumas décadas para que fossem tomadas medidas para reverter a situação dos escravos. Aliás, este será o assunto do próximo item. Por ora, vale lembrar que não eram todos os escravos que se submetiam passivamente à condição que lhe foi imposta. As fugas, as resistências e as revoltas sempre estiveram presentes durante o longo período da escravidão. Existiram centenas de "quilombos" dos mais variados tipos, tamanhos e durações. Os "quilombos" eram criados por escravos negros fugidos que procuraram reconstruir neles as tradicionais formas de associação política, social, cultural e de parentesco existentes na África.

O "quilombo" mais famoso pela sua duração e resistência, foi o de Palmares, estabelecido no interior do atual estado de Alagoas, na Serra da Barriga, sítio arqueológico tombado recentemente. Este "quilombo" se organizou em diferentes aldeias interligadas, sendo constituído por vários milhares de habitantes e possuindo forte organização político-militar.

A decadência da escravidão

Já no início do século XIX era possível verificar grandes transformações que pouco a pouco modificavam a situação da colônia e o mundo a sua volta. Na Europa, a Revolução Industrial introduziu a máquina na produção e mudou as relações de trabalho. Formaram-se as grandes fábricas e os pequenos artesãos passaram a ser trabalhadores assalariados. Na colônia, a vida urbana ganhou espaço com a criação de estaleiros e de manufaturas de tecidos. A imigração em massa de portugueses para o Brasil foi outro fator novo no cenário do Brasil colonial.

Mesmo com todos esses avanços foi somente na metade do século que começaram a ser tomadas medidas efetivas para o fim do regime de escravidão. Vamos conhecer os fatores que contribuíram para a abolição:

1850 - promulgação da Lei Eusébio de Queirós, que acabou definitivamente com o tráfico negreiro intercontinental. Com isso, caiu a oferta de escravos, já que eles não podiam mais ser trazidos da África para o Brasil.

1865 - Cresciam as pressões internacionais sobre o Brasil, que era a única nação americana a manter a escravidão.

1871 - Promulgação da Lei Rio Branco, mais conhecida como Lei do Ventre Livre, que estabeleceu a liberdade para os filhos de escravas nascidos depois desta data. Os senhores passaram a enfrentar o problema do progressivo envelhecimento da população escrava, que não poderia mais ser renovada.

1872 - O Recenseamento Geral do Império, primeiro censo demográfico do Brasil, mostrou que os escravos, que um dia foram maioria, agora constituíam apenas 15% do total da população brasileira. O Brasil contou uma população de 9.930.478 pessoas, sendo 1.510.806 escravos e 8.419.672 homens livres.

1880 - O declínio da escravidão se acentuou nos anos 80, quando aumentou o número de alforrias (documentos que concediam a liberdade aos negros), ao lado das fugas em massa e das revoltas dos escravos, desorganizando a produção nas fazendas.

1885 - Assinatura da Lei Saraiva-Cotegipe ou, popularmente, a Lei dos Sexagenários, pela Princesa Isabel, tornando livres os escravos com mais de 60 anos.

1885-1888 - o movimento abolicionista ganhou grande impulso nas áreas cafeeiras, nas quais se concentravam quase dois terços da população escrava do Império.

13 de maio de 1888 - assinatura da Lei Áurea, pela Princesa Isabel.

Enfim, livre Mas e aí?

A Lei Áurea, que decretou o fim da escravidão no Brasil, em 13 de maio de 1888, foi um documento que representou a libertação formal do escravo, mas não garantiu a sua incorporação como cidadão pleno à sociedade brasileira.

O ex-escravo, abandonado à sua própria sorte, engrossou as camadas de marginalizados, que constituíam a maioria da população. Não possuíam qualificação profissional, o preconceito continuava e não houve um projeto de reintegração do negro à sociedade que acompanhasse a abolição da escravatura. Expulsos das fazendas e após vagarem pelas estradas foram acabando na periferia das cidades, criando nossas primeiras favelas e vivendo de pequenos e esporádicos trabalhos, normalmente braçais.

A escravidão deixou marcas na sociedade brasileira: a concentração de índios, negros e mestiços nas camadas mais pobres da população; a persistência da situação de marginalização em que vive a maioria dos indivíduos dessas etnias; a sobrevivência do racismo e de outras formas de discriminação racial e social; as dificuldades de integração e de inclusão dessas etnias à sociedade nacional e os baixos níveis de renda, de escolaridade e de saúde ainda predominantes entre a maioria da população.

A escravidão, portanto, fornece uma chave fundamental para a compreensão dos problemas sociais, econômicos, demográficos e culturais ainda existentes na atualidade.

Grandes abolicionistas

Na luta contra a escravidão, algumas pessoas se destacam por sua dedicação à causa. Vamos conhecer alguns destes homens que ficaram conhecidos como abolicionistas?


Joaquim Nabuco


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Nascido no Recife, Pernambuco, em 19 de agosto de 1849, Joaquim Nabuco desde cedo conviveu com a dura realidade dos escravos. Na infância, o menino de família aristocrata se alfabetizara junto com os filhos dos escravos numa escolinha construída pela madrinha.

Estudou Direito em São Paulo e Recife, escreveu poemas, era um patriota. Foi colega de Castro Alves e de Rui Barbosa.

O tema da escravidão estava presente em sua obra literária desde seu primeiro trabalho, nunca publicado, chamado "A escravidão". Porém, teve sucesso quando, em 1883, publicou "O Abolicionismo", durante período em que esteve em Londres.

Quando retornou ao Brasil, seguiu carreira política. Foi um grande parlamentar, um excelente orador. Fez uso de seu reconhecido talento público para lutar pela causa abolicionista, junto com José do Patrocínio, Joaquim Serra e André Rebouças.

É interessante observar que Nabuco era a favor da monarquia e ainda assim serviu fielmente à República como diplomata em Londres e Washington, após o fim do Império.

Joaquim Nabuco afirmava que a escravidão no Brasil era "a causa de todos os vícios políticos e fraquezas sociais; um obstáculo invencível ao seu progresso; a ruína das suas finanças, a esterilização do seu território; a inutilização para o trabalho de milhões de braços livres; a manutenção do povo em estado de absoluta e servil dependência para com os poucos proprietários de homens que repartem entre si o solo produtivo".

Morreu em Washington, no ano de 1910.

Rui Barbosa

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Rui Barbosa nasceu em Salvador, Bahia, em 5 de novembro de 1849. Incansável, exerceu as mais variadas atividades profissionais. Foi advogado, jurista, jornalista, ensaísta, orador, diplomata, deputado, senador, ministro e candidato a Presidente da República duas vezes.

Sua participação na luta contra a escravidão foi uma das manifestações de seu amor ao princípio da liberdade – todo tipo de liberdade.

Assim como Joaquim Nabuco, estudou Direito em Recife e em São Paulo, mas foi no Rio de Janeiro que Rui Barbosa abraçou a causa da abolição. Contudo, a defesa da liberdade também levou-o a ser exilado, em 1893, quando discordara do golpe que levou Floriano Peixoto ao poder e, por isto, pedira a libertação de presos políticos daquele governo ditatorial.

Destaca-se em sua biografia sua passagem como presidente da Academia Brasileira de Letras, substituindo Machado de Assis, e o grande prestígio de ser eleito Juiz da Corte Internacional de Haia. Morreu em 1923.

José do Patrocínio

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Natural de Campos, no Rio de Janeiro, José do Patrocínio nasceu em 8 de outubro de 1854. Era filho de pai branco, padre, e mãe negra, escrava. Freqüentou a Faculdade de Medicina e se formou aos 20 anos de idade, mas sua principal atuação foi como jornalista. Começou na Gazeta de Notícias, em 1875, e quatro anos depois juntou-se a Joaquim Nabuco, Lopes Trovão, Teodoro Sampaio, entre outros, na campanha pela abolição do regime escravocrata. Em 1881, tornou-se proprietário de um jornal, a Gazeta da Tarde, e fundou a Confederação Abolicionista, para a qual elaborou um manifesto junto com André Rebouças e Aristides Lobo.

Assim como Rui Barbosa, foi contra o governo de Floriano Peixoto, o que o obrigou a ser desterrado e tirou de circulação seu jornal, o Cidade do Rio, fundado em 1887. Com isto, afastou-se da vida política e terminou por falecer no Rio de Janeiro, em 30 de janeiro de 1905.

André Rebouças

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André Rebouças, nascido em 1838, era filho de escravos. Estudou no Colégio Militar do Rio de Janeiro e se formou em Engenharia na Europa. Foi professor da Escola Politécnica, e durante toda sua vida preocupou-se com a realidade brasileira. O problema dos escravos, naturalmente, não lhe passou despercebido. Escreveu, junto com José do Patrocínio e Aristides Lobo, o manifesto da Confederação Abolicionista de 1883; foi co-fundador da Sociedade Brasileira Anti-Escravidão e contribuiu financeiramente para a causa abolicionista.

Apoiou a reforma agrária no Brasil e foi também inventor. Exilou-se voluntariamente na Ilha da Madeira, na África, em solidariedade a D.Pedro II e sua família, e lá morreu em absoluta pobreza.

Luís Gama

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Tal como José do Patrocínio, Luís Gama foi filho de uma miscigenação de cores. Seu pai era branco, de rica família da Bahia, e sua mãe era uma africana rebelde. Contudo, um episódio trágico faria com que se afastasse da mãe, exilada por motivos políticos, e fosse vendido como escravo pelo próprio pai, vendo-se à beira da falência.

Assim, viveu na própria pele o cotidiano de um escravo. Foi para o Rio e depois São Paulo. Aprendeu a ler com ajuda de um estudante, no lugar onde trabalhava como servente, mas logo fugiu – pois sabia que sua situação era ilegal, já que era filho de mãe livre.

Daí trabalhou na milícia, em jornais, escrevendo poesia e como advogado, até conhecer Rui Barbosa, Castro Alves e Joaquim Nabuco, com quem se uniria para lutar pelo fim da escravidão.

Fez do exercício da advocacia uma oportunidade para defender e libertar escravos ilegais.

Antônio Bento

Antônio Bento era um abolicionista de família rica de São Paulo. Foi advogado, Promotor Público e depois Juiz de Direito. Seus métodos não-ortodoxos, intransigentes e revolucionários para libertação dos negros o tornaram famoso. Promovia, juntamente com os membros da Ordem dos Caifazes (considerada subversiva na época), proteção a escravos que fugiam e incentivava a evasão dos negros das grandes fazendas.

Os historiadores narram que, para Antônio Bento, a escravidão era uma mancha na história do Brasil. Cristão fervoroso, há um registro de um episódio em que um negro, que havia sido torturado, teria sido levado por Antônio Bento a uma procissão. O efeito causado, além de mostrar as agruras da escravidão, foi de uma inevitável comparação do martírio do negro ao martírio de Cristo.





Fonte: Colégio São Francisco/Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

May 10, 2009

RN: I Colóquio de Culturas Africanas

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Será realizado de 25 a 27 de maio o I Colóquio de Culturas
Africanas - Linguagem, Memória e Imaginário. O evento acontecerá na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, de 9h às 12h.
Com o apoio da UFRN, Núcleo Câmara Cascudo, Memorial
Câmara Cascudo e realização do Departamento de Letras - UFRN.


Inscrições no site:


http://www.ufrn.br/ufrn2/coloquioafricano


Mais informações: (84) 3215-3282

RJ: Celebrações dos 20 anos do Instituto Palmares de Direitos Humanos - IPHD

Amanhã, dia 11 de maio, o ciclo de 20 Perfomances Negras vai contar com a presença dos músicos José Araújo e Sérgio Chagas, dia 25 de maio será a vez dos atores Carlos Maia e Wison de Assis. As performances têm classificação livre.

No dia 12 de maio terá a exibição do filme "Bopha! À flor da pele" e no dia 26 o filme "Quando só o coração vê". A lotação da sala é de 30 lugares e a entrada será livre. As exibições serão sempre às 19h. Os eventos serão realizados no Instituto Palmares de Direitos Humanos - IPHD, que fica na Avenida Mem de Sá nº 39 - Lapa - RJ


Para mais informações:


(21) 2220-5458

dancarb@ig.com.br

Odes africanas

Por Aurélio Aquino*



Odes africanas



primeiro
a noite noticia
a pele negra do homem
que por ser da noite
amanhecia

não lhe vai na alma
qualquer desmedida
tudo é exato na manhã
em que nascia

e as sinapses
que em si vigiam
cobriam o dia de uma razão
que nem sabiam
porque o futuro resguardava
um tempo de vigília

era um princípio
que nem sabia
que a pela negra do homem
era uma estranha serventia
de cobrir de noite a razão
que em cada um vivia


II


o continente contém mais do que a si
pois de sua soma assim desregulada
inventam-se todas as cores
de uma cabal desnatureza
manhã que sempre seja tanta
como tão pouca é a certeza

a terra carrega em cada útero
uma rebelião tão incontida
que explode na cara dos afetos
na plástica feição de uma guerrilha

o grito simula uma nação
que fosse assim compreendida
entre o que falta para ser repente
e o que sobra da urgente revelia


III


África seja apenas o batismo
de quem nasceu da desmedida
de ser uma noite desgarrada
do tamanho de todas estas vidas

África seja o desconforto
que habita cada sentimento
de sentir que homens não são estrelas
que possam estar sob moendas
por fluírem num céu tão mais pacato
que a maioria de todos os firmamentos

África seja indizível
pelo futuro que cogita
e que vive entranhado
em todas as raízes
as da terra como prenúncio
as do homem como matrizes
de uma vida tão larga
como vasta é a consciência
de quem mesmo sendo a noite
carrega o dia na paciência.



*Aurélio Aquino - Servidor público. Membro da Diretoria da
Associação Bolivariana da Paraíba. João Pessoa, PB.

Universidade Luso-Afro

A Seppir realizou na última semana, seminário para tratar da criação da Universidade Federal da Integração Luso-Afro (Unilab), que teve a participação do deputado Eudes Xavier (PT-CE), relator na Comissão de Trabalho da Câmara do PL 3.891/08, que cria a Unilab. A instituição será implantada na cidade de Redenção (CE), o primeiro município a abolir a escravidão no Brasil, em 1883.

O projeto da Unilab visa integrar países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). O objetivo é promover o intercâmbio acadêmico, fomentar pesquisas e ministrar ensino superior público nos países de língua portuguesa, como Angola, Cabo-verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e Macau (região administrativa especial da China).

Os cursos ofertados pela Unilab serão, num primeiro momento, ligados a quatro áreas: Formação docente, Saúde, Gestão e Desenvolvimento agrário. A Unilab ofertará 5 mil vagas - metade delas para alunos estrangeiros de língua portuguesa, principalmente africanos. Metade dos professores também será estrangeira. Os concursos públicos para docentes e servidores técnico-administrativos estão previstos para o segundo semestre de 2009. As Atividades acadêmicas serão iniciadas em 2010.



Fonte: Fundação Palmares

May 09, 2009

MT: Oficina de Saúde da População Negra

O Instituto de Mulheres Negras de Mato Grosso - IMUNE MT e Escola de Saúde Pública de Mato Grosso - ESP MT, realizam no período de 11 a 14 de maio de 2009, as "OFICINAS DE CONTROLE SOCIAL E SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA", na Escola de Saúde Pública, localizada no bairro Coophema. As vagas são limitadas e as inscrições poderão ser feitas no local.
O evento tem como objetivo qualificar agentes do movimento negro, líderes quilombolas e profissionais da saúde para atuar em controle social, buscando a superação das desigualdades raciais na saúde e promover ações equânimes em consonância com os princípios da Gestão Participativa e da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.

Por que discutir Saúde da População Negra?

Porque as doenças que acometem essa parcela da comunidade, na maioria das vezes, são de causas evitáveis. O evento irá propor soluções, dar orientações, além de discutir prevenção e políticas públicas na área de saúde para os afrodescendentes, propor a realização de pesquisas, levantamento das lacunas e prioridades para a produção de conhecimentos relacionados ao assunto, debater as estratégias para a gestão participativa, assim como mecanismos de participação popular nos processos de gestão do SUS.

Desejamos que os participantes da "Oficina de Controle Social e Saúde da População Negra" sejam Conselheiros de Saúde dos municípios ou do estado, garantindo a consolidação da Política de Atenção Integral à Saúde da População Negra enquanto conquista, possibilitando resultados expressivos e duradouros.

A "OFICINA DE CONTROLE SOCIAL E SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA" é um projeto pioneiro, idealizado e proposto pelo Instituto de Mulheres Negras de Mato Grosso. São parceiros: a Secretaria de Estado de Saúde e Escola de Saúde Pública, do Governo de Mato Grosso; a Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, do Ministério da Saúde; a Ong Criola; a Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde.

Jacob Zuma toma posse como novo presidente da África do Sul

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Por Meire Gomes


Com grande popularidade, novo líder prometeu continuar lutando pela reconciliação entre as raças.



O líder do partido governista da África do Sul, Jacob Zuma, foi empossado neste sábado como novo presidente do país.

À frente do partido Congresso Nacional Africano (CNA), Zuma foi oficialmente eleito por membros do Parlamento na quarta-feira, depois que sua legenda foi a grande vitoriosa das eleições há duas semanas.

Na cerimônia de posse, realizada na capital administrativa Pretória, Jacob Zuma descreveu sua chegada à Presidência como "momento de renovação" para o país e prometeu trabalhar pela reconciliação entre raças, pela qual o ex-presidente Nelson Mandela tanto lutou.

Os ex-presidentes Thabo Mbeki e Mandela estavam entre os convidados que assistiram Zuma, de 67 anos, se tornar o quarto presidente sul-africano desde o fim do Apartheid, há 15 anos.

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Jacob Zuma

"Eu me comprometo a servir nossa nação com dedicação, disciplina, integridade, trabalho duro e paixão", disse o novo líder sul-africano em seu discurso de posse.



'Tom populista'


Dezenas de milhares de pessoas acompanharam a posse por televisões instaladas perto da entrada do prédio onde funciona a sede da Presidência.

Analistas acreditam que Zuma conduzirá o país com um tom "populista", muito diferente do de seu predecessor, Thabo Mbeki.

Alguns partidários do novo presidente falaram da alegria de estarem presentes em sua posse.

"Estamos muito felizes. Ele é líder do povo", disse Nkompela Xolile à BBC. "Ele conhece os spobres deste país".

O caminho que Zuma teve de percorrer para chegar à Presidência foi árduo, avalia o correspondente da BBC na África do sul, Peter Biles.

Ele foi demitido do cargo de vice-presidente há quatro anos após acusações de envolvimento em um caso de corrupção, as quais ele sempre negou.

Dois anos depois, ele foi acusado de estupro e, desde então, vem lutando para limpar seu nome.

Apesar dos escândalos, Zuma conseguiu captar enorme popularidade e conduzir seu partido à vitória nas eleições de abril, com uma campanha voltada para a defesa dos pobres.




Fonte: BBC

May 07, 2009

ANGRA DOS REIS, RJ: PROJETO CINE NO CENTRO

O CENTRO CULTURAL THEOPHILO MASSAD, EM ANGRA, TERÁ DURANTE TODO O MÊS DE MAIO O PROJETO CINE NO CENTRO, COM DIVERSAS MOSTRAS DE FILMES ABORDANDO TEMAS INTERESSANTES. CADA SEMANA ABORDARÁ UM TEMA. ENTRE ELES, O BLOG PROJETO NEGROS E NEGRAS EM MOVIMENTO DESTACA A "SEMANA DA LUTA CONTRA O RACISMO", NOS DIAS 13,14 E 15 DE MAIO. ENTRADA FRANCA. PRESTIGIE!

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Fonte: Centro Cultural Theophilo Massad / Divulgação

SP: 6° Sarau Acadêmico Aborda Escravidão e Liberdade

A HOTEC - Faculdade de Tecnologia em Hotelaria, Gastronomia e Turismo de São Paulo realiza no dia 13 de maio (quarta-feira), na cidade de São Paulo, o Sarau "As Nossas Raízes em Prosa & Verso". Trata-se do sexto sarau acadêmico promovido pela HOTEC, que acontecerá em dois horários: manhã às 09h e noite às 19h.

Durante a programação do sarau, serão abordados assuntos que vão desde a escravidão colonial até a escravidão contemporânea, por meio de atividades culturais como poemas, músicas e danças, entre outras.

Os mantenedores da HOTEC, a partir deste ano, incorporam o evento de sarau no calendário escolar, por acreditar que a Poesia e outras formas de expressões artísticas são importantes para o desenvolvimento humano e agregam valores à arte de educar.



A entrada é franca.



SERVIÇO:

6° Sarau Acadêmico "As Nossas Raízes em Prosa & Verso"
Local: Espaço Veneza - Alameda Barros, 204 - Santa Cecília - São Paulo - SP
Horário: Manhã das 09h às 11h
Noite das 19h às 21h


Organização: Maykon Sousa
Coordenação Geral: Poetisa e professora Valdyce Ribeiro
Supervisão Geral: Professor William Ladeia de Carvalho
Realização: HOTEC - Faculdade de Tecnologia em Hotelaria, Gastronomia, Turismo de São Paulo
Apoio Cultural: Espaço Veneza e Fundação Cultural Palmares - Ministério da Cultura.

Mais informações: Maykon Sousa (11) 3224-0800 e (11) 8046-5569
ou Prof. William Ladeia de Carvalho (11) 3246-2869

E-mail: sarau@hotec.com.br
Site: www.hotec.com.br

May 02, 2009

Em 2010 quero ser senador.

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Ele foi eleito para uma das 55 vagas da Câmara Municipal de São paulo com 84.383 votos e já estreou na política fazendo barulho como o vereador negro mais votado na história da cidade. para Netinho de Paula, de 38 anos, isso é apenas o começo! nesta entrevista, netinho fala sobre a presença dos negros na política nacional e seu desejo de ir mais além, da falta de apoio do governo para a TV da Gente


Como você encara a responsabilidade de ser o vereador negro com a maior votação da história na Câmara Municipal de São Paulo?

Recebi todos esses votos com muita humildade e com um senso de responsabilidade muito grande. As pessoas sempre aplaudiram as minhas ações sociais pelo fato de eu ser um artista muito envolvido com essas questões. Agora, quando depositam o voto nas urnas para que você seja um representante público, é porque estão querendo que você tenha mais responsabilidade com as coisas dessas pessoas, então, eu sinto, sim, um peso e acho que sou capaz de carregá-lo, inclusive de reverter para que ele se torne mais pesado lá na frente.

Nossa presença na política partidária e eleitoral é quase inexistente. Dos 81 senadores, apenas Paulo Paim e Marina Silva. Enquanto deputados e vereadores são poucos. Você acha que o negro tem dificuldade em votar em negro, já que somos a metade da população?

Isso é um fato que acontece. Acho que a minha eleição foi uma exceção. O fato de eu ter ido à televisão e ser chamado de negrão, de fazer o concurso da mais bela negra entre outras coisas, criou um conceito, mas que não foi partidário. Na verdade, não temos mais um partido onde a gente se encontre, uma unidade que possamos falar: "Olha, esse aqui representa a gente". Eu tenho essa pretensão, de poder ter um canto político para discutir as questões étnicas, e o PC do B é um partido que está de braços abertos para isso. Quero fazer esse papel, somente assim quando sentirmos que temos um espaço nosso, que não são favores, que não são apoios para algumas ONGs de negros, quando quebrarmos esse paradigma, nós sentiremos esse conceito de voto étnico que não temos no Brasil.

Um de seus slogans de campanha foi: "O gueto vai invadir". Explique isso melhor.

Acho que está faltando representação popular na política. A nova legislação torna a política mais restrita do que ela é, primeiro porque nos partidos existem os 'caciques' e, quem não tiver uma aprovação de renda ou não tiver o nome limpo não pode se candidatar. Isso é uma maneira de se agregar, de eliminar e de fazer com que a periferia não participe do processo político ativamente. Você só serve como eleitor e não como candidato. Quando eu disse que o gueto vai invadir é para marcar um pouco: "Olha, tem um cara que é do gueto e vocês não vão conseguir barrar!"
"As pessoas só saem da periferia para o centro porque não existe estrutura. Se eu puder levar carinho, esporte, educação, música e emprego para a periferia, o jovem não vai querer sair de lá"

Você acha que, a exemplo dos Estados Unidos, nós podemos em breve ter um presidente negro?

Sim! Acho também que o presidente Lula, antecipadamente, cumpriu esse papel. A gente sentiu nele um operário, um negro, um pobre, um lixeiro, um pedreiro, um operário em si. Ele já nos representa em tudo isso, mas com o passar do tempo e com a luta ganha, você tem novas batalhas. O povo que luta para ter uma melhor qualidade de vida está sempre em mudança constante. Acho que chegou o momento de a gente pelo menos se posicionar. Nós temos figuras competentes, com experiência e força política capazes de exercer esse papel na presidência da República, como o Paulo Paim, o ministro Orlando Silva, Joaquim Barbosa. Agora, é necessário colocar esses nomes mais próximos da comunidade, de pessoas que votariam neles. Por incrível que pareça a maioria dos negros que se tornam poderosos politicamente deixam de ter esse vínculo com a periferia, onde exatamente estão aqueles que têm o poder de elegê-los.

Comenta-se que seu próximo desafio nas urnas será concorrer a uma cadeira no Senado. Isso procede?

Sim, é uma verdade. Esse é o meu desejo desde o início. Sair como vereador foi um acordo que eu tive com o PC do B, de servir como uma formação política para mim e para o partido ter um presença política mais marcante aqui em São Paulo. Nós elegemos dois vereadores com essa decisão, eu e o Jamil Murad. Agora vou para 2010 pleitear o cargo de senador. É um desejo meu e é necessário criar esse desejo também na classe política do partido e na população.

Você é um homem de sucesso na música, na vida empresarial e, agora, mais recentemente na política. Quais dessas atividades são mais difíceis e quais as mais fáceis de levar?

Eu me envolvo com seriedade em tudo o que faço e, tendo seriedade, não há facilidade. No campo profissional é difícil. A música, por exemplo, ainda que as pessoas encarem como entretenimento, é um mercado competitivo, desleal, que ainda não é tão regulamentado, mas que eu consegui vencer, e foi o primeiro mercado que eu desbravei. Então, eu diria que o que mais me dá prazer na vida é continuar cantando, o que não impede as minhas ações empresariais e políticas. Até por isso que eu me aventurei e estou de cabeça nesse processo político, mas música é o segmento que mais domino.

De menino pobre da periferia a uma pessoa bem sucedida. Em sua opinião, o negro é mais discriminado quando está no gueto ou quando tem sucesso?

Na verdade não muda muito, o que acontece é que quando você tem dinheiro fica muito mais resistente às ações preconceituosas que te atacam. Quando você não tem essa condição financeira para se defender, é muito mais sensível e vulnerável, mas seu coração sente do mesmo jeito, a não ser que você tenha deixado de ser negro.

Certa vez você disse que se tivesse 10% de apoio governamental do que foi investido na TV Brasil, a TV da Gente seria um sucesso. Não houve apoio algum naquele projeto?

Não teve mesmo e, por incrível que pareça, eu tomei a iniciativa de montar a TV da Gente exatamente no ano em que o presidente Lula estava assumindo pela primeira vez o seu mandato. Com isso achei que seria uma ótima oportunidade, que ali a gente causaria uma grande revolução, porque ele (Lula) entende e as idéias coincidiam com as questões étnicas a serem discutidas na TV, mas infelizmente ao invés de apoiar a TV da Gente, ele partiu para o projeto da TV Brasil. Diria que a nossa população até hoje não sabe o que é. Se você perguntar no gueto o que era a TV da Gente, todos saberão responder. Com a quantidade de recursos que foi empregada na TV Brasil, se a gente tivesse 10% desse valor, a situação seria outra!

Qual a principal lição que a experiência da TV da Gente lhe deu?

Que precisamos montar um senso crítico. Infelizmente a imprensa deturpou muito o projeto, dizendo que era um programa de negros para negros, que era uma TV racista, da mesma forma que se fala da Revista Raça Brasil. Quando isso aconteceu, o mercado publicitário criou uma aversão à TV, desta forma não vieram recursos e, não tendo recursos do governo você não consegue pagar as contas. Então, sinto que o principal motivo da queda do projeto em São Paulo foi o fato de termos falado muito, feito muito barulho em cima da TV da Gente sem ter os apoios políticos e a imprensa correta do nosso lado.

A violência de jovens negros mortos nas periferias é assustador, você mesmo já teve um irmão assassinado. Agora, como político, pensa em fazer algo a respeito?

Penso sim, inclusive o remédio que eu proponho é antigo para uma doença também antiga. As pessoas só saem da periferia para o centro porque não existe estrutura. Se eu puder levar carinho, esporte, educação, música e emprego para a periferia, o jovem não vai querer sair de lá. Se ele tiver a oportunidade de participar de uma ONG como eu... Pude escolher entre o tráfico e várias atividades, escolhi a música. Terei feito a minha parte se conseguir levar isso às periferias. Eu montei um sonho e não vou conseguir fazer sozinho, nem de imediato, mas a minha contribuição para a política vai ser sim para diminuir a mortalidade juvenil do jovem negro.

O que os eleitores podem esperar do vereador Netinho de Paula?

Eu pretendo ser um político combatente, não diria polêmico, mas se a função de vereador é ser fiscal, então vou ser fiscal. Não me incluo numa oposição ignorante e burra ao prefeito Gilberto Kassab. A minha oposição é responsável porque ele foi um homem escolhido pela população. Quero ser criterioso, propor leis e também fiscalizar as leis que estão sendo propostas e estabelecidas na cidade de São Paulo a partir do meu mandato.

Netinho no SBT

E depois de muita negociação, ele volta a apresentar um programa na televisão, um desejo antigo desde o fim do Domingo da Gente, na Record, em 2005. As negociações com o SBT se arrastam desde o ano passado, mesmo antes de Netinho tentar uma vaga na Câmara Municipal de São Paulo. "Basicamente terá o mesmo formato do antigo programa, inclusive com quadros de sucesso como o Dia de Princesa", afirma o vereador, que deve estrear na emissora de Silvio Santos no início de maio. A atração terá a direção de Marlene Matos e será exibida nas tardes de sábado. Para Netinho, o novo compromisso não atrapalhará a sua carreira política. "Eu tinha uma enorme vontade de fazer televisão outra vez e agora isso é uma realidade. Mas os meus eleitores podem ficar tranquilos, nada vai mudar", avisa.





por MAURÍCIO PESTANA | foto RAFAEL CUSATO / Revista Raça Brasil

Gripe suína deixa autoridades da África do Sul em alerta

Por Meire Gomes

Monitoramento é reforçado apesar de nenhum caso ter sido registrado.
Gripe já afetou 14 países no mundo



A gripe suína não chegou na África do Sul, mas já deixou as autoridades em alerta. O diretor executivo de Saúde da Cidade do Cabo, Ivan Bromfield, disse à imprensa nesta semana que as autoridades da região estão bem preparadas para reagir à doença e que estão realizando um permanente monitorando internacional.

Wilmot James, diretor do Instituto de Instrução do Genoma, comunicou que a organização não havia recebido nenhum relatório sobre casos suspeitos em nenhum lugar da África do Sul.

May 01, 2009

Concurso "100 Anos de Solano Trindade"

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O CEAP - Centro de Articulação de Populações Marginalizadas realiza há três anos, com o patrocínio da Petrobras, o Concurso de Redação Camélia da Liberdade. Este ano o tema é "100 anos de Solano Trindade, o poeta do povo" destinado aos alunos das escolas de Ensino Médio das redes pública e particular e, também, aos alunos dos cursos de pré-vestibulares populares com recorte racial, dos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

O Concurso de Redação tem por finalidade, além do estímulo à leitura e à escrita, a consolidação da Lei nº 10.639/03. As instituíções inscritas no Concurso receberão um kit contendo o material de apoio a ser trabalhado nas escolas.

- No Rio de Janeiro as inscrições serão realizadas entre 20 de março e 20 de maio de 2009. Portanto, ainda dá tempo. O resultado da classificação das redações do estado será divulgado no dia 30 de junho de 2009.

- Em São Paulo as inscrições serão realizadas no período de 01 de maio a 30 de junho de 2009. O resultado da classificação das redações do estado será divulgado no dia 10 de agosto de 2009.

- Só estarão habilitadas as 250 primeiras instituições de ensino de cada estado a se inscreverem.

- Os prêmios vão de laboratório de informática para as escolas vencedoras a computadores para os alunos.

Maiores informações: http://www.portalceap.org/

SP: Pílula de Cultura Feira Preta edição especial."121 Anos do quê?"

A Fnac Pinheiros e a Casa das Caldeiras se preparam para receber as Pílulas de Cultura Feira Preta. Com uma proposta colaborativa, a Pílula de Cultura Feira Preta realiza uma edição dedicada a Abolição da Escravatura. A miscelânea de diferentes vertentes artísticas proporciona o intercâmbio e a reflexão sobre a cultura negra hoje, passado os 121 anos de libertação dos escravos.

O evento está programado para os dias 03 de Maio (domingo), na Casa das Caldeiras e 13 de Maio (quarta-feira) na Fnac Pinheiros. Em 2009, a abolição da escravatura no Brasil completa 121 anos. O Brasil foi o último país nas Américas a extinguir a escravidão. Promovida pela Pretamultimidia em parceria com a Casa das Caldeiras, Fnac e o projeto Trusty, a edição do evento reafirma a reflexão sobre "Qual É O Espaço da Cultura Negra Hoje", trazendo intervenções culturais contemporâneas afro-brasileiras.

Dia: 03 de Maio 2009 - Horário: 16:00 às 21: 30
Local: Av. Francisco Mata razzo, 2000 - Barra Funda

Descrição do evento:

Será montada uma programação especial, para refletirmos sobre a abolição. A programação abrigará intervenções de literatura, exibição do curta "Dê sua idéia, Debata". Em Novembro de 2007 algumas pessoas que militam no movimento negro, foram convidadas á darem suas idéias de bata sobre Afrocentrismo, Diáspora Africana, Classificação Racial e outros temas atrelados sobre debate de relações raciais. As integrantes da Odun Formações & Produção colheram os depoimentos, vestiram suas batas e durante o ano de 2008 trabalharam da finalização do documentário.

O público será convidado a interagir com a roda e performances improvisadas juntamente com o bate papo, tendo como tema 121 Anos do que? Exposição de fotos e artes plásticas, oficinas de tecido s africanos com Jaergenton, e tambores com o percussionista Zé Benedito.

E para finalizar o domingão cultural, o coletivo multimídia Trusty apresenta o projeto "Ha Ha Ragga", com o intuito de implantar uma nova cara as festas de Reggae Music que acontecem no momento, aqui e também no mundo inteiro. Dancehall é um estilo inovador, popular na Jamaica que nasceu no fim dos anos 70. O estilo moderno do dancehall é híbrido e caracteriza um DJ ou um "MC-jay" que canta e produz as próprias batidas com colagens de reggae ou com recursos musicais originais. E para essa edição do dia 03 de Maio , em combinação perfeita na Casa das Caldeiras, os projetos residentes Pílulas de Cultura e Trusty, promovem o primeiro Festival de Dancehall do Brasil, com o melhor do Ragga ao vivo com a Banda Q.G Imperial com participação de Arcanjo Ras - Pump Killa - Jimmy Luv - Sambatuh & Lei Di Daí. E ainda, Poetiza, Flai Thunda, Lyson Fire, Raggademente (Brasilia), Victor Binghi I (Rio de Janeiro), Alien Man. Acompanhados pelos Selectas: Lord C. Lecter, Chars inDUBtavel e M.ATTA.