PROJETO NEGROS E NEGRAS EM MOVIMENTO

Objetivos: - A contribuição do negro na formação social brasileira - A discriminação racial no Brasil. Movimentos de resistência de negros pela cidadania e pela vida; - Políticas sociais e população negra: trabalho, saúde, educação e moradia; - Relações étnico-raciais, multiculturalismo e currículo; - Aspectos normativos da educação de afro-brasileiros. - EMAIL PARA CONTATO: negrosenegras@gmail.com

January 28, 2009

Quilombolas entram na pauta do Fórum Social Mundial 2009

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Os Quilombolas serão assunto de discussão e reflexão no Fórum Social Mundial (FSM) 2009, que começa nesta terça-feira (27), em Belém, PA. O diretor de Proteção do Patrimônio Afro-Brasileiro da Fundação Cultural Palmares, Mauricio Reis, vai participar da mesa-redonda que reúne dez debatedores sobre o Programa Brasil Quilombola e a Agenda Social Quilombola no dia 30 de janeiro, às 13h30, no Espaço Cultura e Saúde.

A mesa faz parte de uma oficina que visa promover o debate sobre as políticas públicas de promoção da igualdade racial e também pretende promover a troca de experiências e a visibilidade do Programa Brasil Quilombola, instituído pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).

Vão participar da oficina lideranças quilombolas do Pará, dez representantes de comitês gestores do Programa Brasil Quilombola em outros estados, comunidades quilombolas em geral, militantes do Movimento Social Negro, representantes dos movimentos sociais, pesquisadores e simpatizantes da temática e gestores públicos. A oficina é aberta ao público em geral.

A oficina inicia-se no turno da tarde. A segunda etapa vai ser destinada aos encaminhamentos, que vão ser sistematizados em um painel final. Também está programada para as 9h da manhã uma roda de debates com a presença dos parceiros colaboradores e patrocinadores do Espaço Cultura e Saúde, entre eles a Seppir, com a participação do intelectual e sociólogo da Universidade de Coimbra Boaventura de Sousa Santos.

Os eixos temáticos norteadores são: Eixo I - Acesso à Terra, a produção da Riqueza e a Reprodução Social, Eixo II - Infra-Estrutura e Qualidade de Vida, acesso às Riquezas e a Sustentabilidade, Eixo III - Inclusão Produtiva e Desenvolvimento Local, a partir da perspectiva da afirmação da Sociedade Civil e dos Espaços Públicos e Eixo IV: Direito e Cidadania, Poder Político e Ética na Nova Sociedade. Tais temas vão conduzir as reflexões em torno do contexto do Programa Brasil Quilombola na atualidade e a otimização da Agenda Social Quilombola enquanto política pública.

Programa Brasil Quilombola - Foi criado em 2004 pelo governo federal, por meio da Seppir, como uma política de Estado para as áreas remanescentes de quilombos. O programa mantém uma interlocução permanente com os entes federativos e as representações dos órgãos federais nos estados, no intuito de descentralizar e agilizar as respostas do governo para as comunidades quilombolas. As áreas de atuação do programa envolvem a terra, a promoção da igualdade racial, a segurança alimentar, o desenvolvimento e assistência social, a saúde, a infra-estrutura, a geração de renda, o gênero, os direitos humanos, o meio ambiente, os esportes e a previdência social.

Fórum Social Mundial - É um espaço aberto de encontro, que estimula de forma descentralizada o debate, a reflexão, a formulação de propostas, a troca de experiências e a articulação entre organizações e movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional, pela construção de um outro mundo, mais solidário, democrático e justo. Este ano, Belém do Pará sedia o FSM. As três primeiras edições do FSM, bem como a quinta edição, aconteceram em Porto Alegre, Rio Grande do Sul (Brasil), em 2001, 2002, 2003 e 2005. Em 2004, o evento mundial foi realizado pela primeira vez fora do Brasil, na Índia. Em 2006, sempre em expansão, o FSM aconteceu de maneira descentralizada em países de três continentes: Mali (África), Paquistão (Ásia) e Venezuela (Américas). Em 2007, voltou a acontecer de maneira central no Quênia (África).


Para saber maiores informações sobre a programação do Fórum Social Mundial 2009 acesse:

www.fsm2009amazonia.org.br



Fonte: Fundação Palmares

O Rio e a Igualdade

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Por Bruno Augusto


Rio - O cientista social, Carlos Alberto Medeiros, assumirá a Coordenadoria Especial de Promoção da Igualdade Racial, criada pelo prefeito Eduardo Paes, e já definiu metas: implantar a Lei 10.639, enfrentar a anemia falciforme, apoiar os quilombos e combater a discriminação no mercado de trabalho. Leia Mais.
Ativista do movimento negro desde os anos 70, um dos fundadores do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras do Rio, Medeiros, 60 anos, é presidente do Centro Brasileiro de Informação do Artista Negro (Cidan), fundado em 1.984, pela atriz Zezé Mota e foi um dos subscritores do documento entregue ao STF em defesa das cotas e ações afirmativas.

A nomeação de Medeiros para a Coordenadoria criada por Paes, e que terá status de Secretaria, foi precedida de uma polêmica entre lideranças negras por conta de um documento sem assinaturas lançado por negros ligados ao PMDB carioca e endereço a Paes, expresssando decepção por “absoluta falta de comunicação com aqueles que não medeiram esforços para organizarem esse segmento na sua campanha”. O documento nunca teve a autoria assumida.

A indicação de Medeiros, segundo se sabe, foi feita pelo ministro chefe da Secretaria da Igualdade Racial (Seppir), deputado Edson Santos, que integra o grupo político da ex-governadora Benedita da Silva e o ex-deputado cassado José Dirceu.

A posse de Medeiros ainda não foi marcada, mas deve acontecer até o final deste mês.

Leia, na íntegra, a entrevista de Medeiros para a Afropress..

Afropress - Quais serão as suas prioridades à frente da Coordenadoria Especial da Igualdade Racial, com status de Secretaria criada pelo prefeito Eduardo Paes?

Carlos Alberto Medeiros - Trata-se, na verdade, de uma Coordenadoria Especial com status de Secretaria. Nossas prioridades são: a implementação da Lei 10.639; o enfrentamento da anemia falciforme; o apoio aos remanescentes de quilombos do Sacopã, Marambaia e Pedra do Sal; o combate à discriminação no mercado de trabalho, incluindo a realização de pesquisas capazes de comprová-la, como os chamados "testers"; a luta contra a intolerância religiosa; a revitalização do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Negro (Comdedine) e do Centro Cultural José Bonifácio. Tudo isso será feito em parceria com órgãos dos governos municipal, estadual e federal (particularmente com a SEPPIR), com organismos internacionais e também com organizações da sociedade civil.

Afropress - Como será a interlocução com a sociedade, em especial com os Movimentos Sociais Negros - suas entidades e articulações?

Medeiros - Sou, antes de tudo, um militante do movimento social, com o qual pretendo manter um diálogo constante.

Afropress - Qual a estrutura da Secretaria e o orçamento do novo órgão?

Medeiros - Minha nomeação se deu sexta-feira última, e estamos num feriado prolongado devido ao Dia de São Sebastião, padroeiro da cidade, de modo que ainda desconheço orçamento e estrutura. Só sei que serão enxutos.

Afropress - Faça as considerações que julgar pertinentes.

Medeiros - Encaro o cargo que me foi oferecido como um imenso desafio. Espero vencê-lo, fazendo dessa Coordenadoria uma referência positiva para todo o Brasil. O Rio tem essa característica de caixa de ressonância, o que aumenta a responsabilidade, ao potencializar os resultados. O primeiro passo é a montagem de uma equipe competente e comprometida, sem o que a tarefa se torna impossível. Depois, vamos seguir nossas prioridades e estabelecer uma aproximação com nossos potenciais parceiros. Teremos de vencer prevenções mostrando trabalho.



Fonte.: site Afropress

January 23, 2009

Dica de culinária

Hoje é sexta, dia 22 de janeiro... que tal experimentar uma comida diferente e deliciosa nesse fim de semana? O blog Projetos Negros e Negras em Movimento dá a dica de uma comida africana maravilhosa... Que tal?


Cuscuz com Atum
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Cuscuz é um prato originado do Maghreb, região do norte de África.

Além do Brasil, o cuscuz também é consumido em outros países da América Latina e Portugal.

Veja como preparar..

Ingredientes:

• ½ xícaras (chá) de óleo
• 1 cebola média picada
• 1 dente de alho picadinho
• 1 xícara de (chá) de cenoura picadinha
• 1 lata de ervilha
• 1/2 xícara de (chá) de azeitonas verdes
• 1/2 xícara de (chá) de cheiro verde
• 1 lata de molho de tomate
• 2 xícaras de (chá) de água quente
• 3 xícaras de (chá) de farinha de milho
• • 4 colheres de (sopa) de farinha de mandioca
• 2 latas de Atum
• Sal e molho de pimenta á gosto

Modo de Preparo:

Coloque em uma panela o óleo, a cebola e o alho até começar a dourar.
Acrescente a cenoura picadinha e as azeitonas, deixe refogar um pouco.
Coloque a ervilha, o cheiro verde o molho de tomate e a água quente e deixe ferver. Acerte o sal e a pimenta.
Acrescente o Atum e a farinha de mandioca e a farinha de milho. Mexa bem.
Passe óleo em uma vasilha e decore com rodelas de tomate, fatias de palmito, ervilhas, atum, azeitonas e folhas de alface .

Servir quente.

Para montar o Cuscuz:
• Fatias de Palmito
• Fatias de tomate e tomate Cereja
• Atum
• Folhas de Alface Roxa

Proteção Integral

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Por Meire Gomes


Há muitos mitos sobre os efeitos do Sol sobre a pele negra. Desde que negro não precisa usar protetor solar, não queima, até que não está sujeito aos efeitos danosos do astrorei. Desvendamos aqui algumas dessas lendas e indicamos como manter a pele linda e protegida na estação do calor


O sol de verão não costuma intimidar os negros deste nosso país tropical. A maioria acredita que, graças à alta quantidade de melanina na pele, leva vantagem em relação às pessoas mais claras na hora de se expor aos raios ultravioleta. Embora a melanina funcione como um filtro natural, aumente a imunidade cutânea contra algumas doenças e evite que os negros descasquem ou fiquem vermelhos, não significa que alguns cuidados podem ser ignorados.

Além da atenção com os horários de sol mais forte (das 10 às 16h), a utilização de bonés e protetor solar com fator 15 é a recomendação do dermatologista Claudio Mutti, da Clínica Visia. "A exposição aos raios UVA e UV causa imunodeficiência, seja qual for a cor da pele. E ao contrário do que muitos pensam, os negros adquirem rugas em decorrência do excesso de sol", adverte.

Embora a melanina funcione como um filtro natural não significa que alguns cuidados podem ser ignorados. O filtro solar é indispensável!

O especialista também ressalta que os negros não estão imunes ao câncer de pele, embora, de fato, a pele seja um pouco mais resistente do que a do branco. A dermatologista Carla Albuquerque aponta outro efeito nefasto da incidência solar: o aumento de acne e foliculite, devido ao funcionamento potencializado das glândulas sebáceas.

"Quando ocorrer o aparecimento de cravos e espinhas, deve-se evitar espremer, porque podem provocar manchas escuras, efeito do aumento da ação dos melanócitos (células que produzem a melanina)". No caso de aparecimento de manchas, deve-se observar a colora-ção. Quando clara é sinal de desidratação, o que significa que a hidratação deverá ser intensificada.

No caso de mancha escura, deve-se usar filtro solar maior ou igual a 30 direto nas manchas e reforçar com cremes clareadores à noite. "É importante consultar um dermatologista para que ele possa detectar a natureza das alterações e indicar o melhor tratamento", reforça dra. Carla. O também dermatologista Fernando Bezerra atenta para os tratamentos estéticos, bastante procurados nesta época do ano, como peelings e lasers para remoção de manchas e pêlos.

"Em qualquer pele, devem ser feitos com cautela, mas o negro exige um preparo da superfície antes da aplicação, já que possui maior predisposição à hiperpigmentação". Todo cuidado é pouco e deve-se evitar tomar sol durante o tratamento.

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Para não correr riscos e aproveitar o melhor do verão mantendo a pele saudável e hidratada, veja algumas dicas preciosas. Fernando Bezerra ensina uma receita caseira rica em vitamina A, C e silício. "Bata no liquidificador cenoura, laranja, raspas de limão e damasco. Coe e beba à vontade". Simples e eficiente.

Já a esteticista Alessandra Scorse Costa sugere que o kit de limpeza facial diário deve estar sempre à mão e recomenda higienização pela manhã e à noite, uso de tônico equilibrante, filtro solar e esfoliação uma vez na semana. Para o corpo também é necessário ter hidratante e esfoliante que ajudem na remoção de células mortas, principalmente em caso de descamação pós-sol.

Outra dica para exibir uma pele saudável e bem tratada é beber pelo menos dois litros de água por dia, tomar banhos rápidos e não muito quentes, optar pelo uso de sabonetes hidratantes e evitar o uso de bucha. Aplicar um creme ou loção indicada para peles negras, também é uma boa pedida.

MITOS E VERDADES

Queimaduras solares freqüentes durante a vida predispõem ao câncer de pele? VERDADE. O sol em excesso causa alterações no DNA das células, aumentando o risco de desenvolver câncer de pele.

Manchas e pintas na pele sempre têm relação com o sol? DEPENDE. Depende da predisposição genética da pessoa ou até de alterações hormonais, como o uso de anticoncepcionais e gravidez. Mas o sol tem uma contribuição importante para o surgimento de manchas. Sem proteção, ele ativa a melanina da pele, o que acaba causando manchas e sardas.

Pele bronzeada é sinônimo de pele saudável? MITO. Ao contrário do que muitos pensam, a pele bronzeada está, na verdade, criando uma defesa. Com o sol em excesso as células começam a produzir mais melanina com o objetivo de proteger a pele.

O número do protetor solar tem relação com a cor da pele? MITO. Independente do tipo de pele, deve-se usar sempre protetor solar. Usando um filtro com FPS 15, a pele levará 15 vezes mais tempo para ficar vermelha do que sem proteção. É importante lembrar que o protetor deve ser passado em quantidade generosa por todo o corpo 30 minutos antes da exposição solar.

Lâmpadas fluorescentes também fazem mal para a pele? VERDADE. Esse tipo de luz também emite raios ultravioleta. Caso a pessoa fique muito tempo em um ambiente com essa luz ou muito próxima, é recomendável usar o protetor solar.

Protetores físicos como bonés e guarda-sol substituem o protetor? MITO. Eles devem, sim, ser usados, mas como um complemento ao protetor solar. É ideal que o guarda-sol seja grosso para bloquear bem a passagem do sol. Não podemos deixar de proteger as orelhas, os olhos e os lábios (há protetores específicos para essas regiões que não devem ser dispensados).



Fonte: Valéria Marcondes, dermatologista

Delegações do Brasil e Senegal preparam o FESMAN para dezembro

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O ministro da Cultura interino, Roberto Nascimento, e o presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP/MinC), Zulu Araújo, reuniram-se com o ministro da Cultura senegalês, Mame Birame Diouf, na tarde desta quinta-feira, 22 de janeiro, na sede do Ministério da Cultura, em Brasília. Em pauta, a programação do III Festival Mundial das Artes Negras (III Fesman), que acontece entre os dias 1º e 21 de dezembro de 2009em Dacar, no Senegal, e que terá o Brasil como país convidado de honra.

Na reunião, as delegações definiram a data de lançamento oficial do evento no Brasil, que será dia 25 de maio, com as presenças dos presidentes dos dois países, Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Abdulaye Wade, do Senegal. Definiram também a data da reunião do Comitê Internacional, nos dias 1º, 2 e 3 de março, com a presença do ministro da Cultura do Brasil, Juca Ferreira, e de Zulu Araújo, ambos coordenadores da comitiva brasileira do III Fesman.

O ministro brasileiro disse que é uma grande honra ser homenageado pelo Senegal, em função do histórico relacionamento do Brasil com o país africano, e destacou que o grande objetivo do Ministério da Cultura é estreitar cada vez mais os laços com os senegaleses. O senegalês Mame Birame Diouf ressaltou que a reunião é muito importante, pois está sendo realizada em um país escolhido para ser homenageado e que terá um papel relevante no Festival. "O Brasil tem uma liderança muito grande na América Latina e na Comunidade Negra, por isso esse encontro de hoje é primordial. O povo senegalês espera ansiosamente pelos brasileiros", disse.

O presidente da Fundação Palmares declarou que o MinC prossegue cumprindo rigorosamente o cronograma já acordado em outras reuniões. Segundo Zulu Araújo, já foram criados os Comitês MinC e Comitê Nacional para o Fesman, além da primeira disponibilidade financeira, da ordem de R$ 3 milhões. Zulu Araújo relatou ainda a previsão de dois grandes eventos pré-Fesman: o 1° Fórum Nacional de Performance Negra para a Dança e Teatro, a ser realizado em Salvador, e o 2° Encontro sobre Renascimento Africano, previsto para acontecer no Rio de Janeiro.

III Festival Mundial das Artes Negras - É a maior reunião das artes e da cultura negra do mundo. Foi idealizado pelo ex-presidente do Senegal, Léopold Sédar Senghor, na década de 1960, com o tema "Significação da Arte Negra pelo Povo e para o Povo"; o segundo foi realizado na Nigéria, em 1977, com o tema "Civilização Negra e Educação". Neste ano, irá homenagear o Brasil, com o tema o "Renascimento Africano". A homenagem se deve principalmente ao fato de o Brasil abrigar a segunda maior população negra mundial depois da África. A maior novidade desta edição é a grande repercussão que se dará ao evento com a participação de mais de 80 países. Quatro redes de satélites vão percorrer o mundo inteiro mostrando toda a programação, que será transmitida em cinco idiomas: inglês, francês, espanhol, português e árabe.



Fonte: Comunicação Social do Ministério da Cultura

Programa internacional seleciona projetos na área de Etnoeducação

O Programa Regional de Apoio às Populações Rurais de Ascendência Africana da América Latina (Acua), o Fundo Internacional de Desenvolvimento (FIDA) e o Convênio Andrés Bello (CAB) lançaram um edital para identificar estratégias e trabalhos realizados na matéria de etnoeducação que estejam sendo desenvolvidos por líderes, grupos e organizações comunitárias afro-descendentes, que estejam funcionando e que dêem respostas às necessidades e características de suas comunidades.

No total, serão selecionadas 10 experiências para participarem do evento "Etnoeducação para o desenvolvimento: uma visão a partir do afro" que será realizada em Guayaquil - Equador, nos dias 13, 14 e 15 de abril de 2009.

O Programa apoiará as experiências ganhadoras com quinhentos dólares (USD $500) a cada uma das selecionadas, destinados à preparação e elaboração do material necessário para sua apresentação no referido evento. De forma complementar, serão cobertos todos os custos de deslocamento e alojamento de um representante de cada projeto.

Podem participar da seleção líderes, comunidades rurais e territórios tradicionais afro-descendentes da Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Venezuela - que estejam realizando trabalhos relacionados com etnoeducação. Podem ser instâncias educativas formais nos diferentes graus, trabalhos extracurriculares, iniciativas comunitárias que envolvam mulheres e jovens, entre outras. As propostas etnoeducativas apresentadas deverão ser inovadoras, apresentar novos conhecimentos e contribuir para a geração de novas alternativas educacionais.


Link para acessar o edital:

http://www.palmares.gov.br/_temp/sites/000/2/download/Acua_Edital_2009.pdf

Link para acessar o formulário de inscrição:

http://www.palmares.gov.br/_temp/sites/000/2/download/Acua_Formulario_de_Inscricao_2009.doc

No ano passado, outro projeto do Programa Acua contemplou três comunidades quilombolas no Brasil com um aporte financeiro de 20 mil dólares, durante um período de dois anos, pela sua relevância em ações de sustentabilidade, desenvolvidos para a melhoria da qualidade de vida nessas comunidades. Os projetos brasileiros contemplados foram:

Espaço Cultural Vovó Conceição (Aso Orisa; Roupas de Santo - confecção);
Associação da Comunidade Quilombola de Cocalinho (A arte do saber, saberes e fazeres de uma comunidade quilombola - artesanato);
Sociedade Beneficente de Defesa do Terreiro Sogboadã (Cabeça de Negra; Ensino da cultura dos trançados e turbantes, costumes e tradições de beleza e auto-estima).
A informação do edital também está disponível no site do Programa: www.programaacua.org - no link "documentos de interesse" - ou na página do Convênio Andrés Bello: www.convenioandresbello.org




Fonte: Fundação Palmares

Atenção Campinas - SP: Shopping em Campinas recebe exposição "Cultura Negra"

Até o dia 31 de janeiro, o Poupatempo Campinas Shopping - um programa do Governo do Estado de SP - recebe a Exposição "Cultura Negra", com telas que retratam personalidades como Barack Obama e Nelson Mandela.

A mostra conta com obras feitas a partir de uma nova técnica de pintura, idealizada pelo artista plástico Elvis da Silva. A "Técnica de Observação no Escuro" (TOE) consiste na utilização de cores opostas e complementares que se sobressaem e se tornam visíveis no decorrer da observação. O resultado, perceptível após 40 segundos para o observador que estiver na claridade diante da tela posicionada no escuro, é uma luminosidade fictícia.

A exposição, gratuita e aberta ao público, pode ser visitada durante todo o horário de atendimento do Poupatempo Campinas Shopping: de segunda a sexta-feira, das 9 às 19 horas, e aos sábados, das 8h às 14h.

O Poupatempo Campinas Shopping fica na Rua Jacy Teixeira de Camargo, 940 - Jardim do Lago - Campinas - São Paulo.



Fonte: Jornal de Vinhedo

January 21, 2009

Acho que não preciso nem comentar... apenas assista essas imagens; elas dizem por si só

Conheça Eric Holder; o 1º afro-americano a ocupar o cargo de Procurador-Geral da Justiça no governo de Obama

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Eric Holder, de 57 anos, advogado, será o primeiro afro-americano a ocupar a posição de Procurador-Geral da Justiça.

Entre as possíveis atribuições de Holder estará a desativação do campo de prisioneiros na base de Guantánamo, em Cuba, o que Obama apontou como uma das prioridades de seu governo.

Holder serviu como sub-procurador-geral durante o governo Bill Clinton e atualmente trabalha em um escritório de advocacia.

Ele é acusado de ser um dos que aconselharam Clinton a dar o perdão presidencial a Marc Rich, investidor acusado de crimes financeiros e evasão de divisas, no último dia de seu mandato presidencial, em 2001.

Holder foi um apoiador de primeira hora da candidatura de Obama à Presidência e auxiliou na escolha de Joe Biden como vice em sua chapa.

January 19, 2009

Obama sobe ao poder com mais de 80% citando otimismo

Com público estimado em 750 mil pessoas, que aglutinadas disfarçavam o frio perto de 0ºC na tarde de ontem em Washington, um show com nomes de primeiro time celebrou Barack Obama e ratificou mais uma vez a euforia popular com a qual ele assume amanhã a Casa Branca.

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Obama e a mulher, Michelle, no show realizado ontem no Lincoln Memorial, em Washington; cerimônia de posse será amanhã (20)


Duas pesquisas divulgadas pela manhã colocaram números nessa imagem. Na New York Times/CBS News, mais de 80% dos americanos estão otimistas para seu governo --taxa ao menos nove pontos percentuais superior às dos últimos seis presidentes. Na aferição Washington Post/ABC News, o mesmo percentual tem imagem "favorável" a ele.

Para as perguntas sobre como usará a notória expectativa popular em seu favor, uma resposta ressonante foi dada no fim de semana. Obama lançou o projeto "Organizando-se pela América", em que convoca grupos comunitários que se engajaram em sua campanha para se filiarem a uma nova rede na internet, por meio da qual poderão, diz Obama, "continuar organizando e trazendo mais gente para o processo político".

Na prática, ele tenta reforçar a base de apoio para projetos do governo em ações de voluntariado e arrecadação de dinheiro, mas também de pressão política sobre legisladores e Estados. Assim, quer importar para a Casa Branca o conceito de revolução "de baixo para cima", que o impulsionou na eleição.

A boa notícia para o próximo presidente é que o público que espera tanto de seu governo também está disposto a ter paciência. Na pesquisa do "Times", uma minoria prevê mudança efetiva em áreas prioritárias no primeiro ano de governo (na economia, 17%, e em saúde pública, apenas 9%). A consulta ouviu 1.112 adultos entre 12 e 15 de janeiro (a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos). O número de "otimistas" (80%) é o maior desde a pesquisa começou, no governo de Jimmy Carter (1977, 70%).

Desde então, George W. Bush entrou na Casa Branca com a menor taxa de esperança (64%) e saiu dela com o pior índice de aprovação presidencial de todos os tempos: 22%.


Chão de estrelas


Apesar de a posse de amanhã ser a mais cara da história (mais de US$ 150 milhões), Obama anunciou o corte da verba para fogos de artifício para o Concerto de Posse, de ontem, para economizar --e assim mostrar sintonia com os americanos diante da crise econômica.

As relações de proximidade e distância com o povo oscilam. Ontem, no show no Memorial Lincoln --que teve estrelas como Bono, Beyoncé e Garth Brooks--, a família presidencial ficava no palco protegida por um aquário blindado. Por outro lado, os simpatizantes de Obama compartilharão um dos momentos mais exclusivos da posse: os bailes de gala.

O site MyBarackObama, rede social criada para sua campanha por um fundador do Facebook, convocou os mais de 1 milhão de militantes cadastrados a organizar seus próprios bailes com a comunidade e partilhar juntos da posse, como se fosse Natal ou Ação de Graças.

"Obama é agora como se fosse da minha família. Essa posse também é minha", disse Elisabeth Patrick, vinda de Indiana para a posse.

O Memorial Lincoln foi onde Martin Luther King fez, em 1968, o discurso histórico "Eu tenho um sonho". Obama --que celebra hoje o feriado pelo líder negro-- disse para a multidão: "Vocês vieram por acreditar no que esse país pode ser e vão nos ajudar a chegar lá".


Obama conta o que seu pai fez com homem que o chamou de "macaco"; leia trecho


Barack Obama, o 44º presidente dos Estados Unidos a partir de 20 janeiro, mal conviveu com seu pai, o queniano Barack Obama Sr. Quando Obama ainda era criança, o casamento de seus pais terminou, seu pai retornou à África, e sua mãe, a americana Ann Dunham, casou-se com o indonésio Lolo Soetoro, que tornou-se padrasto do jovem menino.

Mesmo distante de seu pai biológico, Obama cresceu ouvindo histórias sobre ele contadas por sua mãe e seus avós. Obama conta uma delas no livro "A Origem dos Meus Sonhos" (Editora Gente), autobiografia na qual revela a sua história, a história de sua família e a forma como encara o mundo.

A narrativa começa com o pai de Obama sendo chamado de "macaco" por um americano branco em um bar do Havaí. E termina com esse mesmo americano oferecendo dinheiro para o pai de Obama, na tentativa de comprar o seu perdão pelo xingamento racista.

A história, narrada por Obama, pode ser lida na íntegra abaixo, em trecho retirado do livro "A Origem dos Meus Sonhos".

Que meu pai não se parecia nada com as pessoas em torno de mim -- que ele era negro como piche, e minha mãe, branca como leite -- mal foi registrado por minha mente. Na verdade, só me recordo de uma história que se referia explicitamente ao assunto de raça; à medida que eu crescia, ela se repetiria mais frequentemente, como se tivesse capturado a essência de moralidade que a vida de meu pai havia se tornado.

De acordo com a história, após longas horas de estudo, meu pai foi se encontrar com meu avô e vários outros amigos em um bar de Waikiki. Todos estavam alegres, comendo e bebendo ao som de uma guitarra típica havaiana, quando repentinamente um homem branco disse ao garçom, bem alto para todo mundo ouvir, que não se deveria tomar uma boa bebida "perto de um macaco". Houve um momento de silêncio, e as pessoas se voltaram para olhar meu pai, esperando uma briga.

Em vez disso, ele se levantou, caminhou em direção ao homem, sorriu e começou a discursar sobre o absurdo do fanatismo e da intolerância, a promessa do sonho americano e os direitos universais do homem. "Esse sujeito se sentiu tão mal quando Barack terminou", disse vovô, "que ele tirou 100 dólares do bolso e deu a Barack na mesma hora. Pagou todas as nossas bebidas e puu-puus [espécie de tira-gosto típico da cozinha havaiana] pelo resto da noite - e também o aluguel do seu pai pelo resto do mês".

Quando entrei na adolescência, passei a duvidar da veracidade dessa história e a deixei de lado com todo o resto. Até que, muitos anos depois, recebi um telefonema de um nipo-americano que dizia ter sido colega de faculdade de meu pai no Havaí e que, agora, dava aulas em uma universidade no Meio-Oeste dos Estados Unidos.

Ele foi muito educado, embora estivesse um pouco envergonhado por sua impulsividade. Explicou que havia lido uma entrevista comigo em um jornal local e que a menção ao nome de meu pai havia lhe trazido de volta muitas recordações. Então, durante o curso de nossa conversa, ele repetiu a mesma história que meu avô havia me contado, a história de um homem branco que havia tentado comprar o perdão de meu pai. "Nunca me esquecerei disso", disse-me o homem ao telefone; e na sua voz ouvi o mesmo tom que eu tinha ouvido do meu avô tantos anos antes, aquele tom de descrença -- e de esperança.

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"A Origem dos Meus Sonhos"
Autores: Barack Obama
Editora: Editora Gente
Páginas: 452
Quanto: Em torno de R$ 49,90


Obama foi confundido com manobrista e seguido por seguranças; leia depoimento.


A plena realização do sonho de Martin Luther King de viver em um país onde as pessoas são julgadas pelo caráter e não pela cor da pele ainda não aconteceu. Quem afirma é Barack Obama, que assume a presidência dos Estados Unidos amanhã (20).

"Sou capaz de relatar a ladainha usual de pequenos insultos que me foram direcionados: seguranças me seguindo quando entro em lojas de departamento, casais brancos que me jogam a chave de seus carros quando estou parado fora do restaurante esperando pelo valet, carros de polícia que me param por nenhuma razão aparente", diz Obama.

O "desabafo" do futuro presidente dos EUA está no livro "Audácia da Esperança - Reflexões Sobre a Reconquista do Sonho Americano" (Larousse, 2007), ensaio autobiográfico no qual Barack Obama fala sobre as tensões raciais nos EUA, sua vida e apresenta suas idéias para o país. No livro, ele também discute Bush e seu governo, a intervenção norte-americana no Iraque, o terrorismo islâmico e outros temas americanos.

No trecho do livro que pode ser lido abaixo, Obama usa exemplos de sua vida pessoal e indicadores sociais para comprovar seu argumento de que o racismo ainda não foi superado nos EUA.

Quando sou apresentado às pessoas, elas às vezes citam um trecho do discurso que fiz na Convenção Nacional Democrata de 2004 que pareceu causar comoção: "Não existem os Estados Unidos dos negros, os Estados Unidos dos brancos, os Estados Unidos dos descendentes de latinos ou os Estados Unidos dos descendentes de asiáticos - existem apenas os Estados Unidos da América". Para eles, essa idéia reflete uma visão dos Estados Unidos finalmente livres do passado de Jim Crow e da escravidão, dos campos de concentração japoneses e dos bóias-frias mexicanos, das tensões trabalhistas e dos conflitos culturais - um país que concretiza o desejo de Martin Luther King de não sermos julgados pela cor de nossa pele, mas pelo nosso caráter.

De certa forma, não tenho outra escolha a não ser acreditar nessa visão dos Estados Unidos. Como filho de negro com branca, nascido na "mistura de raças" do Havaí - e com uma irmã meio indonésia (que é normalmente confundida com mexicana ou porto-riquenha), um cunhado e uma sobrinha de ascendência chinesa, alguns parentes consanguíneos que parecem a Margaret Thatcher e outros que poderiam se fazer passar pelo Bernie Mac, de maneira que as reuniões familiares no Natal parecem uma reunião da Assembléia-Geral da ONU -, nunca tive como restringir minha lealdade com base na raça, ou medir meu valor baseado na minha tribo.

Além disso, acredito que parte da genialidade dos Estados Unidos deva-se à sua capacidade de incorporar os recém-chegados e construir uma identidade nacional com base nos diferentes povos que chegaram às nossas terras. Nisso recebemos a ajuda de uma Constituição que, apesar de ter sido estragada pelo pecado original da escravidão, tem em seu bojo a idéia de igualdade perante a lei; também contamos com a ajuda de um sistema econômico que, mais do que qualquer outro, ofereceu oportunidades a todos que tivessem potencial, sem considerar status, título ou classe social. É claro, os sentimentos de racismo e xenofobia têm minado repetidamente esses ideais; os poderosos e privilegiados têm muitas vezes explorado o preconceito para facilitar o favorecimento próprio. Mas, nas mãos dos reformistas, de Tubman a Douglass, Chavez e King, esses ideais de igualdade aos poucos moldaram a maneira como enxergamos a nós mesmos e possibilitaram o surgimento de uma nação cujo multiculturalismo assumiu uma forma única, diferente da de qualquer outro país.

Por fim, essas linhas em meu discurso descrevem a realidade demográfica dos Estados Unidos do futuro. Atualmente, no Texas, na Califórnia, no Novo México, no Havaí e no Distrito de Colúmbia, a maioria é hoje minoria. Mais de um terço da população de outros doze estados é composto de latino-americanos, negros e/ou asiáticos. Os latino-americanos já chegam a 42 milhões no país e são o grupo demográfico que mais cresce, respondendo por quase metade do crescimento populacional da nação entre 2004 e 2005; a população de origem asiática, embora bem menor, passou por um aumento similar e espera-se que cresça mais de 200% nos próximos 45 anos. Pouco depois de 2050, segundo projeções de especialistas, os Estados Unidos não serão mais um país de maioria branca. As conseqüências que isso trará para nossa economia, nossa política e nossa cultura ainda são impossíveis de prever com exatidão.

Mesmo assim, quando ouço os comentaristas dizendo que meu discurso é sinal de que chegamos à "política pós-racial" ou de que já vivemos em uma sociedade sem discriminação racial, preciso fazer uma ressalva. Dizer que todos formamos um só povo não é sugerir que nele as questões de raça foram superadas; nem que a luta pela igualdade foi vencida, ou que os problemas hoje enfrentados pelas minorias neste país são em grande parte causados por elas mesmas. Conhecemos as estatísticas: em quase todo indicador socioeconômico, da mortalidade infantil à expectativa de vida, da taxa de emprego à moradia própria, os negros e os latino-americanos continuam bem atrás dos brancos. Nos altos cargos executivos de todos os Estados Unidos, as minorias não estão representadas; no Senado, há apenas três membros latinos e dois asiáticos (ambos do Havaí); e ao escrever isso hoje, sou o único afroamericano no recinto. Sugerir que nossa atitude em relação a raça não tem um papel importante nessas disparidades é fechar os olhos para nossa história e experiência - e uma tentativa de nos livrar da responsabilidade de consertar a situação.

Além disso, embora minha própria criação dificilmente seja um exemplo típico da experiência afro-americana - e embora, por sorte e circunstância, eu hoje ocupe uma posição que me separa da maioria dos solavancos e contusões que o negro comum precisa enfrentar -, sou capaz de relatar a ladainha usual de pequenos insultos que me foram direcionados ao longo de meus 45 anos: seguranças me seguindo quando entro em lojas de departamento, casais brancos que me jogam a chave de seus carros quando estou parado fora do restaurante esperando pelo valet, carros de polícia que me param por nenhuma razão aparente. Sei como é ouvir gente dizer que não posso fazer algo por causa da minha cor, e conheço o gosto amargo da raiva ao engoli-la a seco. Também sei que eu e Michelle devemos estar sempre atentos em relação a algumas das histórias prejudiciais que nossas filhas poderão absorver - da televisão, de músicas, dos amigos e das ruas - sobre quem o mundo acha que elas são, e sobre o que o mundo imagina que deveriam ser.

Pensar a questão da raça de forma clara, portanto, exige que vejamos o mundo em uma tela dividida - para, enquanto olhamos sinceramente para a situação atual do país, termos em mente que tipo de nação queremos, a fim de reconhecer os pecados de nosso passado e os desafios do presente sem ficarmos presos ao cinismo ou desespero. Testemunhei uma profunda mudança nas relações raciais ao longo de minha vida. Fui capaz de senti-la com tanta clareza como alguém sente uma mudança de temperatura. Quando ouço algumas pessoas da comunidade negra negarem essas mudanças, penso que isso não apenas desonra os que lutaram pelo nosso interesse, mas também nos impede de completar o trabalho que eles começaram. Porém, por mais que insista em que as coisas melhoraram, também sei que na verdade melhorar não é o bastante.


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"Audácia da Esperança - Reflexões Sobre a Reconquista do Sonho Americano"
Autor: Barack Obama
Editora: Larousse
Páginas: 400
Quanto: Em torno de R$ 49,90



Fonte: Folha de S. Paulo

January 17, 2009

A modelo Samira Carvalho fala sobre a falta de modelos negras no Fashion Rio. Assista.

January 16, 2009

Quem se diz contra racismo fala muito mas age pouco, sugere pesquisa

Pessoas superestimam sua reação negativa a comportamento racista.
Preconceito inconsciente pode estar por trás de passividade
.


O que você faria se presenciasse uma cena de racismo explícito? Se crê que a sua primeira reação seria se rebelar contra a injustiça e repreender o responsável pelo preconceito, pense de novo -- porque, em geral, não é isso o que as pessoas fazem, de acordo com um estudo feito por pesquisadores canadenses e americanos. Segundo eles, enquanto na teoria quase todo mundo se diz contra o racismo, na prática bem menos gente toma uma atitude contra a discriminação.


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Seguindo uma longa tradição dos estudos nessa área, e a óbvia necessidade ética de evitar situações reais, os pesquisadores liderados por Kerry Kawakami, da Universidade de York (Ontário, Canadá), pediram a ajuda de atores, um negro e um branco. Eram os chamados confederados -- pessoas que fingem ser participantes normais de um experimento de psicologia, mas na verdade são agentes infiltrados pelo cientista.

No experimento, voluntários de verdade que não fossem negros chegavam a um laboratório, onde eram apresentados aos confederados, um negro e outro branco. Em dado momento, o ator negro pedia licença para ir buscar seu celular dentro do laboratório e esbarrava de leve no joelho do confederado branco. Aí, três coisas podiam acontecer: o ator branco não dizia nada; fazia um comentário "moderamente racista" ("Odeio quando negros fazem isso"); ou "extremamente racista" ("Que crioulo desastrado").

Teoria e prática

A chave do experimento é que, em alguns casos, os voluntários só liam uma descrição desse fato ou, no máximo, assistiam a um vídeo da cena; e, em outros, presenciavam a situação toda. Em ambas as situações, tinham de escolher com qual dos confederados iriam participar de um teste, além de preencher um questionário sobre seu estado emocional, negativo ou positivo.

O que aconteceu é que, quando só ficavam sabendo da situação, as pessoas relatavam muito mais sentimentos negativos e diziam preferir quase sempre o ator negro como companheiro de tarefa. No entanto, diante da situação real, tudo se invertia: havia relativamente pouco estado emocional negativo relatado, e o ator branco era o preferido como parceiro.

Os pesquisadores canadenses atribuem o resultado a uma provável falta de interiorização do antirracismo, ou seja, as pessoas conscientemente achariam que o preconceito é errado, mas inconscientemente não se sentiriam tão ofendidas quando o presenciam. Já Eliot Smith, da Universidade de Indiana, e Diane Mackie, da Universidade da Califórnia em Santa Barbara, que comentaram o estudo na revista especializada americana "Science", sugerem uma explicação diferente.

Para eles, o papel de participante num experimento científico pode distorcer as reações naturais das pessoas. Eles citam uma pesquisa clássica na qual as pessoas davam um suposto choque elétrico letal num ator quando o cientista pedia, mesmo notando a aparente dor do confederado. Nesse caso, a pessoa estaria totalmente focada na experiência, sem pensar nas implicações éticas da sua falta de reação ao racismo.



Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL948219-5603,00.html

Sobe o número de comunidades certificadas pela Fundação Cultural Palmares

Mais 16 comunidades remanescentes de quilombos foram certificadas pela Fundação Cultural Palmares. Oito delas estão localizadas no Maranhão, três na Bahia, duas em Minas Gerais, duas em São Paulo e uma no Rio Grande do Sul. A certificação foi publicada no Diário Oficial da União, em 31 de dezembro de 2008. Com essa última ação, o número de comunidades certificadas subiu para 1.305.

A certificação ocorreu conforme as declarações de auto-reconhecimento de cada comunidade, respeitando o Decreto nº 4.887/2003 e a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre os povos indígenas e tribais. A partir de agora, todas essas comunidades podem fazer parte de programas governamentais, como o Fome Zero e o Luz para Todos.

Na seqüência, o processo segue para o Incra, onde será elaborado o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) das comunidades. Depois do reconhecimento, segue a etapa de desintrusão, na qual são identificados os imóveis rurais dentro do perímetro da comunidade quilombola. Nesta fase, os imóveis particulares são desapropriados e as famílias não-quilombolas que se enquadrarem no Plano Nacional de Reforma Agrária serão reassentadas pelo Incra. A quarta e última fase é a titulação, na qual a comunidade quilombola recebe um único título correspondente à área total.

A Fundação Cultural Palmares é responsável por promover políticas públicas voltadas para a população negra, visando à preservação de seus valores culturais, sociais e econômicos e, ainda, pela promoção e apoio de pesquisas e estudos relativos à história e à cultura dos povos negros e pela inclusão dos afro-brasileiros no processo de desenvolvimento.


Procedimento


Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos os grupos étnicos raciais, segundo critérios de autodefinição de cada comunidade, desde que tenham trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com formas de resistência à opressão histórica sofrida.

Para a emissão da certidão de autodefinição como remanescente dos quilombos deverão ser adotados os procedimentos previstos no Decreto nº 4.887/2003 e na Portaria Interna da Fundação Cultural Palmares nº 98, de 2007. Os quilombolas devem fazer uma declaração de auto-reconhecimento e enviar para a FCP, que registra no Livro e emite a certidão.

Confira abaixo quais comunidades foram certificadas:

Paramirim das Creolas
Érico Cardoso/Bahia

Várzea Grande e Quixabeira
Livramento de Nossa Senhora/Bahia

Vargem Alta
Palmas do Monte Alto/Bahia

Lagoa Grande
Presidente Vargas/ Maranhão

Boa Hora do Puluca
Presidente Vargas/ Maranhão

Boa Hora I
Presidente Vargas/ Maranhão

Boa Hora
Presidente Vargas/ Maranhão

Sapucaial
Presidente Vargas/ Maranhão

Filomena
Presidente Vargas/ Maranhão

Lajeado
Presidente Vargas/ Maranhão

Fincapé I
Presidente Vargas/ Maranhão

Carrapatos da Tabatinga
Bom Despacho/ Minas Gerais

Bom Jardim
Visconde do Rio Branco/ Minas Gerais

Armada
Canguçu/ Rio Grande do Sul

Espírito Santo da Fortaleza dos Porcinos
Agudos/ São Paulo

José Joaquim de Camargo
Salto de Pirapora/ São Paulo




Fonte: Fundação Palmares

Países da África Meridional redobram esforços para combater cólera na região

As autoridades municipais da província de Limpopo, no norte da África do Sul, anunciaram ontem (15), planos de reestruturação da rede de distribuição de água potável em um esforço para conter um foco de cólera que surgiu no Zimbábue e que já afeta vários países da África meridional.

O número total de casos de cólera no Zimbábue é de 40.448 com 2.106 vítimas mortais, informa a Organização Mundial da Saúde (OMS), que especifica que o nível de mortalidade da doença no país é atualmente de 5,2%. O nível aceito internacionalmente como normal é de 1%.

Todos os países vizinhos ao Zimbábue colocaram em estado de alerta médico as regiões fronteiriças e as autoridades destas localidades efetuam controles estritos.

No posto Forbes de entrada em Moçambique, por exemplo, os viajantes procedentes do Zimbábue são forçados a lavar suas mãos em água com cloro, que também é usada para limpar os pneus dos veículos que cruzam a fronteira.

O plano da África do Sul para conter a expansão da doença em sua zona norte inclui o urgente reparo de avarias na infra-estrutura de distribuição de água, o envio de caminhões-tanque para áreas que não contam com uma rede de distribuição e uma intensa campanha de conscientização sobre higiene, primeiro passo na luta contra o cólera.

A iniciativa implica também em redobrar os esforços para garantir o fornecimento de água potável até mesmo para as áreas não afetadas pelo cólera e a remodelação das usinas de potabilização da província.

Na África do Sul foram registrados cerca de 2.000 casos de cólera e 13 pessoas morreram, a maioria na cidade de Musina, ponto fronteiriço oficial com o Zimbábue, mas o trânsito ilegal de pessoas por outros pontos da fronteira pressupõe que há zimbabuanos infectados em outras regiões sul-africanas.

Segundo o Departamento de Saúde Pública sul-africano foram registrados casos da doença em províncias afastadas da fronteira.

Na vizinha Zâmbia, o total de pessoas infectadas por cólera ronda os 2.000, das quais 28 morreram, afirmam as autoridades de saúde do país, que apontam o tráfego do Zimbábue como o principal responsável por este foco.

Tal como a África do Sul, o Governo de Zâmbia decidiu manter abertas suas fronteiras com o Zimbábue e concede atendimento médico, remédios e alimentos aos zimbabuanos doentes de cólera que entram em seu território.

Em Moçambique, país onde o cólera é endêmico e ganha força durante a temporada de chuvas de verão na África Meridional, a doença causou a morte de 71 pessoas desde o final do ano passado e o número total de casos é de 3.372, segundo fontes do Ministério da Saúde moçambicano.

Os números não incluem os possíveis casos de cólera nas províncias de Gaza e Sofala (ambas no sul), afetadas atualmente por inundações após as fortes chuvas das últimas semanas e que deixaram, por sua parte, um saldo de 25 mortos.

A diretora do Departamento de Saúde de Maputo - capital de Moçambique -, Rosa Manjate, afirma que o foco de cólera tem como epicentro a província de Niassa, no norte do país, embora não descarte que o número de casos aumente drasticamente como conseqüência das enchentes no sul do país.



Fonte: Portal G1

January 12, 2009

Dica de livros

O Blog Projeto Negros e Negras em Movimento hoje, tem uma dica de Literatura Infantil

Tintim no Congo
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Sinopse:
Tintim e Milu vão ao antigo Congo Belga, na África, fazer uma série de reportagens e documentários. A viagem começa com maus presságios, e logo ao cruzar o oceano nossos heróis enfrentarão os primeiros perigos. Famosos no continente, Tintim e Milu vão se ver às voltas não só com as feras - leões, elefantes, rinocerontes, leopardos, cobras gigantes -, mas com um perigoso bandido que tentará se livrar deles de todas as maneiras.


Título: Tintim no Congo
Editora: Companhia das Letras
Autor: Hergé
Valor estimado: R$ 32,00

January 10, 2009

Teodoro Sampaio, nas linhas da Geografia e da História, um cidadão negro brasileiro

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Nascido em Santo Amaro da Purificação, 7 de janeiro de 1855 e falecido no Rio de Janeiro, 11 de outubro de 1937 Teodoro Fernandes Sampaio foi um engenheiro, geógrafo e historiador brasileiro. Nasceu no Engenho Canabrava, pertencente ao visconde de Aramaré, hoje pertencente ao município baiano de Teodoro Sampaio (Bahia). Era filho da escrava Domingas da Paixão do Carmo e do padre Manuel Fernandes Sampaio. Ainda em Santo Amaro estuda as primeiras letras no colégio do professor José Joaquim Passos. É levado pelo pai, em 1864 para São Paulo e depois para o Rio de Janeiro, onde estuda no Colégio São Salvador e, em seguida, ingressa no curso de Engenharia do Colégio Central. Ao tempo em que estuda leciona nos Colégios São Salvador e Abílio, do também baiano Abílio César Borges (Barão de Macaúbas), sendo ainda contratado como desenhista do Museu Nacional.

Formou-se em 1877, quando finalmente volta a Santo Amaro, na Bahia, onde nasceu. Ali, revê a mãe e os irmãos, e comprando, no ano seguinte, a carta de alforria de seu irmão Martinho, gesto que repete com os irmãos Ezequiel (1882) e Matias (em 1884). Por ser filho de branco, Sampaio nunca fora um escravo. Em 1879 integra a "Comissão Hidráulica", nomeada pelo imperador Dom Pedro II, sendo o único engenheiro brasileiro entre estadunidenses. A convite de Orville Derby, que conhecera na expedição aos sertões sanfranciscanos, participa de nova comissão que realiza o levantamento geológico do Estado de São Paulo (1886).

Antes havia realizado o trabalho de prolongamento da linha férrea de Salvador ao São Francisco (1882). No ano seguinte é nomeado engenheiro chefe da Comissão de Desobstrução do Rio São Francisco, que deixa quando do convite de Derby para ir a São Paulo. Ali, dentre outra realizações, participa em 1990 da Companhia Cantareira (engenheiro-chefe), é nomeado Diretor e Engenheiro Chefe do Saneamento do Estado de São Paulo (de 1898 a 1903). Participou da fundação da Escola Politécnica, junto a Sales Oliveira e ao Coronel Jardim.

Foi, em 1894, um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo; membro do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (1898), que presidiu em 1922; sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1902). Em 1912 presidiu o V Congresso Brasileiro de Geografia.

Teodoro Sampaio, que nasceu negro e filho de escrava, foi um dos maiores pensadores brasileiros de seu tempo. Engenheiro por profissão, legou-nos uma bibliografia de vasta erudição geográfica e histórica sobre a contribuição das bandeiras paulistas à formação do território nacional, entre outros temas. É formidável sua sofisticação na percepção da importância dos saberes indígenas (caminhos, mas não só) na odisséia bandeirante. Igualmente digna de consideração foi sua contribuição ao estudo de vários rios brasileiros, de pinturas rupestres em sítios arqueológicos nacionais, do tupi na geografia brasileira e da geologia no País. Neste campo, a geologia brasileira, participou de momentos marcantes, como a expedição de Orville Derby ao vale do rio São Francisco e de comissões específicas. Além disso, foi grande amigo de Euclides da Cunha, e auxiliou o escritor com conhecimentos sobre o sertão baiano na elaboração de Os Sertões.

Seu nome figura na memória intelectual do País ao lado de Capistrano de Abreu, Joaquim Nabuco, Nina Rodrigues e outros do mesmo patamar. Em sua memória, foram batizados dois municípios brasileiros (na Bahia e em São Paulo) e também uma importante rua da cidade de São Paulo.

Ingressos para posse de Obama se esgotam em 1 minuto

Mais de 2 milhões de pessoas são aguardadas em Washington para posse



Os ingressos para assistir à parada de posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, se esgotaram em um minuto nesta sexta-feira, segundo a companhia responsável pela venda dos tíquetes.

As entradas, que permitem o acesso às arquibancadas que serão instaladas no percurso que separa o Capitólio da Casa Branca, em Washington, foram colocadas à venda às 16h (horário de Brasília) desta sexta-feira e custavam US$ 25 cada.

O desfile vai acontecer no dia 20 de janeiro, depois que Obama fizer o juramento de posse, que será assistido apenas por políticos, diplomatas e outros convidados.

Mais de 90% dos 5 mil ingressos disponíveis para a parada foram vendidos pela internet.

Pouco tempo depois, os tíquetes podiam ser encontrados em sites de leilões como o eBay por mais de US$ 300.

O comitê de posse presidencial, que afirma querer fazer da posse de Obama a "mais acessível da história", condenou aqueles que querem lucrar com a revenda dos tíquetes.

Cerca de 2 milhões de pessoas são esperadas em Washington para a posse de Obama.




Fonte: BBC

January 07, 2009

Dissertação de Mestrado revela baixa participação de negros em propagandas brasileiras

O engenheiro mecânico Luiz Valério de Paula Trindade apresentou em dezembro, sua tese de Mestrado em Administração de Empresas, na qual investigou a representação do negro em propagandas e comerciais brasileiros.

Intitulada de "Participação e Representação Social de indivíduos afro-descendentes retratados em anúncios publicitários de revistas: 1968-2006", o projeto teve início quando sua orientadora, professora doutora Cláudia Rosa Azevedo, apresentou artigo sobre as representações sociais dos retratos afros na mídia. A partir disso, Luiz decidiu fazer sua pesquisa de mestrado baseado no tema, uma vez que já imaginava que os resultados passariam longe da verdadeira representação social que os afro-descendentes têm no Brasil, segundo dados do IBGE no último censo, 45% da população.

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Foto de propaganda com a presença de negros

O principal objetivo do trabalho foi pesquisar de que forma os anúncios publicitários impressos em revistas têm retratado os indivíduos afro-descendentes, a fim de identificar possíveis progressos, retrocessos ou estabilização na forma de representações no que diz respeito aos papéis sociais desempenhados por eles dentro da mídia nacional.

Foram analisadas 1.279 propagandas dentre 76 edições de seis revistas de circulação nacional (Veja, O Cruzeiro, Exame, Pequenas Empresas Grandes Negócios, Cláudia e Nova), as quais foram subdivididas em três categorias: interesse geral; economia & negócios; femininas. Também foram analisadas duas propagandas de automóveis que continham, pelo menos, um personagem afro-descendente em seu contexto.

Resultados surpreendentes

Os principais resultados demonstrados pela pesquisa indicaram que, ao longo do recorte temporal de 38 anos, a freqüência relativa de indivíduos afro-descendentes presentes em anúncios publicitários atingiu o nível médio de 4,20%, bem diferente da representação que a população negra possui nas estatísticas brasileiras.

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Foto de propaganda com a presença de negros

"Para um estrangeiro que chegasse ao Brasil, folheasse as principais revistas, assistisse a telejornais e alguns programas de entretenimento, poderia ter a nítida impressão de que aqui não existem negros, porque esta é a estética que impera em nossos meios de comunicação de massa. Por outro lado, ao sair às ruas, este mesmo estrangeiro encontraria uma situação bastante diversa daquela", relata Luiz Valério.

Contudo, ao se analisar de forma subdividida os períodos temporais é possível constatar uma tendência na participação, principalmente nos últimos 10 anos, quando atingiu freqüência de 7,18% nas publicações comerciais no ano de 2006.

A participação inferior a 10% é um sinal de certo grau de invisibilidade social, em termos de representações sociais, pois ainda verifica-se a existência de grande hiato entre a diversificada e crescente inserção social dos indivíduos afro-descendentes e a forma como são comumente retratados em anúncios.


"Isso significa dizer que no contexto publicitário os indivíduos brancos são considerados a norma, o padrão ou o representante natural da espécie. Contudo, vivemos em uma sociedade extremamente multiétnica e, desta forma, este padrão destoa completamente da realidade. A baixa participação relativa de indivíduos afro-descendentes nas propagandas corrobora para reforçar a invisibilidade social destes indivíduos", desabafa Luiz.


Conclusões


Dentre as principais conclusões obtidas podemos citar que além da invisibilidade, verifica-se também que a baixa participação de negros em propagandas pode causar danos ao processo de construção de identidade étnica dos indivíduos negros, sobretudo nas crianças e jovens, porque eles ficam bastante carentes de modelos em quem se espelharem. Luiz fala sobre o problema: "o que ocorre é que os modelos acabam ficando restritos a esportistas, principalmente, jogadores de futebol, ou artistas, cantores, dançarinas de escolas de samba. Em contrapartida, as crianças e jovens brancas têm a seu dispor uma miríade de possibilidades de papéis sociais, como modelos, executivos de sucesso, empresários, galã de novela, cientistas, professores, políticos, jornalistas, e por aí vai".

Outro aspecto para o qual Luiz chama atenção é que os indivíduos negros retratados em anúncios publicitários, poucas vezes são representados em contextos familiares ou afetivos. Ou seja, "enquanto a família típica dos comerciais de margarina e sabão em pó é composta de pessoas brancas, não se verifica este mesmo tipo de contextualização com afro-descendentes para divulgar produto algum", explica.

Por fim, outra análise que pode ser considerada é o fato de que os negros não estão presentes em anúncios publicitários porque não possuem poder aquisitivo. Porém, Trindade considera que a pesquisa contribui para derrubar mais este mito, na medida em que, de acordo com dados do IBGE, pelo menos 15,3% da classe média brasileira é formada por indivíduos afro-descendentes. "Não faz sentido ter-se 15,3% da classe média composta por negros e, na melhor das hipóteses, este mesmo público apresentar uma participação de apenas 7,18% dos anúncios", revolta-se.

"Somente a título de análise comparativa, de acordo com alguns artigos que consultei para a dissertação, a presença média de afro-descendentes em propagandas nos Estados Unidos é da ordem de 10%, porém, a parcela de negros na população americana é da ordem de 12%. Ou seja, nota-se assim, uma maior proporcionalidade entre as duas grandezas. Já no Brasil, de acordo com o Censo de 2000 do IBGE, a parcela de negros na população brasileira é da ordem de 45%, enquanto a sua presença em propagandas é quase cinco vezes inferior a esta proporção", revela.


Sobre o mestre

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O paulista Luiz Valério Trindade (41 anos) é graduado em Engenharia Mecânica (Universidade Braz Cubas, 1993), pós-graduado em Administração de Marketing (FGV-SP, 2001); extensão universitária também em Marketing (Greystone College-Vancouver/Canadá, 2006).


O Mestrado (Uninove, 2006-2008) foi sua primeira incursão em trabalhos envolvendo a temática da situação do negro no Brasil. Ele explica que, anteriormente ao mestrado, já havia lido artigos, livros e pesquisas, principalmente as de cunho quantitativo, como as do IPEA e do IBGE, por exemplo. "Esta pesquisa foi uma experiência única porque me permitiu ampliar bastante o conhecimento sobre as condições dos afro-descendentes no Brasil e, sobretudo, aprofundar bastante na discussão de nossa invisibilidade social".


Para o futuro, Luiz já começou a pensar em novos projetos.


"Possuo algumas idéias sobre novas pesquisas a realizar no curto prazo, mas em forma de artigo e não de dissertação ou tese. Entre elas, pretendo analisar a estética dos telejornais de canais abertos de televisão onde não se observa a presença de apresentadores negros. Além disso, possuo planos também de prosseguir com os estudos em nível de doutorado, a fim de aprofundar ainda mais tais pesquisas".




Fonte: MinC

Crianças alemãs fogem de casa para se casar na África

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Por Meire Gomes



Duas crianças alemãs fugiram de casa com o intento de "se casar na África", mas acabaram sendo impedidas pela polícia quando chegaram a uma estação de trens.

Um menino de sete anos de idade e uma menina de seis que moram em Hannover, no norte da Alemanha, fizeram as malas e fugiram de casa. Eles conseguiram chegar até a estação de trens da cidade, onde foram interceptados pela polícia.

Segundo as crianças, elas queriam "ir à África para casar e viver por lá." Elas tinham feito as malas e levavam a irmã da menina, de cinco anos de idade, para servir de "testemunha de casamento."

Na bagagem, as crianças levavam roupas de banho, um colchão de ar, óculos escuros e comida. Elas queriam pegar o trem para o aeroporto na estação central de Hannover.

Funcionários da estação chamaram a atenção de policiais, que conseguiram convencer as crianças de que sem passagens nem passaporte eles não conseguiriam chegar à África.

Como consolo, elas puderam fazer um "tour" exclusivo pela delegacia de polícia da estação, incluindo uma visita a uma cela. Os policiais disseram que as crianças não ficaram tristes por não poderem prosseguir sua viagem.

Os três menores foram recolhidos pelos pais na delegacia. Eles ainda não tinham percebido a fuga, já que seus filhos saíram da casa enquanto eles ainda dormiam.

As crianças disseram que queriam viver na África porque "lá é sempre quente". No momento a Alemanha está sendo castigada por um inverno duro com temperaturas abaixo de zero.



Fonte: BBC

Um sonho turístico

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Destino: África do Sul

Por quê: É verão, o calor está forte, mas o país fica agitado e os preços dos safáris e das passagens aéreas caem até 40%

Dica útil: Evite Cape Town nas primeiras duas semanas do mês (janeiro), quando os adolescentes ainda estão em férias escolares e lotam todas as praias
Pacote: 6 a 8 noites entre Cape Town, Kruger Park e Johanesburgo em torno de US$ 3.500. Inclui aéreo e café da manhã.

Preços válidos entre janeiro / fevereiro. Procure seu agente de viagem. É uma viagem que vale a pena.

A face afro de um bairro italiano

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Por Edison Veiga

Reconhecido como uma pequena Itália dentro de São Paulo, o bairro do Bexiga recebeu grandes levas de ex-escravos. "É um pedaço da África", definia reportagem do jornal Correio Paulistano em 1907. Este viés poucas vezes abordado é tema do livro Bexiga - Um Bairro Afro-Italiano (Editora Annablume, 107 páginas, R$ 20,00), recém-lançado pelo jornalista e professor universitário Márcio Sampaio de Castro.

Não é de hoje que o assunto chama a atenção de Castro. "Sou de família negra e meu pai foi criado no Bexiga. Isso sempre me intrigava, pois para mim ali era bairro de italianos", conta. Ele debruçou-se sobre o tema durante o seu mestrado, na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), em 2006. O livro recém-lançado é consequência dessa pesquisa.

REDUTO AFRO

De acordo com o jornalista, houve dois momentos em que a população negra se instalou ali. "No início do século 19, a região às margens do Córrego Saracura foi ocupada por um quilombo", afirma. O córrego passava onde hoje é a Avenida 9 de Julho.

Os escravos refugiados viviam no mesmo local em que, atualmente, funciona a escola de samba Vai-Vai. "Isso foi tão forte que até os anos 60 ali era conhecido como quadrilátero negro ou pequena África", exemplifica.

Nessa época, a região ainda era só pasto e mato. O bairro do Bexiga nasceu, oficialmente, em 1878, quando o proprietário rural Antônio José Leite Braga começou a lotear suas terras - o imperador Dom Pedro II chegou a lançar a pedra fundamental de um hospital para o novo bairro, mas a obra nunca saiu do papel.

Uma outra leva populacional negra veio para São Paulo no final do século 19. Libertados, os ex-escravos saíram das fazendas e acabaram se instalando nos endereços preteridos pelos paulistanos.

"Enquanto no Rio, essa população foi para os morros, aqui ela procurou as regiões de várzea, de baixadas", explica Castro. Como eram áreas que sofriam constantemente problemas de alagamento, não tinham valor imobiliário. Os negros acabaram indo para o Bexiga, o Cambuci, a Barra Funda e a Casa Verde, sempre às margens de córregos.

Ao mesmo tempo, a capital paulista recebeu os imigrantes italianos. Motivados pelo barato preço dos lotes, os calabreses acabaram se estabelecendo no Bexiga. "Os terrenos custavam pouco e cabiam no bolso dos imigrantes", justifica o pesquisador. "O calabrês veio com a ideia de ser independente, montar seu próprio negócio."

O bairro ficou conhecido como reduto italiano. "Procurou-se construir a ideia de uma São Paulo mais europeia. Assim não interessava ter uma associação com a negritude", acredita Castro. "Os negros passaram a ser vistos como atraso. A mídia ajudou nesse processo."

Graças a algumas manifestações culturais, a herança negra sobreviveu. É o caso da escola de samba Vai-Vai, que ocupa o espaço que 200 anos atrás foi quilombo. Ela foi criada em 1930, como dissidência do grupo carnavalesco Cai-Cai.

E também da Pastoral Afro da Paróquia de Nossa Senhora da Achiropita, criada em 1988, quando se comemorava o centenário da Abolição dos Escravos. "Nosso objetivo é resgatar as tradições dos negros católicos", afirma a enfermeira Valéria do Carmo Silva, uma das coordenadoras da pastoral.Dos 30 integrantes, poucos são negros - ela é. "São dois orientais, quatro brancos, oito negros... O resto é mestiço", conta.

Conhecida por sua tradicional festa italiana, a Achiropita com sua pastoral afro é o retrato mais nítido dessa característica mista do bairro. "Mas, nas missas, noto que os negros ainda são minoria", observa Valéria.

Ao longo do calendário litúrgico, os membros da pastoral organizam missas, casamentos e batizados afro e celebram os santos negros. "No ano passado, também oferecemos um curso profissionalizante que ensinava a fazer bijuterias e a pintar tecidos", diz a enfermeira. Em 2001, o trabalho da pastoral afro da paróquia dos italianos foi tema de outro livro, Axé, Madona Achiropita!, da jornalista Rosangela Borges, publicado pela Editora Pulsar.



Fonte: Jornal Estado de S. Paulo

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Fonte: Programa Zona de Impacto - Sportv