PROJETO NEGROS E NEGRAS EM MOVIMENTO

Objetivos: - A contribuição do negro na formação social brasileira - A discriminação racial no Brasil. Movimentos de resistência de negros pela cidadania e pela vida; - Políticas sociais e população negra: trabalho, saúde, educação e moradia; - Relações étnico-raciais, multiculturalismo e currículo; - Aspectos normativos da educação de afro-brasileiros. - EMAIL PARA CONTATO: negrosenegras@gmail.com

May 29, 2007

É ou não é quilombo?

A disputa pela propriedade de uma área no centro do Rio de Janeiro deixou em lados opostos uma instituição religiosa e uma fundação ligada ao movimento negro

Image and video hosting by TinyPic

A disputa pela propriedade de uma área no centro do Rio de Janeiro deixou em lados opostos uma instituição religiosa e uma fundação ligada ao movimento negro. É mais uma região do Brasil que o Incra terá que decidir se é ou não remanescente de um quilombo.Morro da Conceição, zona portuária do Rio. Os 130 imóveis em disputa ficam em torno da igreja São Francisco da Prainha, tombada como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.A Ordem Terceira da Penitência, uma sociedade religiosa e beneficente, afirma que se tornou dona dos prédios ao receber a herança de um padre há mais de 300 anos.E mostra documentos que comprovariam a posse, como uma carta assinada por Dom João VI, em 1821, e um certificado da prefeitura, de 1942.“A Ordem Terceira tem posse de toda essa área, tanto que todos os que moram aqui ou são inquilinos da Ordem Terceira ou são foreiros da Ordem Terceira. Então desde 1704”, explica Frei Jacir Zolet, da Ordem Terceira da Penitência.. A maioria das casas está alugada, mas muitos prédios também são usados pela Ordem para abrigar projetos sociais e uma escola, onde estudam mil alunos de bairros pobres.O grupo que reivindica os imóveis não quer gravar entrevista. São sete moradores que se dizem descendentes de escravos e querem o reconhecimento da existência de um quilombo na região.O pedido já foi aceito pela Fundação Palmares, ligada ao Ministério da Cultura. “No dia 12 de novembro de 2005, nós emitimos certidão reconhecendo lá como remanescente de quilombo. São 23 anos a comunidade lutando para ser reconhecida como remanescente de quilombo. Então para nós não há impasse”, disse Edvaldo Mendes de Araújo.O pesquisador Milton Teixeira, contratado pela Ordem, consultou documentos em arquivos da Biblioteca Nacional, da Igreja e do Exército e diz não ter encontrado registros de um quilombo na área em disputa.“Seria impossível um quilombo aqui, um mercado de escravos ali do lado e um quilombo do outro. Seria algo impossível, além do que no topo do morro, desde 1717 tem uma fortaleza do Exército. Você acha que o Exército ia permitir um quilombo do lado?”Todos os documentos já estão sendo analisados pelo Incra. O instituto contratou antropólogos da Universidade Federal Fluminense que vão comprovar ou não a existência de um quilombo no Morro da Conceição. Mas ainda não há data para a divulgação do estudo.

Para assistir ao vídeo da reportagem acesse:

www.globo.com/jornalnacional

Fonte: Jornal Nacional, 28/05/2007, Rede Globo

May 23, 2007

Mais dicas de livros

Image and video hosting by TinyPic

São Benedito – O Santo Negro
Cleusa M. Matos De Barros
Editora Paulus

Este livro mostra, através da vida de São Benedito, que não há pessoas de maior ou menor importância: Todos são igualmente filhos de Deus. Qualquer trabalho, mesmo o mais humilde, torna-se importante e digno, na construção de um mundo mais justo. A vida de São Benedito e a vida de nossa gente são bastante parecidas: são vidas marcadas por sofrimento e lutas pela libertação. Atualizam a presença de Cristo na história.

Kulé-Kulé – Educação e Identidade Negra
Organizadores: Ângela Maria de Brito, Moisés de Melo Santana, Rosa Lúcia Correia
Edufal

Kulé, Kulé, em ioruba, significa raiz. A obra reúne artigos que estão organizados tematicamente em três partes. Na primeira, Cultura, Educação e Identidade Negra. Fala da especificidade da identidade negra e suas possíveis articulações com os processos educativos historicamente construídos, apontando para a necessidade de políticas públicas que contemplem tal condição.

May 18, 2007

Dicas de livros

Image and video hosting by TinyPic

A África Está em Nós - História e Cultura Afro-Brasileira
Roberto Benjamin
Editora Grafset

O livro, de natureza didática, oferece elementos para a compreensão da contribuição dos povos africanos à formação do Brasil de hoje.

Liberdade por um fio
História dos Quilombos no Brasil
Organizadores: João José Reis e Flávio dos Santos Gomes
Companhia das Letras

Reúne artigos sobre quilombos situados em vários locais do Brasil, constituindo-se em amostra das várias maneiras como o tema vem sendo tratado atualmente. O objetivo é, justamente, apresentar um quadro amplo das várias possibilidades interpretativas do fenômeno.Palmares, tema clássico nos estudos sobre quilombos, é revisitado sob várias perspectivas, inclusive à luz de dados arqueológicos. A análise minuciosa de quilombos menos conhecidos, localizados em várias regiões do país, traz à luz as relações entre quilombolas, índios e sociedade local, e desvenda as estratégias de sobrevivência e resistência utilizadas pelos negro fugidos da escravidão e as estratégias de repressão desenvolvidas pelas autoridades coloniais.

Africanos foram forçados a reinventar sua culinária

Por SYLVIA COLOMBO

A escravidão deixou marcas indeléveis, em sua grande maioria negativas, na trajetória socioeconômica do Brasil. No que diz respeito ao legado cultural, porém, uma das heranças mais importantes da inserção dos negros na sociedade está na gastronomia.A influência africana na dieta do brasileiro possui dois aspectos. O primeiro diz respeito ao modo de preparar e temperar os alimentos. O segundo, à introdução de ingredientes na culinária brasileira.A condição de escravo foi determinante para explicar como a técnica culinária dos africanos desenvolveu-se no Brasil.

Image and video hosting by TinyPic
Feijoada Brasileira

Image and video hosting by TinyPic
Acarajé

Tendo sido aprisionados na África e viajado em péssimas condições, os negros não traziam consigo nenhuma bagagem, muito menos ingredientes culinários.Isso reforçou a necessidade da improvisação para alimentarem-se no novo território, que, por sua vez, tinha uma estrutura ainda pouco eficaz. A própria elite tinha de importar vários gêneros.Nos engenhos de açúcar, para onde foram levados, as cozinhas eram entregues às negras, pois, no começo, os colonizadores vieram sem suas mulheres. Responsáveis pela alimentação dos senhores brancos e com a necessidade de suprir sua própria demanda, os negros passaram a adaptar seus hábitos culinários aos ingredientes da colônia.Na falta do inhame, usaram a mandioca; carentes das pimentas africanas, usaram e abusaram do azeite-de-dendê, que já conheciam da África (as primeiras árvores vieram no começo do século 16). Adeptos da caça, incorporaram à sua dieta os animais a que tinham acesso: tatus, lagartos, cutias, capivaras, preás e caranguejos, preparados nas senzalas.A cozinha africana privilegia os assados em detrimento das frituras. O caldo é um item importante, proveniente do alimento assado ou simplesmente preparado com água e sal. É utilizado na mistura com a farinha obtida de diversos elementos.No Brasil, essa prática popularizou o pirão _já conhecido pelos índios_, mistura do caldo com farinha de mandioca e o angu (caldo com farinha de milho).O modo africano de cozinhar e temperar incorporou elementos culinários e pratos típicos portugueses e indígenas, transformando as receitas originais e dando forma à cozinha brasileira.Da dieta portuguesa vieram, por exemplo, as galinhas e os ovos. Em princípio, eram dados apenas a negros doentes, pois acreditava-se que fossem alimentos revigorantes. Aos poucos, a galinha passou a ser incluída nas receitas afro-brasileiras que nasciam, como o vatapá e o xinxim, e que resistem até hoje, principalmente nos cardápios regionais.Da dieta indígena, a culinária afro-brasileira incorporou, além da essencial mandioca, frutas e ervas. O prato afro-indígena brasileiro mais famoso é o caruru. Originalmente feito apenas de ervas socadas ao pilão, com o tempo ganhou outros ingredientes, como peixe e legumes cozidos.O acarajé, hit da cozinha afro-brasileira, mistura feijão-fradinho, azeite-de-dendê, sal, cebola, camarões e pimenta. A popular pamonha de milho, por sua vez, origina-se de um prato africano, o acaçá.A vinda dos africanos não significou somente a inclusão de formas de preparo e ingredientes na dieta colonial. Representou também a transformação da sua própria culinária. Muitos pratos afro-brasileiros habitam até hoje o continente africano, assim como vários pratos africanos reinventados com o uso de ingredientes do Brasil, como a mandioca, também fizeram o caminho de volta.No que se refere aos ingredientes africanos que vieram para o Brasil durante a colonização, trazidos pelos traficantes de escravos e comerciantes, esses constituem hoje importantes elementos da cultura brasileira. Seu consumo é popular e sua imagem constitui parcela importante dos ícones do imaginário do país.Vieram da África, entre outros, o coco, a banana, o café, a pimenta malagueta e o azeite-de-dendê. Sobre este, dizia Camara Cascudo: “O azeite-de-dendê acompanhou o negro como o arroz ao asiático e o doce ao árabe”. No Nordeste, são também populares o inhame, o quiabo, o gengibre, o amendoim, a melancia e o jiló.

Fonte: Guia Folha-Brasil 500

May 14, 2007

CD-ROM LITERATURA, HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA

Image and video hosting by TinyPic

A Lei 10.639, sancionada em 9 de janeiro de 2003 pelo Presidente Luís Inácio Lula da Silva, alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e incluiu a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-Brasileira em todos os currículos escolares. Este advento criou a imperiosa necessidade de produção de material didático específico, adaptado aos vários graus e às diversas faixas etárias da população escolar brasileira.

Para baixar o CD-ROM clique no link abaixo ou peça pelo email negrosenegras@gmail.com

http://www.palmares.gov.br/sites/000/2/download/cdrom/cdrom03.zip

May 05, 2007

Empresariado negro quer desenvolvimento através do PAC

Por Marcus Bennett

Brasília - Em virtude da não existência de qualquer lei, programa ou ação por parte do governo voltado especificamente ao desenvolvimento do setor econômico formado por empreendedores negros é que a Anceabra - Associação Nacional dos Coletivos de Empresários e Empreendedores Afro-Brasileiros - foi ao presidente Lula pedir uma audiência para que 1% do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) seja destinado à economia negra. Idealizada pelo presidente da Anceabra, João Bosco Borba, a audiência (ainda sem data) com o presidente da República será para fazer uma proposta de crescimento econômico e de infra-estrutura para o setor negro, visando a destinação de 1% dos 540 bilhões de reais resguardados ao PAC. "O Brasil está destinando a um projeto o maior volume de dinheiro depois da construção de Brasília com JK. São 540 bilhões de reais e nada temos para o setor negro. Pedindo 1%, queremos participar da reforma urbana, da construção de casas, da urbanização de favelas e saneamento básico das comunidades negras. Pois nós estamos na periferia, nas favelas, nos mocambos, palafitas, nós sabemos como desenvolver essas áreas. Nós temos objetividade, queremos melhorar a qualidade de vida", esclarece o presidente da Anceabra. E complementa, "nós precisamos influenciar nos projetos governamentais e nas relações sócio-econômicas. Não adianta urbanizar sem qualidade, como na reforma urbana de 70, que criou favelas. Temos a necessidade de trabalhar isso para desenvolver e melhorar a qualidade de vida da população negra". Entre as propostas do movimento de empresários negros que serão levadas na audiência está a garantia de participação deles nas licitações públicas, linhas de financiamento específicas e criação de infra-estrutura para comunidades quilombolas.

Image and video hosting by TinyPic

Biocombustível
De acordo com João Bosco Borba, a produção do biocombustível deve ser feita com interação social levando em conta as comunidades remanescentes de quilombos que possuem área para produção do comburente. "Precisa-se criar uma relação na produção do biocombustível com as comunidades remanescentes de quilombos. Criar nas comunidades uma cultura de agronegócios respeitando as tradições, o ambiente e a cultura. Incluí-los como donos dos projetos, criando uma relação de cooperativismo. É possível manter as raízes e aumentar o desenvolvimento econômico".

Governo
Ainda segundo o presidente da Anceabra, outras propostas serão levadas ao governo, como a criação de uma linha de crédito específica, em que o principal apoio governamental seria dar garantias aos empréstimos dos empresários negros. Sendo que essas garantias entrariam à parte, como reparação econômica para alavancar o desenvolvimento do setor econômico negro. "A solução é criar um fundo de aval onde o avalista dos empreendedores negros seria o governo. Seria como uma ação afirmativa na questão econômica", explica João Borba.

Meta
Além de batalhar pela cota do PAC, a Anceabra possui ainda uma outra meta de desenvolvimento para o setor: criar nos próximos quatro anos, 50 mil empreendimentos. Tendo cada um, o investimento de até 100 mil reais, o que irá gerar, pelo menos, 150 mil empregos diretos. Para João Borba, "isso terá uma influência direta nas famílias negras. Isso melhoraria a educação, pois os negros poderão se qualificar, e melhoraria até mesmo nas relações familiares, com estrutura financeira". Além de tudo isso, também existe a previsão da realização de uma pesquisa para saber qual o tamanho da movimentação financeira dos empreendedores negros. Segundo o IBGE, apenas 3% dos empresários brasileiros são negros. Para João Borba é necessário o investimento nessas ações para que seja possível "constituir uma cultura de empreendedores negros, gerar emprego, renda, impostos. Fazer dos negros donos de empresas também".

A instituição
A Associação Nacional dos Coletivos de Empresários e Empreendedores Afro-brasileiros é uma entidade consolidada no apoio à geração de negócios nacionais e internacionais, que representa os anseios dos empreendedores e empresários afro-brasileiros. Ela incentiva e fortalece a cultura empreendedora nos afro-brasileiros para o desenvolvimento e geração de negócios. A entidade conta hoje com 1.540 empresários cadastrados, disponibilizando cursos de capacitação técnica e empresarial; serviços de assessoria e consultoria empresarial e comercial; implantando e desenvolvendo incubadoras de empresas que permitam a criação de novos empreendimentos de empresários e empreendedores afro-brasileiros, diagnostica e implementa o turismo afro-brasileiro e implementa relações comerciais com o continente africano e setores econômicos da diáspora. Além de que, serve de interlocutor com o Governo Federal para implantação de políticas de apoio ao desenvolvimento do empresariado e empreendedor afro-brasileiro.

Atividades
Hoje a entidade desenvolve as seguintes atividades:

Capacitação de técnicos afro-brasileiros na área de crédito e micro-crédito;

Fortalecimento da imagem de produtos brasileiros fabricados por empresários e empreendedores afro para o mercado internacional;

Capacitação de empresários e empreendedores afros-brasileiros na área de gestão empresarial;
Preparação e estruturação de incubadoras de empresas para a formação de empreendedores e empresários afro-brasileiros;

Apoio ao projeto de infra-estrutura do turismo afro-brasileiro nas comunidades remanescentes de quilombo, e;

Sensibilização e disseminação da cultura da qualidade, hospitalidade e inclusão social do turismo afro-brasileiro.

ENTRE EM CONTATO:
A sede nacional da Associação fica em Brasília, mas já possui representações nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo. Para conhecer mais a Anceabra, o contato pode ser feito pelo telefone (061) 3202-9100 / 3201-9102. E-mail: anceabra@anceabra.org.br
Site: www.anceabranegocios.com.br

Caravana Anti-Racismo percorre Santa Catarina e mobiliza combate à discriminação

Por Oscar Henrique Cardoso

Florianópolis - Conhecida dentro e fora do país pela beleza de seu litoral, pela Oktoberfest em Blumenau, pelo frio de São Joaquim e por sua qualidade de vida, Santa Catarina também pode ser conhecida pela influência germânica e italiana em seu modo de vida. De acordo com o PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) ano 2004, Santa Catarina é a unidade da federação com menor percentual de negros entre a população - 24,5%. No Estado, a pequena população negra tem um IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) semelhante ao do Paraguai (90º no ranking mundial), enquanto o desenvolvimento humano dos brancos é equivalente ao dos chilenos (38º). Isso deixa claro que a comunidade negra, semelhante a outras unidades da federação, luta para combater a invisibilidade e pela garantia da promoção de políticas públicas de Ação Afirmativa.
Mas garantir a inclusão da população negra em iniciativas passa também por realizar outro trabalho fundamental: denunciar e divulgar os casos de racismo. E é este o objetivo da Caravana Anti-Racismo. Composta por dirigentes do Movimento Negro e coordenada pelo vereador Márcio de Souza, do PT em Florianópolis, o grupo percorre todas as regiões do Estado. Promovendo audiências com a comunidade, levanta denúncias de discriminação racial e as encaminha ao Ministério Público Estadual, por meio de notícia-crime. Além da denúncia encaminhada, a Caravana segue acompanhando os casos, como o enviado recentemente à Justiça contra o jornal Correio Lageano, de Lages, na Serra Catarinense. O veículo foi denunciado por ter publicado, em fevereiro último, uma charge com conteúdo racista. Intitulada "Maioridade Penal", a charge mostra uma mulher negra dando à luz, e na mesma mostra uma fala do médico dizendo: "Segurança, é uma fuga em massa". O jornal publicou nota argumentando sobre o episódio e lamentando que a imagem da charge possa ter passado uma idéia discriminatória, mas para os dirigentes da caravana e do movimento negro local tal "desculpa" não minimiza o ataque racial sofrido pela comunidade negra. "Nosso propósito é acompanhar a apuração deste incidente e queremos que o jornal seja responsabilizado", detalha o vereador.

Image and video hosting by TinyPic

Racismo de Norte a Sul: Mas as denúncias de ações racistas não param de chegar aos integrantes da caravana. No mesmo dia em que estavam em Lages promovendo audiência com a comuniade negra para preparar a notícia a ser enviada à Justiça, uma trabalhadora de uma empresa de Lages acompanhada de seu marido, denunciou ter sofrido assédio moral, sexual e racismo por parte dos chefes da empresa onde atua. "A direção da empresa nos procurou e se declarou temerosa com a repercussão do fato, cujo episódio será enviado à imprensa estadual nos próximos dias", promete Márcio de Souza. Também em Balneário Camboriú, no ano passado, a zeladora de um prédio foi atropelada por um morador, o qual exigia que ela saísse do prédio onde trabalhava. De acordo com o parlamentar, neste caso os agravantes também foram vistos através de pichações feitas no local, com os dizeres "Volte para a África" e "Macaca". O caso também foi encaminhado à Justiça local. No Sul Catarinense, um policial militar negro foi agredido por um grupo de pessoas e a Caravana Anti-Racismo conseguiu levar o fato ao promotor público, que deu continuidade ao processo. Vitórias também foram obtidas pelo grupo anti-racismo. "Conseguimos, em 2003, que um vereador de Lages tivesse seu mandato cassado por ter praticado um ato racista contra uma trabalhadora negra. Infelizmente vimos que no interior do Estado os casos de racismo são piores e mais cruéis. Lutamos imensamente para acabar com a invisibilidade da população negra, reafirmando a nossa existência, contra um modelo gerencial, empresarial e também das elites políticas que ainda veiculam a imagem que nosso estado não tem negros, mas somente alemães, italianos e portugueses", finalizou.
O Estado em Números: Santa Catarina é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está localizada no centro da Região Sul do país e tem como limites os estados do Paraná (Norte) e Rio Grande do Sul (Sul), Oceano Atlântico (Leste) e a Argentina (Oeste). Ocupa uma área de 95.442,9 km², sendo pouco maior do que a Hungria. Sua capital é a cidade de Florianópolis. A costa oceânica tem cerca de 450 km, ou seja, aproximadamente metade da costa continental de Portugal (943 km). Os índices sociais do estado estão entre os melhores do país; a renda per capita catarinense é de 9.272 reais, a quinta maior do Brasil. Santa Catarina tem uma taxa de mortalidade infantil de 18,2 em cada mil nascidos vivos e apresenta o segundo maior índice de alfabetização entre os estados do país, atrás apenas do Rio de Janeiro.

DENUNCIE: A Caravana Anti-Racismo atende a denúncias de racismo de todo o Estado de Santa Catarina. Denúncias podem ser enviadas para o gabinete do vereador Márcio de Souza, do PT de Florianópolis.
Os telefones para contato são 0.xx.48.3027.5731, 9972.1996. E-mail: marciodesouza@cmf.sc.gov.br


Fonte: Fundação Palmares