PROJETO NEGROS E NEGRAS EM MOVIMENTO

Objetivos: - A contribuição do negro na formação social brasileira - A discriminação racial no Brasil. Movimentos de resistência de negros pela cidadania e pela vida; - Políticas sociais e população negra: trabalho, saúde, educação e moradia; - Relações étnico-raciais, multiculturalismo e currículo; - Aspectos normativos da educação de afro-brasileiros. - EMAIL PARA CONTATO: negrosenegras@gmail.com

June 27, 2008

Senzala à fluminense

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Vendedora de frutas, em 1865

Por Vilma Homero

O roubo de peças era um crime comum no Rio de Janeiro. Verdadeiras redes, que envolviam até mesmo autoridades empenhavam-se em aliciar, seqüestrar e forjar documentos falsos de propriedade, movimentando um lucrativo comércio paralelo. Esta realidade, que nos parece tão atual, retrata o cotidiano nada pacato da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro ao longo do século XIX. As peças em questão eram escravos, itens valiosos para sustentar não só a economia do país como o estilo de vida de uma época que se estendeu do período colonial ao império, e nos legou uma herança de mentalidade que, apesar dos avanços contrários, ainda permanece. É o que revela o estudo do historiador Luiz Carlos Soares, do Instituto de Ciências Humanas, da Universidade Federal Fluminense, e Cientista do Nosso Estado, que recentemente lançou o livro O Povo de Cam na Capital do Brasil: A Escravidão Urbana no Rio de Janeiro do Século XIX.

Em fontes primárias, como jornais, inventários e outros documentos de época, em O Povo de Cam, Soares conseguiu reconstituir um retrato bastante fiel da vida da cidade. O livro, na verdade, foi resultado da tese de doutorado defendida na Inglaterra em 1987 e originalmente escrito em inglês. Embora até tenha se dedicado a outras pesquisas nesse intervalo, só há pouco tempo Soares teve tempo e recursos para traduzir e publicar o trabalho, um alentado volume de 478 páginas, pela Editora 7 Letras. O 'povo de Cam' do título se refere ao mito religioso que fala dos povos do mundo antigo que tiveram origem a partir dos dois filhos de Noé, Sem e Cam. Os semitas, no Oriente Próximo, e os camitas, na África. "Quem utiliza a expressão no Rio de Janeiro é o viajante francês Charles Ribeyrolles, ao se referir à população negra de origem africana que habitava a cidade", explica Soares.

No começo do século XIX, a cidade do Rio de Janeiro limitava-se mais à área central, que se estendia entre o campo de Santana – o antigo campo de São Domingos e depósito de lixo colonial – passando pelas ruas da Alfândega e pela região que hoje é o Saara, e se estendendo até o Largo do Telles, bem em frente ao Paço Imperial. Em áreas mais distantes ficavam as freguesias de Botafogo, das Laranjeiras, da Tijuca e outras consideradas rurais. No limitado perímetro urbano, chamava a atenção, particularmente dos estrangeiros de passagem pela cidade, o enorme contingente de escravos. Em 1810, o inglês John Luccock comenta, sem disfarçar o desagrado, que "atravessar a área central da cidade por volta do meio-dia, era quase como sentir-se transplantado para o coração da África." Não por acaso, a população de cativos no Rio de Janeiro era a maior da América do Sul, estimada em algo em torno de 110 mil almas que viviam nas freguesias urbanas e rurais do Rio por volta de 1850.

Como observa Soares, a manutenção da escravidão levava a certas distorções na vida da cidade. Trabalhar era considerado indigno às classes superiores, verbo conjugado apenas pela população escrava, responsável não só pela produção das grandes lavouras como pela execução de serviços domésticos, do comércio ambulante e de diversas atividades artesanais. "Se as famílias mais abonadas orgulhavam-se de seu ócio, mesmo aqueles não tão afortunados preferiam passar privações, ou recorrer à caridade, a encarar um ofício que os sustentasse", conta o historiador.


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O fotógrafo português Christiano Junior registrou inúmeros dos tipos frequentemente vistos nas ruas do Rio de Janeiro do século XIX

Em maior ou menor número, possuir escravos traduzia o status social. Em algumas casas, seu número era tão excessivo que chegavam a obstruir o espaço doméstico. Como observou o pintor naturalista Rugendas, em muitos casos, eles constituíam "um artigo de luxo, antes inerente à vaidade do senhor do que às necessidades da casa". E como "artigo de luxo", eram também objeto de ostentação, servindo para exibir a riqueza de seus proprietários. Em casas ricas, podiam ganhar roupas caras, com as quais saíam a passeio com seus senhores, tal como retratado por Debret ou pelo próprio Rugendas em seus flagrantes do cotidiano fluminense. O tratamento a eles dispensado também costumava ser proporcional às condições sociais de cada proprietário – os de maiores posses tratavam melhor seus cativos, procuravam mantê-los bem alimentados e vestidos, até por uma questão de status. Entre a população mais pobre, não havia tais cuidados.

Havia outras peculiaridades. Na área urbana, por exemplo, na inexistência de grandes senzalas, nem sempre era possível acomodar os escravos em casa. Assim, conta Soares, era comum que um bom número de cativos, particularmente os escravos de ganho – que mercadejavam pelas ruas para seus donos – morassem sob sua própria responsabilidade. Na prática, isso significava que os que conseguiam alguma renda alugassem instalações em cortiços ou estalagens, e, na falta de dinheiro, simplesmente dormissem na rua. A mesma prática valia para a alimentação.

Para permanecer na inatividade, vários senhores também tratavam de explorar os escravos em atividades lucrativas, além do serviço doméstico. Para muitos era uma questão de necessidade de renda para sustentar seu modo de vida. O que se tornou ainda mais comum na segunda parte do século XIX. Todos os possíveis talentos e habilidades da mão-de-obra cativa – doceiras, amas, lavadeiros e engomadeiros, carpinteiros ou marceneiros, ou mesmo serviços mais especializados, como tanoeiros ou ferreiros – podiam ser alugados, como se constata nos muitos anúncios publicados nos jornais da época. Na falta desses predicados, entravam outros: muitas jovens negras bonitas, por exemplo, eram forçadas à prostituição, atividade considerada rendosa mesmo por devotas senhoras católicas, que no pragmatismo de auferir lucro com o trabalho alheio, não viam qualquer contradição com suas crenças religiosas. Mesmo escravos considerados imprestáveis podiam render alguma coisa, colocados a esmolar pelas ruas, muitas vezes expondo os aleijões resultantes do excesso de trabalho ou dos castigos de seus donos.

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Escravo barbeiro em atividade

Mas havia escravos e escravos. Mesmo entre os cativos, predominava uma certa hierarquia. "Aqueles que pertencessem, por exemplo, à família imperial e trabalhassem no Paço estariam no topo dessa pirâmide", explica o historiador. "Escravos domésticos também tinham mais status e eram mais bem tratados que os da lavoura; e os de famílias ricas e medianas estavam mais bem situados do que os demais. Esse tratamento diferenciado podia tornar estes cativos mais leais a seus proprietários. Com isso, os senhores acabavam utilizando-os como anteparo contra rebeliões", explica Soares. Ele comenta ainda que, além da legislação municipal (código de posturas) e da ação policial, essa era mais uma das várias estratégias de controle sobre uma população tão numerosa. Outra era o cuidado dos proprietários em buscar a diversificação de seus plantéis. "Ao adquirir novas peças, eles procuravam escravos de diferentes etnias, visando dificultar-lhes a comunicação e evitar insurreições", diz Soares. O exemplo do que havia ocorrido com a revolta dos malês – que por dois dias, em 1835, tomaram a cidade de Salvador, na Bahia – chegou a fomentar no Rio diversos boatos de supostas revoltas escravas naquele mesmo ano.

Não era um temor sem motivo. Pequenas e localizadas revoltas aconteciam e eram duramente reprimidas. "Numa de suas incursões a Santa Teresa, em 1820, o major Vidigal desceu o morro trazendo acorrentados mais de 200 escravos, capturados num dos quilombos que existiam naquela região, que se estendia até Laranjeiras", conta. Há ainda vários outros pequenos episódios, como o motim numa caldeiraria no Centro, em que 14 escravos resistiram à polícia com armas e instrumentos de trabalho. "Outra forma de rebeldia permanente, era a capoeira, misto de dança e luta a que se entregavam muitos escravos e libertos, particularmente na primeira metade do século XIX", cita o historiador. Embora fora do âmbito urbano e, portanto, do livro de Soares, outro exemplo conhecido foi o famoso quilombo fluminense de Manuel Congo, que existiu na região de Paty dos Alferes, em 1830, e terminou dominado pela força militar liderada por Luís Alves de Lima e Silva. Segundo o autor, por "bons" serviços como esse, Lima e Silva receberia mais tarde o título de nobreza pelo qual se tornaria conhecido, duque de Caxias.

Com a promulgação da Lei Áurea, a mentalidade escravista pouco mudou. "Preteridos pela mão-de-obra imigrante e reduzidos ao desemprego, subemprego e funções mal-remuneradas, muitos negros e mulatos não tiveram alternativa, senão viver na vadiagem e na criminalidade", conta Soares. Com isso, perduravam estigmas e preconceitos que tinham como alvo a tonalidade da pele. Em que prevalecia a idéia de que eram a incapacidade ou a indolência que caracterizariam a população negra – só obrigada ao trabalho pelo estalar do chicote.

"A sobrevivência dessas práticas discriminatórias passa por uma ideologia de não integração dessa população negra a um sistema socioeconômico mais eqüitativo", analisa o historiador. Embora venham diminuindo pelo avanço das lutas pela plena integração social, várias pistas dessa mentalidade discriminatória ainda são visíveis, como o quarto de empregada e o elevador de serviço, que evita que as pessoas se misturem. "Hoje, os descendentes de escravos são mantidos em guetos sociais, onde o negro é maioria, como as comunidades de baixa renda. Agora, como bem mostra a música do Lobão, a favela é a nova senzala."


Fonte: FAPERJ

Texto enviado por Roseléa Aparecida

Justiça quer confirmar se escolas ensinam cultura afro-brasileira

Publicada em 18/06/2008 às 21h55m

Jornal O Globo

RIO - Uma liminar concedida, na segunda-feira, pela juíza Teresa de Andrade Castro Neves, da 2ª Vara de Fazenda Pública, determina uma perícia nos currículos de escolas particulares e públicas do Rio para verificar se elas estão cumprindo a Lei 10.639/2003, que tornou obrigatório o estudo de cultura afro-brasileira nos ensinos fundamental e médio.Os estabelecimentos terão cinco dias para apresentar seus currículos.
A lei federal, de 9 de janeiro de 2003, estabelece que o conteúdo programático inclua o estudo de História da África e dos africanos, da luta dos negros no Brasil, da cultura negra brasileira e do negro na formação da sociedade nacional.



Enviado pela Profª Graça Gonçalves

Conheça o Blog CNNC

O CNNC/BA é a única organização formada por pretas e pretos cristãos, panafricanistas, afrocentristas e que defendem o Cristianismo de Matriz Africana. Divulgamos através desse blogger a verdadeira origem do Cristianismo, o Jesus Africano, seus ensinamentos e promessas a nosso povo e denunciamos o racismo dentro das Igrejas Cristãs no Brasil e no mundo.

Acesse: www.cnncba.blogspot.com

Visitem!

Zimbábue: violência e miséria marcam a eleição de mais um ditador na África

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ASSISTA AO VÍDEO DESTA REPORTAGEM ACESSANDO O LINK ABAIXO:

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM847410-7823-ZIMBABUE+VOLTA+AS+URNAS,00.html

O mundo assiste a uma farsa: a das eleições no Zimbábue. O país, que fica no sudeste da África, volta às urnas para eleger, praticamente à força, o ditador de sempre: Robert Mugabe. Com a desistência da oposição no segundo turno, Mugabe é candidato único.

O Zimbábue nem sempre foi palco de miséria e de violência. A antiga Rodésia foi colônia britânica até 1980, quando conseguiu a independência e mudou de nome.

Seu atual presidente, Robert Mugabe, foi um dos que mais se empenharam para a libertação do país. Ele se tornou o primeiro presidente do Zimbábue e se manteve no poder vencendo as últimas seis eleições.

Segundo opositores, Mugabe sempre venceu usando estratégias como intimidação de eleitores e manipulação de resultados. Durante os 28 anos de governo, um dos territórios mais ricos e prósperos do continente africano, com grandes jazidas de ouro, se transformou num país com um dos maiores índices de fome, desemprego e violência do mundo.

A crise se agravou a partir de 2000, quando Mugabe decidiu confiscar as terras de fazendeiros brancos para assentar trabalhadores negros. A economia do país registra uma inflação de mais 100.000% ao ano.

Eleitores insatisfeitos provocaram a ira do ditador. A polícia age com violência para evitar os protestos e as manifestações contrárias ao governo.

Organismos de direitos humanos denunciam prisões, mortes, torturas e perseguições a opositores. A ONU estima em, pelo menos, 85 o número de mortos, além de milhares de desabrigados e centenas de presos políticos.

A vitória no primeiro turno foi o mais longe que a oposição já chegou numa eleição na história do Zimbábue. Mas a renúncia do candidato opositor, provocada pela onda de violência, foi inevitável. Robert Mugabe, que tem 84 anos, diz que, enquanto ele viver, a oposição não governa o país. Ele parece estar usando todos os métodos que conhece para manter a promessa.


Fonte: Bom Dia Brasil - Rede Globo

June 26, 2008

Nelson Mandela condena a violência no Zimbábue e critica o ditador Mugabe

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Em um jantar na noite dessa quarta-feira (25), em Londres, para celebrar seus 90 anos, Nelson Mandela, uma das vozes mais respeitadas da África, recebeu estrelas de Hollywood e líderes políticos do mundo todo.

O ex-presidente sul-africano disse estar entristecido com a tragédia em Darfur e com a escalada de violência no Zimbábue, onde vai haver eleições para presidente, nessa sexta-feira (27), pelo segundo turno. O tirano Robert Mugabe é candidato único.

June 22, 2008

Dicas de livros

Os Sons dos Negros no Brasil
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Autor(a): Tinhorão, José Ramos
Editora : EDITORA 34

Muito se fala sobre a influência dos povos africanos na formação de nossa cultura, mas pouco se sabe sobre as origens desse processo. Ao contrário da historiografia mais tradicional, que praticamente ignorou a contribuição das camadas economicamente menos favorecidas de nossa sociedade, José Ramos Tinhorão resgata neste livro os primeiros registros das manifestações musicais dos negros no Brasil.


Preço: Em torno de R$30,00



Reis Negros no Brasil Escravista
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Autor(a):Souza, Marina de Mello e
Editora: UFMG

O enfoque do livro é o de buscar traçar o processo histórico no qual as festas de coroação de rei congo se constituíram, privilegiando a perspectiva do encontro de culturas diferentes, que, em dado contexto de dominação social, produziu manifestações culturais mestiças. Para tanto, foi necessário aprofundar o conhecimento da história e da cultura da África Centro-Ocidental, que compreende a região chamada pelos portugueses, dos séculos XVI ao XIX, de Congo e Angola, e preencher uma lacuna nos estudos de manifestações culturais afro-brasileiras, no que diz respeito às contribuições do mundo banto. O livro é dividido em cinco capítulos - 'Reis, tios e símbolos'; 'Catolicismo e poder - o caso congolês'; 'Povos em contato - comércio, poder e identidade'; 'Realeza negra no novo mundo'; e 'Congadas e cristianização'.


Preço: Em torno de R$30,00

June 17, 2008

Brasil terá universidade voltada a países de língua portuguesa

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A notícia que está correndo aqui em Luanda é de que o governo brasileiro prepara a criação de uma universidade internacional. E seria voltada para a África, especialmente países de língua portuguesa, e o Timor Leste. Chamada provisoriamente de Universidade da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (UniCPLP), a nova instituição deverá, aí no Brasil, ficar na cidade de Redenção (CE) e a meta é ter 10 mil alunos quando estiver funcionando totalmente. A criação da universidade voltada à integração com a África foi um pedido feito diretamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Ministério da Educação. Entusiasmado com a idéia de ver o Brasil liderar o desenvolvimento dos africanos, o próprio presidente começou a espalhar a informação em encontros que teve em Roma, durante a cúpula da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, sigla em inglês). A intenção é que as primeiras seleções de alunos sejam feitas no ano que vem, mas o campus estaria em funcionamento em 2010.


Por Meire Gomes

June 11, 2008

Peça sobre Questões Raciais é apresentada dias 13, 14 e 15 de junho no Teatro da Caixa em Brasília

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O racismo, assunto que até hoje divide opiniões, é o tema principal da peça Mestre Haroldo... e os meninos em cartaz no Teatro da Caixa nos próximos dias 13, 14 e 15 de junho. Sexta e sábado às 21h, e domingo às 20h.
Mestre Haroldo... e os meninos concentra-se na questão da democracia racial contada por meio da relação de três personagens: o adolescente branco Haroldo e seus dois empregados-amigos negros, Samuel e Walney. Apesar de envolvidos numa afetividade quase familiar, os personagens se deparam com desavenças herdadas de uma sociedade racista. O adolescente branco desenvolve forte ligação com os dois negros, mas não resiste ao racismo que está dentro dele fruto de uma complicada estrutura familiar.

A história se passa na África do Sul em uma tarde chuvosa, quando os três relembram há quanto tempo estão juntos, estratégia que o dramaturgo Athol Fugard utiliza para demonstrar ao público as armadilhas da afetividade. Entre Samuel e Haroldo, a relação é, aparentemente, de pai e filho. Durante a trama, o público acompanha a tentativa do negro em ensinar seus valores ao menino branco, que não pode contar com a ajuda do pai legítimo, um alcoólatra e deficiente físico.

O espetáculo é dirigido pelo premiado Ewald Hackler e traz em seu elenco os atores Gideon Rosa, Igor Epifânio e José Carlos Ngão, do grupo baiano Núcleo de Teatro do TCA. A montagem propõe uma encenação desprovida de efeitos pirotécnicos e concentra todo seu trabalho na elaborada interpretação dos atores. A cenografia, criada pelo próprio diretor com assistência de Hagamenon de Abreu, transporta o público para um legítimo ambiente de café simples de subúrbio. De modo contrário ao que ocorre tradicionalmente quando se aborda a questão racial no teatro, Mestre Harold... e os meninos não levanta discussões ideológicas e não promove nenhum discurso explícito do conflito entre brancos e negros.

Escrita por Athol Fugard, um dos mais combativos autores sul-africanos, que lutou ferozmente com seu teatro contra o apartheid, a peça já ganhou duas indicações para o Prêmio Braskem (Melhor Espetáculo e Melhor Ator).

Em mais de 50 apresentações, a peça tem arrebatado elogios da crítica especializada e da platéia, o que já lhe rendeu um convite para temporada em São Paulo no segundo semestre deste ano. É um espetáculo que provoca riso e lágrimas no público. A dramaturgia de Fugard ao mesmo tempo em que propõe uma sofisticada carpintaria, seduz o público em dois extremos: a aparente banalidade de divertidas lembranças e a sensibilidade para penetrar no que há de mais profundo da alma humana, os seus conflitos interiores.

Athol Fugard

Nascido em 1932, na província do Cabo, África do Sul, Athol Fugard é filho de pai inglês/irlandês e de mãe sul-africana. Estuda na Cidade do Cabo, depois se alista na marinha mercante, e, como marujo, trabalha durante anos como único branco entre negros e orientais. Mais tarde, como escrivão de tribunal, é confrontado com a vida de negros que infringiram a rígida legislação do apartheid na África do Sul.

Athol Fugard participa do renomado grupo teatral Serpent Players, que se apresenta, exclusivamente, diante de platéias negras nos guetos das cidades industriais brancas. O autor não formula julgamentos sumários sobre grupos. Ele retrata indivíduos que têm outras dificuldades além dos problemas de raça. Fugard combate, sem compromisso, a discriminação racial. O seu teatro não apresenta categorias de vencedores e vítimas.

A sua dramaturgia pode se dividir, a grosso modo, em três grupos: as peças de família, como em Laço de Sangue (1961), Alô e Adeus (1965), Bossquimano e Lena (1969); as peças com um teor eminentemente político como Sizwe Bansi é Morto (1972), Depoimentos Depois de uma Detenção de Acordo com a Lei contra a Imoralidade (1974) e A Ilha (1972); e as suas peças mais novas que têm uma ênfase autobiográfica forte e tratam da superação do próprio passado e dos sentimentos de culpa como Uma Mensagem de Aloes (1981), Mestre Harold ...e os meninos (1982) e A Estrada para Meca (1984).

Serviço:

Peça Mestre Haroldo... e os meninos
Data: 13, 14 e 15 de junho
Horário: sexta e sábado às 21h e domingo às 20h
Local: Teatro da Caixa - SBS Qd 4 lote 3/4, anexo do edifício Matriz da Caixa
Recepção: 3206-9448/ Administração 3206-9450
Bilheteria: 3206-6456 (aberta de terça-feira a domingo, das 12h às 21h)
Ingressos: R$ 20,00 e R$10,00 (meia-entrada para estudantes, pessoas com 60 anos ou mais e empregados da Caixa)
Classificação Etária: não recomendado para menores de 12 anos

Informações e entrevistas:

Virgínia da Rin- (71) 9134- 8072
vdarin@uol.com.br

Assessoria de Imprensa
Caixa Econômica Federal
CAIXA Cultural - Brasília/ DF
Fones: 3206-8030/ 9895
9202- 2144/ 9933- 9536
imprensa.cultura@caixa.gov.br
www.caixacultural.com.br

Conheça um pouco mais sobre Angola

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Como agora temos uma correspondente internacional (diretamente de Luanda, capital de Angola) que tal conhecermos um pouco mais sobre o lugar onde a brasileira Meire Gomes vive. (quer saber um pouco mais sobre a Meire? Procure notícia postada dia 27 de maio fazendo a apresentação de nossa simpática correspondente.. é só ir descendo as notícias que todos acharão..)

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Luanda - Capital de Angola

Seus atrativos, somados, resultam na oferta de um grande pacote de sensações e experiências que podem enriquecer de forma marcante a memória turística daqueles que decidirem conhecer esse “país irmão”, colonizado por nossos patrícios portugueses.

Angola - O melhor e o pior

O MELHOR
Em Luanda, o melhor são as praias da “ilha” do Mussulo, ao sul, e a barra do rio Kwanza, também ao sul da mesma província.

Na região sudoeste do país, há que se destacar o litoral de Benguela (inclusive a própria capital da província, Benguela, e as cidades de Lobito e Baía Farta), além do deserto do Namibe.

O PIOR
A poluição na baía de Luanda é lamentável, já que se trata de um ponto da cidade de grande beleza e que, caso fosse melhor tratado, teria grande apelo turístico.

O péssimo estado de conservação da maravilhosa arquitetura colonial portuguesa, representada por casarões e prédios no centro antigo de Luanda.

Melhores praias

Mussulo
Ao sul de Luanda, encontra-se a “ilha” do Mussulo, na realidade uma restinga envolvida por uma série de pequenas ilhas. O visitante pode escolher: o lado continental, de águas calmas, ideais para a prática de esportes náuticos, e característica cobertura de coqueiros; ou o lado oceânico, com o mar de águas limpas mais agitado, quebrando junto à praia de areia branca e quase deserta, habitada apenas por pescadores nativos.

Palmeirinhas
A grande praia de Palmeirinhas, também ao sul de Luanda, com suas ondas mais pronunciadas, fica à base do Miradouro da Lua, uma formação de falésias que permite bela vista do mar angolano, principalmente no pôr-do-sol.

Benguela
Na província de Benguela, destaque para as praias de Caota, Caotinha, Baía Azul e Baía Farta, ao sul da capital. Ao norte da cidade de Benguela, fica a restinga do Lobito.

População e cultura

Nas principais cidades é possível encontrar um povo alegre, de belos sorrisos, receptivo, que gosta de dançar e tem especial atenção para com os brasileiros. Pode-se conhecer ainda representantes legítimos de grupos étnicos que conservam suas tradições originais, como os mucubais (província do Namibe, sudoeste do país), os cuanhamas (Cunene, no sul) e mumuílas (Huíla, sul).

O turista vai perceber também que a cultura brasileira é muito consumida entre os angolanos, principalmente a música, novelas, literatura e futebol.

Os portugueses deixaram suas marcas, com destaque para o sotaque e a arquitetura colonial, tão conhecida dos brasileiros.

Curiosidades

Visitar o Museu da Escravatura (na baia do Mussulo) é uma experiência importante para se ter contato com as origens da relação entre Angola e Brasil, pois dali partiam os navios negreiros que levavam escravos angolanos para as terras brasileiras.

O escorbuto era conhecido na época das navegações portuguesas (séculos 15 e 16) como “mal de Angola”, pois era nas proximidades deste país que os sintomas da doença começavam a afetar as tripulações dos navios lusos que buscavam cruzar o Cabo da Boa Esperança em direção à Índia.

O Brasil foi o primeiro país a reconhecer oficialmente a independência de Angola, justamente em 11 de novembro de 1975, data de sua proclamação.



Fonte: Folha de S. Paulo e Blog Projeto Negros e Negras em Movimento

Obama diz que gostaria de ajudar Brasil a buscar energias limpas

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O senador Barack Obama, candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, disse que gostaria de se unir ao Brasil na busca de energias limpas.

Além disso, ele afirmou que considera o governante venezuelano, Hugo Chávez, "uma ameaça administrável", e disse estar disposto a dialogar com ele e também com Cuba se chegar à Casa Branca, segundo uma entrevista publicada hoje.

"Sim, acho que (Chávez) é uma ameaça, mas uma ameaça administrável", disse Obama em uma entrevista exclusiva para o Chile publicada hoje pelo jornal "El Mercurio".

Obama assinalou ainda que Chávez "pôde ter tido envolvimento no apoio às Forças Armadas Revolucionários da Colômbia (Farc), prejudicando um vizinho", em referência a denúncias do país nesse sentido.

"Este não é o tipo de vizinho que queremos", ressaltou Obama, que acrescentou que é "importante" que a ONU ou a Organização dos Estados Americanos (OEA) adotem "sanções que digam que esse comportamento não é aceitável".

Em todo caso, Barack Obama disse ser partidário de "uma diplomacia direta com os "inimigos" dos Estados Unidos, tanto na Venezuela quanto em Cuba.

Em relação ao embargo comercial, econômico e financeiro dos EUA que pesa sobre Cuba desde 1962, ele afirmou que "anularia as restrições de viagem a aqueles que têm parentes" na ilha.

Na entrevista, Obama admitiu que não conhece a América Latina e confessa que gostaria de visitar a região antes das eleições de 4 de novembro.

O virtual candidato democrata lembra que estudou espanhol no ensino médio e, durante dois anos, na universidade, mas seu domínio do idioma "não é muito bom", porque quase o esqueceu.

Obama afirmou que, quando terminar a Guerra do Iraque, "poderemos voltar a focar nossa atenção" na América Latina, região com a qual os Estados Unidos têm "uma conexão natural", disse.

Na mesma entrevista, ele afirma que o México é sua prioridade na América Latina e acrescenta que, se vecer as eleições, implementará uma reforma migratória no primeiro ano de sua gestão.

Explicou que está interessado em se aproximar desse país para promover seu desenvolvimento econômico e o emprego, algo que, em sua opinião, não foi feito pelo atual presidente americano, George W. Bush.

Mais postos de trabalho no México "significam menos imigrantes ilegais que vêm aos Estados Unidos", assegurou.

Obama ressaltou que, se chegar à Presidência, uma de suas primeiras preocupações serão as operações e deportações de imigrantes ilegais.

"Não acho que apreender uma mãe, separá-la de seu filho e deportá-la, sem medir as conseqüências, seja a forma americana de fazer as coisas", afirmou sobre a questão.

Apesar disso, ele ressaltou que, em algumas regiões dos mais de 3.200 quilômetros da fronteira entre Estados Unidos e México, um muro "tem sentido e pode salvar vidas".

Quanto ao comercial, ele apoiou o Tratado de Livre-Comércio (TLC) assinado pelos EUA com Peru, mas impôs condições a um acordo similar com a Colômbia.

"Oponho-me ao Tratado de Livre-Comércio(TLC) com a Colômbia até que tenha a certeza de que não estão matando (no país) líderes sindicais, é preciso parar este tipo de ações paramilitares".


Fonte: Portal G1

BNDES libera US$ 1,5 bilhão para Angola

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Por Meire Gomes - Angola

A linha de crédito criada pelo BNDES em 2006 para financiar a compra de equipamentos brasileiros para obras de infra-estrutura em Angola atingiu nos cinco primeiros meses deste ano US$ 1,5 bilhão aprovados, metade já contratada, sendo US$ 300 milhões, desembolsados. Como a linha total é de US$ 1,75 bilhão, restam US$ 250 milhões para serem aprovados. A chefe do Departamento de Comércio Exterior 2 do banco, Luciene Ferreira Machado, disse que, por enquanto, não está prevista a ampliação da linha, voltada para projetos do governo angolano. Enquanto isso, o banco prepara-se para aprovar o primeiro projeto direto ao setor privado, uma usina de açúcar para a Odebrecht.

A recente reclassificação pela OCDE, organização que reúne os países mais ricos do mundo, do risco de investimentos em Angola, de nível 7, o mais baixo, para nível 6, estimulou a corrida que vários países do mundo, tendo à frente China, Brasil e Portugal, já travam para participar da reconstrução daquele país africano, destruído por quase 30 anos de guerra civil e que nos últimos cinco anos vem crescendo economicamente a taxas elevadas. Foram incríveis 19,8% em 2007, escoltados por não menos espantosos 18,6% no ano anterior, na esteira do aumento da produção e do preço do petróleo bruto.

Não temos pretensão de concorrer com a China, até porque não temos meios , conforma-se Luciene. Nossa lógica é a da preservação do espaço conquistado pelo Brasil, mas cientes de que estamos atuando em um ambiente de competição muito forte , acrescenta. Somente pelos mecanismos semelhantes à linha do BNDES, a China mantinha no ano passado US$ 4,5 bilhões para financiar obras e equipamentos em Angola, mas este valor pode chegar a US$ 9 bilhões quando somado a outros mecanismos de fomento.

Os recursos do BNDES estão sendo usados em 16 projetos de estradas eleitos como prioritários pelo governo angolano. A linha inicial de US$ 750 milhões ganhou mais US$ 1 bilhão durante a segunda viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Angola, em outubro de 2007. Segundo a técnica do BNDES, os novos valores aprovados foram, basicamente, ampliação de recursos para os mesmos projetos.

Está em fase final de análise de crédito pelo BNDES um financiamento de US$ 70 milhões para a construção de uma usina de açúcar às margens do lago da hidrelétrica de Cabinda. O projeto é uma parceria da Odebrecht (40%) com as angolanas Damer (40%) e Sonangol, a estatal do petróleo (20%). Ele está orçado em US$ 260 milhões e estão previstas exportações brasileiras de US$ 150 milhões.

Estiveram em visita ao BNDES, uma delegação do Banco Africano de Desenvolvimento, do qual o Brasil é sócio extrarregional desde 1982. Na semana passada, a delegação realizou um seminário sobre a infra-estrutura africana para os sócios da Associação Brasileira de Infra-Estrutura e da Indústria de Base (Abdib).

Com o BNDES, Luciene avalia que os contatos podem desembocar em um memorando de entendimento mais amplo do que outro acordo assinado nos anos 1980, podendo chegar a um acordo de co-financiamento. Com sede na Costa do Marfim e escritórios técnicos na Tunísia, o banco tem 53 sócios africanos, capital de US$ 32 bilhões, e é considerado uma referência para instituições, como o BNDES, interessadas em financiar exportações de produtos e serviços para a África.

Quilombolas vão à praça por agilidade

Cem pessoas participaram de manifesto ontem, na praça Alencastro, para cobrar maior empenho do Incra na solução da posse da área em Livramento

Cerca de 100 quilombolas e entidades que compõem a Rede Mato-grossense de Educação Ambiental (Remtea) fizeram um ato público para protestar contra o despejo de mais de dez famílias da área de Mata-Cavalo, na cidade de Nossa Senhora do Livramento, 40 quilômetros de Cuiabá. O despejo ocorreu na semana passada com base em decisão judicial em favor de fazendeiros da região.

Os quilombolas reclamam da morosidade do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no processo de desapropriação das terras que estão sob posse de fazendeiros. Vários estudos da Fundação Cultural Palmares, inclusive com decisão judicial, provaram que as terras da região são de remanescentes de quilombo e, segundo portaria do governo federal expedida em 1999, descendentes afro-brasileiros têm o direito de posse dessas áreas.

Com apresentações artísticas e discursos de lideranças da comunidade, eles protestaram contra a atual situação que vivem. A quilombola Gonçalina Eva de Almeida e Silva, uma das lideranças de Mata-Cavalo, disse que muitas famílias estão ao relento e morando na beira da estrada, depois do despejo.

Segundo Gonçalina, a demora do Incra para regularizar a situação do quilombo faz com que ações liminares impetradas por fazendeiros sejam acatadas pela Justiça. "Inclusive, nós sabemos que já tem outro fazendeiro que está conseguindo uma liminar de posse também. O nosso povo é quem acaba sofrendo com tudo isso", defendeu.

Enquanto isso, famílias despejadas, como a da dona Catarina Cassimira de Almeida Curvo, continuam sem ter onde morar. A agricultora de 71 anos contou que está morando em um barraco de lona, montado na beira da estrada. Emocionada, ela lamentou que no despejo teve um guarda-roupa quebrado. O pior, segundo ela, é que não pode nem sequer colher mandioca e cana-de-açúcar que cultivava no local. "É muita humilhação, estamos todos inconformados, arrasados".

A ambientalista Michele Sato, do núcleo de estudos ambientais da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), é uma das estudiosas que fazem pesquisas em Mata-Cavalo. Na visão dela, a exemplo do que acontece em outros países, aquela comunidade vive o que ela chama de "racismo ambiental". "Em todo mundo, em todas essas brigas e disputas de terra quem acaba sempre levando a pior é o pobre, o negro, o índio. Isso não pode mais acontecer", rechaçou a professora.

Amanhã, às 17h, em Brasília, será realizada uma reunião com presidente nacional do Incra, Rolf Hackbart. Vão participar o coordenador regional do órgão, João Bosco de Moraes, lideranças de Mata-Cavalo, representantes da Fundação Cultural Palmares e do Movimento Negro. A intenção é acelerar o processo de desapropriação da área e, definitivamente, passar para os quilombolas que ali vivem.

A assessoria de imprensa do Incra informou que ontem dois técnicos do Instituto estavam em Mata-Cavalo fazendo análises e a metragem da área. Esses dados serão anexados ao processo de 49 famílias que ainda não tem uma solução definitiva para esse impasse.



Fonte: Diário de Cuiabá

June 03, 2008

I Conferência "Cuiabá Abraça a África"

Laços históricos e culturais foram a tônica que reuniu cerca de 1,3 mil pessoas, entre educadores e representantes de diversas entidades sociais, na I Conferência "Cuiabá Abraça a África", realizada na última quinta-feira (29/05) pela Prefeitura de Cuiabá, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SME).

O objetivo do encontro foi discutir uma educação que valorize a diversidade étnico-racial, já implementada na rede básica de ensino do município, que contribua para o combate ao racismo e visa o fortalecimento da democracia e o exercício da cidadania.

Apresentações cívicas e culturais marcaram a abertura do evento com execução do Hino Nacional Brasileiro, o Hino da Negritude e a Dança do Chorado.

Durante a solenidade, o secretário de Educação da Capital, Carlos Carlão Pereira Nascimento, afirmou que a atual administração é comprometida com as políticas públicas de inclusão social. Na oportunidade, o secretário citou o Plano Educação na Diversidade, desenvolvido pela SME, que tem o objetivo de garantir não só o acesso, mas também a permanência e o progresso de uma educação de qualidade para todos os alunos.

Entre as ações desse plano o secretário citou o "Projeto Abraço", que trabalha o ensino na perspectiva das relações étnico-raciais. "Nessa ótica de aprendizagem, aprendemos ter orgulho das nossas raízes", concluiu.

Segundo o conselheiro da Embaixada da República de Moçambique, Agostinho Alberto Timana, o "Abraço" é "um compromisso com a causa negra e a igualdade de direitos". Ele ainda salientou que sem a educação, um povo não sai da sua condição de inferioridade.

O ex-deputado federal por Mato Grosso do Sul, Eurídio Bem-Hur Ferreira, autor da Lei 10.639/2003, que torna obrigatório nas escolas do Ensino Fundamental e Médio, das redes oficiais e particulares, o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira, também esteve presente à conferência e afirmou que o povo brasileiro começa a avaliar seus governantes pela sua capacidade de criar valores e tolerância. "Quando, em sala de aula, se trabalha a auto-estima da criança, a ensinamos a trabalhar a diferença".

E todas as iniciativas de inclusão social passam, segundo o 1º secretário da Embaixada da República de Angola, José Golgo, pela vontade política de pela coragem dos governantes. "Prova disso é que estamos aqui. Tudo indica que houve coragem".

O encontro também foi marcado pelo depoimento de escolas municipais que já trabalham com as questões étnico-raciais, como a Quintino Pereira de Freitas, no bairro Canjica.

A coordenadora pedagógica da unidade, Antônia Corsina Lima dos Anjos, fez um relato das atividades desenvolvidas há mais de 10 anos na escola que valorizam as diferenças culturais e se preocupa com os afro-descendentes. "Despertamos, nas crianças, o desejo de conhecer a cultura da África". Segundo a educadora, o trabalho é fruto do compromisso da equipe gestora e professores da escola. "Para realizar um bom trabalho, os profissionais têm q ter postura, vivência e ética", finalizou.

Após saudar os participantes do evento, o prefeito o Wilson Santos disse que o Brasil precisa resgatar dívidas com a marca mais ostensiva, dolorosa e cruel que a humanidade carrega, a escravidão. "São cinco milhões de africanos que ajudaram a construir o caráter do brasileiro. Essa construção foi dolorosa, marcada pela postura discriminatória, pois esse povo não teve acesso à escolaridade e ao processo político, além de terem suas crenças abafadas", declarou.

Também participaram da conferência o embaixador extraordinário e plenipotenciário da República de Cabo Verde, Daniel Pereira, o representante do Ministério das Relações Exteriores da África I, Antônio Augusto Martins César, o presidente da Câmara do Comércio Afro Brasileiro do Brasil/Nigéria, o editor do jornal eletrônico Bureal Folcome, a presidente Nacional do Movimento Negro do PDT , Edialeda Nascimento, o secretário Estadual do Movimento Negro do PDT, Aurélio Augusto Gonçalves da Silva, a deputada Federal por MT, Thelma de Oliveira, o secretário de Educação do município de Tapurah, Marcos Ailto da Silva, e o representante da Câmara Municipal de Cuiabá, o vereador Edivá Pereira Alves.



Fonte: www.odocumento.com.br

Bono sonha com Estados Unidos da África

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O vocalista do grupo irlandês U2, Bono, sonha com a criação dos Estados Unidos da África como a melhor maneira de solucionar os conflitos do continente, afirmou o próprio em entrevista ao jornal japonês Asashi Shimbun.

O artista e militante, que participou na semana passada na conferência internacional de Tóquio sobre o desenvolvimento da África (Ticad), afirma que a criação dos Estados Unidos da África "seria um sonho".

"Penso que uma identidade africana mais ampla seria importante para reduzir as tensões tribais", declarou.


Fonte: Portal G1

Exposição em Angra dos Reis

Sueli Messias convida para exposição de fotografias "Retratos Quilombolas", a realizar-se de 27 de maio a 7 de junho na Casa de Cultura Poeta Brasil dos Reis, sita à Rua do Comércio, Angra dos Reis.

A exposição ficará aberta paa visitação de terça à domingo, das 10h às 22h.

Fotografias de Ricardo Messias e Curadoria de Délcio bernardo e Sueli Messias.

Memorial da Cultura Negra está abandonado em Alagoas (assista ao vídeo da reportagem do Jornal Nacional - dia 26/05)

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Link para assistir ao vídeo:

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM833139-7823-MEMORIAL+DA+CULTURA+NEGRA+ESTA+ABANDONADO,00.html


Um Memorial da Cultura Negra, em Alagoas, já está abandonado apenas seis meses depois de ser inaugurado com festa e muitas promessas. Os responsáveis pelo Parque do Quilombo dos Palmares culpam a burocracia.

Em Serra da Barriga, a 80 quilômetros de Maceió, R$ 2 milhões foram investidos para criar no local o primeiro parque temático da cultura afro nas américas. O local onde ficava o núcleo do quilombo dos Palmares, foco de resistência contra a escravidão no Brasil colônia, já é ponto de peregrinação no mês de novembro, durante as comemorações da Consciência Negra.

Seis meses depois da inauguração, o memorial passa a maior parte do tempo vazio. Turistas raramente aparecem, e não é por acaso. Atá agora, nada do que foi planejado para manter uma visitação constante na Serra da Barriga começou a funcionar.

Restaurante, pavilhão de exposições, espaço para apresentações de dança e capoeira - tudo parado. Os equipamentos de som que dariam informações sobre a cultura afro em quatro idiomas já estão quebrados.

Esta semana, a Fundação Cultural Palmares, responsável pelo parque, regulamentou o funcionamento do memorial e criou um comitê para a administração. O presidente da fundação atribuiu a demora aos procedimentos exigidos pela lei.

"Nós temos que ter, primeiro, parecer técnico, depois, parecer da procuradoria jurídica. Posteriormente fazer a licitação pública. Posso assegurar, com absoluta certeza, que a partir do dia 1º de junho nós estaremos com o parque em plena atividade", disse Zulu Araújo, presidente da fundação.



Fonte: Portal G1

NOTA PÚBLICA: O QUE O JORNAL NACIONAL NÃO CONTOU

No último dia 26 de maio, o presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo, concedeu entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, sobre o Parque Memorial Quilombo dos Palmares. Patrimônio cultural nacional da cultura afro-brasileira, localizado na Serra da Barriga, Alagoas, o parque foi inaugurado pelo ministro Gilberto Gil, em novembro de 2007.

Zulu Araújo explicou ao repórter que os projetos prometidos ao Parque, na ocasião da sua inauguração, dependiam da liberação do Orçamento da União, que, por sua vez, dependia da votação do Congresso Nacional. E que somente agora, após a liberação e contigenciamento pelo Ministério do Planejamento, a Fundação Cultural Palmares, responsável pela preservação e manutenção do Parque, estaria apta a iniciar os procedimentos para as atividades propostas.

O presidente da Fundação Palmares divulgou ainda a publicação no Diário Oficial da União, das portarias que estabelecem as normas para a utilização do Parque e da constituição do Comitê Gestor do Parque Memorial Quilombo dos Palmares. O Comitê Gestor foi criado para acompanhar, fiscalizar e propor atividades; monitorar o processo de implantação e implementação de atividades; e elaborar estratégias para articulação de programas e ações dos governos federal, estadual e municipal para o Parque. O Comitê é composto por representantes da Fundação Palmares, da Universidade Federal de Alagoas, do Estado de Alagoas, do município de União dos Palmares, da Associação de Quilombos do Muquém, da Fundação Sonia Ivar e da Associação dos Grupos Culturais e Entidades Negras de União dos Palmares. Dentre as novas determinações, a Portaria nº 40 define o Parque como bem de uso comum do povo, além de regularizar o horário de visitação, que será de terça a domingo, inclusive feriados, das 8h às 18h.

De acordo com Zulu Araújo, a partir de agora, a Fundação Palmares dispõe de R$ 1,2 milhão para desenvolver projetos dedicados à cultura afro-brasileira que serão desenvolvidos no Parque e que tudo será feito dentro das normas legais. Ou seja, serão realizadas licitações públicas para a exploração de atividades, como restaurantes, lanchonetes, guias, shows, oficinas de confecção de moda afro, de penteados, de maquiagem, de capoeira; treinamento de guias; e cursos de culinária afro.

Explicado isso, a edição do Jornal Nacional preferiu apenas colocar no ar aquilo que mais lhe agradou no rumo já antecipado da reportagem proposta.

Como bem disse o ministro Gilberto Gil, na inauguração do Parque, a libertação pela qual lutou Zumbi dos Palmares "hoje vem a ser de gerações e gerações de afro-descendentes no Brasil que precisam a cada dia se libertar não só das amarras do triste quadro de desigualdades e preconceitos no país, mas também das dívidas históricas que a luta de Zumbi simboliza - dívidas irreparáveis que o Brasil tem com sua população negra." Por isso mesmo, não podemos ceder a pressões de quem quer que seja para nos tirar esse simbolismo de liberdade que representa para a comunidade negra brasileira a Serra da Barriga.

A reportagem do Jornal Nacional deixou no ar a pergunta que todos devemos fazer: "A que interesses atenderam a veiculação dessa matéria?" isso porque não mostrou ao Brasil as devidas explicações da Fundação Palmares para aquilo que emissora chamou de "abandono".

Mas a Fundação Cultural Palmares, cumprindo o seu papel de mantenedora do Parque, segue firme em seus propósitos de, dentro da legalidade, dar projeção a esse importante acervo histórico e honrar as raízes guerreiras de Zumbi e de todos aqueles que, na Serra da Barriga, lutaram pelo ideal da liberdade. E é em nome dessa liberdade guerreira, que não vai ceder a interesses privatistas daqueles que, em favor do lucro fácil, querem usar para si o patrimônio pelo qual tombaram os nossos heróis.

E é nesse sentido, que, ainda de acordo com o ministro Gilberto Gil, a inauguração do Parque Memorial Quilombo dos Palmares é a oportunidade para "cada vez menos lamentarmos as exclusões e discriminações sofridas pela comunidade negra e, cada vez mais, celebrarmos os avanços alcançados pela sociedade brasileira e pelo Estado para a democracia racial".



Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Fundação Cultural Palmares

Campanha 120 anos pós-abolição é lançada em Corumbá

Aconteceu na última sexta-feira (30/05), na Associação Comercial de Corumbá, o lançamento da Campanha "120 Anos Pós-Abolição da Escravatura".

A promoção é do Instituto da Mulher Negra do Pantanal (Imnegra), com apoio do Conselho Estadual dos Direitos do Negro (Cedine) e do Fórum Permanente das Entidades do Movimento Negro de Mato Grosso do Sul.

Segundo a presidente do Instituto da Mulher Negra do Pantanal (Imnegra), Ednir de Paula, essa campanha tem como objetivo resgatar a história política dos escravizados na região de Corumbá e ainda defender os direitos fundamentais das comunidades locais.

A campanha visa também discutir assuntos referentes à população negra local, como saúde, educação, cultura, terras de quilombo e estatuto da igualdade racial.


Fonte: Aquidauana News

Exposição A Alma da Bahia continua até o dia 8 de junho em Salvador

A mostra traz 100 fotos da antropóloga italiana Patrizia Giacontti, que fazem parte de sua pesquisa de dissertação, retrata mulheres do candomblé baiano.

Acompanhas por textos do escritor Jorge Amado, as imagens buscam colocar os visitantes frente à ótica de uma admiradora da cultura do estado.

A mostra homenageia Jorge Amado e também so 120 de abolição da escravatura no Brasil.

A exposição tem apoio do Ministério da Cultura, da Fundação Cultural Palmares e da Fundação Sônia Ivar.

Serviço:

Mostra A Alma da Bahia
Local: Museu de Arte Moderna da Bahia
Data: até 8 de junho.
Horários: de terça a sexta e aos domingos, das 13h às 19h; sábados, das 13h às 21h.

Entrada Gratuita