PROJETO NEGROS E NEGRAS EM MOVIMENTO

Objetivos: - A contribuição do negro na formação social brasileira - A discriminação racial no Brasil. Movimentos de resistência de negros pela cidadania e pela vida; - Políticas sociais e população negra: trabalho, saúde, educação e moradia; - Relações étnico-raciais, multiculturalismo e currículo; - Aspectos normativos da educação de afro-brasileiros. - EMAIL PARA CONTATO: negrosenegras@gmail.com

June 23, 2007

Dica de livro (Categoria Infanto-Juvenil)

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Imagens do Negro na Literatura Brasileira
Jean Marcel Carvalho Franca
Editora Brasiliense

Parte significativa do que é hoje a cultura brasileira, melhor, o Brasil, foi construída por negros e mestiços. É redutor pensarmos a nossa história e o nosso futuro sem uma reflexão sobre o significado dessa contribuição. Ao empreendê-la, contudo, corremos sempre o risco de contaminá-la com uma série de noções prévias acerca dos indivíduos de raça negra.

Religiões afro sofrem com intolerância em Rondônia

Os episódios de intolerância para com a prática de rituais das religiões de matriz africana não mobilizam apenas a discussão e a reação do Movimento Negro na Bahia, onde os casos de intolerância são mais divulgados pela mídia. No extremo norte do país, no estado de Rondônia, são constantes os ataques ofensivos e atos de vandalismo praticados por seguidores de igrejas evangélicas contra os espaços sagrados e terreiros de religiões de matriz africana. Quem denuncia é Silvestre Gomes, do Centro de Cultura Negra de Rondônia. Não há ainda uma pesquisa oficial sobre o total de casas de culto afro-brasileiro existentes no estado de Rondônia, mas estima-se, extraoficialmente, que sejam de 600 até 800 terreiros, espalhados por todo o Estado. "A maior concentração de terreiros hoje é em Porto Velho, mas as denúncias se estendem a todas as áreas. As agressões são as mais variadas, vão desde ameaças, pressões psicológicas até a depredação de assentamentos".

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Silvestre relata ainda que os ataques também são freqüentes em programas religiosos veiculados em emissoras locais, onde pastores induzem os seus fiéis a libertar do pecado todos aqueles que não são seguidores da fé cristã. "O que queremos na verdade é que se cumpra o artigo 5º da Constituição, o qual diz que deve haver respeito a liberdade de culto no país", afirma Silvestre. Em Rondônia, os casos de intolerância são acompanhados de perto por entidades do Movimento Negro e pelo Ministério Público.


Fonte: Oscar Henrique Cardoso, ACS/FCP/MinC

June 20, 2007

Pesquisadores discutem em Alagoas situação do negro na Educação

Maceió - AL
Pesquisa e ações sociais para a população negra no País serão assuntos de uma das mesas redondas que prometem aquecer as discussões do 18º Encontro de Pesquisa Educacional do Norte e Nordeste (Epenn), que trará para Maceió 2.500 participantes e pesquisadores qualificados. O evento acontecerá no período de 1º a 4 de julho, no Centro de Convenções e no Colégio Marista.

Delcele Mascarenhas Queiroz, doutora em Educação pela Universidade Estadual da Bahia (Uneb), será uma das expositoras da mesa redonda "População negra: pesquisa e ações sociais no Norte-Nordeste do Brasil". Ela acredita que as dificuldades dos negros não se restringem à educação superior, mas se constroem ao longo do trajeto escolar. "Os problemas se expressam mais visivelmente no ensino superior, porque fica claro o reduzido contingente da raça e o número menor ainda dos que conseguem ingressar e concluir os cursos", destaca a pesquisadora.

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Segundo Delcele, a concorrência entre negros e brancos nos vestibulares é desnivelada e essa diferença se prolonga às faculdades, pois "a maioria desses estudantes não pode dedicar-se exclusivamente aos estudos, por necessitare trabalhar". A professora acrescenta que os negros normalmente provêm de escolas públicas e têm menor chance ainda de concorrer ou se manter em cursos mais concorridos.

Apesar de o Brasil ser plural quando o assunto é raça, a discriminação ainda aparece, mesmo que camuflada. Delcele Queiroz afirma que na educação, a forma como o sistema de ensino atua constrói informalmente mecanismos de exclusão do estudante negro. "São discursos e práticas inferiorizantes que, sutilmente, estão presentes no cotidiano da escola. É o "racismo institucional", que não necessita de que ninguém aja diretamente como racista, mas que a própria inércia da estrutura social brasileira, com relação às desigualdades raciais, vai consolidando", enfatiza.

Importância do Epenn

De acordo com a professora, o Epenn é um fórum privilegiado para a reflexão e o debate em torno das temas educacionais dessas regiões e das questões que tratam da educação da população negra também. Essa importância se dá pela grandiosidade do evento, que trará a Maceió cerca de 2.500 participantes de todos os estados das regiões Norte e Nordeste.

Além desse tema tão atual e propulsor de discussões, o Epenn 2007 também colocará em pauta assuntos como a educação indígena, formação do docente e do pesquisador, juventude, inclusão.


Fonte: Assessoria de Comunicação, 18º Epenn / Fundação Palmares

June 15, 2007

SERRA DA BARRIGA - SOLO HISTÓRICO ONDE EMANA LIBERDADE

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De: Helcias Pereira

No princípio, ou seja, quase no final do século XVI, sabe-se que neste torrão chamado “Serra da Barriga”, “serra do oiteiro”, “do pindó” ou simplesmente “palmares” onde eram fartas as pindoramas, organizou-se o mais importante mocambo palmarino, onde por mais de um século reinaram absolutos: Agualtune, Ganga-Zumba e Zumbi seu ultimo comandante-em-chefe.

Lugar estratégico e de difícil acesso, pelo menos um pouco mais de 500 metros acima do nível do mar, rico em terra fértil e grande fartura de água e animais.

Neste solo sagrado foram vários encaminhamentos dados para a manutenção do apogeu quilombola, considerando que os demais chefes das dezenas de mocambos espalhados por toda Zona da Mata entre Alagoas e Pernambuco ali se reuniam em assembléia para juntos fazerem acontecer o maior e mais importante exemplo de resistência contra a opressão humana, lutando em favor da liberdade e da dignidade de seus povos.

Esta utopia só fora interrompida durante a guerra final entre 1692 a 1694, quando no dia 06 de fevereiro as tropas expedicionárias conseguiram com ajuda de canhões, destruírem as paliçadas e assim exterminarem de uma só vez grande parte dos quilombolas que com garra tentaram desesperadamente lutar até o fim. Sabendo-se que Zumbi e alguns seguidores conseguiram a muito custo fugir e se esconder em um sumidouro na Serra Dois Irmãos, entre as cidades de Viçosa e Cajueiro em Alagoas, o qual após quase dois anos fora traído e assassinado em novembro de 1695, sendo seu corpo transladado até Porto Calvo de onde sob o reconhecimento de alguns, tivera sua cabeça decapitada, salgada e exposta em um chuncho na praça do Carmo em Recife até sua total decomposição. Mesmo assim, o quilombo palmarino ainda resistiu com alguns seguidores de Zumbi até os primeiros anos do Século XVIII.

Na contemporaneidade, temos várias fazes que permeiam a realidade da Serra da Barriga, primeiro, o importante passo do Movimento Negro Nacional ao subir pela primeira vez a Serra da Barriga na década de 1980, no intuito de torná-la um solo sagrado e de homenagens aos guerreiros do passado. A partir de então, foram mais de 25 anos de peregrinação àquele solo, cuja importância fora o reconhecimento da Serra como Patrimônio Histórico Nacional em 1985, passou a ser referência de luta e de pesquisa para milhares de militantes e estudiosos do mundo inteiro.

Outro fato importante foi a decisão do Movimento Negro Nacional em transformar o Dia Nacional da Consciência Negra num momento de articulação nacional, principalmente em 1994 quando várias assembléias nacionais e regionais aconteceram para que fossem comemorados em todo país os trezentos anos de imortalidade de Zumbi, para isso, aconteceram grandes eventos na Cidade de Maceió e União dos Palmares durante o biênio de 1994 a 1995. Sendo que em pleno “20 de novembro de 1995” o Movimento Negro realizou a primeira “macha Zumbi” levando milhares de militantes de todo País até Brasília, onde entregaram ao Presidente da República uma pauta de reivindicações, o que cominou com uma série de demandas em favor da população negra e afro-descendentes.

A partir de 1995 a Serra da Barriga passou a ser elemento de discussão nas instâncias do Governo Estadual e Federal, onde pelo menos dois projetos foram apresentados para a construção do que antes chamavam de “Memorial Zumbi” e na atual conjuntura, ou seja, nos meados da primeira década do século XXI, fora apresentado pelo Instituto Magna Mater - Organização Não-Governamental o Projeto: PARQUE MEMORIAL QUILOMBO DOS PALMARES cuja proposta mereceu uma grande articulação da Secretária Especializada de Defesa e Proteção das Minorias, Srª Patrícia Mourão que capitaneou os incessantes trabalhos junto ao Governo Federal através do Ministério do Turismo e as Estatais Petrobrás e Caixa Econômica Federal, além do apoio de suma importância do Senador Renan Calheiros - Presidente do Senado Brasileiro.

Hoje, o Platô da Serra da Barriga encontra-se em obras, suas edificações perpassam as expectativas de todos os envolvidos, considerando a grande esperança existente no seio dos moradores circunvizinhos e dos que habitam e gerem a cidade de União dos Palmares, além é claro dos visitantes, turistas e militantes negros que se preocupam com maior evidencia sobre os rumos que serão tomados naquele solo sagrado, o qual emana história, cumplicidade de luta e liberdade.

June 10, 2007

Feafro

Para maiores informações visite o site:

www.feafro.com.br

Eventos

Feira valoriza a influência africana

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A cidade de São Paulo será sede da primeira feira afro-étnica de comércio, cultura e artes realizada no Brasil. Trata-se da Feafro, que acontecerá de 3 a 8 de julho, das 10 às 17 horas, no Pavilhão do Centro de Exposições Imigrantes. Todos os países da África subsaariana (abaixo do Saara) foram convidados, tendo já confirmado presença Cabo Verde, Angola, África do Sul, Mali, Costa do Marfim, Senegal, Nigéria, Camarões, Congo Democrático, Guiné Bissau, Togo, Gabão e Quênia. O público estimado é de 25 mil pessoas, informou a Gazeta Mercantil.
Segundo Silvana Saraiva, diretora-geral do evento, a África está presente em quase todos os setores da vida brasileira - na dança, na arquitetura, na moda. "Em qualquer lugar que você for vive-se a africanidade de alguma maneira. Foram 4 milhões de africanos que vieram para o Brasil, das mais diferentes tribos, com línguas e costumes também diferentes, e aqui foram se miscigenando com os colonizadores. Hoje fazem parte da vida brasileira", diz.
Dados da Câmara de Comércio Afro-brasileira dão conta de que no ano passado o Brasil exportou US$ 7,5 bilhões para a África e importou US$ 8,1 bilhões, com um saldo de US$ 600 milhões favorável aos parceiros africanos.
A feira focará aspectos mercadológicos entre o Brasil e os países africanos com rodadas de negócios entre setores produtivos como construção civil, agronegócio, máquinas, cosméticos e empreendimentos esportivos. Também vai se procurar incentivar vendas casadas.
Na área de construção civil, por exemplo, há possibilidade de venda do projeto de uma casa e todos os materiais necessários (cimento, parte hidráulica, acabamento). A intenção é que os participantes compartilhem experiências e ampliem sua visão de negócios.
Silvana informa que um setor altamente promissor na Feafro é a indústria de cosméticos: "O Brasil, com 82 milhões de afro-descendentes (é o segundo país de pele negra no mundo, segundo o IBGE), desenvolveu produtos específicos para cabelos étnicos e pele negra, muito consumidos nos países africanos".
Há várias empresas investindo no continente africano. Uma das pioneiras foi a Construtora Norberto Odebrecht, que hoje participa, em Angola, da exploração de diamantes em Catoca e da construção do primeiro centro de compras em Luanda. Outra é a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), maior produtora mundial de minério de ferro, que anunciou investimentos em torno de R$ 145 milhões em Moçambique.
Também devem marcar presença no evento empresas brasileiras como Klabin, Carrocerias Caio, Sistecom-Sistema de Tecnologia e Construção e Biscoitos Dunga (exporta para Angola e Cabo Verde).
Conforme Silvana, muitos países africanos têm interesse em inovações tecnológicas, entre os quais Guiné Bissau, que planta cana-de-açúcar e quer construir uma usina. "Eles muitas vezes têm a matéria-prima, mas não a tecnologia para produção", diz. "A transferência de tecnologia/conhecimento é o principal `produto` que empresários brasileiros podem oferecer aos africanos durante as rodadas de negócios."
Simultaneamente à Feafro será realizado o Fórum Diásporas Negras, cujo tema de abertura, "África, berço da humanidade", será desenvolvido por autoridades brasileiras e africanas. Nos dias subseqüentes serão discutidos temas relativos à saúde, educação, ciência e tecnologia, turismo, empreendedorismo, industrialização e desenvolvimento sustentável, entre outros.
A abertura da Feafro será feita pela Filarmônica Afro-Brasileira, com mais de 180 integrantes, e pela Banda Ilu Oba de Min, composta por 30 mulheres que tocam instrumentos africanos (djembês, alfaias, ilus, agogôs e xequerê).

Para maiores informações acesse:

www.feafro.com.br

June 05, 2007

Pesquisa revela desnutrição em Comunidades Quilombolas

De cada dez crianças de áreas remanescentes de quilombos, com até cinco anos de idade, uma está desnutrida e 11,6% apresenta déficit de altura para a idade, é o que revela uma pesquisa inédita feita pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, do Governo Federal sobre a realidade nutricional das comunidades quilombolas. A pesquisa - Chamada Nutricional - mediu e pesou 2.941 crianças de 60 comunidades em 22 Estados durante a campanha de vacinação, em agosto de 2.006 e foi feita em parceria com o Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Os dados obtidos foram analisados por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Segundo os dados obtidos, 52% dos entrevistados declararam estar no Programa Bolsa Família, que atende a 6.957 famílias de Quilombos. A meta do MDS é chegar a 20 mil famílias quilombolas, além de reforçar ações de fortalecimento da agricultura familiar, construção de cisternas, distribuição de alimentos e implantação de Centros de Referência da Assistência Social (CRAS). Atualmente, estes Centros existem em 38 Municípios que têm comunidades quilombolas.

AfroReggae premia destaques

Pelo oitavo ano consecutivo, a comemoração dos 14 anos do Grupo Cultural AfroReggae será marcada pela entrega do Prêmio Orilaxé. A tradicional festa, que ocorre amanhã no Teatro Villa-Lobos (Rio de Janeiro), vai homenagear 16 pessoas e grupos que se destacaram em nas respectivas áreas de atuação. O poeta Wally Salomão, mestre na formação de líderes do AfroReggae, será o homenageado especial. Além de assistir à entrega dos prêmios, o público se divertirá com shows do Afro Lata; Mart`nália; Arlindo Cruz; Alexandre, do Natiruts; César Lopez, colombiano criador da guitarra construída com armas usadas em conflitos; alunos da oficina de violino do AfroReggae, Acorda Lucas; e da Banda 190, da Polícia Militar do Rio. Entre os homenageados estão a revista Raça, o cantor Chico César, a cantora Céu e o Digitaldubs Soundsystem, escolhido o melhor grupo musical na categoria tradição afro-brasileira.

Fonte: Correio Braziliense

June 02, 2007

Portal Conexão Afro globaliza terreiro gaúcho com o mundo

Porto Alegre,

Lançado recentemente, o Portal Conexão Afro (www.conexaoafro.com.br) traz uma proposta inédita. Globalizar informações e dar voz e vez as comunidades de terreiros de matriz africana. Coordenado pela Assobecaty - Associação Beneficente Templo de Yemanja, o Portal oferece links diversos, com biblioteca, rádio e jornal comunitário, eventos e um fale conosco para receber contatos não só do Rio Grande do Sul, mas de todo o Brasil.

Um pouco de história:

O templo religioso, Assobecaty (Associação Beneficente Templo de Yemanjá) nasceu a mais de sessenta anos, em Pelotas, dirigido pela Mãe Quina de Yemanjá, mãe carnal da Mãe Carmem de Oxalá, que assumiu a direção após o falecimento de Mãe Quina, vivenciadores da umbanda e da Nação Cabinda, o Ylê está na cidade de Guaíba, cidade da Grande Porto Alegre, desde de 1979.

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Foi no município de Guaíba que o terreiro Templo de Yemanjá transformou-se na Assobecaty, um Ylê que não trabalha somente a religiosidade, mas realizada trabalhos sociais com a comunidade. Mãe Quina vendo a realidade das mulheres da região implantou cursos de qualificação profissional, com a parceria do governo estadual, voluntários e convênios com outras instituições. A Assobecaty é um terreiro onde acontecem seminários, discussões de gênero, saúde e realização de eventos referente a comunidade negra. Hoje, o terreiro de Mãe Carmem é o primeiro a trabalhar com comunicação, dentro da entidade foi criado o projeto do Programa Conexão Afro vinculado na internet, sendo o primeiro programa virtual do segmento afro-religioso. No local tem a Rádio Comunitária Estúdio FM, é produzido O Jornal Conexão Afro e o Portal Conexão Afro. Os meios de comunicação vêm com o propósito de dar visibilidade para comunidade negra do estado.Partiu da entidade a iniciativa de criar a Semana do Umbanda e dos Cultos Afro-brasileiros, que está incorporado no calendário turístico de Guaíba e existe há dez anos. Assobecaty, a partir do conhecimento da comunidade que está inserida, nasceu o projeto de fazer a clínica de psicologia Psique-Afro para atender a população negra, excluída dos processos de saúde pública. O projeto surge da necessidade da comunidade de ter uma clínica especializada em saúde mental. A clínica tem o propósito de prevenir doenças mentais, e servirá de exemplo para o país, como sendo pioneira pelo recorte étnico.

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A entidade vem desenvolvendo projetos para cumprir seu papel social na sociedade. Neste semestre está previsto a vinda do telecentro para o terreiro, um projeto em parceria com o Banco do Brasil, o telecentro vem a somar no trabalho da Assobecaty. Com os computadores mais pessoas terão acesso à internet e poderão realizar ensino a distância, com a experiência da entidade em comunicação será o começo para muitos programas voltados ao desenvolvimento pessoal e profissional das pessoas da comunidade.

Mãe Carmem de Oxalá: olhos para a comunicação

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Por ser filha carnal de Mãe Quina de Yemanjá, desde menina dedicou-se á religião. Nesta época começou sua iniciação religiosa através de Pai Cleon de Oxalá, babalorixá de renome no Estado do Rio Grande do Sul. A influência de Pai Cleon de Oxalá, seu orientador espiritual contribuiu para sua formação religiosa. Mãe Carmem recebeu a proteção natural do Pai Oxalá, desde então o seu envolvimento com a valorização dos cultos afro-brasileira foi constante.

Com falecimento de Mãe Quina assumiu as responsabilidades da Assobecaty, em 2000. A entidade trabalha a religião, comunicação, gênero e saúde. Mãe Carmem iniciou o trabalho na área da comunicação, com uma coluna informativa no Jornal Guaibense, de Guaíba-RS. Desde então o terreiro é referencia nesta área, sendo o primeiro terreiro a trabalhar a comunicação. Iniciou com a Rádio Comunitária Estúdio FM, prosseguiu com o Programa Conexão Afro vinculado na internet, o Jornal Conexão Afro e o portal.Nesta trajetória, começou a cursar Psicologia, sendo uma pesquisadora acadêmica da religião, a entrada na faculdade abriu muitas portas. No ano de 1999, representou o Rio Grande do Sul no II Festival de Alabê, Xicarangoma e Runtó, na Bahia, promovido pela Fundação Palmares e Ylê Opô Afonjá em novembro e 1999.Em 2006 retornou a Salvador para participar do Encontro Nacional de Mulheres Negras Urbanas e Rurais Quilombolas, organizado pela Conen. Na universidade participou da pesquisa do Professor Filosofo Roberto Jair Bastos da Cruz, do projeto de pesquisa "A criação do mito através da mente humana: um estudo comparado das culturas gregas e africanas na visão de Ernst Cassirer".No evento da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), em outubro de 2002, apresentou a pesquisa, Religiões Afro-brasileiras: uma visão antropológica. Na ULBRA, unidade São Jerônimo, apresentação da pesquisa A permanência dos Orixás na dimensão mística - religiosa do homem afro-rio-grandense em Ernest Cassier, em setembro de 2000.Além das pesquisas acadêmicas, Mãe Carmem participa do movimento negro do Rio Grande do Sul. Está presente nas reuniões do Conen e Codene, no Codene está na segunda gestão como conselheira, foi indicada por algumas organizações da sociedade civil para concorrer à presidência do órgão em 2006.

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Partiu da yalorixá a iniciativa de criar o projeto da Semana do Umbanda e dos Cultos Afro-brasileiros, que está incorporado no Calendário turístico de Guaíba. A yalorixá tem um pouco da sua história contada no livro Mulheres do Rio Grande do Sul - Diversidade, no capítulo destinado para representar a etnia negra do estado, Mulher afro-gaúcha: negritude a flor da pele. Hoje, Mãe Carmem tem dedicado-se ao estudo da psicologia, aliando o conhecimento teórico dos problemas comportamentais com a experiência da religião.


Oscar Henrique Cardoso, ACS/FCP/MinC